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Daniel Vorcaro tem frota de jatos executivos de luxo
Daniel Vorcaro, 42 anos, dono e controlador do Banco Master, preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (18), em São Paulo, tem uma frota de jatos.
Ele foi preso pela Polícia Federal na segunda-feira (17) ao tentar embarcar para a Europa em um avião particular que sairia do Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Para a PF, não há dúvidas de que ele iria fugir do país. Daniel é alvo de uma investigação federal sobre fraudes financeiras.
Um dos jatos é o Falcon 7X, produzido pela empresa francesa Dassault Aviation. Sua autonomia é de aproximadamente 11.019 quilômetros (5.950 milhas náuticas) ou cerca de 13 horas de voo. Essa autonomia permite voos de longo curso, como, por exemplo, a capacidade de voar de Paris a Nova York ou de Teterboro a London City sem escalas.
Segundo apuração da TV Globo, seria com o Falcon 7X que Daniel viajaria do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para Malta, na Europa.
O jato está em nome da Viking Participações Ltda, uma holding, que tem Daniel Vorcaro como sócio-administrador.
Além do Falcon 7X, ele também tem outros dois jatos: um Falcon 5X e um Gulfstream GV.
A defesa dele "nega veementemente que ele estivesse fugindo do país. Afirma que o destino final do voo era Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde Vorcaro pretendia se encontrar com parte dos compradores Banco Master".
Quem é Daniel
Nascido em 6 de outubro de 1983, em Belo Horizonte, Vorcaro pertence a uma geração de empreendedores que expandiu atuação para setores financeiros, tecnológicos e corporativos.
Com formação em Economia e MBA em Business/Managerial Economics pelo Ibmec, ele começou a ganhar as manchetes após o Banco Master, controlado por ele, firmar negócios vultosos com o governo do Distrito Federal (GDF), por meio do Banco de Brasília (BRB).
O BRB, banco público do DF, comprou títulos de crédito emitidos pelo Banco Master. Esses papéis fazem parte das operações investigadas pela PF na Operação Compliance Zero, deflagrada nesta terça-feira (18).
Ele ainda é acionista da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG. Vorcaro é dono de 20,2% da SAF do Atlético, por meio do Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP). A origem do dinheiro é investigada por possível conexão com o PCC.
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Reprodução
Operação da PF
A operação mira a venda de títulos de crédito falsos. Na prática, o Banco Master emitia CDBs com a promessa de pagar ao cliente até 40% acima da taxa básica do mercado. No entanto, isso não acontecia.
A decisão veio um dia depois de a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição — e pouco mais de um mês após o BC ter rejeitado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília).
A operação da PF investiga suspeitas de emissão e negociação de títulos de crédito falsos pelo Banco Master.
Segundo a PF, o banco dirigido por Vorcaro teria criado papéis sem lastro ou com informações fraudulentas. Os títulos eram apresentados como ativos legítimos, mas não tinham valor real. Isso configuraria crimes de gestão fraudulenta e falsidade documental.
A investigação aponta que havia uma estrutura organizada no Banco Master para sustentar a fraude, envolvendo dirigentes e colaboradores.
A operação da PF estava prevista só para esta terça, mas a prisão de Vorcaro foi antecipada diante da situação. No total, foram cumpridos sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em diversos estados.
O objetivo é combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira.
Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
São investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
Liquidação extrajudicial
Agências do Banco Master e do Banco de Brasília.
Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
A prisão de Daniel Vorcaro aconteceu horas após um consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master.
Na manhã desta terça, o Banco Central emitiu um comunicado decretando a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição.
O negócio com o grupo Fictor teria a participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos e previa um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar o caixa do Master, que passa por dificuldades financeiras. A compra ainda precisaria da aprovação do Banco Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade.
O Banco Master foi fundado em 1996, em Belo Horizonte, originalmente com o nome Banco Investmaster, por um grupo de empresários mineiros ligados ao setor financeiro.
Em 2018, o banco passou por uma reestruturação e mudança de marca, tornando-se Banco Master. Nesse processo, Daniel Vorcaro assumiu o controle da instituição, reposicionando-a no mercado com foco em emissão de títulos de crédito e operações estruturadas.
O banco se especializou em criar e negociar debêntures, notas promissórias e outros papéis de crédito, oferecendo esses ativos a investidores e instituições financeiras. Além do banco, o grupo mantinha a Master S.A. Corretora de Câmbio, voltada para operações cambiais e de intermediação financeira.
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Reprodução
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CDBs irreais e carteiras de crédito falsas: entenda o que está por trás da liquidação do Banco Master
Banco Central decreta liquidação do Banco Master
A decisão do Banco Central (BC) de liquidar o Banco Master e a prisão de Daniel Vorcaro, dono da instituição, representam o capítulo final de uma série de polêmicas que já envolviam o banco.
A instituição já operava sob risco de falência por causa do alto custo de captação e da exposição a investimentos considerados arriscados, com juros muito acima do padrão de mercado.
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Tentativas de venda, como a proposta do Banco de Brasília (BRB), não avançaram. Todas foram interrompidas por questionamentos de órgãos de controle, falta de transparência, pressões políticas e menções ao Master em investigações.
O g1 explica a polêmica envolvendo o banco e os fatores que levaram ao pedido de liquidação nesta terça-feira, além da prisão de investigados por fraude ao sistema financeiro.
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Breve história do Banco Master
O Banco Master surgiu em 1974, inicialmente como Máxima Corretora de Valores e Títulos Mobiliários. Ao longo das décadas, a empresa passou por expansões e alterações societárias até se tornar o conglomerado financeiro conhecido atualmente como Banco Master.
Nos anos 2000 e 2010, o grupo expandiu sua atuação para áreas como crédito, investimentos, gestão de recursos e outras operações. Nos anos mais recentes, ganhou destaque ao oferecer produtos com rendimentos muito acima do mercado, atraindo milhares de investidores.
A partir de 2022, começaram a surgir dúvidas sobre a saúde financeira do banco, diante da captação cara, da exposição a ativos de risco e das negociações de venda que não avançavam.
Tentativas frustradas de venda e deterioração financeira
O Banco Master voltou ao centro das atenções em março, quando avançou nas negociações para vender 58% do capital ao Banco de Brasília (BRB) por cerca de R$ 2 bilhões.
A operação, que formaria um conglomerado com cerca de R$ 100 bilhões em ativos, passou a ser monitorada por órgãos de controle, como o Ministério Público do Distrito Federal e o Ministério Público de Contas, que pediram esclarecimentos sobre as condições da compra.
O processo se arrastou enquanto o Master enfrentava dificuldades de caixa. Em maio, o banco obteve uma linha de crédito emergencial de R$ 4 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), renovada duas vezes. Ao mesmo tempo, buscava compradores para o Will Bank, seu braço digital.
Na véspera da liquidação, a instituição recebeu outra oferta: a holding Fictor e um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos propuseram um aporte imediato de R$ 3 bilhões e a compra das ações do fundador Daniel Vorcaro, excluindo o Will Bank e o Master Investimentos.
Com a liquidação decretada pelo Banco Central, a proposta perdeu validade.
Liquidação do Banco Master: como ficam os correntistas e investidores?
CDBs a juros impossíveis
O sinal de alerta no mercado ficou mais evidente quando o banco passou a oferecer produtos financeiros com remunerações muito acima do padrão. O principal deles eram os CDBs emitidos pela instituição.
🔎 O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um investimento de renda fixa em que o investidor empresta dinheiro ao banco e recebe juros em troca. Essa remuneração pode ser pré-fixada (definida no momento da aplicação) ou pós-fixada (atrelada a indicadores como o CDI).
Segundo o planejador financeiro e especialista em investimentos Jeff Patzlaff, o problema não era o CDB em si, mas o que justificava taxas tão elevadas.
“No mercado financeiro, bancos saudáveis conseguem captar dinheiro barato, pagando algo entre 100% e 105% do CDI. Quando você via o Banco Master oferecendo 130%, 150% ou até 180% do CDI, isso não era generosidade — era um pedido de socorro”, diz o planejador.
Segundo o especialista, esse movimento foi uma tentativa de captar dinheiro rapidamente após o banco perder acesso a crédito barato de grandes instituições financeiras. Esses investidores já haviam interrompido os repasses porque os números do Master não fechavam havia algum tempo.
Sem acesso a crédito barato, o banco recorreu ao investidor pessoa física, oferecendo taxas "irresistíveis" para captar recursos rapidamente e tentar cobrir rombos operacionais.
O risco também estava na qualidade dos ativos utilizados pelo banco: “Para pagar 150% do CDI, o banco precisaria emprestar a 200% ou 300% para ter lucro. Isso só é possível quando você empresta para quem ninguém mais quer, como projetos duvidosos ou precatórios judiciais incertos.”
“As investigações indicam que o banco mantinha ativos ruins registrados como se fossem de boa qualidade e utilizava o dinheiro de novos investidores — captado por meio de CDBs com juros elevados — para pagar investidores antigos e manter a operação funcionando. Era uma dinâmica insustentável a longo prazo sem uma injeção real de capital, que nunca veio”, afirma Patzlaff.
Após o Banco Central vetar a compra do Banco Master pelo BRB, o mercado passou a desconfiar (ainda mais) da situação do banco. Isso levou muitos investidores a tentar vender, no mercado secundário, seus CDBs do Master para evitar ficar “presos” ao título até o vencimento.
Com a corrida por vendas, quase não havia compradores. Para atrair interessados, as taxas dos CDBs precisaram subir muito — chegando a 177% do CDI, ante os cerca de 120% praticados antes da crise.
O banco já vinha pagando taxas muito altas para captar recursos, e decisões ruins sobre o uso desse dinheiro deixaram a instituição perto do calote e da falência.
Quando os clientes tentaram se desfazer dos títulos, muitos não conseguiram vendê-los ou tiveram de aceitar descontos para encontrar compradores.
Infográfico - Entenda a polêmica dos CDBs do Banco Master
Arte/g1
Na mira das investigações
Segundo a Polícia Federal, as investigações envolvendo o Banco Master começaram em 2024, após uma requisição do Ministério Público Federal. O objetivo era apurar a possível "fabricação" de carteiras de crédito falsas por uma instituição financeira.
🔎 Esses títulos teriam sido repassados a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem a devida avaliação técnica.
Durante audiência na CPI do Crime Organizado, no Senado, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que o esquema de fraudes financeiras que levou à prisão do presidente do Banco Master e de quatro diretores pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões.
Segundo Rodrigues, apenas na casa de um dos investigados da operação Compliance Zero foram encontrados R$ 1,6 milhão em dinheiro. Ele explicou aos parlamentares que a PF atua em conjunto com o Banco Central e o Coaf na apuração de crimes relacionados ao sistema financeiro.
"Eu não sei quanto que nós vamos conseguir bloquear. Eu sei já que, em dinheiro, apreendemos na residência de um investigado R$ 1,6 milhão em dinheiro nessa operação de hoje", acrescentou o diretor na CPI do Crime Organizado.
Segundo as investigações:
O Banco Master emitiu R$ 50 bilhões em certificados de depósito bancário (CDBs) prometendo juros acima das taxas de mercado e sem comprovar que tinha liquidez, ou seja, que conseguiria pagar esses títulos no futuro.
Ao comprar um CDB, o cliente empresta o dinheiro ao banco e recebe juros em troca.
Para reforçar essa impressão de liquidez, o Master aplicou parte desses R$ 50 bilhões em ativos que não existem, comprando créditos de uma empresa chamada Tirreno.
O Master não pagou nada por essa compra, mas logo em seguida vendeu esses mesmos créditos ao BRB — que pagou R$ 12,2 bilhões, sem documentação, para "socorrer" o caixa do Banco Master.
Essas transações aconteceram no mesmo período em que o BRB tentava comprar o próprio Banco Master — e convencer os órgãos de fiscalização de que a transação era viável e não geraria risco aos acionistas do BRB, incluindo o governo do DF.
Banqueiro Daniel Vorcaro e 3 diretores do Banco Master são presos em operação da PF
O que acontece agora com o Banco Master?
Com a liquidação extrajudicial, todas as operações do Banco Master foram encerradas de imediato. A diretoria foi afastada e o Banco Central nomeou um liquidante, que passa a controlar a instituição.
Ele será responsável por identificar os bens do banco, levantar as dívidas, preservar documentos e dar início ao pagamento dos credores.
Com a liquidação, todas as obrigações do banco vencem antecipadamente e o FGC é acionado para ressarcir correntistas e investidores dentro do limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.
Além disso, o BC abre uma investigação própria para apurar as causas da quebra e possíveis irregularidades.
“A medida suspende todas as operações, afasta a administração e dá ao liquidante poderes amplos para organizar os ativos e passivos e iniciar os pagamentos”, explica Berlinque Cantelmo, advogado criminalista e sócio do RCA Advogados.
Ele destaca que os bens de controladores e ex-administradores ficam indisponíveis automaticamente, mecanismo previsto em lei para evitar a transferência de patrimônio.
Para Cantelmo, essa medida indica indícios de condutas graves. A operação da Polícia Federal, que investiga a emissão de títulos falsos e irregularidades contábeis, pode levar à responsabilização criminal por gestão fraudulenta, gestão temerária, falsidade documental, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas podem chegar a 12 anos de prisão.
Casos anteriores — como Banco Santos, Cruzeiro do Sul e Banco Nacional — seguiram caminhos semelhantes.
Como ficam os clientes do Banco Master?
De acordo com advogados consultados pelo g1, com a liquidação extrajudicial, o Master fica “congelado”. Ou seja, nada entra ou sai até que o liquidante nomeado pelo Banco Central organize ativos e credores.
Segundo Adilson Bolico, sócio do Mortari Bolico Advogados, é como se o banco “fechasse as portas para fazer um balanço”.
FGC e investimentos:
CDBs, LCIs, LCAs, poupança, depósitos à vista e letras de câmbio estão protegidos pelo FGC até R$ 250 mil por CPF, incluindo rendimento até a data da liquidação.
Quem tinha valores acima desse limite entra na lista de credores — que, conforme a advogada Patricia Maia, sócia do Barbosa Maia Advogados, deve ser publicada em até 30 dias — e só recebe pela massa falida, um processo mais demorado.
Fundos de investimento não dependem do FGC, pois o patrimônio é separado; apenas trocam de administrador.
Pagamentos, boletos e saques:
Saques e transferências ficam suspensos imediatamente. Pagamentos e débitos originados no Master deixam de ser executados até orientação do liquidante.
Já parcelas de empréstimos e financiamentos devem continuar sendo pagas normalmente, porque, como explica Patricia Maia, “bancos em liquidação podem continuar recebendo valores de tomadores”.
Clientes com dívidas e regras adicionais:
Quem deve ao Master continua responsável pelo pagamento — a liquidação não extingue obrigações. A rentabilidade dos investimentos só conta até o dia da decretação. Também vale lembrar o teto global do FGC: quem já recebeu garantias em outros bancos nos últimos 4 anos tem limite de R$ 1 milhão no total.
Fachada do Banco Master na cidade de Ssão Paulo, nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025.
Werther Santana/Estadão Conteúdo
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Pedido de vista no TCU adia decisão sobre megaterminal do Porto de Santos
Receita Federal intercepta 405 kg de cocaína no Porto de Santos com cães farejadores
O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), pediu vista (mais tempo para análise) do processo que trata da licitação do megaterminal de contêiners do Porto de Santos, o Tecon Santos 10. O ponto principal é a discussão sobre o modelo de leilão (entenda mais abaixo).
O empreendimento é o mais aguardado pelo setor e deve aumentar em 50% a capacidade de movimentação de contêiners no porto.
🔎 Com investimento estimado em R$ 6,45 bilhões e contrato inicial de 25 anos, renovável por até 70 anos, o Tecon Santos 10 ocupa uma área estratégica de 621,9 mil m² no cais do Saboó, no litoral de São Paulo.
O relator do caso, ministro Antônio Anastasia, defendeu que a licitação não deve ter restrições à participação de operadores. Caso uma empresa que já atue no complexo portuário vença o certame, porém, deverá se desfazer dos ativos que já possui no porto.
A proposta dele contraria a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que defende um leilão em duas fases. A autarquia propõe que na primeira fase os operadores que já controlam terminais de contêineres no Porto de Santos estariam impedidos de participar. Se essa etapa fosse deserta, seria aberta a segunda fase.
Nessa etapa, a licitação seria de participação geral, o que inclui os atuais incumbentes. Na hipótese de um deles vencer o certame, seria obrigado a promover, até a assinatura do novo contrato, o desinvestimento dos ativos que atualmente exploram.
A Antaq argumenta que essa estratégia reduziria o risco de maior concentração operacional e econômica sob o controle dos atuais operadores do complexo portuário.
Para o relator do caso, ministro Antônio Anastasia, embora a restrição pudesse ser considerada “lícita”, ela só se justificaria como medida excepcional e apenas se não houvesse alternativas. Na avaliação dele, esse não é o caso.
"No momento em que a Antaq pressupõe uma licitação em duas fases, e diz que na eventual segunda fase haverá um processo desinvestimento, está aí fotografada a possibilidade de um atual incumbente despir a roupagem de incumbente e vestir a roupagem de entrante", defendeu o ministro.
Segundo o ministro Anastasia, ao impor a condicionante de desinvestimento, afasta-se possíveis questões de concentração de mercado, já que o desinvestimento ocorreria previamente à assinatura do contrato.
No dia 8 de dezembro, o pedido de vista será devolvido, e o tribunal poderá voltar ao caso.
O pedido de vista já era esperado pelo setor. Agora, inicia-se uma “campanha voto a voto”, disse uma fonte do setor.
Isso porque o ministro revisor, Bruno Dantas, votou pela realização do leilão em duas fases, mas com vedação da participação dos donos de navios, os chamados, armadores, na primeira fase.
“Os armadores que têm terminais não ganham só com tarifas, eles ganham com a exclusão de outros armadores que poderiam ter linhas marítimas para aquele mesmo porto”, defendeu o ministro.
“O Porto de Santos, historicamente, tem 3 grandes terminais: uma é joint venture entre dois dos maiores armadores do mundo, a MSC e a Maersk. O segundo terminal, que era bandeira branca até o começo deste ano, é a Santos Brasil e neste ano foi vendido para um grupo francês”, completou.
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Chevrolet Captiva volta ao Brasil como SUV elétrico chinês por R$ 199.990; veja ficha técnica
Chevrolet lança 3 novos SUVs para o mercado brasileiro; veja detalhes e preços
A Chevrolet anunciou, nesta terça-feira (18), uma versão elétrica e totalmente renovada do Captiva, que chega ao Brasil por R$ 199.990.
O modelo segue o caminho do Spark EUV, que passou a ser produzido na China para enfrentar a concorrência dos veículos eletrificados no Brasil.
Enquanto no Brasil e em outros mercados o modelo é chamado de Captiva, na China o projeto nasceu como derivação quase idêntica do SUV Wuling Starlight S.
Embora siga a mesma estratégia do modelo lançado recentemente, o novo Captiva se posiciona acima dele. A principal diferença, além do preço cerca de R$ 50 mil mais alto, está nas dimensões, que são maiores até mesmo que as da Equinox (veja ficha técnica abaixo).
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O motor elétrico oferece tração dianteira, 201 cv de potência e 31,6 kgfm de torque imediato. O conjunto acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos, e as baterias garantem autonomia de até 304 km, suficiente para mover os 1.800 kg do SUV.
Chevrolet Captiva EV
Os números de desempenho não impressionam, mas os 403 litros do porta-malas chamam atenção, assim como os 2,8 metros de entre-eixos, que ampliam o espaço para as pernas dos ocupantes — especialmente os da segunda fileira.
Outro ponto que se destaca é a recarga. Segundo a Chevrolet, o novo Captiva EV leva apenas 30 minutos para ir de 30% a 80% de carga — desde que conectado a um eletroposto de 120 kW em um único cabo.
Por fora, o Captiva se destaca pelas linhas retas da iluminação de rodagem diurna (DRL), finas e modernas, seguindo o padrão dos modelos mais recentes da Chevrolet, como a Blazer e o antigo Bolt.
Internamente, as mudanças em relação à antiga versão a combustão são ainda mais significativas. O novo Captiva segue a linha dos veículos chineses — até porque é derivado de um deles. Isso se traduz em um painel minimalista, volante com poucos botões e uma central multimídia flutuante de grandes proporções.
Chevrolet Captiva EV
divulgação/Chevrolet
A tela tem 15,6 polegadas e utiliza um sistema diferente do MyLink encontrado nos modelos a combustão da marca, como Onix e Tracker. Por isso, ela não é integrada ao serviço de concierge OnStar, disponível em outros veículos da GM vendidos no Ocidente.
Itens de série do Chevrolet Captiva
Vendido apenas em uma versão no Brasil, estes são os itens de série do novo Chevrolet Captiva EV:
Central multimídia de 15,6 polegadas;
Espelhamento de Apple CarPlay e Android Auto sem fios;
Painel de instrumentos com 8,8 polegadas;
Câmera em 360 graus;
Piloto automático adaptativo;
Assistente de permanência em faixa;
Farol alto automático;
Alerta de colisão frontal;
6 airbags;
Porta-malas com abertura elétrica;
Banco do motorista com ajustes elétricos;
Teto solar panorâmico;
Carregador de celular por indução.
C
Com quem o Captiva concorre
Levando em conta o preço sugerido de R$ 199.990, encontramos um bom número de SUVs elétricos a venda no Brasil e que concorrem com o Captiva EV:
Geely EX5: a partir de R$ 205.800;
BYD Yuan Plus: a partir de R$ 235.990;
GAC Aion V: a partir de R$ 219.990;
MG S5: a partir de R$ 219.800;
Omoda E5: a partir de R$ 209.900.
Captiva pode ser fabricado no Brasil
O lançamento do Captiva EV marca a chegada do modelo importado da China. A estratégia é a mesma adotada para o Spark EUV, modelo menor que já tem montagem nacional assegurada.
Chevrolet Captiva EV
divulgação/Chevrolet
Para o Spark EUV, a fábrica recebe o veículo em kits parcialmente montados, importados da China (formato SKD). A montagem é feita por uma terceirizada, chamada de Comexport e que arrendou a antiga fábrica da Troller, em Horizonte (CE).
"É uma fabricação sobre todos os padrões de qualidade da Chevrolet, que são garantidos por nós. Eles não têm licenciamento de marca, ela é nossa", diz Fabio Rua, vice-presidente da General Motors Brasil.
O executivo acrescenta que a montagem em solo nacional facilita o abastecimento de peças para reparos ou substituições e reduz o tempo de espera — um problema comum em modelos recém-lançados.
Rua não revelou o percentual de itens produzidos no Brasil, mas garantiu que esse número aumentará com o tempo. "Já existem fornecedores sendo homologados. A tendência é aumentar o índice de nacionalização ao longo do tempo. Quem desenvolve estes fornecedores é a Comexport", diz.
A produção está prevista para começar em novembro deste ano, e a capacidade da Comexport é de até 7 mil veículos montados por ano. Se houver demanda pelo modelo, é possível ampliar.
Durante o lançamento do Spark EUV, Rua afirmou ao g1 que a Comexport pode receber mais modelos e expandir a montagem sem muita demora.
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Tem investimento no Banco Master? Saiba como reaver seu dinheiro pelo FGC
Liquidação do Banco Master: como ficam os correntistas?
Depois da liquidação extrajudicial do Banco Master, determinada pelo Banco Central nesta terça-feira (18), ao menos parte dos investidores e correntistas que mantinha recursos no Banco Master terá garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O FGC é uma associação privada, sem fins lucrativos, que integra o Sistema Financeiro Nacional e atua na manutenção da estabilidade do sistema, na prevenção de crises bancárias e na proteção de depositantes e investidores.
Na prática, funciona como um fundo privado que atua como um seguro. É ele quem garante que os recursos depositados ou investidos em um banco permaneçam protegidos caso a instituição financeira enfrente alguma crise ou dificuldade.
Os saldos de correntistas e investidores são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição.
No caso dos investidores, a cobertura varia conforme o tipo de aplicação. Estão dentro das regras do FGC:
CDB e Recibo de Depósito Bancário (RDB);
Letra de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCAs).
O FGC só atua em casos de intervenção ou liquidação de uma instituição financeira. A indenização considera o valor investido somado aos rendimentos acumulados até a data da liquidação, limitado ao teto de R$ 250 mil.
ENTENDA: O que é FGC e qual seu papel no caso do Banco Master?
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Tenho dinheiro no Master, o que acontece agora?
Embora exista a garantia, o pagamento do FGC não é imediato.
O processo tem início quando o liquidante envia ao fundo a lista completa de credores do banco — etapa que, em liquidações recentes, levou cerca de 30 dias. Com a lista consolidada, o FGC libera o acesso aos valores cobertos.
Com as informações recebidas, o FGC libera a solicitação no aplicativo para que os credores cadastrem a conta bancária, façam a validação da biometria e o envio de documentos.
"Todos os créditos enquadrados em nosso regulamento terão o processo de pagamento iniciado tão logo o levantamento dos dados dos credores seja concluído e disponibilizado ao FGC", diz o fundo em nota sobre a situação do Banco Master.
Para solicitar o ressarcimento:
Pessoas físicas: devem usar o aplicativo do FGC. Após realizar um cadastro básico, é necessário solicitar o pagamento da garantia;
Pessoas jurídicas: devem fazer o pedido diretamente pelo site da instituição.
Após a assinatura do termo de solicitação, o FGC informa que a liberação costuma ocorrer em até 48 horas úteis, desde que os dados estejam corretos.
Ainda assim, o período entre a decretação da liquidação e o pagamento aos investidores variou entre 14 e 40 dias nas operações mais recentes.
Para eventuais dúvidas, o FGC orienta que correntistas e investidores entrem em contato pelo e-mail atendimento.credores@fgc.org.br.
Veja o passo a passo para reembolso pelo FGC
Segundo o FGC, o pedido de pagamento da garantia para pessoas físicas deve ser feito pelo aplicativo do fundo, disponível no Google Play e na Apple Store.
"No aplicativo do FGC, você pode conferir as instituições em regime especial decretado pelo Banco Central e se já é possível solicitar o pagamento de garantia, além de receber notificações para acompanhar o seu pedido", informou o fundo.
Veja o passo a passo:
Baixe o aplicativo do FGC e complete o cadastro, informando nome completo, CPF e data de nascimento;
Solicite o pagamento de garantia. Essa etapa só ficará disponível após o envio, pelo liquidante, da lista completa de credores e valores devidos ao fundo.
Depois, basta informar uma conta bancária de sua titularidade para receber os recursos, realizar a validação biométrica e enviar eventuais documentos solicitados.
Para pessoas jurídicas, o FGC informa que o representante legal da empresa deve solicitar a garantia por meio do Portal do Investidor. Após o preenchimento das informações, o fundo envia um e-mail com o passo a passo necessário.
"O pagamento é feito por transferência para uma conta-corrente ou poupança, de mesmo CNPJ, em nome da empresa", informa o FGC.
Nos casos em que o pagamento precisar ser feito a inventariantes ou ao espólio, o FGC tratará diretamente com os beneficiários, não sendo possível fazer a solicitação pelo aplicativo.
⚠️ATENÇÃO: Valores que ultrapassarem o limite de cobertura do FGC, de R$ 250 mil, permanecerão sujeitos ao processo de liquidação do Banco Master. Nessa situação, o credor passa a integrar a massa falida como credor quirografário, sem garantia de recebimento dos valores.
O que aconteceu com o Banco Master?
O Banco Central decidiu nesta terça-feira (18) colocar o Banco Master sob administração especial temporária por 120 dias e decretar a liquidação extrajudicial do conglomerado.
🔎 A liquidação extrajudicial ocorre quando o Banco Central encerra as atividades de um banco que não tem mais condições de operar. Um liquidante assume o controle, fecha as operações, vende os bens e paga os credores na ordem prevista em lei, até extinguir a instituição. Nessa fase, as operações são finalizadas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional.
O Banco Master já enfrentava risco de falência devido ao alto custo de captação e a investimentos considerados arriscados. O caso mais conhecido era a emissão títulos de renda fixa, os CDBs, que pagavam até 40% acima da taxa média do mercado. (veja aqui o que acontece com investidores)
O presidente do banco, Daniel Vorcaro, foi preso ontem em uma operação da Polícia Federal. Além dele, seis dos sete mandados de prisão foram cumpridos pelos agentes, além de 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
O objetivo da operação é combater a venda de títulos de crédito falsos. Ou seja, a instituição emitia CDBs com a promessa de remunerar clientes com taxas muito superiores às praticadas pelo mercado, mas o pagamento não ocorria.
Segundo as investigações:
O Banco Master emitiu R$ 50 bilhões em certificados de depósito bancário (CDBs) prometendo juros acima das taxas de mercado e sem comprovar que tinha liquidez, ou seja, que conseguiria pagar esses títulos no futuro.
Ao comprar um CDB, o cliente empresta o dinheiro ao banco e recebe juros em troca.
Para reforçar essa impressão de liquidez, o Master aplicou parte desses R$ 50 bilhões em ativos que não existem, comprando créditos de uma empresa chamada Tirreno.
O Master não pagou nada por essa compra, mas logo em seguida vendeu esses mesmos créditos ao BRB — que pagou R$ 12,2 bilhões, sem documentação, para "socorrer" o caixa do Banco Master.
Essas transações aconteceram no mesmo período em que o BRB tentava comprar o próprio Banco Master — e convencer os órgãos de fiscalização de que a transação era viável e não geraria risco aos acionistas do BRB, incluindo o governo do DF.
Além disso, o Master era conhecido por comprar precatórios e investir em empresas em dificuldade.
Para evitar a quebra, foram realizadas tentativas de venda do banco, o que inclui uma proposta do BRB. Todas acabaram canceladas, envoltas em questionamentos, pressões políticas e falta de transparência.
A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial. Com a liquidação, qualquer negociação de compra em andamento é automaticamente interrompida.
Infográfico - Entenda a polêmica dos CDBs do Banco Master
Arte/g1
Prédio do Banco Master
TV Globo
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18/11 -
Antes de operação, MP de Contas alertou institutos de previdência social sobre aplicações no Banco Master
BC decreta liquidação extrajudicial do Banco Master
A Procuradoria do Ministério Público de Contas de São Paulo (MPC-SP) alertou, em abril deste ano, que ao menos cinco institutos de previdência social de servidores municipais do estado aplicaram centenas de milhões de reais no Banco Master.
A instituição foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta segunda-feira (17) e teve a liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central. Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, foi preso no aeroporto de Guarulhos. Ele estava tentando fugir do país em um avião particular para Malta, país na Europa.
Segundo a apuração do MPC-SP, os institutos de previdência de Cajamar, Araras, Santa Rita d’Oeste, Santo Antônio de Posse e São Roque investiram cerca de R$ 218 milhões em títulos de renda fixa do Master, a maior parte dessas aplicações feita em 2024.
O procurador responsável manifestou preocupação com o risco de perda do patrimônio desses institutos, no caso de possível decretação de falência do banco.
A reportagem pediu posicionamento à Prefeitura de Cajamar, ao Instituto de Previdência Social dos Servidores de Cajamar e ao TCE-SP, mas não obteve resposta até a última atualização deste texto.
Operação
Daniel Vorcaro foi alvo de uma operação que mira a venda de títulos de crédito falsos. A instituição emitia CDBs com a promessa de pagar ao cliente até 40% acima da taxa básica do mercado. No entanto, esse retorno era irreal. Segundo a PF, o esquema pode ter movimentado R$ 12 bilhões.
🔎 O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um investimento de renda fixa onde você empresta dinheiro para um banco e, em troca, recebe juros sobre o valor investido. Ele funciona com rentabilidade pré-fixada (taxa definida no momento da aplicação) ou pós-fixada (atrelada a um indicador como o CDI).
No total, a operação Compliance Zero cumpriu seis dos sete mandados de prisão. Quatro outros diretores do banco também foram presos. Havia ainda 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Após ser preso, Vorcaro foi levado para a Superintendência da PF em São Paulo. Procuradas pela reportagem, a defesa dele e a assessoria do banco ainda não se manifestaram.
A prisão aconteceu horas após o consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master — e pouco mais de um mês após o Banco Central ter rejeitado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília).
Na manhã desta terça, no entanto, o BC emitiu um comunicado decretando a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição. Com isso, qualquer negociação de compra em andamento é automaticamente interrompida.
O negócio com o grupo Fictor teria a participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos e previa um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar o caixa do Master, que passa por dificuldades financeiras. A compra ainda precisaria da aprovação do Banco Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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Liquidação do Banco Master: como ficam correntistas e investidores?
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Reprodução
A PF tinha uma operação prevista para esta terça, mas a prisão de Vorcaro foi antecipada diante da possibilidade de fuga dele.
Segundo investigadores, Vorcaro estava no banco na segunda-feira à tarde. Depois que saiu o comunicado da venda, ele pegou um helicóptero e foi para o aeroporto de Guarulhos.
Ele seguiu direto do terminal da aviação executiva para pegar um avião particular com destino a Malta. Para a PF, não há dúvidas de que ele estava em fuga - não porque soubesse da operação desta terça, mas porque queria estar longe depois que a notícia da venda do Master fosse tornada pública.
O objetivo é combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira.
Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
São investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
Além de presidente do Banco Master, diretores são alvo de mandados de prisão
BRB já tentou comprar
Antes da proposta da Fictor, o Banco de Brasília (BRB) já havia protagonizado uma tentativa frustrada de adquirir a instituição financeira de Daniel Vorcaro.
O BRB e o Master haviam anunciado a operação em março, mas o negócio foi barrado cinco meses depois pela diretoria colegiada do Banco Central — instância máxima do BC, composta pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e mais oito diretores.
Segundo a decisão, divulgada em setembro, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários, indicando a ausência de documentos que comprovassem a "viabilidade econômico-financeira".
A aprovação pelo BC seria o último passo para a conclusão do negócio, já que o Cade havia dado o aval à operação em junho.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia aprovado uma lei autorizando a compra – proposta e sancionada em tempo recorde pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, defensor da transação.
Anunciado em março, o acordo entre os bancos previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse:
49% das ações ordinárias
100% das preferenciais e
58% do capital total do Master.
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18/11 -
Fictor suspende operação de compra do Banco Master após liquidação extrajudicial
Banco Central determina a liquidação extrajudicial do Banco Master
O consórcio de investidores globais liderado pela Fictor Holding Financeira anunciou, nesta terça-feira (18), a suspensão da operação de compra do Banco Master.
"A operação de compra está suspensa, e nos colocamos à disposição das autoridades competentes para quaisquer esclarecimentos que julgarem necessários", disse a Fictor por meio de nota.
O grupo afirmou que tomou conhecimento da liquidação extrajudicial da instituição pelo Banco Central do Brasil (BC) por meio da imprensa e reforçou que a operação envolvendo o Banco Master estava "integralmente condicionada à análise e à aprovação prévia dos órgãos reguladores".
"Desde o início, conduzimos todas as etapas com total transparência, responsabilidade e estrita observância aos ritos estabelecidos pelas normas legais", informou a Fictor por meio de nota.
O consórcio liderado pela Fictor havia anunciado, na véspera, uma proposta de compra do Banco Master. A operação previa um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar a estrutura de capital da instituição e incluía a aquisição de todas as ações de Daniel Vorcaro, acionista controlador do Master.
➡️ A Fictor Holding Financeira é um grupo de participações e gestão de empresas que atua nos setores de serviços financeiros, indústria alimentícia e infraestrutura. O grupo também é patrocinador do Palmeiras.
O que aconteceu com o Banco Master?
O Banco Central decidiu nesta terça-feira (18) colocar o Banco Master sob administração especial temporária por 120 dias e decretar a liquidação extrajudicial do conglomerado.
🔎 A liquidação extrajudicial ocorre quando o Banco Central encerra as atividades de um banco que não tem mais condições de operar. Um liquidante assume o controle, fecha as operações, vende os bens e paga os credores na ordem prevista em lei, até extinguir a instituição. Nessa fase, as operações são finalizadas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional.
O Banco Master já enfrentava risco de falência devido ao alto custo de captação e a investimentos considerados arriscados. O caso mais conhecido era a emissão títulos de renda fixa, os CDBs, que pagavam até 40% acima da taxa média do mercado. (veja aqui o que acontece com investidores)
O presidente do banco, Daniel Vorcaro, foi preso ontem em uma operação da Polícia Federal. Além dele, seis dos sete mandados de prisão foram cumpridos pelos agentes, além de 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
O objetivo da operação é combater a venda de títulos de crédito falsos. Ou seja, a instituição emitia CDBs com a promessa de remunerar clientes com taxas muito superiores às praticadas pelo mercado, mas o pagamento não ocorria.
Segundo as investigações:
O Banco Master emitiu R$ 50 bilhões em certificados de depósito bancário (CDBs) prometendo juros acima das taxas de mercado e sem comprovar que tinha liquidez, ou seja, que conseguiria pagar esses títulos no futuro.
Ao comprar um CDB, o cliente empresta o dinheiro ao banco e recebe juros em troca.
Para reforçar essa impressão de liquidez, o Master aplicou parte desses R$ 50 bilhões em ativos que não existem, comprando créditos de uma empresa chamada Tirreno.
O Master não pagou nada por essa compra, mas logo em seguida vendeu esses mesmos créditos ao BRB — que pagou R$ 12,2 bilhões, sem documentação, para "socorrer" o caixa do Banco Master.
Essas transações aconteceram no mesmo período em que o BRB tentava comprar o próprio Banco Master — e convencer os órgãos de fiscalização de que a transação era viável e não geraria risco aos acionistas do BRB, incluindo o governo do DF.
Além disso, o Master era conhecido por comprar precatórios e investir em empresas em dificuldade.
Para evitar a quebra, foram realizadas tentativas de venda do banco, o que inclui uma proposta do BRB. Todas acabaram canceladas, envoltas em questionamentos, pressões políticas e falta de transparência.
A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial. Com a liquidação, qualquer negociação de compra em andamento é automaticamente interrompida.
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Banco Central determina a liquidação extrajudicial do Banco Master
Liquidação do Banco Master: como ficam correntistas e investidores?
Veja a nota na íntegra da Fictor Holding Financeira
O consórcio de investidores globais liderado pela Fictor Holding Financeira tomou conhecimento, pela imprensa, da decisão anunciada nesta terça-feira (18/11) referente à liquidação extrajudicial do Banco Master pelo Banco Central do Brasil, bem como das medidas adotadas pelas autoridades competentes em relação aos atuais controladores da instituição.
Como informado ontem, a operação envolvendo o Banco Master estava integralmente condicionada à análise e à aprovação prévia dos órgãos reguladores. Desde o início, conduzimos todas as etapas com total transparência, responsabilidade e estrita observância aos ritos estabelecidos pelas normas legais.
Reafirmamos nosso absoluto respeito ao Banco Central do Brasil e aos demais órgãos de supervisão e controle, assim como nosso compromisso com a integridade, a transparência e a estabilidade do sistema financeiro brasileiro.
A operação de compra está suspensa, e nos colocamos à disposição das autoridades competentes para quaisquer esclarecimentos que julgarem necessários. Por se tratar de tema sob análise das autoridades, o consórcio não comentará o mérito das investigações.
Infográfico - Entenda a polêmica dos CDBs do Banco Master
Arte/g1
Fachada do Banco Master na cidade de Ssão Paulo, nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025.
Werther Santana/Estadão Conteúdo
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*Esta reportagem está em atualização
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18/11 -
O que é FGC? Fundo vai garantir que parte dos investidores do Master tenham recursos de volta
Banco Central determina a liquidação extrajudicial do Banco Master
A liquidação extrajudicial do Banco Master, determinada pelo Banco Central nesta terça-feira (18), deixou investidores e correntistas apreensivos quanto à disponibilidade dos recursos aplicados no banco. Pelo menos parte dos depósitos mantidos no Master será garantida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O FGC é uma associação privada, sem fins lucrativos, que integra o Sistema Financeiro Nacional e atua na manutenção da estabilidade do sistema, na prevenção de crises bancárias e na proteção de depositantes e investidores.
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Na prática, funciona como um fundo privado que atua como um seguro. É ele quem garante que os recursos depositados ou investidos em um banco permaneçam protegidos caso a instituição financeira enfrente alguma crise ou dificuldade.
Os recursos do FGC vêm dos próprios bancos associados, que fazem contribuições mensais ao fundo. Em 2024, o FGC encerrou o ano com patrimônio de R$ 140,4 bilhões, um aumento de 12% em relação aos R$ 125,4 bilhões registrados no ano anterior.
Até setembro, o montante já havia alcançado R$ 153,5 bilhões, dos quais R$122 bilhões eram recursos líquidos em caixa para o exercício de sua atividade.
Mas é preciso cumprir algumas regras e limitações para garantir a devolução dos recursos. Veja abaixo quais são.
Liquidação do Banco Master: como ficam correntistas e investidores?
Quem está protegido pelo FGC?
Os saldos de correntistas e investidores são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição.
No caso dos investidores, a cobertura varia conforme o tipo de aplicação. Estão dentro das regras do FGC:
CDB e Recibo de Depósito Bancário (RDB);
Letra de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCAs).
O FGC só atua em casos de intervenção ou liquidação de uma instituição financeira. A indenização considera o valor investido somado aos rendimentos acumulados até a data da liquidação, limitado ao teto de R$ 250 mil.
⚠️ EXEMPLO: Quem tinha R$ 200 mil investidos e R$ 70 mil para receber em rendimentos terá acesso a até R$ 250 mil. O valor que exceder esse limite deve ser solicitado no processo de liquidação conduzido pelo BC.
Quem não está protegido pelo FGC?
Não têm direito à cobertura do FGC os investidores que aplicaram em produtos sem garantia do fundo, como:
Debêntures;
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs),;
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs);
Fundos de investimento;
Títulos emitidos fora do sistema de proteção.
Nesses casos, não há indenização automática: todo o valor investido entra integralmente na fila da liquidação e só poderá ser recuperado se houver recursos suficientes após o pagamento das obrigações prioritárias.
Segundo o advogado Eduardo Brasil, sócio do Fonseca Brasil Serrão Advogados, o tratamento é diferente para os investidores que possuem aplicações não cobertas pelo FGC.
“Esses recursos passam a integrar a massa de credores da liquidação, e a recuperação dependerá da venda de ativos e da capacidade financeira do banco ao longo do processo. O resultado pode ser pagamento integral, parcial ou até inexistente, dependendo do patrimônio disponível.”
E quando o saldo ultrapassa R$ 250 mil?
Quem possui valores acima do limite coberto pelo FGC precisa se habilitar como credor na liquidação. Para isso, é necessário acompanhar o site da empresa liquidante, onde serão publicadas as orientações e a lista de documentos exigidos.
🔎 O BC recomenda que o credor busque orientação jurídica para entender os prazos, organizar a documentação e garantir que todos os direitos sejam respeitados ao longo do processo.
Para saldos em conta corrente e poupança, vale a mesma regra aplicada aos investimentos cobertos: o FGC garante até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por instituição.
O valor que excede esse limite não é coberto e entra na fila da liquidação — tanto no caso de depósitos quanto de aplicações protegidas, como CDBs, RDBs e LCIs/LCAs.
⚠️ EXEMPLO: Um correntista com R$ 300 mil na poupança pode receber até R$ 250 mil pelo FGC. Os R$ 50 mil restantes entram no processo de liquidação e só serão pagos se houver recursos após o atendimento das prioridades legais, como dívidas trabalhistas e tributos.
Como reaver o saldo?
Embora exista a garantia, o pagamento do FGC não é imediato.
O processo tem início quando o liquidante envia ao fundo a lista completa de credores do banco — etapa que, em liquidações recentes, levou cerca de 30 dias. Com a lista consolidada, o FGC libera o acesso aos valores cobertos.
"Todos os créditos enquadrados em nosso regulamento terão o processo de pagamento iniciado tão logo o levantamento dos dados dos credores seja concluído e disponibilizado ao FGC", diz o fundo em nota sobre a situação do Banco Master.
Para solicitar o ressarcimento:
Pessoas físicas: devem usar o aplicativo do FGC. Após realizar um cadastro básico, é necessário solicitar o pagamento da garantia;
Pessoas jurídicas: devem fazer o pedido diretamente pelo site da instituição.
Após a assinatura do termo de solicitação, o FGC informa que a liberação costuma ocorrer em até 48 horas úteis, desde que os dados estejam corretos.
Ainda assim, o período entre a decretação da liquidação e o pagamento aos investidores variou entre 14 e 40 dias nas operações mais recentes.
Para eventuais dúvidas, o FGC orienta que correntistas e investidores entrem em contato pelo e-mail atendimento.credores@fgc.org.br.
Governo já havia apertado regras do FGC por conta do Banco Master
Em agosto deste ano, o governo federal já havia endurecido as regras para as instituições associadas ao FGC, em meio à crise provocada pelo Banco Master.
Isso ocorreu porque o banco adotou uma conduta considerada agressiva ao captar recursos via CDB, oferecendo taxas muito acima das praticadas por outras instituições.
A resolução do governo, aprovada em 1º de agosto durante uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), determinou que as instituições que ultrapassarem o limite de 60% de recursos captados com garantia do FGC deverão fazer uma contribuição adicional ao fundo.
As novas regras apertam o limite anterior, que era de 75%, e estabelecem um aumento na cobrança adicional.
Segundo o BC, a medida buscava elevar a contribuição de instituições cuja estratégia de captação "que possam ter efeito negativo sobre a estabilidade financeira”.
Além disso, o governo determinou que a instituição financeira que estiver “excessivamente alavancada” será obrigada a aplicar os recursos excedentes em ativos seguros, como títulos públicos federais. A medida busca “evitar a tomada de riscos excessivos por parte da instituição na aplicação em outros ativos”.
Nesses casos, considera-se excessivamente alavancada a instituição cujo volume de captações com garantia do FGC seja 10 vezes superior ao seu Patrimônio Líquido Ajustado.
Educação Financeira: saiba o que é o FGC
O que aconteceu com o Banco Master?
O Banco Central decidiu nesta terça-feira (18) colocar o Banco Master sob administração especial temporária por 120 dias e decretar a liquidação extrajudicial do conglomerado.
🔎 A liquidação extrajudicial ocorre quando o Banco Central encerra as atividades de um banco que não tem mais condições de operar. Um liquidante assume o controle, fecha as operações, vende os bens e paga os credores na ordem prevista em lei, até extinguir a instituição. Nessa fase, as operações são finalizadas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional.
O Banco Master já enfrentava risco de falência devido ao alto custo de captação e a investimentos considerados arriscados. O caso mais conhecido era a emissão títulos de renda fixa, os CDBs, que pagavam até 40% acima da taxa média do mercado. (veja aqui o que acontece com investidores)
O presidente do banco, Daniel Vorcaro, foi preso ontem em uma operação da Polícia Federal. Além dele, seis dos sete mandados de prisão foram cumpridos pelos agentes, além de 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
O objetivo da operação é combater a venda de títulos de crédito falsos. Ou seja, a instituição emitia CDBs com a promessa de remunerar clientes com taxas muito superiores às praticadas pelo mercado, mas o pagamento não ocorria.
Segundo as investigações:
O Banco Master emitiu R$ 50 bilhões em certificados de depósito bancário (CDBs) prometendo juros acima das taxas de mercado e sem comprovar que tinha liquidez, ou seja, que conseguiria pagar esses títulos no futuro.
Ao comprar um CDB, o cliente empresta o dinheiro ao banco e recebe juros em troca.
Para reforçar essa impressão de liquidez, o Master aplicou parte desses R$ 50 bilhões em ativos que não existem, comprando créditos de uma empresa chamada Tirreno.
O Master não pagou nada por essa compra, mas logo em seguida vendeu esses mesmos créditos ao BRB — que pagou R$ 12,2 bilhões, sem documentação, para "socorrer" o caixa do Banco Master.
Essas transações aconteceram no mesmo período em que o BRB tentava comprar o próprio Banco Master — e convencer os órgãos de fiscalização de que a transação era viável e não geraria risco aos acionistas do BRB, incluindo o governo do DF.
Além disso, o Master era conhecido por comprar precatórios e investir em empresas em dificuldade.
Para evitar a quebra, foram realizadas tentativas de venda do banco, o que inclui uma proposta do BRB. Todas acabaram canceladas, envoltas em questionamentos, pressões políticas e falta de transparência.
A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial. Com a liquidação, qualquer negociação de compra em andamento é automaticamente interrompida.
Infográfico - Entenda a polêmica dos CDBs do Banco Master
Arte/g1
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18/11 -
Saiba quem são os diretores do Banco Master presos pela PF nesta terça
Prisão do dono do Master envolve gestão fraudulenta
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de prisão contra o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e quatro diretores da instituição, nesta terça-feira (18), durante operação que mira um esquema de fraudes financeiras.
A prisão aconteceu horas após o consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master— e pouco mais de um mês após o Banco Central ter rejeitado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília).
Segundo a TV Globo apurou, sete mandados de prisão foram expedidos e cumpridos no âmbito da operação. Entre os presos estão Vorcaro e quatro diretores.
Veja a lista de presos ligados ao Banco Master:
Daniel Bueno Vorcaro, presidente
Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia
Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria
Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, consta como um dos sócios do banco
Augusto Ferreira Lima, ex-CEO
Também foram presos André Felipe de Oliveira Seixas Maia e Henrique Souza Silva Peretto, ambos sócios de empresas envolvidas no esquema.
O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor-executivo de finanças e controladoria da instituição foram afastados dos cargo por 60 dias, por decisão judicial.
Agente da PF conta dinheiro encontrado na casa de um dos dirigentes do Banco Master
Divulgação/PF
Investigações
As investigações começaram em 2025, após o Banco Central (BC) enviar um relatório informando das suspeitas.
Na manhã desta terça, o BC emitiu um comunicado decretando a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição. Com isso, o processo de compra está automaticamente interrompido.
🔎 A liquidação extrajudicial ocorre quando o Banco Central fecha um banco que não tem mais condições de funcionar. Um liquidante assume o controle, encerra as operações, vende os bens e paga os credores, até extinguir a instituição.
O negócio com o grupo Fictor teria a participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos e previa um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar o caixa do Master, que passa por dificuldades financeiras.
A compra ainda precisaria da aprovação do Banco Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Veja Mais
18/11 -
Banco Master: como ficam correntistas e investidores após a liquidação pelo BC?
Liquidação do Banco Master: como ficam os correntistas?
A decisão do Banco Central (BC) de colocar o Banco Master sob administração especial temporária e decretar sua liquidação extrajudicial despertou dúvidas entre correntistas e investidores, sobretudo entre aqueles que possuem CDBs emitidos pela instituição.
🔎 O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um investimento de renda fixa em que o investidor empresta dinheiro a um banco e recebe juros em troca. Essa remuneração pode ser pré-fixada (definida no momento da aplicação) ou pós-fixada (vinculada a um indicador, como o CDI).
A crise ganhou ainda mais destaque após a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, na segunda-feira (17). A Polícia Federal deteve o empresário no Aeroporto de Guarulhos, quando ele tentava fugir do país em um avião particular com destino a Malta, país na Europa.
A seguir, o g1 apresenta as principais dúvidas de correntistas e investidores do Banco Master.
Como funciona a liquidação de um banco?
O que é a proteção do FGC?
Quem não é protegido pelo FGC?
Quando o saldo ultrapassa R$ 250 mil
Como pedir o ressarcimento ao FGC
Quanto o FGC vai precisar aportar no caso do Banco Master?
Como ficam os pagamentos de quem tem dívida com o Banco Master?
As chaves PIX do Banco Master ainda vão funcionar?
Como funciona a liquidação de um banco?
A liquidação extrajudicial é um regime usado para encerrar as atividades de uma instituição financeira e retirá-la do Sistema Financeiro Nacional de forma organizada.
🔎 Esse mecanismo é acionado pelo BC quando há insolvência sem chance de recuperação ou quando ocorrem infrações graves às normas do setor, entre outras situações previstas em lei.
"Isso significa que o banco deixa imediatamente de operar e passa a ser retirado do sistema financeiro de maneira controlada e organizada", explica André Santa Cruz, doutor em Direito Comercial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Segundo Santa Cruz, os efeitos são imediatos: o banco interrompe suas operações, todos os contratos em andamento passam a ser considerados vencidos e qualquer ação judicial contra a instituição fica suspensa durante o processo de liquidação.
Com a decretação da liquidação, o processo fica sob responsabilidade de uma empresa indicada pelo BC. O profissional designado — o liquidante — deve levantar os bens do banco e suas dívidas para, posteriormente, organizar o pagamento dos credores na ordem prevista em lei.
Com isso, o liquidante passa a identificar os ativos do Banco Master — como imóveis, recursos em caixa e carteiras de crédito.
Paralelamente, ele deve mapear as dívidas — que incluem obrigações trabalhistas, tributos e débitos com outras instituições.
Somente após essa fase é iniciada a venda dos bens para o pagamento dos credores.
Em processos de liquidação, trabalhadores e credores tributários — como a Receita Federal e as Secretarias de Fazenda — geralmente têm prioridade na ordem de pagamento.
"Caso haja capital para pagar todos os credores, o que provavelmente não deve ocorrer, isso será feito durante o trâmite da liquidação", explica Bruno Boris, sócio do Bruno Boris Advogados.
O que é a proteção do FGC?
Para correntistas — aqueles que mantêm recursos em conta corrente, poupança ou têm pagamentos pendentes — os saldos são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição.
No caso dos investidores, a cobertura varia conforme o tipo de aplicação. Estão dentro das regras do FGC:
CDB e Recibo de Depósito Bancário (RDB);
Letra de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCAs).
O FGC só atua em casos de intervenção ou liquidação de uma instituição financeira. A indenização considera o valor investido somado aos rendimentos acumulados até a data da liquidação, limitado ao teto de R$ 250 mil.
⚠️ EXEMPLO: Quem tinha R$ 200 mil investidos e R$ 70 mil para receber em rendimentos terá acesso a até R$ 250 mil. O valor que exceder esse limite deve ser solicitado no processo de liquidação conduzido pelo BC.
Quem não é protegido pelo FGC?
Não têm direito à cobertura do FGC os investidores que aplicaram em produtos sem garantia do fundo, como:
Debêntures;
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs),;
Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs);
Fundos de investimento;
Títulos emitidos fora do sistema de proteção.
Nesses casos, não há indenização automática: todo o valor investido entra integralmente na fila da liquidação e só poderá ser recuperado se houver recursos suficientes após o pagamento das obrigações prioritárias.
Segundo o advogado Eduardo Brasil, sócio do Fonseca Brasil Serrão Advogados, o tratamento é diferente para os investidores que possuem aplicações não cobertas pelo FGC.
“Esses recursos passam a integrar a massa de credores da liquidação, e a recuperação dependerá da venda de ativos e da capacidade financeira do banco ao longo do processo. O resultado pode ser pagamento integral, parcial ou até inexistente, dependendo do patrimônio disponível.”
Quando o saldo ultrapassa R$ 250 mil
Quem possui valores acima do limite coberto pelo FGC precisa se habilitar como credor na liquidação. Para isso, é necessário acompanhar o site da empresa liquidante, onde serão publicadas as orientações e a lista de documentos exigidos.
🔎 O BC recomenda que o credor busque orientação jurídica para entender os prazos, organizar a documentação e garantir que todos os direitos sejam respeitados ao longo do processo.
Para saldos em conta corrente e poupança, vale a mesma regra aplicada aos investimentos cobertos: o FGC garante até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por instituição.
O valor que excede esse limite não é coberto e entra na fila da liquidação — tanto no caso de depósitos quanto de aplicações protegidas, como CDBs, RDBs e LCIs/LCAs.
⚠️ EXEMPLO: Um correntista com R$ 300 mil na poupança pode receber até R$ 250 mil pelo FGC. Os R$ 50 mil restantes entram no processo de liquidação e só serão pagos se houver recursos após o atendimento das prioridades legais, como dívidas trabalhistas e tributos.
Como pedir o ressarcimento ao FGC
Embora exista a garantia, o pagamento do FGC não é imediato.
O processo tem início quando o liquidante envia ao fundo a lista completa de credores do banco — etapa que, em liquidações recentes, levou cerca de 30 dias. Com a lista consolidada, o FGC libera o acesso aos valores cobertos.
"Todos os créditos enquadrados em nosso regulamento terão o processo de pagamento iniciado tão logo o levantamento dos dados dos credores seja concluído e disponibilizado ao FGC", diz o fundo em nota sobre a situação do Banco Master.
Para solicitar o ressarcimento:
Pessoas físicas: devem usar o aplicativo do FGC. Após realizar um cadastro básico, é necessário solicitar o pagamento da garantia;
Pessoas jurídicas: devem fazer o pedido diretamente pelo site da instituição.
Após a assinatura do termo de solicitação, o FGC informa que a liberação costuma ocorrer em até 48 horas úteis, desde que os dados estejam corretos.
Ainda assim, o período entre a decretação da liquidação e o pagamento aos investidores variou entre 14 e 40 dias nas operações mais recentes.
Para eventuais dúvidas, o FGC orienta que correntistas e investidores entrem em contato pelo e-mail atendimento.credores@fgc.org.br.
Quanto o FGC vai precisar aportar no caso do Banco Master?
O valor que o FGC precisará aportar no caso do Banco Master ainda não está claro. A estimativa só será possível após o liquidante nomeado pelo BC — a EFB Regimes Especiais de Empresas — enviar a lista completa de credores da instituição.
Esse levantamento costuma levar alguns dias e, em alguns casos, pode se estender por semanas até que todas as informações estejam consolidadas.
O dinheiro do FGC vem das próprias instituições financeiras. Todos os meses, bancos e demais instituições contribuem para manter o fundo.
Como ficam os pagamentos de quem tem dívida com o Banco Master?
Mesmo com a liquidação, quem possui empréstimos — incluindo crédito consignado — continua obrigado a pagar as parcelas normalmente. A liquidação não cancela contratos já assinados.
O liquidante assume a administração desses contratos e deverá informar como os pagamentos serão feitos daqui para frente, incluindo emissão de boletos, canais de atendimento e possíveis mudanças nos procedimentos.
Enquanto as orientações oficiais não forem divulgadas, o consumidor deve:
Manter os comprovantes de pagamentos anteriores;
Evitar atrasos;
Não pagar boletos enviados por terceiros até que haja comunicado oficial do liquidante.
As chaves PIX do Banco Master ainda vão funcionar?
Não. As chaves PIX registradas no Banco Master deixam de valer imediatamente, pois a instituição é retirada dos sistemas de pagamento ao entrar em liquidação.
Segundo a advogada Daniela Poli Vlavianos, do escritório Arman Advocacia, para continuar usando o PIX, o cliente precisa registrar uma nova chave em outro banco ou fintech de sua titularidade.
"Assim que a chave deixa de ser ativa quando a instituição é retirada do sistema, ela é liberada para novo registro pelo titular em outro banco ou fintech."
Infográfico - Entenda a polêmica dos CDBs do Banco Master
Arte/g1
Banco Master irá dividir suas operações de atacado e varejo
Crédito: Divulgação
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18/11 -
Dólar cai e fecha em R$ 5,31, à espera de dados dos EUA e após liquidação do Banco Master; bolsa recua
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou a sessão desta terça-feira (18) em queda de 0,26%, cotado a R$ 5,3177. O Ibovespa, principal índice da bolsa, encerrou com um recuo de 0,30%, aos 156.522 pontos.
O principal destaque do dia ficou com os desdobramentos da liquidação extrajudicial do Banco Master, anunciada pelo Banco Central (BC), e à prisão do presidente da instituição, Daniel Vorcaro. Além disso, investidores também aguardam a divulgação de novos dados de emprego nos Estados Unidos, após o fim do shutdown. (Entenda mais abaixo)
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▶️ A Polícia Federal prendeu, na noite de segunda-feira (17), Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Vorcaro foi preso em Guarulhos, enquanto tentava embarcar em um voo particular para Malta. A prisão aconteceu no âmbito da Operação Compliance Zero, que cumpre sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. A operação mira a venda de títulos de crédito falsos por parte da instituição.
▶️ A prisão de Vorcaro aconteceu apenas algumas horas após a Fictor Holding ter apresentado uma proposta de compra do Master. Na manhã desta terça, porém, o BC decidiu colocar a instituição sob administração especial temporária por 120 dias e decretar sua liquidação extrajudicial.
▶️ O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa — que já havia tentado comprar o Banco Master — foi afastado do cargo por decisão judicial. O diretor-executivo de finanças e controladoria do BRB, Dario Oswaldo Garcia Junior, também foi afastado.
▶️ Na bolsa, as ações de bancos caem diante das expectativas de como a liquidação extrajudicial do Banco Master pode afetar o setor.
Por volta das 17h, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuavam 1,87%, enquanto os papéis do Bradesco (BBDC4) caíam 0,67%. No Itaú (ITUB4), a baixa era de 0,07%. Já as units do BTG Pactual (BPAC11) e do Santander (SANB11) perdiam 0,66% e 0,12%, respectivamente.
▶️ No exterior, investidores aguardam a divulgação de novos dados de emprego nos Estados Unidos, após o fim da paralisação do governo norte-americano. Os destaques ficam com a ata do último encontro do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), na quarta-feira (19), e o relatório de empregos payroll, previsto para quinta (20).
▶️ Além disso, o mercado também aguarda os resultados da Nvidia. A valorização recente das ações de tecnologia preocupa o mercado e amplia a aversão ao risco, o que leva os principais índices acionários para baixo.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,40%;
Acumulado do mês: -1,15%;
Acumulado do ano: -13,95%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,77%;
Acumulado do mês: +4,67%;
Acumulado do ano: +30,13%.
A liquidação extrajudicial do Banco Master
O Banco Central decidiu nesta terça-feira (18) colocar o Banco Master sob administração especial temporária por 120 dias e decretar a liquidação extrajudicial do conglomerado. O presidente, Daniel Vorcaro, também foi preso ontem em uma operação da Polícia Federal.
O Banco Master já vinha sob risco de falência devido ao custo elevado de captação e à exposição a investimentos arriscados, como CDBs com juros muito acima do mercado.
🔎 A liquidação extrajudicial ocorre quando o Banco Central encerra as atividades de um banco que não tem mais condições de operar. Um liquidante assume o controle, fecha as operações, vende os bens e paga os credores na ordem prevista em lei, até extinguir a instituição. Nessa fase, as operações são finalizadas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional.
A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial. Com a liquidação, qualquer negociação de compra em curso é automaticamente interrompida.
O BC decretou a liquidação do Banco Master por entender que a instituição estava financeiramente comprometida, com forte deterioração de liquidez (falta de caixa suficiente) e descumprimento de regras do sistema financeiro, além de ignorar determinações do próprio BC.
O caso mais conhecido do Banco Master relacionado ao alto custo de captação e investimentos considerados arriscados era a emissão de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), títulos de renda fixa, que pagavam até 40% acima da taxa média do mercado.
O objetivo da operação é combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional.
O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, que atualmente está nos EUA, foi afastado do cargo por decisão judicial. O afastamento é pelo prazo de 60 dias, segundo o banco. O diretor-executivo de finanças e controladoria, Dario Oswaldo Garcia Junior, também foi afastado do cargo.
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À espera de novos dados nos EUA
Os investidores também seguem em compasso de espera pela divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos.
Além da expectativa pela divulgação da ata da última reunião do Fed amanhã, investidores também aguardam os novos dados de emprego do payroll, que voltará a ser divulgado após o fim da maior paralisação do governo norte-americano da história.
Os resultados da Nvidia, que devem ser divulgados na quarta-feira (19) também devem ficar no radar dos investidores.
Segundo analistas da XP, a companhia deve continuar no centro das discussões porque muitos acham que suas ações estão muito caras e têm dúvidas se o crescimento impulsionado pela inteligência artificial deve se manter à frente.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos fecharam em queda, refletindo preocupações com o alto preço das ações e a menor probabilidade de corte nos juros pelo Federal Reserve.
O Dow Jones recuou 1,07%, para 46.091,68 pontos. O S&P 500 caiu 0,82%, a 6.617,37 pontos, enquanto o Nasdaq teve baixa de 1,21%, a 22.432,85 pontos.
As bolsas europeias fecharam em queda, acompanhando o clima negativo nos mercados globais. Assim como nos EUA, as preocupações com empresas de tecnologia e a redução das expectativas de corte nos juros pelo Fed pesaram sobre os índices.
O índice STOXX 600 caiu 1,76%, a 561,62 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 1,27%, a 9.552,30 pontos; em Frankfurt, o DAX perdeu 1,77%, a 23.173,05 pontos; em Paris, o CAC 40 caiu 1,86%, a 7.967,93 pontos.
Na Ásia, os mercados encerraram o dia em queda, pressionados pelo setor de novas energias.
Em Tóquio, o Nikkei caiu 3,2%, a 48.702 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 1,72%, a 25.930 pontos; em Xangai, o SSEC perdeu 0,81%, a 3.939 pontos; e o CSI300 caiu 0,65%, a 4.568 pontos.
Em Seul, o Kospi teve baixa de 3,32%, a 3.953 pontos; Taiwan registrou queda de 2,52%, a 26.756 pontos; e Cingapura recuou 0,80%, a 4.507 pontos.
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
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18/11 -
'Para ter chegado a esse ponto, processo deve estar muito robusto', diz Haddad sobre liquidação do banco Master
Haddad fala sobre liquidação do Banco Master: 'Processo deve estar muito robusto'
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou se aprofundar em declarações sobre a liquidação extrajudicial do banco Master, e a prisão de Daniel Vorcaro, dono da instituição financeira.
Mas, em conversa com jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda, em Brasília, ele avaliou que o processo, conduzido pelo Banco Central, deve estar "muito robusto".
"Não vou comentar porque é um assunto do Banco Central, mas vocês acompanharam todo o processo. Enfim, o Banco Central é o órgão regulador do sistema financeiro, e eu tenho certeza que, pra ter chegado a esse ponto, todo esse processo deve estar muito robusto", declarou o ministro Haddad.
Liquidação extrajudicial
O processo de liquidação extrajudicial, determinado pelo Banco Central para o banco Master, é um regime que se destina a interromper o funcionamento de uma instituição e promover sua retirada, de forma organizada, do sistema financeiro nacional.
"É adotada quando ocorrer situação de insolvência irrecuperável ou quando forem cometidas graves infrações às normas que regulam sua atividade, entre outras hipóteses legais", explica o Banco Central, em sua página na internet.
A decisão veio um dia após a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição de Daniel Vorcaro — e pouco mais de dois meses depois de o BC ter vetado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília). Vorcaro também foi preso em operação da Polícia Federal.
No regime, as atividades operacionais da instituição são interrompidas e todas as suas obrigações são consideradas vencidas.
Nesse caso, segundo o BC, os fundos garantidores de crédito protegem determinados recursos depositados ou investidos em suas instituições associadas.
No caso do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), por exemplo, garante até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira ou conglomerado, com um limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Esse valor cobre depósitos e investimentos como CDBs, LCIs, LCAs, poupança e letras de câmbio, em caso de quebra da instituição.
Haddad prefere não comentar
Haddad afirmou preferir não comentar o assunto, por estar na área de atuação do Banco Central, que preza pela solidez do sistema financeiro nacional.
"Ele [Banco Central] que tem as informações todas, eu penso que o Banco Central vai dando as informações na medida do andamento do processo de liquidação. O que cabe a fazenda é dar suporte as consequências desse ato, se houver", acrescentou ele.
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18/11 -
Quem é Daniel Vorcaro, dono do Banco Master preso pela PF
Além de presidente do Banco Master, diretores são alvo de mandados de prisão
Dono e controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, é um banqueiro brasileiro de 42 anos alvo de uma investigação federal sobre fraudes financeiras.
Ele foi preso pela Polícia Federal na segunda-feira (17) ao tentar embarcar para a Europa em um avião particular que sairia do Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Para a PF, não há dúvidas de que ele iria fugir do país.
Procurada, a defesa dele "nega veementemente que ele estivesse fugindo do país. Afirma que o destino final do voo era Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde Vorcaro pretendia se encontrar com parte dos compradores Banco Master".
A operação mira a venda de títulos de crédito falsos. Na prática, o Banco Master emitia CDBs com a promessa de pagar ao cliente até 40% acima da taxa básica do mercado. No entanto, isso não acontecia.
A decisão veio um dia depois de a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição — e pouco mais de um mês após o BC ter rejeitado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília).
Nascido em 6 de outubro de 1983, em Belo Horizonte, Vorcaro pertence a uma geração de empreendedores que expandiu atuação para setores financeiros, tecnológicos e corporativos.
Com formação em Economia e MBA em Business/Managerial Economics pelo Ibmec, ele começou a ganhar as manchetes após o Banco Master, controlado por ele, firmar negócios vultosos com o governo do Distrito Federal (GDF), por meio do Banco de Brasília (BRB).
O BRB, banco público do DF, comprou títulos de crédito emitidos pelo Banco Master. Esses papéis fazem parte das operações investigadas pela PF na Operação Compliance Zero, deflagrada nesta terça-feira (18).
Ele ainda é acionista da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG. Vorcaro é dono de 20,2% da SAF do Atlético, por meio do Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP). A origem do dinheiro é investigada por possível conexão com o PCC.
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Reprodução
Operação da PF
A operação da PF investiga suspeitas de emissão e negociação de títulos de crédito falsos pelo Banco Master.
Segundo a PF, o banco dirigido por Vorcaro teria criado papéis sem lastro ou com informações fraudulentas. Os títulos eram apresentados como ativos legítimos, mas não tinham valor real. Isso configuraria crimes de gestão fraudulenta e falsidade documental.
A investigação aponta que havia uma estrutura organizada no Banco Master para sustentar a fraude, envolvendo dirigentes e colaboradores.
A operação da PF estava prevista só para esta terça, mas a prisão de Vorcaro foi antecipada diante da situação. No total, foram cumpridos sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em diversos estados.
O objetivo é combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira.
Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
São investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
Liquidação extrajudicial
Agências do Banco Master e do Banco de Brasília.
Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
A prisão de Daniel Vorcaro aconteceu horas após um consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master.
Na manhã desta terça, o Banco Central emitiu um comunicado decretando a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição.
O negócio com o grupo Fictor teria a participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos e previa um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar o caixa do Master, que passa por dificuldades financeiras. A compra ainda precisaria da aprovação do Banco Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade.
O Banco Master foi fundado em 1996, em Belo Horizonte, originalmente com o nome Banco Investmaster, por um grupo de empresários mineiros ligados ao setor financeiro.
Em 2018, o banco passou por uma reestruturação e mudança de marca, tornando-se Banco Master. Nesse processo, Daniel Vorcaro assumiu o controle da instituição, reposicionando-a no mercado com foco em emissão de títulos de crédito e operações estruturadas.
O banco se especializou em criar e negociar debêntures, notas promissórias e outros papéis de crédito, oferecendo esses ativos a investidores e instituições financeiras. Além do banco, o grupo mantinha a Master S.A. Corretora de Câmbio, voltada para operações cambiais e de intermediação financeira.
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Reprodução
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18/11 -
Banco Central determina a liquidação extrajudicial do Banco Master
BC decreta liquidação extrajudicial do Banco Master
O Banco Central decidiu nesta terça-feira (18) colocar o Banco Master sob administração especial temporária por 120 dias e decretar a liquidação extrajudicial do conglomerado.
A decisão foi tomada um dia após a Fictor Holding apresentar uma proposta de compra da instituição de Daniel Vorcaro — e pouco mais de dois meses depois de o BC rejeitar a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília).
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Vorcaro também foi preso ontem em uma operação da Polícia Federal. (veja mais abaixo)
🔎 A liquidação extrajudicial ocorre quando o Banco Central encerra as atividades de um banco que não tem mais condições de operar. Um liquidante assume o controle, fecha as operações, vende os bens e paga os credores na ordem prevista em lei, até extinguir a instituição. Nessa fase, as operações são finalizadas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional.
No ofício assinado pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a liquidação do Banco Master se justifica "em razão do comprometimento da situação econômico-financeira da instituição, com deterioração da situação de liquidez, bem como por infringência às normas que disciplinam a atividade bancária e inobservância das determinações do Banco Central do Brasil".
A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial. Com a liquidação, qualquer negociação de compra em andamento é automaticamente interrompida.
O Banco Master já enfrentava risco de falência devido ao alto custo de captação e a investimentos considerados arriscados. O caso mais conhecido era a emissão títulos de renda fixa, os CDBs, que pagavam até 40% acima da taxa média do mercado. (veja aqui o que acontece com investidores)
Além disso, o Master era conhecido por comprar precatórios e investir em empresas em dificuldade.
Para evitar a quebra, foram realizadas tentativas de venda do banco, o que inclui uma proposta do BRB. Todas acabaram canceladas, envoltas em questionamentos, pressões políticas e falta de transparência. (saiba mais abaixo)
A decisão do BC atinge quatro empresas do conglomerado Master: Banco Master S/A, Master de Investimento, Letsbank e Master Corretora.
O Banco Master Múltiplo, ligado ao grupo, está sob Regime Especial de Administração Temporária (RAET), medida usada quando a paralisação total da instituição pode gerar risco ao sistema financeiro, que busca garantir a continuidade do Wil Bank, comprado pelo grupo em 2024.
Liquidação do Banco Master: como ficam correntistas e investidores?
PF prende Daniel Vorcaro
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Na noite desta segunda-feira (17), a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro no Aeroporto de Guarulhos, durante a Operação Compliance Zero. Segundo investigadores, ele tentava fugir do país em um avião particular com destino a Malta, país na Europa.
Além de Vorcaro, seis dos sete mandados de prisão foram cumpridos pelos agentes, além de 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
O objetivo da operação é combater a venda de títulos de crédito falsos. Ou seja, a instituição emitia CDBs com a promessa de remunerar clientes com taxas muito superiores às praticadas pelo mercado, mas o pagamento não ocorria.
As investigações começaram em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para apurar a possível fabricação de carteiras de crédito sem lastro por uma instituição financeira.
Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do BC, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.
São investigados crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
Fictor anuncia compra do Banco Master
Consórcio liderado pelo grupo Fictor Holding Financeira anuncia compra do Banco Master
A Fictor Holding Financeira havia apresentado nesta segunda-feira (17) uma proposta de aquisição do Banco Master. Estava previsto um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar a estrutura de capital da instituição.
➡️ A Fictor Holding Financeira é um grupo de participações e gestão de empresas que atua nos setores de serviços financeiros, indústria alimentícia e infraestrutura.
Liderado pela Fictor, o consórcio para compra do banco também contava com investidores dos Emirados Árabes. A operação ainda dependia da aprovação do BC e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Após a Operação Compliance Zero, o grupo anunciou a suspensão da compra do Master.
"A operação de compra está suspensa, e nos colocamos à disposição das autoridades competentes para quaisquer esclarecimentos que julgarem necessários", disse a Fictor por meio de nota.
O grupo afirmou que tomou conhecimento da liquidação extrajudicial pela imprensa e reforçou que a operação envolvendo o Master estava "integralmente condicionada à análise e à aprovação prévia dos órgãos reguladores".
"Desde o início, conduzimos todas as etapas com total transparência, responsabilidade e estrita observância aos ritos estabelecidos pelas normas legais", informou a Fictor.
BRB já tentou comprar
Antes da proposta da Fictor, o Banco de Brasília (BRB) já havia protagonizado uma tentativa frustrada de adquirir a instituição financeira de Daniel Vorcaro. Relembre o caso aqui.
O BRB e o Master haviam anunciado a operação em março, mas o negócio foi barrado cinco meses depois pela diretoria colegiada do BC, composta pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e mais oito diretores.
Segundo a decisão divulgada em setembro, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários, apontando a ausência de documentos que comprovassem a "viabilidade econômico-financeira".
A aprovação pelo BC seria o último passo para a conclusão do negócio, já que o Cade havia dado o aval à operação em junho.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia aprovado uma lei autorizando a compra — proposta e sancionada em tempo recorde pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, defensor da transação.
Anunciado em março, o acordo entre os bancos previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse:
49% das ações ordinárias
100% das preferenciais e
58% do capital total do Master.
O que diz o Banco Central
Em nota, o Banco Central informou que a decisão de liquidar o Banco Master foi motivada por uma grave crise de liquidez, forte deterioração financeira e violações às normas do setor.
O conglomerado, de porte pequeno e classificado no segmento S3 — que reúne instituições com exposição entre 0,1% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB) — respondia por 0,57% dos ativos e 0,55% das captações do sistema financeiro nacional, segundo a autoridade monetária.
A autarquia ressaltou que, com a intervenção, os bens dos controladores e ex-administradores do banco foram bloqueados. O Banco Central informou ainda que seguirá investigando responsabilidades, o que pode resultar em sanções administrativas e comunicação a outras autoridades.
Leia o comunicado na íntegra:
O Banco Central decretou hoje, 18 de novembro de 2025, a liquidação extrajudicial do Banco Master S/A, do Banco Master de Investimento S/A, do Banco Letsbank S/A, e da Master S/A Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, bem como Regime Especial de Administração Temporária (RAET) do Banco Master Múltiplo S/A, instituições integrantes do Conglomerado Master.
Trata-se de conglomerado prudencial bancário, classificado como de crédito diversificado, porte pequeno e enquadrado no segmento S3 da regulação prudencial, tendo como instituição líder o Banco Master S/A.
O conglomerado detém 0,57% do ativo total e 0,55% das captações totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
A decretação do regime especial nas instituições foi motivada pela grave crise de liquidez do Conglomerado Master e pelo comprometimento significativo da sua situação econômico-financeira, bem como por graves violações às normas que regem a atividade das instituições integrantes do SFN.
No tocante ao Banco Master Múltiplo S/A, a opção pelo RAET mostrou-se a mais adequada tendo em vista a possibilidade concreta de solução que preserva o funcionamento da sua controlada Will Financeira.
O Banco Central continuará tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades nos termos de suas competências legais. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas sancionadoras de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis. Nos termos da lei, ficam indisponíveis, a partir de hoje, os bens dos controladores e dos ex-administradores das instituições objeto dos regimes especiais decretados.
Infográfico - Entenda a polêmica dos CDBs do Banco Master
Arte/g1
Banco Master irá dividir suas operações de atacado e varejo
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18/11 -
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no aeroporto de Guarulhos
Além de presidente do Banco Master, diretores são alvo de mandados de prisão
A Polícia Federal prendeu na segunda-feira (17) Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, no aeroporto de Guarulhos. Segundo investigadores, ele estava tentando fugir do país em um avião particular para Malta, país na Europa.
Ele foi alvo de uma operação que mira a venda de títulos de crédito falsos. A instituição emitia CDBs com a promessa de pagar ao cliente até 40% acima da taxa básica do mercado. No entanto, esse retorno era irreal. Segundo a PF, o esquema pode ter movimentado R$ 12 bilhões.
🔎 O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um investimento de renda fixa onde você empresta dinheiro para um banco e, em troca, recebe juros sobre o valor investido. Ele funciona com rentabilidade pré-fixada (taxa definida no momento da aplicação) ou pós-fixada (atrelada a um indicador como o CDI).
No total, a operação Compliance Zero cumpriu todos os sete mandados de prisão, incluindo Angelo Antônio Ribeiro da Silva, um dos sócios do banco, que se apresentou à polícia na capital paulista. Quatro outros diretores do banco também foram presos. Havia ainda 25 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Após ser preso, Vorcaro foi levado para a Superintendência da PF em São Paulo. A defesa dele "nega veementemente que ele estivesse fugindo do país. Afirma que o destino final do voo era Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde Vorcaro pretendia se encontrar com parte dos compradores Banco Master".
O empresário passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida, mesmo diante dos argumentos da defesa de que Vorcaro está afastado da gestão do banco por ordem judicial e de que teve o passaporte apreendido.
Na audiência, os advogados asseguraram que o cliente não estava fugindo do país, mas sim se deslocando para uma reunião com investidores em Dubai . A defesa deve ingressar com habeas corpus nesta quarta (19).
A prisão aconteceu horas após o consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master — e pouco mais de um mês após o Banco Central ter rejeitado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília).
Na manhã desta terça, no entanto, o BC emitiu um comunicado decretando a liquidação extrajudicial do Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição. Com isso, qualquer negociação de compra em andamento é automaticamente interrompida.
O negócio com o grupo Fictor teria a participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos e previa um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar o caixa do Master, que passa por dificuldades financeiras. A compra ainda precisaria da aprovação do Banco Central do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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Operação da PF
PF prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
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A PF tinha uma operação prevista para esta terça, mas a prisão de Vorcaro foi antecipada diante da possibilidade de fuga dele.
Segundo investigadores, Vorcaro estava no banco na segunda-feira à tarde. Depois que saiu o comunicado da venda, ele pegou um helicóptero e foi para o aeroporto de Guarulhos.
Ele seguiu direto do terminal da aviação executiva para pegar um avião particular com destino a Malta. Para a PF, não há dúvidas de que ele estava em fuga - não porque soubesse da operação desta terça, mas porque queria estar longe depois que a notícia da venda do Master fosse tornada pública.
O objetivo é combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira.
Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
São investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
Além de presidente do Banco Master, diretores são alvo de mandados de prisão
BRB já tentou comprar
Antes da proposta da Fictor, o Banco de Brasília (BRB) já havia protagonizado uma tentativa frustrada de adquirir a instituição financeira de Daniel Vorcaro.
O BRB e o Master haviam anunciado a operação em março, mas o negócio foi barrado cinco meses depois pela diretoria colegiada do Banco Central — instância máxima do BC, composta pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e mais oito diretores.
Segundo a decisão, divulgada em setembro, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários, indicando a ausência de documentos que comprovassem a "viabilidade econômico-financeira".
A aprovação pelo BC seria o último passo para a conclusão do negócio, já que o Cade havia dado o aval à operação em junho.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia aprovado uma lei autorizando a compra – proposta e sancionada em tempo recorde pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, defensor da transação.
Anunciado em março, o acordo entre os bancos previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse:
49% das ações ordinárias
100% das preferenciais e
58% do capital total do Master.
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Registro, emplacamento e CNH: novas regras para ciclomotores entram em vigor em 2026; entenda
CNH, capacete e novas regras: o que muda para ciclomotores e bikes elétricas em 2026
Os ciclomotores, bicicletas elétricas e veículos autopropelidos — como patinetes, skates e até cadeiras de rodas com motor elétrico — terão novas regras a partir de 2026.
As normas, aprovadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em junho de 2023, definem o enquadramento dos ciclomotores e trazem regras sobre equipamentos obrigatórios e de proteção, e regulam a necessidade de registro, emplacamento e até CNH para determinadas categorias.
Entenda nesta reportagem:
Quais são as regras para cada tipo de veículo?
O que define se um veículo é bicicleta, bicicleta elétrica, ciclomotor ou autopropelido?
Existem exceções para algum dos veículos?
Ciclomotor pode levar multa?
Quais são as regras para cada tipo de veículo?
O Contran estipulou as seguintes regras para cada tipo de veículo em circulação no Brasil:
Novas regras para ciclomotores entram em vigor em 2026
arte/g1
As regras passarão a ser fiscalizadas a partir de janeiro de 2026. A maior mudança fica por conta dos ciclomotores, que passarão a exigir:
CNH nas categorias A (motos) ou ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor);
Uso de capacete; e
Emplacamento.
Cada estado pode regular de acordo com suas necessidades. Em alguns estados, como o Rio de Janeiro, existe até mesmo a previsão de pagamento do IPVA para estes veículos.
Volte ao início.
O que são bicicleta, bicicleta elétrica, ciclomotor e autopropelido?
Segundo as novas regras, estes são os aspectos que definem uma bicicleta:
Veículo de propulsão humana;
Dotado de duas rodas.
Estas são as definições para um veículo autopropelido:
Equipamento com uma ou mais rodas;
Pode ter, ou não, sistema automático de equilíbrio;
Tem motor de, no máximo, 1 kW (1.000 watts);
Velocidade máxima de fabricação em 32 km/h;
Largura não superior a 70 cm;
Distância entre eixos de até 130 cm.
Já para bicicleta elétrica, estas são as definições que caracterizam o veículo:
Veículos de propulsão humana;
Com duas rodas;
Motor auxiliar de propulsão de, no máximo, 1 kW (1.000 watts);
Motor só pode funcionar quando o usuário pedala;
Não pode ter acelerador;
Velocidade máxima de propulsão em 32 km/h.
Estas são as regras que definem um ciclomotor:
Veículo de duas ou três rodas;
Motor a combustão de até 50 cilindradas ou motor elétrico de até 4 kW (4.000 watts);
Velocidade máxima de 50 km/h.
Volte ao início.
Existem exceções para algum dos veículos?
Sim, segundo a resolução do Contran, estão isentos das novas regras os veículos:
Veículos de uso exclusivo fora de estrada;
Veículos de competição;
Equipamentos destinados à locomoção de pessoas com deficiência ou com comprometimento de mobilidade;
Volte ao início.
Patinetes, monociclos, bicicletas elétricas, pequenas motos e ciclomotores são veículos de micromobilidade.
Raoni Alves / g1 Rio
Ciclomotor pode levar multa?
A resolução prevê que o ciclomotor pode ser multado se:
Transitar em local não permitido: infração média, multa de R$ 130,16 e 4 pontos na CNH;
Transitar em calçadas, passeios, ciclovias, exceto nos casos autorizados pela autoridade de trânsito: infração gravíssima, multa de R$ 880,41 e 7 pontos na CNH;
Veículo for conduzido sem placa de identificação: infração gravíssima, multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH;
Conduzir veículo que não esteja registrado e licenciado: infração gravíssima, multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH;
Quando conduzir ciclomotor sem o uso de capacete ou transportar passageiro sem o uso do capacete: infração gravíssima, multa de R$ 293,47, 7 pontos na CNH e suspensão da CNH;
Quando transitar com ciclomotores nas vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas de rolamento próprias: infração gravíssima, multa de R$ 293,47, 7 pontos na CNH.
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18/11 -
Como é possível combinar agro e desmatamento zero
Fazenda de soja é certificada por ter desmatamento zero
O Código Florestal brasileiro prevê o desmatamento legal: ele impõe limites diferentes, conforme o bioma. Mas, ainda que seja permitida por lei, essa ação também emite gases efeito estufa, que aquecem o planeta.
E o aumento da temperatura afeta o agro: para cada grau a mais, a soja perde 6% de produtividade e o milho, 8%, diz André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Então, seria possível combinar o cultivo com desmatamento zero?
O Globo Rural do dia 9 de novembro mostrou um exemplo disso no Matopiba, a região nomeada com as iniciais dos estados que ela abrange: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
O Matopiba concentra o desmatamento no cerrado, que segue sendo o bioma mais pressionado pela expansão agropecuária e pela abertura de novas áreas de cultivo, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Ele é considerado crucial para o equilíbrio climático e a conservação dos recursos hídricos do país.
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No município de Loreto, no Maranhão, uma propriedade que produz soja e milho e mantém 35% de reserva ambiental, o limite exigido por lei. E ali não ocorrem desmatamentos desde 2012.
A área de cerrado, além de ser preservada, é monitorada. São quase 3.000 hectares de mata nativa.
"Nós sabemos que é uma região aonde ainda, infelizmente, existem muitos incêndios criminosos e sempre a gente precisa monitorar a composição florística dessa floresta", diz Sabrina Campos, engenheira florestal e gerente de meio ambiente.
"A gente precisa saber como ela está hoje para que, se futuramente ela for degradada pelo fogo, a gente (possa) chegar nesse nível (novamente)."
Todos os cuidados com a reserva preservada há 13 anos renderam para a fazenda uma certificação internacional chamada Round Table on Responsible Soy, a RTRS.
Segundo a Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen), uma das encarregadas de certificar as propriedades, 50% da produção do Maranhão tem o selo.
Os guardiões do campo nativo: como pequenos pecuaristas estão regenerando o Pampa
Critérios e vantagens da certificação
A premissa básica para uma propriedade receber a RTRS é ter desmatamento zero desde 2016. E existem outros 150 indicadores para avaliar se a fazenda cumpre os requisitos para a certificação.
Auditores realizam a vistoria uma vez por ano. Eles observam extintores, refeitório, local onde são armazenados os agrotóxicos, entre outros pontos.
Além do crédito RTRS, que varia entre US$ 1 a US$ 3 por tonelada de soja ou milho certificado, o produtor tem taxas reduzidas de financiamento, além de poder comprar máquinas com taxas diferenciadas.
"Tem milhões de hectares que podem legalmente ser desmatados e que o serão porque é um direito do produtor. Agora, se a sociedade entende que aquele recurso deve ser preservado, de alguma maneira, ela precisa de incentivar o produtor", diz Guimarães, do Ipam.
O pagamento por serviços ambientais foi instituído por lei em 2021, mas ainda hoje não é aplicado na prática.
"Falta regulamentação. É necessário um decreto regulamentador que estabeleça as condições de como isso deve ser processado", resume João Paulo Copobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente.
Veja a reportagem completa:
O cerrado foi o bioma mais devastado em 2024
Saiba mais sobre os desafios do agro que são tema da COP30, em Belém:
Começa a conferência sobre mudanças climáticas
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18/11 -
Empréstimo ajuda indígenas a recuperar Mata Atlântica: 'Pensava que não tinha como conseguir'
Como indígenas usam financiamento do governo para montar agroflorestas
"Às vezes tem plantio, não tem árvore, rapaz desmata tudo. Vai virar o que? A água vai secar, vai fazer falta [...] Como que a gente fica? Como que vamos viver?". Os questionamentos do cacique Alicio Francisco ecoam em toda a aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima, em Ilhéus (BA).
Na comunidade, 11 famílias se reuniram para pegar um empréstimo de cerca de R$ 50 mil para plantar cacau com melhoramento genético e recuperar áreas de Mata Atlântica na região.
O cultivo realizado pelos indígenas é o cabruca, em que o fruto se desenvolve na sombra das árvores.
A técnica preserva a floresta, que é o bioma mais devastado do Brasil, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica. De acordo com a instituição, atualmente, restam apenas 24% da mata nativa.
Os agricultores da aldeia Tupinambá pretendem ampliar o plantio de agroflorestas, que unem diversas espécies produtivas, como o cacau, bananeiras, coqueiros, feijão e mandioca. Com isso, eles também vão recuperar áreas que foram desmatadas para pastagem.
Tudo isso será feito com o dinheiro do financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), uma linha de crédito do governo que oferece condições especiais, como juros mais baixos e prazos maiores para pagamento do empréstimo.
"A gente pensava que não tinha como indígenas pegarem um projeto desse bom", diz Adalberto Lopes, que faz parte do grupo.
O crédito rural é um dos exemplos de como o financiamento climático está chegando no campo brasileiro. A equipe do g1 foi até a aldeia ver como ele contribui com a sustentabilidade na prática. Veja no vídeo acima.
➡️Esta reportagem faz parte do quinto episódio da série "PF: Prato do Futuro", onde o g1 mostra soluções para desafios da produção de alimentos no Brasil.
Veja fotos da Aldeia Tupinambá do Acuípe de Cim
Saiba mais:
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Crédito que não chega
O financiamento climático é o dinheiro investido em projetos que ajudam a diminuir as emissões de gases poluentes e a preparar territórios e sistemas produtivos para lidar com os impactos do aquecimento global, como secas e enchentes.
Esse é um dos temas centrais da COP30, a Conferência do Clima da ONU, em Belém. No evento, o foco dos países tem sido o financiamento para a conservação de florestas.
Mas, no Brasil, investir na agropecuária sustentável também é essencial para atingir metas climáticas. Afinal, ela responde por 28% das emissões de poluentes no país, depois do desmatamento.
O crédito rural é a principal fonte de recursos para financiar práticas sustentáveis na agropecuária, no Brasil, segundo a Climate Policy Initiative.
Mas pequenos produtores e comunidades tradicionais ainda têm dificuldades para acessá-lo.
Isso acontece inclusive com o Pronaf, por diversos motivos. Por exemplo, produtores que não sabem que ele existe, não têm documentos ou até mesmo por não entenderem realmente o que é.
Como levar o 'dinheiro do clima' para mais gente
Pensando na dificuldade que os produtores têm, o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) criou a iniciativa CredAmbiental. Foi por meio dela que o grupo de indígenas Tupinambá conseguiu o empréstimo.
O projeto treina moradores das próprias comunidades para ajudar os produtores na solicitação do crédito. Essas pessoas, que são chamadas de "ativadores de crédito", explicam as regras do financiamento, reúnem documentos, negociam com o banco e elaboram o projeto que mostra como o dinheiro será usado e devolvido.
“Os produtores pegavam o crédito e diziam que era algo que vinha do governo e não precisava pagar. Até hoje a gente atua muito em desconstruir essa informação”, explica Josué Castro, ativador de crédito.
“Não é para pegar o dinheiro e gastar com carro velho, como antes se fazia. Ele tem que ser investido naquela atividade”, diz.
Castro explica que os ativadores de crédito também visitam os produtores, os orientam e escrevem laudos atestando a efetividade daquele crédito. "Com isso, o produtor vai produzir mais e melhor”, afirma.
Os ativadores de crédito recebem uma bolsa de 18 meses, para começar o trabalho com os beneficiários. Depois desse período, cada banco define com a Conexsus o valor a ser pago por contrato efetivado do Pronaf.
Esse dinheiro é usado para pagar os ativadores e manter os cursos de capacitação, explica Fernando Moretti, líder de crédito da Conexsus.
A Conexsus também trabalha com instituições locais que oferecem aulas sobre plantio sustentável e ensinam os agricultores como manter um negócio para gerar renda.
“A gente não quer que o crédito seja um fator de endividamento. Ele precisa ser um fator de empoderamento”, afirma Fabíola Zerbini, diretora executiva da Conexsus e integrante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
Com essa metodologia, 98% dos produtores assessorados pela Conexsus estão com os pagamentos em dia, segundo o instituto.
No momento, 1.054 estão com o empréstimo do Pronaf, adquirido por meio da Conexsus.
Indígenas da aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima, em Ilhéus, juntamente do ativador de crédito Rodrigo Figueiredo e representante dos cursos técnicos na Bahia.
Rafael Peixoto / g1
O governo federal lançou no ano passado o programa “Florestas Produtivas”, com proposta semelhante à da Conexsus.
O programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) oferece capacitação em técnicas sustentáveis em lavouras experimentais e atendimento personalizado. Os agentes ajudam desde o diagnóstico da propriedade até a elaboração do projeto de crédito.
“Quando eu financio uma agrofloresta, estou fazendo financiamento climático”, diz Moises Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA.
O projeto ainda está na fase inicial e atua em municípios do Pará, do Maranhão, do Amapá e do Acre.
Os guardiões do campo nativo: como pequenos pecuaristas estão regenerando o Pampa
Financiamento climático: quem banca o agro sustentável
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18/11 -
Mega-Sena pode pagar R$ 3,5 milhões nesta terça-feira
Como funciona a Mega-sena
O concurso 2.941 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 3,5 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 21h desta terça-feira (18), em São Paulo.
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No concurso da última sexta (14), uma aposta de Porto Alegre (RS) levou sozinha o prêmio de R$ 99 milhões.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 20h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
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18/11 -
Mercado financeiro recebe com cautela compra do Banco Master pelo grupo Fictor
Fictor anuncia compra do Banco Master
O anúncio da aquisição do Banco Master pelo grupo Fictor foi recebido com surpresa e desconfiança por integrantes do mercado e por pessoas que acompanham de perto o sistema financeiro do país.
A desconfiança se dá pela pouca informação sobre o grupo Fictor e sua viabilidade financeira. No anúncio feito nesta segunda-feira, a holding afirmou que a compra se dará em parceria com um consórcio de investidores dos Emirados Árabes.
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) vendidos pelo Master precisam seguir sendo honrados. Caso não tenha recursos, o BC precisa optar pela liquidação. Nos últimos 45 dias, o Master vem negociando recursos com o Fundo Garantidor de Crédito.
O Fundo Garantidor de Crédito foi criado em 1995 para proteger depositantes e investidores, o que dá estabilidade ao Sistema Financeiro Nacional. O FGC cobre individualmente até R$ 250 mil.
Ha ainda entre as fontes ouvidas pelo blog o temor de que o novo negócio seja mais uma forma de pressão sobre o Banco Central.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, foi o responsável por chancelar a negativa do negócio entre o Master e o BRB, Banco de Brasília. Ele deixa a diretoria do BC no final de dezembro.
Para analistas que acompanham de perto as tentativas de negócio, o caminho natural da análise da compra do Master pela Fictor Holding seria uma dificuldade muito maior de aprovação pelo BC.
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17/11 -
Gás do Povo começará recarga gratuita de botijões de gás em 24 de novembro, diz ministério
Governo define valores de referência de botijões do programa 'Gás do Povo'; veja preços
O Ministério de Minas e Energia (MME) informou nesta segunda-feira (17) que a operação nacional do programa Gás do Povo, que oferece recarga gratuita de botijões de gás de cozinha para famílias de baixa renda, começará em 24 de novembro.
A implementação será gradual e, nesta primeira etapa, a previsão é atender 1 milhão de famílias em dez capitais:
Salvador (BA);
Fortaleza (CE);
Goiânia (GO);
Belo Horizonte (MG);
Belém (PA);
Recife (PE);
Teresina (PI);
Natal (RN);
Porto Alegre (RS); e
São Paulo (SP).
A Caixa Econômica Federal operacionalizará o benefício, ou seja, será a responsável pela distribuição dos vales-cargas, cadastrando as revendedoras participantes e validando os meios de acesso do usuário.
📈 Até o final de março, o programa espera alcançar mais de 15 milhões de famílias.
Governo lança programa que amplia acesso ao gás de cozinha
Reprodução/TV Globo
Entenda como funciona o programa
Quem tem direito ao Vale Gás?
Famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), que tenham renda de até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade para aquelas que recebem Bolsa Família (renda per capita de até R$ 218).
Também é preciso que o registro no CadÚnico tenha sido atualizado nos últimos 24 meses.
Quando o programa começa a valer?
A previsão é que os primeiros botijões comecem a ser entregues na última quinzena de novembro. Porém, ainda não foi lançado um cronograma oficial.
A expectativa é que, em março de 2026, o programa já esteja alcançando todos os beneficiários.
Como vão ser as retiradas?
A recarga gratuita do botijão de gás poderá ser realizada diretamente nas revendedoras que aderiram voluntariamente ao programa, sem intermediários, por meio de validação eletrônica na solução tecnológica utilizada pela revenda e fornecida pela Caixa.
O responsável familiar poderá retirar o gás utilizando:
Cartão com chip do Bolsa Família e senha;
Cartão de débito de conta CAIXA e senha;
CPF com código de validação enviado ao celular cadastrado.
Quantos botijões posso retirar?
A quantidade de auxílios anuais para botijões gratuitos será definida conforme o número de integrantes por família:
família de duas ou três pessoas - quatro auxílios por ano;
família de quatro ou mais pessoas - seis auxílios por ano.
➡️ Os auxílios não serão cumulativos.
Qual a validade do benefício?
A disponibilização do auxílio terá validade máxima a depender da quantidade de pessoas por família, contada desde a data que o voucher ficar disponível. Veja:
família de duas ou três pessoas - três meses de validade; e
família de quatro ou mais pessoas - dois meses de validade.
Como identificar se uma revenda participa do programa?
O programa prevê que a revenda que desejar participar do programa deverá obedecer as regras de identidade visual, como:
Portarias de revenda;
Botijões de GLP;
Veículos de transporte;
Materiais de comunicação.
Além disso, o aplicativo do beneficiário mostrará os pontos de revenda mais credenciadas mais próximas de sua residência.
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17/11 -
Fictor anuncia compra do Banco Master
Fictor anuncia compra do Banco Master
A Fictor Holding Financeira — patrocinadora do Palmeiras — anunciou nesta segunda-feira (17) a aquisição do Banco Master. A operação inclui um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar a estrutura de capital da instituição, que passa por dificuldades financeiras.
➡️A Fictor Holding Financeira é um grupo de participações e gestão de empresas, que atua nos setores de serviços financeiros, indústria alimentícia e infraestrutura.
O consórcio, liderado pela Fictor, contou com a participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos. A operação ainda está sujeita à aprovação do Banco Central do Brasil (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Com a conclusão das etapas regulatórias, o consórcio adquirirá a totalidade das ações de Daniel Vorcaro — acionista controlador do Banco Master — e vai eleger um novo presidente para a instituição, afirmou a Fictor em comunicado.
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O pleito submetido ao BC prevê alterações na diretoria estatutária, formação de um novo conselho e mudança da denominação social para Banco Fictor.
Em nota, o Master afirmou que o processo não contempla o Willbank e o Banco Master de Investimentos, que estão sendo negociados com grupos de investidores distintos.
“A união dos atuais produtos com a capilaridade de distribuição da Fictor levará o novo banco ao protagonismo no cenário brasileiro, que tanto carece de novos players e de concorrência saudável. Quem sairá ganhando serão os clientes”, declarou, em comunicado, Daniel Vorcaro.
Rafael Góis, sócio da Fictor Holding Financeira, afirmou que a operação representa o passo de entrada da Fictor no mercado financeiro brasileiro.
"Seguimos alinhados às melhores práticas de governança, com foco na distribuição de produtos sólidos e desenhados para responder com precisão às demandas do mercado nacional. Mantemos o que sempre guiou nossa trajetória: investir na economia real”, disse Góis.
BRB já tentou comprar
O anúncio de compra por parte da Fictor vem apenas poucos meses depois da tentativa frustrada de compra por parte do Banco de Brasília (BRB).
O BRB e o Master haviam anunciado a operação em março, mas o negócio foi barrado cinco meses depois pela diretoria colegiada do Banco Central — instância máxima do BC, composta pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e mais oito diretores.
Segundo a decisão, divulgada em setembro, os dirigentes do BC negaram a operação por entenderem que o pedido não contemplava todos os requisitos necessários, indicando a ausência de documentos que comprovassem a "viabilidade econômico-financeira".
A aprovação pelo BC seria o último passo para a conclusão do negócio, já que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia dado o aval à operação em junho.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia aprovado uma lei autorizando a compra – proposta e sancionada em tempo recorde pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, defensor da transação.
Anunciado em março, o acordo entre os bancos previa que o BRB, uma sociedade de capital e controlada majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, adquirisse:
49% das ações ordinárias
100% das preferenciais e
58% do capital total do Master.
À época, o BRB informou que teria solicitado ao BC a íntegra da decisão para "avaliar seus fundamentos e analisar as alternativas cabíveis". Também defendeu a aquisição como estratégica.
BRB e Banco Master: relembre os capítulos da operação financeira
*Com informações da agência de notícias Reuters
Banco Master irá dividir suas operações de atacado e varejo
Crédito: Divulgação
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17/11 -
CEO da Azul é alvo de processo na CVM
O executivo John Rodgerson, CEO da Azul
Divulgação/Azul
O CEO da Azul, John Peter Rodgerson, tornou-se alvo de um processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após conceder uma entrevista à imprensa na qual apresentou projeções financeiras da companhia.
Para fundamentar a abertura do processo, a CVM cita uma entrevista de Rodgerson publicada em agosto de 2024. Na ocasião, o executivo projetou receita de R$ 20 bilhões para o ano e indicou a possibilidade de a Azul gerar R$ 1 bilhão adicional em 2025, em razão de um plano estratégico.
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As projeções otimistas do executivo foram feitas meses antes de a companhia aérea entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (leia mais abaixo).
🔎 Além disso, a legislação brasileira estabelece que informações capazes de influenciar decisões de investimento — o que pode incluir projeções financeiras, como estimativas de receita e lucro — são consideradas relevantes. Por isso, quando configuram esse tipo de informação, devem ser divulgadas de maneira ampla e simultânea ao mercado, preferencialmente por meio de comunicado oficial.
Veja os vídeos em alta no g1:
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O chamado "processo administrativo sancionador", aberto contra Rodgerson, serve para apurar possíveis infrações às normas do mercado de capitais. Não se trata de um processo judicial, mas segue regras específicas para garantir direito de defesa e transparência. O caso ainda irá a julgamento na CVM.
Procurada pelo g1, a Azul informou ter ciência do processo aberto pela CVM. A companhia reiterou seu compromisso com a transparência, com o cumprimento das legislações vigentes e afirmou que "permanece à disposição do Comissão para os esclarecimentos necessários".
O vice-presidente de finanças da companhia aérea, Alexandre Malfitani, também é acusado no processo.
Processo de recuperação judicial
Nove meses após a entrevista de Rodgerson citada no processo da CVM, a Azul anunciou, em maio deste ano, que havia solicitado proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil. A Justiça dos EUA aceitou o pedido no mesmo mês.
Em comunicado divulgado na ocasião, a companhia explicou que o processo "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
O objetivo da companhia é reduzir o endividamento e gerar caixa. O processo inclui US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital na saída do processo.
Veja as etapas da recuperação judicial da Azul até o momento.
A primeira audiência de recuperação judicial aconteceu em 29 de maio, em Nova Iorque;
Nela, o plano de recuperação judicial da empresa foi aprovado, e com isso, a Justiça autorizou um financiamento de US$ 1,6 bilhão;
Segundo o vice-presidente institucional da Azul, a ideia é usar parte do capital para 'comprar' parte da dívida e outra parte para custear a operação no período;
O plano prevê ainda redução de 35% da frota, que se trata de uma devolução de modelos de aeronaves antigos. De acordo com a empresa, eles já deixaram de ser usados;
O plano de recuperação judicial da Azul contém 20 pedidos, que foram aceitos pela Justiça norte-americana;
A empresa garante que o processo não vai afetar a operação da companhia e nem impactar clientes;
Segundo a Azul, não haverá demissões;
Objetivo geral é reduzir significativamente o endividamento e gerar caixa.
Embraer E1 Azul Linhas Aéreas
Azul/Divulgação
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17/11 -
GWM Haval H6 ganha reconhecimento facial, tela maior e velocidade de Porsche; veja preços
GWM Haval H6 2026 fica mais minimalista
A GWM renovou o design de toda a linha Haval H6 em um momento crucial: a marca perdeu a liderança entre os veículos híbridos mais vendidos do Brasil.
De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), os BYD Song (Pro e Plus) emplacaram 30.335 unidades em 2025, enquanto o Haval H6 registrou 25.373 vendas — 16,4% menos que o rival.
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Para tentar conter o avanço da rival conterrânea, a GWM atualizou o Haval H6 com uma nova dianteira, interior mais minimalista e melhorias tecnológicas. A marca também reajustou o preço de algumas versões do SUV híbrido. Veja os novos preços abaixo:
Haval H6 HEV2 (R$ 223.000): traz um motor elétrico acoplado ao câmbio em um sistema híbrido convencional (HEV), que permite rodar curtas distâncias em modo elétrico. É um esquema semelhante ao usado por modelos como Toyota Corolla Cross e Honda Civic;
Haval H6 PHEV19 (R$ 248.000): mantém o motor elétrico acoplado ao câmbio, mas usa uma bateria mais de dez vezes maior, aumentando a potência e autonomia em modo elétrico;
Haval H6 PHEV35 (R$ 288.000): usa dois motores elétricos: um no câmbio e outro no eixo traseiro. Somados ao motor a combustão, formam um conjunto de três motores que oferece a maior potência da linha e, graças à bateria maior, supera 100 km no modo elétrico;
Haval H6 GT (R$ 325.000): também usa dois motores elétricos no mesmo arranjo do PHEV35, garantindo potência e autonomia elétrica semelhantes. No entanto, ajustes específicos deixam o modelo com foco maior na esportividade.
Toda a linha Haval H6 utiliza motor 1.5 turbo a combustão combinado a três níveis de eletrificação. Potência e torque permanecem inalterados, mas o PHEV35 recebeu uma bateria ligeiramente maior — de 34 para 35 kWh — o que motivou a mudança de nome de PHEV34 para PHEV35. A ficha técnica completa está no fim desta reportagem.
Haval H6 HEV, PHEV19 e PHEV35
Quais as novidades?
As alterações estão no visual, principalmente na dianteira. As versões HEV2, PHEV19 e PHEV35 ganharam uma grade com elementos mais robustos, criando a impressão de uma área menor para a entrada de ar. Já a versão GT manteve a grade mais aberta, favorecendo a refrigeração do motor.
Outra novidade está na luz de rodagem diurna (DRL), que deixou de contornar apenas os faróis e agora se prolonga pela lateral, formando um desenho em cascata que parte da lente do conjunto óptico.
Parte interna também ganha novo visual
A GWM também fez mudanças no interior do Haval H6. O novo volante tem apenas dois pontos de ligação com o centro, conferindo um visual mais moderno e minimalista. Os detalhes brancos foram eliminados, dando lugar ao acabamento totalmente preto.
No test-drive, que foi curto e realizado a alguns metros de um aeroporto em São Roque (SP), é possível perceber que o volante gera mais ruído — não ao girar, mas pelo próprio atrito da mão do motorista com o material, que é mais áspero.
Ao g1, a GWM explicou que o novo material do volante oferece mais segurança por gerar maior atrito. No teste com o PHEV35, no entanto, não percebemos diferença significativa nesse aspecto.
GWM Haval H6 PHEV35
Potência e torque
Quanto ao desempenho, o modelo testado respondeu muito bem nas acelerações de 0 a 100 km/h, atingindo a marca em 4,9 segundos — o mesmo tempo do Porsche 718 Cayman. O esportivo alemão supera o H6 apenas na velocidade máxima: 275 km/h contra 180 km/h do PHEV35 testado.
Em uma pista interna do aeroporto, com segurança e espaço suficientes para atingir velocidades mais altas, não foi difícil levar o Haval H6 ao seu limite de velocidade, estipulado eletronicamente tanto por segurança, quanto para evitar riscos ao conjunto de baterias.
Com as baterias totalmente carregadas e o modo esportivo ativado, todos os motores entraram em ação, e o Haval H6 chegou a levantar ligeiramente a dianteira, cerca de dois graus.
São 393 cv de potência e 78,7 kgfm de torque entregues quase instantaneamente. O motor elétrico inicia a arrancada e, após poucos metros, o motor a combustão completa a força do SUV.
Por fim, a suspensão dos H6 foi recalibrada: está mais firma, mas continua a absorver bem os impactos. No teste, a pista era extremamente lisa, com apenas um pequeno obstáculo semelhante a uma lombada. Mesmo passando rápido, quase não sentimos o movimento das rodas.
Ainda será necessário avaliar esse novo ajuste no asfalto mais esburacado, presente na maioria das ruas brasileiras, mas a primeira impressão foi positiva.
Telas maiores trazem mapas da Huawei
Entre as mudanças internas, a GWM reduziu partes móveis, como a tampa que cobria os porta-copos no console central. Acima dele, a central multimídia cresceu de 12 para 14,5 polegadas — mantendo a largura, mas aumentando a altura.
GWM Haval H6 PHEV35
divulgação/GWM
A mudança melhora a visualização do mapa, seja pela projeção de celulares Android ou iPhone, ou pelo sistema nativo do carro.
Nesse caso, o mapa é fornecido pela Huawei, que adiciona recursos interessantes: cidades em 3D, prédios com janelas iluminadas e semáforos com contagem regressiva.
Assim como no GWM Tank 300, os novos H6 permitem exibir o mapa diretamente no painel de instrumentos, liberando a tela principal para outras funções, como o controle de mídia.
Outro destaque do software é o visual das funções extras. A interface lembra a de um tablet Android ou iPad, o que facilita a navegação para quem já usou esses dispositivos. É possível até adicionar widgets para ajustes rápidos.
GWM Haval H6 PHEV35
divulgação/GWM
SUV tem câmera apontada para o motorista
Por fim, a GWM instalou uma câmera na coluna A — que separa o para-brisa da porta dianteira.
Ela utiliza reconhecimento facial para identificar quem está ao volante, tecnologia semelhante à usada em smartphones. Com isso, é possível criar até três perfis diferentes.
Cada perfil salva regulagens do banco, preferências de assistência e configurações da multimídia, ativando tudo automaticamente quando o motorista é reconhecido. Ao emprestar o carro, basta reassumir o volante para que tudo volte ao padrão.
GWM Haval H6 PHEV35
divulgação/GWM
Itens de série do Haval H6
Estes são os itens de série do Haval H6 HEV2, do H6 PHEV19 e PHEV35:
Sensor de chuva;
Teto solar panorâmico;
Bancos dianteiros com ajustes elétricos e ventilação;
Carregamento de celular por indução;
6 airbags;
Piloto automático adaptativo com centralizador do carro na faixa;
Câmera 360 graus;
Wi-Fi nativo via rede 4G (3 GB por mês, grátis por dois anos);
Ar-condicionado de duas zonas com purificador de ar;
Projeção de dados de direção no para-brisas.
Todos os itens acima estão no Haval H6 GT, que inclui:
Emblema traseiro GT;
Bancos em couro em formato específico e com emblema GT;
Carroceria com caimento cupê, mais esportiva;
Rodas pretas, com pinça de freio vermelha.
Veja a ficha técnica:
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17/11 -
INSS cria regra para devolver descontos indevidos a herdeiros de aposentados já falecidos; veja como pedir
Famílias de vítimas de fraude no INSS poderão pedir ressarcimento
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicou uma norma que permite a devolução de descontos indevidos feitos em benefícios de aposentados e pensionistas que já morreram.
A medida atende casos ligados à fraude revelada pela Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano, que identificou cobranças irregulares feitas por entidades e associações por meio de filiações falsas.
Segundo o INSS, cerca de 800 mil pessoas — cerca de R$ 700 milhões — que foram vítimas dessas cobranças já haviam falecido quando o esquema veio à tona.
Advogado explica 'regra de ouro' para evitar golpes e fraudes no INSS: 'Só pagar depois de receber'
A partir desta quarta-feira, familiares poderão solicitar o ressarcimento dos valores.
Como será o pedido de devolução
O detalhamento do procedimento será publicado ainda nesta sexta-feira (14), mas o INSS já adiantou como funcionará o processo.
O pedido poderá ser feito tanto por pensionistas quanto por herdeiros, dependendo do tipo de benefício deixado pelo segurado.
1. Para pensionistas
No caso de benefícios que viraram pensão por morte:
O titular da pensão poderá pedir a devolução:
pelo Meu INSS,
pelo telefone 135,
pelo PrevBarco,
ou em agências dos Correios.
O valor será dividido entre todos os pensionistas do mesmo benefício.
2. Para herdeiros
No caso de benefícios de pessoas que não deixaram pensão:
1º passo — Reconhecimento como herdeiro
Antes de pedir a devolução, o INSS precisa confirmar a condição de herdeiro.
Para isso, no Meu INSS:
Acesse “Consultar Descontos de Entidades Associativas”;
Clique em “Consultar Descontos – Benefício de Pessoa Falecida – para o Sucessor ou Herdeiro”;
Selecione “Pedir Análise”.
Será necessário enviar:
Escritura pública ou alvará judicial autorizando a contestação no processo de ressarcimento;
Documento de identificação;
Comprovante de endereço.
A Central 135 também pode orientar.
2º passo — Solicitar a devolução
Após o reconhecimento da condição de herdeiro, o pedido pode ser feito:
pelo Meu INSS,
pelo telefone 135,
pelos Correios,
ou pelo PrevBarco.
No Meu INSS:
Entre em “Consultar Pedidos”;
Localize o protocolo “Cadastrar Sucessor/Herdeiro – Descontos de Entidades Associativas”;
Clique em “Consultar Descontos de Entidades Associativas”;
Verifique os descontos, marque quais não foram autorizados e envie a declaração.
O que mostra o levantamento do INSS
98% dos beneficiários que responderam ao INSS afirmaram não reconhecer os descontos;
Desde abril, já foram devolvidos R$ 2,5 bilhões a 3,75 milhões de aposentados e pensionistas;
Na semana passada, o governo prorrogou até fevereiro de 2026 o prazo para contestação dos descontos indevidos.
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17/11 -
Fraude no INSS: mais de 1 milhão ainda pode receber dinheiro de volta; veja como fazer
Mais de 1 milhão de pessoas que contestaram os descontos indevidos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ainda podem ser ressarcidos.
Segundo o instituto, esses segurados não aderiram ao acordo de devolução e podem buscar os canais de atendimento do INSS para ter o dinheiro de volta. (Entenda mais abaixo)
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Desde a abertura do sistema, em maio, mais de 6,1 milhões de pessoas contestaram os descontos feitos pelas entidades associativas. Até agora, 3,7 milhões de aposentados e pensionistas já conseguiram reaver os recursos, em um total de R$ 2,5 bilhões.
Vale lembrar que, para conseguir receber os recursos, o segurado que contestou algum desconto precisa aderir ao acordo de devolução pelo aplicativo Meu INSS ou pessoalmente, nas agências de Correios.
Veja os vídeos em alta no g1:
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➡️O acordo permite que aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos recebam o valor de volta sem precisar entrar na Justiça. A adesão é gratuita e dispensa o envio de documentos adicionais. (Veja mais abaixo como aderir ao acordo)
Na última semana, o governo prorrogou por mais três meses o prazo para aposentados e pensionistas contestarem descontos indevidos nos benefícios do INSS, após estimar que cerca de três milhões de pessoas ainda não procuraram o órgão para receber os recursos de volta. O prazo agora vai até 14 de fevereiro de 2026.
"Observou-se que havia um contingente que, por desinformação ou porque ainda não teve tempo, não pediu o dinheiro de volta. Então houve esse consenso de que era melhor ampliar por mais três meses", afirmou o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, na semana passada.
Veja como contestar descontos e aderir ao acordo de devolução
Como contestar os descontos?
Acesse o aplicativo Meu INSS e faça login com a sua conta gov.br. Se ainda não tiver o app instalado no celular, veja aqui como baixar.
Clique na opção “Consultar Descontos de Entidades Associativas”. O aplicativo vai mostrar quais associações realizaram os descontos em seus benefícios e os valores descontados, entre março de 2020 e de 2025.
A partir disso, marque se autorizou o desconto ou não, para cada uma das entidades listadas.
Informe um celular e e-mail para contato.
Em seguida, declare se os dados são verdadeiros.
Clique no botão "enviar declarações" para finalizar. Será exibida uma mensagem de que o pedido foi realizado com sucesso e que as entidades associativas têm até 15 dias úteis para responder a contestação.
Como aderir ao acordo de devolução?
Entre no aplicativo Meu INSS e faça login com a sua conta gov.br. Se ainda não tiver o app instalado no celular, veja aqui como baixar.
Vá até a opção "Consultar pedidos", e clique em "Cumprir exigência". É preciso repetir o processo para todos os pedidos feitos, se houver mais de um.
Role a tela até o último comentário, leia as informações com atenção. Depois, clique no campo "Aceito receber" e selecione "Sim".
Clique em "Enviar".
⚠️ATENÇÃO: caso o segurado prefira, ele também pode fazer a adesão ao acordo de devolução presencialmente, em uma agência dos Correios.
Pedido de adesão é feito pelo aplicativo do INSS
INSS/Divulgação
Relembre o ocorrido
No início deste ano, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagaram a Operação Sem Desconto, um sistema de fraude que descontava valores mensais de aposentados e pensionistas do INSS, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
As associações ofereciam serviços sem ter estrutura, como desconto em academias e planos de saúde, e falsificavam as assinaturas dos beneficiários do INSS, explicou o ministro da CGU, Vinícius Carvalho, em coletiva.
➡️Seis servidores públicos foram afastados de suas funções, entre eles o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi demitido em seguida.
A contestação dos descontos começou em maio deste ano, enquanto o ressarcimento teve início em julho.
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17/11 -
Heranças que foram para o governo: veja lista de 179 bens incorporados pela União e por prefeituras nos últimos 5 anos
Saiba quais são os bens que prefeituras e união incorporam de quem não tem herdeiros
Os bens de pessoas que morrem sem deixar herdeiros viram patrimônio público. É a chamada herança vacante, que acontece após um processo que envolve um aviso público para buscar eventuais sucessores e uma espera de no mínimo seis anos.
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Quando o bem está em uma área que, quando a pessoa morreu, era da União, ele vai para o governo federal. Nos demais casos, vai para a prefeitura da cidade.
Herança jacente e herança vacante: entenda como o patrimônio de quem morre sem deixar herdeiros é incorporado pelo Poder Público
Especialistas afirmam que não existe um balanço de quantos bens a União e as prefeituras dos mais de 5 mil municípios do país incorporaram de pessoas que morreram sem deixar herdeiros.
O g1 pediu ao governo federal e às prefeituras das 27 capitais as listas de bens incorporados nos últimos cinco anos. A União e 13 prefeituras responderam.
Ao todo, foram identificados 179 bens, entre apartamentos, fazendas, chácaras, casas, terrenos e até uma conta bancária de R$ 431 mil.
Veja, abaixo, quais são eles, onde ficam, de quem eram e, nos casos em que a informação foi disponibilizada pelos órgãos públicos, o valor à época da incorporação, ou clique aqui para saber mais sobre alguns deles, como apartamentos em Copacabana e no Recife e um castelinho em São Paulo.
🗒️Tem alguma sugestão de reportagem? Mande para o g1
Veja a lista de imóveis abaixo:
Fachada do Casarão de Recife (PE), imóvel particular que foi incorporado ao patrimônio público
Edson Holanda/Prefeitura do Recife
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17/11 -
Embrapa lança selo para certificar carne bovina sustentável na COP30
Os guardiões do campo nativo: como pequenos pecuaristas estão regenerando o Pampa
A Embrapa lançou durante a COP30, no domingo (16), a certificação Carne Baixo Carbono (CBC), criada para reconhecer produtores rurais que adotam práticas agropecuárias capazes de reduzir emissões de gases de efeito estufa.
A certificação foi desenvolvida e lançada em parceria com a MBRF e a ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.
Ela reúne critérios técnicos e indicadores usados para monitorar propriedades que adotam sistemas de intensificação sustentável, como integração lavoura-pecuária (ILP), pastagens de alta produtividade, recuperação de áreas degradadas e manejo eficiente do solo e da água.
Segundo a Embrapa, essas práticas aumentam a captura de carbono no solo e na vegetação, diminuem o impacto climático da pecuária e tornam o uso da terra mais eficiente, reduzindo a pressão sobre novas áreas com vegetação nativa.
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Quanto custa conter o aquecimento global e quem banca sustentabilidade no campo
Veja como acontece a captura de carbono.
Bruna Azevedo e Luisa Rivas | Arte g1
Com o selo, o consumidor passa a ter a garantia de que a carne foi produzida seguindo critérios ambientais rigorosos e processos auditáveis.
Dados do inventário nacional de emissões mostram que a pecuária bovina responde por cerca de 20% das emissões totais de CO₂ equivalente no país.
Boi emite metano pelo arroto.
Bruna Azevedo e Luisa Rivas | Arte g1
Natália Grossi, analista da Amigos da Terra–, afirma que a iniciativa contribui para acelerar a adoção de tecnologias previstas no Plano ABC+, política do governo federal para mitigação e adaptação climática.
“O protocolo CBC é um pacote técnico muito completo e ganha ainda mais relevância com esta certificação, podendo posicionar o Brasil como liderança global em agricultura sustentável”, diz.
Ela destaca que os benefícios aos produtores vão além da agenda ambiental. “Incluem pastos mais produtivos, valorização da carne, acesso a mercados mais exigentes e aumento da resiliência da fazenda — com solos mais férteis e menos vulneráveis às mudanças climáticas.”
O que o arroto do boi tem a ver com o aquecimento global?
Para a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, o selo representa um avanço na consolidação de uma cadeia de carne bovina de baixo carbono “transparente, auditável e capaz de gerar valor tanto para o produtor quanto para o consumidor”.
Segundo ela, o protocolo traduz em critérios mensuráveis o compromisso com a redução de emissões e a valorização de produtores que já aplicam boas práticas, como recuperação de pastagens e manejo eficiente da água e do solo.
O selo será aplicado pela MBRF, empresa global de alimentos com portfólio multiproteínas e responsável pelo Programa Verde+, lançado em 2020.
Pecuária integrada gera benefícios para o meio ambiente
Bruna Azevedo e Luisa Rivas | Arte g1
O diretor de Sustentabilidade da companhia, Paulo Pianez, afirma que a certificação valida os esforços da empresa.
“Promovemos ações contínuas para uma pecuária de baixo carbono, 100% monitorada, livre de desmatamento e inclusiva. A Carne Baixo Carbono destaca a importância da integração entre ciência e campo.”
Massruhá reforça que a parceria entre Embrapa e MBRF marca “a consolidação de uma pecuária mais sustentável e alinhada aos desafios climáticos globais”, resultado da união entre ciência, setor público e iniciativa privada.
A expectativa da Embrapa é que, com a ampliação do uso do protocolo e maior adesão de produtores, o Selo Carne Baixo Carbono se consolide como um marco na transição para uma pecuária de menor impacto climático, contribuindo para as metas de descarbonização do Brasil no âmbito do Acordo de Paris.
Projeto agro - boi
Gustavo Wanderley/g1
Como indígenas usam financiamento do governo para montar agroflorestas
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17/11 -
Feriado nacional: veja se você é obrigado a trabalhar no Dia da Consciência Negra
Dia da Consciência Negra é feriado ou ponto facultativo? Veja regras trabalhistas
Na próxima quinta-feira (20) é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, data que marca a morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares. O feriado nacional pode gerar uma “emenda” para alguns trabalhadores. (Entenda mais abaixo)
Desde 2023, o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, é feriado nacional. A mudança foi aprovada pelo Congresso e sancionada em dezembro de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Em 2024, pela primeira vez, todos os 26 estados, os 5.570 municípios brasileiros e o Distrito Federal celebraram o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
Antes, o dia era reconhecido como feriado em seis estados e aproximadamente 1,2 mil cidades. Ou seja: a folga dependia de lei municipal ou estadual.
Apesar ser um feriado nacional, não é todo mundo que acaba sendo beneficiado. A legislação trabalhista autoriza o funcionamento das atividades em setores que são classificados como essenciais. (confira quais abaixo)
⚠️ Mas atenção: quem for escalado para trabalhar na data tem direitos assegurados, como a remuneração em dobro ou um dia de folga compensatória.
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O g1 conversou com advogados especialistas em direito trabalhista para te ajudar a entender mais sobre o assunto.
Abaixo, você vai descobrir:
🤔 Meu chefe pode me obrigar a trabalhar durante o feriado?
⚖️ Quais são os meus direitos?
💰 Remuneração em dobro ou folga? Quem define?
❌ Faltei ao trabalho, apesar de ter sido escalado. Posso ser demitido por justa causa?
➡️ Quem pode emendar o feriado?
⚠️ As regras são diferentes para empregado fixo e temporário?
✍🏼 Como funciona no caso do trabalhador intermitente?
📆 Quais são os próximos feriados de 2025?
1. Meu chefe pode me obrigar a trabalhar durante o feriado?
Sim. Apesar do artigo 70 da CLT proibir atividades profissionais durante feriados nacionais, a legislação abre exceções para serviços considerados essenciais, como setores de indústria, comércio, transportes, comunicações, serviços funerários, atividades ligadas à segurança, entre outros.
Além disso, o empregador pode solicitar que o funcionário trabalhe durante o feriado quando houver uma Convenção Coletiva de Trabalho, que é um acordo antecipado feito entre empregadores e sindicatos.
2. Quais são os meus direitos?
Para quem é obrigado a trabalhar no feriado, a legislação garante o pagamento da remuneração em dobro ou compensação com folga em outro dia.
" Havendo banco de horas também poderão ser lançadas estas horas de trabalho, nos termos do acordo individual ou coletivo", explica Ana Gabriela Burlamaqui, advogada trabalhista e sócia do A. C Burlamaqui Consultores.
Em 2024, pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra foi celebrado como feriado nacional em todo o país.
Frederico Dávila/TV Globo
3. Remuneração em dobro ou folga? Quem define?
A definição do tipo de compensação (seja através do pagamento em dobro ou concessão de folga compensatória) geralmente é determinada durante o acordo que feito entre empregador e sindicato.
Na ausência da Convenção Coletiva de Trabalho, a decisão pode ser negociada entre empregador e funcionário. No entanto, é importante que as duas partes estejam de acordo e que a compensação escolhida esteja em conformidade com a legislação.
"O empregador não pode decidir de forma unilateral. Se houver um acordo ou convenção coletiva prevendo a compensação por folga, essa regra prevalece; caso não exista, o pagamento em dobro pelo trabalho no feriado é obrigatório", afirma Elisa Alonso, advogada trabalhista e sócia do RCA Advogados.
4. Faltei ao trabalho, apesar de ter sido escalado. Posso ser demitido por justa causa?
Depende. A falta pode ser entendida como insubordinação, que é a desobediência a um superior.
"Mas a dispensa por justa causa, em geral, não decorre de um fato isolado, mas de um comportamento faltoso de forma reiterada", afirma Ana Gabriela Burlamaqui, advogada trabalhista.
Com isso, a demissão por justa causa geralmente segue um processo que deve incluir uma soma de advertências escritas e tentativas de correção de comportamento.
Em caso de expediente normal, o empregado poderá sofrer outras penalidades administrativas como o desconto do dia não trabalhado, que será considerado falta injustificada.
"A falta injustificada deve ser repreendida, no entanto, para fins de justa causa necessário que outros sejam analisados, como a recorrência da conduta, o impacto causado à empresa e a função desempenhada pelo empregado, por exemplo", completa a advogada trabalhista Elisa Alonso.
5. Quem pode emendar o feriado?
Por cair em uma quinta-feira, o Dia Nacional da Consciência Negra vai permitir que muitos trabalhadores "emendem" o feriado com o fim de semana, tirando quatro dias seguidos de folga.
Apesar disso, é importante destacar que a sexta-feira (21) não é feriado e, sim, um dia de trabalho regular.
Assim, essa possibilidade de "emenda" não é uma realidade de todos os trabalhadores: depende das políticas de cada empresa, no caso de funcionários de instituições privadas, e de decisões dos governos municipais, estaduais ou federal, para os servidores públicos. Veja:
🏢 EMPRESAS PRIVADAS - "Não há, na legislação trabalhista vigente, obrigatoriedade do empregador em conceder a 'emenda de feriado' aos seus empregados", afirma a advogada trabalhista Vanessa Carvalho.
"Entretanto, é possível e bastante comum que este tema seja objeto de negociação entre as partes, empregadores e empregados", continua a especialista, que é sócia do escritório Miguel Neto Advogados.
Uma opção para o empregador é pedir uma compensação do dia da emenda em gestão de banco de horas, um sábado ou com até duas horas a mais nos dias de semana.
Já algumas empresas concedem folga na emenda do feriado de forma espontânea. Nestes casos, não são permitidos descontos do dia não trabalhado, e nem exigir sua compensação.
🏛️ FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS - Para os servidores federais, sexta-feira (21) não será ponto facultativo, de acordo com o calendário divulgado pelo governo no fim do ano passado.
Para funcionários municipais e estaduais, a adoção do feriado depende de decisão de cada governo local. Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura determinou a suspensão do expediente dos servidores públicos, que deverão compensar posteriormente as horas não trabalhadas.
Nesses dias, a administração pública da capital pode instituir plantões, caso necessário. Vale lembrar que os serviços essenciais continuam funcionando normalmente, sem alteração na jornada de trabalho.
6. As regras são diferentes para empregado fixo e temporário?
As regras básicas sobre trabalho em feriados aplicam-se tanto a empregados fixos quanto temporários, incluindo o direito ao pagamento em dobro ou folga compensatória.
No entanto, contratados por meio de vínculo de trabalho temporário podem ter pré-condições específicas.
7. Como funciona no caso do trabalhador intermitente?
Para o trabalhador que é contratado em regime de trabalho intermitente (previsão legal inserida na CLT pela Reforma Trabalhista de 2017), o pagamento em feriados deve ser acordado no momento da admissão.
O contrato deve especificar o valor da hora de trabalho, que já deve considerar os adicionais devidos por trabalho em feriados ou horas extras.
Dessa forma, o trabalhador intermitente receberá o valor que foi combinado para os dias trabalhados, incluindo feriados, aponta o advogado Luís Nicoli.
8. Quais são os próximos feriados de 2025?
Depois de novembro, o próximo feriado nacional será o Natal, em 25 de dezembro, que cai numa quinta-feira, oferecendo possibilidade de emenda para quem folga na sexta, sábado ou domingo.
A véspera de Ano Novo, em 31 de dezembro, também cai numa quinta-feira e é ponto facultativo a partir das 13h, permitindo emenda para quem folga em 1º de janeiro ou sai mais cedo do trabalho.
O g1 preparou um calendário com todos os pontos facultativos e feriados nacionais de 2025. Confira:
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17/11 -
Empresas de criptoativos no exterior que prestam serviços no país terão de enviar informações à Receita Federal
Receita vai cobrar dados de empresas de cripto no exterior
A Secretaria da Receita Federal informou que atualizou nesta segunda-feira (17) sua regulamentação de criptoativos para adaptá-la ao padrão internacional adotado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de nações desenvolvidas.
De acordo com o órgão, a medida dá cumprimento ao compromisso assumido por mais de 70 jurisdições, inclusive pelo Brasil, com base na Convenção Multilateral de Assistência Mútua Administrativa em Matéria Tributária.
"A novidade é que a obrigatoriedade de prestação de informação alcança as Prestadoras de Serviço de Criptoativo domiciliadas no exterior que prestam serviços no Brasil, conforme estabelecido pela Lei nº 14.754, de 12 de dezembro de 2023, garantindo que a transparência fiscal se estenda a operações intermediadas por entidades internacionais", informou o Fisco.
Para Leonardo Roesler, advogado tributarista e sócio do RCA Advogados, a principal alteração para o usuário é o aumento da transparência fiscal de suas operações com a adesão das "exchanges internacionais" ao sistema de reporte do Fisco.
"Isso significa que a Receita Federal terá uma visão muito mais completa e detalhada do patrimônio e das movimentações de criptoativos detidos por contribuintes brasileiros no exterior, mitigando a assimetria de informação que existia anteriormente", disse Leonardo Roesler, do RCA Advogados.
Além disso, a partir de janeiro de 2026, as prestadoras de serviços de criptoativos também deverão cumprir os procedimentos de diligência conforme estabelecido pela OCDE para evitar o uso de criptoativos para lavagem de dinheiro e movimentação de recursos de organizações criminosas.
"Com isso, a Receita Federal intensifica a cooperação com as administrações tributárias dos demais países que adotam o padrão da OCDE, no combate à evasão, à lavagem de dinheiro e ao financiamento de atividades criminosas", acrescentou o governo.
Na semana passada, o Banco Central estabeleceu regras para a autorização e a prestação de serviços de ativos virtuais (criptoativos), como as criptomoedas, para proteger os clientes e evitar lavagem de dinheiro.
Fraudes financeiras: vêm crescendo os esquemas de pirâmide e golpes envolvendo criptomoedas
Mohamed Hassan para Pixabay
A Receita Federal esclareceu que nada muda para:
prestadoras de serviços de criptoativos no Brasil (“exchanges” brasileiras), todos os meses, independentemente de valor; e
pessoas físicas ou jurídicas usuárias de criptoativo, somente se realizarem operações sem a intermediação de “exchanges” brasileiras (em valor superior a R$ 35 mil no mês, quando antes era R$ 30 mil).
As informações serão prestadas pela Declaração de Criptoativos – DeCripto, acesso por meio do Centro Virtual de Atendimento - e-CAC da Receita Federal, em substituição ao modelo atual, a partir de julho de 2026. O modelo atual vigorará até 30 de junho de 2026.
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17/11 -
JBS e Mantiqueira compram produtora de ovos Hickman's Egg Ranch nos EUA
A JBS disse na noite de sexta-feira (14) que a sua joint venture com a Mantiqueira Alimentos, a Mantiqueira USA, firmou um acordo para comprar a produtora de ovos Hickman's Egg Ranch nos Estados Unidos, sem dar detalhes financeiros sobre a operação.
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Conforme comunicado ao mercado, a empresa disse que a compra deverá ser concluída antes do final do ano.
"A aquisição representa um marco significativo da Mantiqueira USA em sua estratégia de longo prazo para construir uma presença forte e escalável no mercado de ovos dos Estados Unidos", disse.
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A Hickman's Egg Ranch é uma das 20 maiores empresas de ovos dos Estados Unidos, acrescentou.
JBS entra no segmento de ovos
A JBS , maior produtora de frangos e carne bovina do mundo, anunciou em janeiro o ingresso no segmento de ovos com um investimento para ter 50% de direito a voto da Mantiqueira Alimentos, em negócio que avalia toda a empresa em R$ 1,9 bilhão.
Com o investimento, a JBS terá o controle compartilhado da Mantiqueira com o sócio-fundador, Leandro Pinto.
A Mantiqueira Alimentos possui mais de 3 mil funcionários, capacidade estática de 17,5 milhões de aves em postura e recria, 4 bilhões de ovos produzidos por ano e foco em produção de ovos de galinhas livres desde 2020, de acordo com a JBS.
Em 2024, ela foi a 10° maior produtora de ovos do mundo, sendo a maior da América Latina, segundo ranking da WATT Poultry International, revista especializada no setor avícola, com sede nos Estados Unidos.
Com instalações produtivas em seis Estados, a empresa também exporta para América do Sul, Ásia, África e Oriente Médio.
A JBS destacou ainda que, nos últimos anos, a Mantiqueira investiu no fortalecimento de suas marcas, como "Happy Eggs" e a "Fazenda da Toca".
*Com informações da agência de notícias Reuters
JBS Uberaba; vagas
JBS/Divulgação
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17/11 -
Petrobras faz nova descoberta de petróleo na Bacia de Campos
Petrobras faz nova descoberta de petróleo na Bacia de Campos, no litoral do RJ
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (17) a descoberta de petróleo de alta qualidade em uma área do pós-sal na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro.
O petróleo foi identificado no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde, em um poço exploratório localizado a 108 quilômetros da costa de Campos dos Goytacazes (RJ), em uma área com 734 metros de profundidade.
🔎 O pós-sal é a camada de rochas situada acima do sal, onde o petróleo está em profundidades menores e costuma ser mais simples de extrair. Já o pré-sal fica abaixo de uma espessa camada de sal, em regiões muito mais profundas, concentrando grandes volumes de petróleo de alta qualidade.
Segundo a estatal, a perfuração já foi concluída e os primeiros testes — que envolveram análises elétricas, indícios de gás e coleta de fluidos — confirmaram a presença de óleo.
Agora, o material será enviado para análise em laboratório, etapa que permitirá avaliar a qualidade do reservatório e estimar o potencial de produção da área.
O bloco Sudoeste de Tartaruga Verde foi adquirido pela Petrobras em 2018, durante a 5ª Rodada de Partilha de Produção, com a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) como gestora do contrato. A Petrobras opera o bloco com 100% de participação.
A Bacia de Campos é uma área marítima entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo que abriga alguns dos principais campos de petróleo do país. Por décadas, foi uma região estratégica para a Petrobras, responsável por uma parcela significativa da produção nacional.
Mesmo com o avanço do pré-sal, a região segue como um polo relevante para exploração e desenvolvimento de novos poços.
Bacia de Campos
Petrobras
Novas explorações
A descoberta anterior da estatal ocorreu no pré-sal da Bacia de Santos, em maio deste ano.
O poço fica no bloco Aram, a 248 quilômetros da cidade de Santos (SP), em uma área com 1.952 metros de profundidade. Foi a segunda descoberta de petróleo de alta qualidade no mesmo bloco da Bacia de Santos somente este ano.
O avanço na Margem Equatorial marca o capítulo mais recente e relevante da exploração de petróleo pela Petrobras.
Em outubro, a companhia recebeu do Ibama a licença para perfurar um poço exploratório em águas profundas na região da Foz do Amazonas, apontada como uma das novas fronteiras de petróleo e gás do país.
Segundo o Ibama, a licença foi emitida após uma série de melhorias no projeto da Petrobras. A empresa afirma ter comprovado a “robustez de toda a estrutura de proteção ambiental” que será utilizada na perfuração.
A Petrobras também ressaltou que novas fronteiras de exploração são essenciais para “garantir a segurança energética do país e os recursos necessários para uma transição energética justa”.
O bloco FZA-M-059 está localizado a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas e 175 km da costa, em uma área de mar aberto. A perfuração deve começar de imediato e tem previsão de durar cinco meses.
Infográfico mostra o local em que a Petrobras vai explorar petróleo na bacia da Foz do Amazonas.
Arte/g1
A expectativa é que a área possa se tornar um “novo pré-sal”, com reservas capazes de sustentar a produção de 1,1 milhão de barris por dia — volume superior ao dos dois maiores campos atuais. Tupi produz cerca de 1 milhão de barris por dia e Búzios, 800 mil.
No entanto, o projeto enfrenta críticas de ativistas por envolver riscos ambientais em uma região sensível e pouco estudada e pela possível ameaça às comunidades que dependem da pesca.
Antes da aprovação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em diferentes ocasiões, que a exploração na região será feita com responsabilidade e que o Brasil não está preparado para abrir mão dos combustíveis fósseis, assim como nenhum outro país no mundo.
Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
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17/11 -
No primeiro tombo em dois anos, 'prévia do PIB' do Banco Central indica retração de 0,9% no 3º trimestre
Copom mantém a taxa básica de juros em 15% ao ano
O Banco Central (BC) informou nesta segunda-feira (17) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,9% no terceiro trimestre deste ano.
O resultado pelo BC foi calculado após ajuste sazonal — uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes. A comparação foi feita com o segundo trimestre de 2025.
O dado divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central mostra a primeira contração da economia trimestral em dois anos.
A última queda do indicador de atividade do BC foi no terceiro trimestre de 2023, quando foi registrado um recuo de 0,5%.
A primeira queda do índice de atividade econômica da autoridade monetária acontece em meio a uma puxada na taxa de juros para conter a inflação.
Atualmente, a Selic está em 15% ao ao, o maior nível em quase dois anos. Analistas projetam início do ciclo de queda do juro em janeiro de 2026.
Os dados do BC uma contração da atividade nos três setores da economia no terceiro trimestre deste ano, sendo o maior deles na agropecuária.
Veja abaixo o desempenho setor por setor:
Agropecuária: - 4,5%
Indústria: -1%
Serviços: -0,3%
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial do período, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será divulgado em 4 de dezembro.
▶️O mercado financeiro estima uma taxa de crescimento do PIB 2,16% em 2025, contra 3,4% no ano passado. O BC projeta uma expansão de 2% neste ano.
Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem-estar social.
Desaceleração da atividade
▶️A desaceleração da atividade econômica é algo buscado pelo Banco Central para tentar conter as pressões inflacionárias e trazer as projeções para a meta de 3% ao ano.
Para isso, o seu principal instrumento é a taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos.
"Endossando o cenário esperado do Comitê até aqui, há uma moderação gradual da atividade em curso, certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação", informou o Banco Central, na semana passada, por meio da ata do Copom.
▶️Na ata da última reunião do Copom, o BC também informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
Mês de setembro
De acordo com o Banco Central, em setembro deste ano, na comparação com o mês anterior, o IBC-Br registrou uma contração de 0,2%.
Com isso, houve piora na comparação com agosto, quando o indicador teve um crescimento de 0,4%.
Na comparação com setembro de 2024, a chamada prévia do PIB do BC teve alta de 2% (sem ajuste sazonal).
Ainda segundo o Banco Central, o IBC-Br apresentou crescimento de 2,6% na comparação com os nove primeiros meses de 2024.
E, em 12 meses até setembro, a expansão foi de 3%. Nesses casos, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.
PIB x IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados a "prévia do PIB". Porém, o cálculo do Banco Central é diferente do cálculo do IBGE.
O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o maior crescimento da economia, por exemplo, pode haver mais pressão inflacionária, o que contribuiria para conter a queda dos juros.
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17/11 -
Dólar sobe e fecha a R$ 5,33 com atenção a dados do Brasil e dos EUA; Ibovespa recua
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em alta de 0,66% nesta segunda-feira (17), cotado a R$ 5,3314. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em queda de 0,47%, aos 156.993 pontos.
Os investidores iniciaram a semana atentos à divulgação de dados relevantes nos Estados Unidos, após longo período de paralisação do governo. Esses indicadores serão fundamentais para ajustar as projeções sobre a política de juros americana. No Brasil, o mercado acompanhou a divulgação do IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, além das estimativas apresentadas no boletim Focus.
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▶️ Nos EUA, a retomada das divulgações ocorre após o fim da paralisação de 43 dias do governo, a mais longa da história, que havia interrompido relatórios importantes como emprego e inflação. Hoje, foram publicados dados sobre os gastos com construção referentes a agosto, que totalizaram US$ 2,17 trilhões no mês, alta de 0,2% em relação ao valor revisado do mês anterior.
▶️ Durante o dia, o mercado também ficou atento a discursos de dirigentes do Federal Reserve. O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, afirmou hoje que o banco central americano deve agir com cautela em relação a novos cortes na taxa de juros.
▶️ No Brasil, a semana será mais curta por causa do feriado de 20 de novembro, e a expectativa gira em torno da possibilidade de um acordo comercial com os EUA, após anúncio de redução de tarifas sobre produtos como carne bovina e café.
▶️ Entre os destaques desta segunda-feira, estão a divulgação do IBC-Br, indicador que funciona como prévia do PIB, e do boletim Focus. O IBC-Br mostrou queda de 0,9% no terceiro trimestre, enquanto o Focus trouxe, pela primeira vez no ano, projeção de cumprimento da meta de inflação para 2025.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,66%;
Acumulado do mês: -0,90%;
Acumulado do ano: -13,73%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,47%;
Acumulado do mês: +4,98%;
Acumulado do ano: +30,52%.
Agenda econômica
Boletim Focus
Pela primeira vez no ano, o mercado financeiro projeta que a meta de inflação para 2025 será cumprida. A estimativa caiu de 4,55% para 4,46%, ficando abaixo do teto definido pelo governo.
A previsão faz parte do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, com base em pesquisa feita na última semana com mais de 100 instituições financeiras.
➡️ A revisão ocorreu após a divulgação do IPCA de outubro, que registrou alta de 0,09%, a menor para o mês em 27 anos. Economistas esperavam um índice maior, de 0,26%.
Veja as projeções de inflação para os próximos anos:
2026: 4,20%
2027: 3,80%
2028: 3,50%
A expectativa para o crescimento do PIB em 2025 segue em 2,16%, e para 2026, em 1,78%.
Economistas também mantiveram a projeção para a taxa básica de juros:
2025: 15% ao ano (nível atual)
2026: 12,25% ao ano
Quanto ao dólar, a estimativa para o fim de 2025 recuou de R$ 5,41 para R$ 5,40. Para 2026, permanece em R$ 5,50.
Prévia do PIB
Seguindo na agenda de divulgações do BC, a instituições divulgou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, caiu 0,9% no terceiro trimestre deste ano.
O cálculo foi feito após ajuste sazonal, que permite comparar períodos diferentes, e considera a variação em relação ao segundo trimestre de 2025.
Esse é o primeiro recuo trimestral do indicador em dois anos. A última queda havia ocorrido no terceiro trimestre de 2023, quando o índice caiu 0,5%.
▶️ A redução na atividade econômica faz parte da estratégia do Banco Central para conter pressões inflacionárias e aproximar as projeções da meta de 3% ao ano. O principal instrumento para isso é a taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano — o maior nível em quase duas décadas.
▶️ Na ata da última reunião do Copom, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo, indicando que a economia ainda opera acima do seu potencial sem gerar pressão adicional sobre os preços.
Gastos com construção nos EUA
Os gastos com construção nos EUA totalizaram US$ 2,17 trilhões em agosto, com alta de 0,2% em relação ao valor revisado do mês anterior, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Departamento do Censo americano — após mais de 40 dias de paralisação do governo.
Na comparação anual, houve queda de 1,6%.
Os gastos com construção privada chegaram a US$ 1,65 trilhão, 0,3% acima do número revisado de julho. A construção residencial subiu 0,8%, totalizando US$ 914,8 bilhões, enquanto a construção não residencial recuou 0,3%, para US$ 737,3 bilhões.
Já os gastos com construção pública somaram US$ 517,3 bilhões, praticamente estáveis em relação ao mês anterior.
Discursos de membros do Fed
O vice-presidente do Federal Reserve, Philip Jefferson, afirmou nesta segunda-feira que o banco central americano deve agir com cautela em relação a novos cortes na taxa de juros.
Segundo ele, é necessário “proceder lentamente” enquanto a política monetária se aproxima de um nível que não pressiona mais a inflação para baixo.
Em discurso preparado para um evento do Fed de Kansas City, Jefferson disse que o corte de 0,25 ponto percentual realizado no mês passado foi adequado, diante dos riscos para o mercado de trabalho e da percepção de que as pressões inflacionárias “diminuíram um pouco recentemente”.
“A postura atual da política monetária ainda é um pouco restritiva, mas nós a aproximamos de seu nível neutro, que não restringe nem estimula a economia. [...] A evolução do equilíbrio de riscos ressalta a necessidade de prosseguirmos lentamente à medida que nos aproximamos da taxa neutra."
Jefferson também comentou sobre o mercado de trabalho, que, segundo ele, está “meio lento”. As empresas estariam hesitantes em contratar, diante das incertezas sobre a política econômica e do avanço da inteligência artificial, que pode substituir parte das funções.
Ele ainda alertou que a falta de dados oficiais, causada pela paralisação do governo, dificulta a análise econômica antes da próxima reunião do Fed, marcada para 9 e 10 de dezembro.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos iniciam a semana com atenção voltada para a divulgação de resultados de grandes empresas, como Nvidia, e para o retorno dos dados econômicos oficiais, após o fim da paralisação do governo.
O Dow Jones recuou 0,18%, aos 46.590,49 pontos. O S&P 500 caiu 0,91%, aos 6.672,50 pontos, enquanto o Nasdaq Composite teve perdas de 0,84%, aos 22.708,08 pontos.
Já as bolsas europeias fecharam em queda nesta segunda-feira, refletindo a instabilidade da semana anterior. Investidores seguem cautelosos diante das dúvidas sobre o impacto da inteligência artificial na economia e sobre o ritmo de crescimento global.
No fechamento, os principais índices da região registraram perdas: o STOXX 600 caiu 0,53%, o DAX da Alemanha recuou 1,20%, o FTSE 100 do Reino Unido perdeu 0,24% e o CAC 40 da França teve queda de 0,63%.
Enquanto isso, os mercados asiáticos fecharam em queda, influenciados por tensões diplomáticas entre China e Japão.
A declaração da primeira-ministra Sanae Takaichi sobre um possível ataque chinês a Taiwan gerou tensões entre os dois países, levando investidores a realizarem lucros após recentes altas.
Na Ásia, os índices encerraram o dia com resultados mistos: o Nikkei, em Tóquio, caiu 0,1%; o Hang Seng, em Hong Kong, recuou 0,71%; o SSEC, em Xangai, perdeu 0,46%; e o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, caiu 0,65%.
Já o Kospi, na Coreia do Sul, subiu 1,94%; o Taiex, em Taiwan, avançou 0,18%; e o Straits Times, em Cingapura, teve queda de 0,15%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
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17/11 -
Boletim Focus: pela 1ª vez neste ano, mercado financeiro estima que não haverá estouro da meta de inflação em 2025
Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação de 2025 de 4,55% para 4,46%.
A expectativa faz parte do boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
É a primeira vez desde dezembro do ano passado que a projeção dos economistas dos bancos para 2025 fica abaixo do teto de 4,5% do sistema de metas de inflação.
Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
Isso quer dizer que, se confirmada a expectativa, não haverá "estouro" da meta de inflação neste ano fechado.
No ano de 2024 fechado, e em doze meses até junho deste ano, a inflação ficou acima do teto do sistema de metas.
➡️A revisão na expectativa do mercado para um patamar abaixo do teto da meta aconteceu após a divulgação do IPCA de outubro, que somou 0,09%. Foi a menor taxa para o mês em 27 anos, algo que surpreendeu os economistas dos bancos (que projetavam um índice maior, de 0,26% no mês passado).
O resultado foi influenciado, principalmente, pela queda de preço da energia elétrica residencial, que ficou 2,39% mais barata em outubro. Isso aconteceu porque a bandeira tarifária da vermelha patamar 2, para o patamar 1, com cobrança extra menor.
Inflação perde força em outubro e fecha em 0,09%
A contenção das expectativas de inflação também é resultado do elevado patamar da taxa de juros, atualmente em 15% ao ano - o maior nível em quase 20 anos.
De acordo com o BC, as decisões sobre a taxa de juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia, o chamado "horizonte relevante" para a política de juros.
Deste modo, a convergência das expectativas de inflação para abaixo do teto do sistema de metas, em 2025, é resultado de decisões sobre a taxa de juros tomadas também nos últimos anos.
Até o fim de 2024, o Banco Central era chefiado por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como a maior parte da diretoria da instituição.
Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumiu o comando da instituição somente em 2025. E a partir deste momento, os indicados por Lula também passaram a ser maioria na diretoria do BC.
A melhora nas contas públicas na parcial deste ano também é outro fator citado por analistas para a contenção da inflação.
🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento.
Veja a expectativa de inflação do mercado para os próximos anos:
➡️ Para 2026, a projeção permaneceu em 4,20% ;
➡️ Para 2027, a expectativa ficou estável em 3,80%;
➡️ Para 2028, a previsão continuou em 3,50%.
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Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
Inflação e preço dos alimentos: na foto, consumidores em feira livre no bairro do KM18 em Osasco na Grande São Paulo, nesta quinta-feira (06)c
ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Produto Interno Bruto
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu estável em 2,16%.
Para 2026, a projeção de crescimento do PIB continuou em 1,78%.
➡️ O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para medir o desempenho da economia.
Taxa de juros
Economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros.
Para o fim de 2026, a projeção continuou em 12,25% ao ano.
Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado permaneceu em 10,50% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 caiu de R$ 5,41 para R$ 5,40. Para o encerramento de 2026, a estimativa continuou R$ 5,50.
Balança comercial: a projeção de superávit da balança comercial em 2025 ficou estável em cerca de US$ 62 bilhões. Para 2026, a estimativa de saldo positivo continuou em aproximadamente e US$ 66 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2025 foi mantida em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa também permaneceu inalterada, em US$ 70 bilhões.
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17/11 -
Uber e iFood começam integração entre apps em meio a 'guerra do delivery'
Uber e iFood começam integração entre apps em meio a 'guerra do delivery'
A competição acirrada pelo mercado brasileiro de delivery ganha um novo capítulo nesta segunda-feira (17), com o início da integração entre os apps da Uber e do iFood.
Como funcionará? Na primeira fase, usuários do iFood poderão pedir corridas da Uber diretamente pelo aplicativo. A partir de dezembro, a Uber também passará a exibir no seu app as entregas de refeição, mercado e outros itens feitas pelo iFood.
Nesta segunda, o recurso começa a aparecer para usuários em Belo Horizonte. Ele será expandido para outras cidades até o fim de janeiro de 2026 (veja o cronograma mais abaixo neste texto).
A parceria representa, de certa forma, a volta da Uber ao segmento de entregas de refeição após mais de três anos. O aplicativo Uber Eats, que competia diretamente com o iFood, foi encerrado em março de 2022.
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Uber e iFood
Reuters/Unsplash
‘Guerra do delivery’
A integração entre iFood e Uber ocorre em um momento em que o setor de delivery vive uma disputa acirrada, com a chegada da Keeta, da chinesa Meituan, e o retorno da 99Food.
A 99Food operou por quatro anos no Brasil e retorna como opção de delivery dentro do app da 99. Controlada desde 2018 pela chinesa Didi Chuxing, a empresa prometeu investir R$ 2 bilhões no país até junho de 2026.
Já a Keeta começou a operar no Brasil no fim de outubro, lançando seu aplicativo piloto em Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo. A nova plataforma promete aplicar US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões) em cinco anos.
A Rappi também anunciou novos investimentos: serão R$ 1,4 bilhão para ampliar a base de restaurantes e expandir sua operação de 50 cidades para 300.
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Reação à concorrência?
Apesar do cenário, tanto o iFood quanto a Uber dizem que a parceria não é uma resposta aos novos rivais. “Nossa conversa começou em setembro do ano passado, quando nem se falava de outras empresas aqui no Brasil”, afirma Diego Barreto, CEO do iFood, ao g1.
Segundo Barreto, a integração foi motivada pela estratégia comum das duas empresas de reunir mais serviços em um só lugar. “Essa é uma lógica nossa e também da Uber. Não tem nada a ver com competição.”
Para Silvia Penna, diretora-geral da Uber no Brasil, a união facilita a vida dos consumidores e aumenta o engajamento nas plataformas. “O importante é garantir que os clientes estão satisfeitos com o nosso serviço e que temos soluções para todas as demandas”, resume.
Com tantas opções, Barreto diz que os consumidores decidirão seu app delivery considerando a qualidade do serviço, oferta de opções e força das marcas. “iFood e Uber representam isso nos seus respectivos segmentos”, diz ele.
Integração entre os apps do iFood e da Uber
Divulgação
O que muda para o usuário?
Os aplicativos vão ganhar abas dedicadas: uma da Uber dentro do iFood e outra do iFood dentro da Uber. A mudança será automática e não exigirá nenhuma ação do usuário.
As duas empresas também vão lançar uma assinatura conjunta de fidelidade por R$ 21,90 ao mês. Hoje, o Clube iFood custa R$ 12,90 e o Uber One, R$ 19,90.
Segundo Barreto, do iFood, a assinatura unificada dá acesso a mais descontos e fretes gratuitos, oferecendo “benefício econômico na mensalidade e na combinação dos programas”.
Veja o cronograma da integração entre Uber e iFood:
Novembro:
usuários de Belo Horizonte passam a ter acesso à Uber no app do iFood.
Dezembro:
usuários de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Campinas, Goiânia, Recife, Porto Alegre e Salvador ganham acesso à Uber no app do iFood.
consumidores de Belo Horizonte passam a ter acesso ao iFood no app da Uber; em seguida, o recurso chega às outras capitais.
Janeiro de 2026:
expansão completa para todas as cidades onde Uber e iFood atuam.
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17/11 -
Abono salarial PIS/Pasep: veja as novas regras para 2026 e quem pode perder o direito ao benefício
PIS/Pasep: veja as novas regras para 2026
O abono salarial do PIS/Pasep, pago anualmente pelo governo federal a trabalhadores com carteira assinada, terá novas regras a partir de 2026.
➡️ O abono salarial é um benefício no valor de até um salário-mínimo concedido anualmente a trabalhadores da iniciativa privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que trabalharam durante ao menos 30 dias do ano-base (dois anos antes) e que receberam até dois salários mínimos por mês.
O limite de renda para ter direito ao benefício deixará de ser calculado com base em dois salários mínimos e passará a ser corrigido pela inflação, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Na prática, isso deve restringir gradativamente quem tem direito ao pagamento. (Entenda mais abaixo)
A mudança, que integra o pacote fiscal aprovado pelo Congresso no final de 2024, visa reduzir gastos públicos e tornar o programa mais direcionado às pessoas de renda mais baixa.
Entenda nesta reportagem:
Como ficam as novas regras?
Por que as regras mudaram?
Veja o calendário de pagamentos
Como ficam as novas regras?
Antes da aprovação do pacote fiscal pelo governo, tinham direito a receber o valor funcionários da iniciativa privada (PIS) e servidores públicos (Pasep) que trabalharam durante pelo menos 30 dias no ano-base (dois anos antes) e receberam até dois salários mínimos por mês.
Em 2025, o pagamento do PIS/Pasep ainda seguiu as regras antigas. Receberam o benefício os trabalhadores que, no ano-base 2023, tiveram remuneração média de até dois salários mínimos — o equivalente a R$ 2.640.
O valor pago foi proporcional ao tempo trabalhado e calculado com base no salário mínimo vigente no momento do pagamento: de R$ 1.518 para quem trabalhou os 12 meses.
Agora, a PEC estabeleceu uma regra de transição que, na prática, deve restringir gradativamente quem tem direito ao benefício:
➡️ A partir de 2026, o cálculo para saber quem terá direito ao benefício será diferente. Em vez de acompanhar o aumento do salário mínimo, o limite de renda será ajustado anualmente conforme a inflação.
Assim, a tendência é que, a cada ano, menos pessoas se enquadrem nos pré-requisitos para receber o benefício. A previsão do governo é que, até 2035, só tenha direito ao valor os trabalhadores que ganharam no máximo um salário mínimo e meio por mês no ano-base.
Conforme a PEC, o salário mínimo continuará tendo um ganho real (acima da inflação, seguindo as regras do arcabouço fiscal) durante esse período de transição, mas a concessão do PIS-Pasep não vai acompanhar esses aumentos.
🔎 Enquanto a correção anual do salário mínimo é feita pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais ganho real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores (e com o novo teto de reajuste). O valor para acesso ao abono salarial será corrigido apenas pelo INPC.
Por que as regras mudaram?
Atualmente, o reajuste do salário mínimo considera a inflação e crescimento da economia. Isso faz com que o aumento do piso nacional seja, em geral, maior que a variação dos preços.
Ou seja, se o limite do PIS/Pasep continuasse vinculado ao salário mínimo, o número de pessoas com direito ao benefício aumentaria a cada reajuste, elevando também os gastos do governo.
Ao adotar a inflação como referência, o governo mantém o benefício corrigido pelo custo de vida, mas evita um crescimento acelerado das despesas.
Segundo o governo, a intenção é preservar o abono para quem realmente ganha menos, garantindo a sustentabilidade do programa no longo prazo.
Apesar das mudanças, os requisitos para receber o abono continuam os mesmos. Para ter direito ao PIS/Pasep, o trabalhador precisa:
Estar inscrito no programa há pelo menos cinco anos;
Ter trabalhado com carteira assinada por, no mínimo, 30 dias no ano-base;
Ter recebido até o limite de renda estipulado para o ano;
E ter os dados informados corretamente pelo empregador na RAIS ou no eSocial.
O benefício é pago a trabalhadores da iniciativa privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que cumpram essas condições.
Calendário de pagamentos
A expectativa é que o calendário de pagamentos de 2026 seja definido ainda em dezembro deste ano pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).
Em 2025, o Ministério do Trabalho e Emprego destinou R$ 30,7 bilhões para o pagamento do PIS/Pasep a cerca de 25,8 milhões de trabalhadores com direito ao abono salarial.
O último grupo, formado por nascidos em novembro e dezembro, recebeu em 15 de agosto, mas um lote extra foi liberado em 15 de outubro para quem teve os dados enviados fora do prazo. Todos os beneficiários poderão sacar os valores até 29 de dezembro de 2025.
Os trabalhadores podem verificar se têm direito ao benefício pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, siga o passo a passo:
Certifique-se de que o aplicativo esteja atualizado;
Acesse o sistema com seu número de CPF e a senha utilizada no portal gov.br;
Toque em "Benefícios" e, em seguida, em "Abono Salarial". A tela seguinte irá informar se o trabalhador está ou não habilitado para receber o benefício.
Vale lembrar que trabalhadores do setor privado também podem consultar a situação do benefício e a data de pagamento nos aplicativos Caixa Trabalhador e Caixa Tem.
PIS-Pasep
José Cruz/Agência Brasil
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17/11 -
Educação Financeira #318: vale a pena comprar um carro novo que vai sair de linha?
O Renault Clio, carro novo mais barato do Brasil, custa atualmente R$ 78.690. Por esse preço, muita gente considera migrar para um seminovo ou usado. Mas, dependendo do momento, é possível encontrar descontos significativos em modelos zero quilômetro que estão prestes a sair de linha.
As promoções em veículos próximos da descontinuação podem variar de R$ 30 mil a até R$ 60 mil, como foi o caso da Volkswagen Amarok: em 2014 unidades do modelo antigo chegaram a ter R$ 60 mil de desconto em concessionárias, por conta da chegada de uma nova geração.
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No entanto, esse tipo de oferta sempre levanta dúvidas: vale a pena comprar um carro que vai deixar de ser produzido? Quais são os cuidados necessários antes de fechar negócio?
Neste episódio do podcast Educação Financeira, o especialista Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira, explica o que muda quando um carro é descontinuado — e quando essa compra pode fazer sentido.
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O que são podcasts?
Podcasts são episódios de programas de áudio distribuídos pela internet e que podem ser apreciados em diversas plataformas — inclusive no g1, no ge.com e no gshow, de modo gratuito.
Os conteúdos podem ser ouvidos sob demanda, ou seja, quando e como você quiser!
Geralmente, os podcasts costumam abordar um tema específico e de aprofundamento na tentativa de construir um público fiel.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
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16/11 -
Quanto custa conter o aquecimento global e quem banca sustentabilidade no campo
Financiamento climático: quem banca o agro sustentável
O preço para conter o aquecimento global é gigantesco: US$ 8 trilhões por ano, até 2035. Este é o valor que o mundo precisa para impedir que a temperatura do planeta aumente mais de 1,5 °C até lá.
Ele leva em consideração o investimento necessário para produzir alimentos de forma mais sustentável, recuperar florestas, criar fontes de energia limpa e uma série de outras ações para reduzir a emissão de gases poluentes à atmosfera.
➡️Esta reportagem faz parte do quinto episódio da série "PF: Prato do Futuro", onde o g1 mostra soluções para desafios da produção de alimentos no Brasil.
O valor foi calculado pelo Grupo de Especialistas Independentes de Alto Nível em Financiamento Climático, da London School of Economics. Ele foi apresentado na Conferência do Clima da ONU (COP) de 2024, no Azerbaijão.
Agora, o tema do financiamento climático volta à mesa de debates da COP 30, em Belém, e um dos grandes desafios é como os países vão conseguir esses trilhões.
Enquanto isso não é definido, o Brasil já vem criando os seus próprios caminhos. No campo, o investimento em práticas agropecuárias sustentáveis tem sido impulsionado, em grande parte, pelo crédito rural — ou seja, por empréstimos bancários.
E um dos grandes desafios é fazer com que esse dinheiro consiga chegar a pequenos produtores e comunidades tradicionais.
O g1 foi à Bahia e ao Rio Grande do Sul para mostrar dois exemplos onde essas barreiras foram superadas.
Na reportagem a seguir, saiba mais sobre:
quanto as nações estão dispostas a pagar;
quem financia a agricultura sustentável no Brasil;
as barreiras que pequenos produtores enfrentam;
qual é a participação da filantropia e dos fundos climáticos.
Quanto as nações estão dispostas a pagar
Os especialistas da London School não têm um cálculo sobre o quanto o Brasil precisa para fazer a transição climática, mas eles estimam que nações emergentes e em desenvolvimento vão precisar, juntas, de cerca de US$ 3,5 trilhões por ano, até 2035.
Uma das discussões mais antigas das Conferências do Clima é como países ricos, como Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos, vão ajudar os mais pobres a cumprir metas de despoluição.
Isso porque eles são considerados "devedores climáticos" por terem se industrializado primeiro e enriquecido a partir do uso intensivo de combustíveis poluentes, como carvão e petróleo.
💵Um dos acordos firmados após a COP 2024 é que os países ricos direcionem, pelo menos, US$ 300 bilhões para as nações em desenvolvimento, até 2035.
No mesmo período, todos os países devem fazer um esforço para que esse volume chegue a US$ 1,3 trilhão, explica o sócio-diretor da Agroicone, Rodrigo Lima, que participa dos debates de financiamento nas conferências da ONU.
Ele ressalta que há um consenso entre as lideranças mundiais de que esse dinheiro não virá apenas de doações, mas, principalmente, de empréstimos.
"A grande discussão agora é como esses recursos vão chegar aos países com juros menores que os praticados no mercado", diz Paulo Camuri, gerente de Ciências do Clima do Imaflora.
Um exemplo dessa tendência do financiamento climático é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposto pelo Brasil, que pretende usar um modelo de investimento de renda fixa para gerar recursos destinados à conservação de florestas tropicais (entenda aqui).
Os guardiões do campo nativo: como pequenos pecuaristas estão regenerando o Pampa
Quem financia agricultura sustentável no Brasil
Enquanto o mundo ainda discute como vai financiar as nações em desenvolvimento, dados da ONG Climate Policy Initiative (CPI) mostram que o Brasil tem bancado a maior parte das ações climáticas voltadas para o uso da terra, ou seja, na agropecuária sustentável e na preservação de florestas (veja os números abaixo).
"Na ausência de uma ação climática global mais contundente, grande parte do investimento acaba acontecendo a nível nacional. Isso mostra que o mundo não tem conseguido criar estruturas adequadas para atacar a crise climática", diz Juliano Assunção, diretor-executivo da CPI.
O relatório da ONG também detalha os dados por tipo de instrumento financeiro. Nele, o crédito rural aparece como a principal fonte dos recursos, respondendo por 58% do total.
O que mostra que a maior parte do financiamento climático voltado ao uso da terra no Brasil tem sido bancada por empréstimos contratados por produtores rurais.
Esse dinheiro tem sido direcionado para técnicas de baixo carbono – como plantio direto, integração de lavoura-pecuária-floresta, agroecologia, agrofloresta –, além de recuperação de pastagens degradadas.
Brasil ainda tem pouco crédito para sustentabilidade 🌱
Hoje é o governo federal quem define a quantidade de dinheiro e os tipos de empréstimos voltados para os produtores rurais. Essas informações são atualizadas todos os anos por meio do Plano Safra.
Ele tem algumas linhas diretamente voltadas para agropecuária sustentável, como o RenovAgro, que, por muitos anos, foi chamado de Plano ABC.
Tem também modalidades específicas dentro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – que atende pequenos produtores – como o Pronaf Floresta, Bioeconomia e Agroecologia.
No entanto, alguns estudos mostram que essas linhas representam pouco dentro de todo o crédito rural liberado no Brasil.
Um levantamento da consultoria Agroicone aponta que os empréstimos contratados para investimentos em sustentabilidade chegaram a R$ 69,2 bilhões na safra 2024/25, o que representou apenas 23,2% de todo o crédito rural liberado no período.
Gustavo Lobo, pesquisador da consultoria, explica que esse valor inclui tanto os empréstimos direcionados para práticas de baixo carbono, como outros que não têm esse objetivo, mas que foram aplicados neste fim. A consultoria rastreou os dados pelo Banco Central.
As barreiras que pequenos produtores enfrentam
Um dos maiores desafios para destravar o financiamento climático no Brasil é ampliar o acesso ao crédito para pequenos produtores e comunidades tradicionais.
"A maior parte do crédito rural ainda não chega aos pequenos produtores, extrativistas, pescadores, quilombolas e povos indígenas — justamente os que mais cuidam dos territórios e produzem com base na sociobiodiversidade", afirma a diretora-executiva do Fundo Casa Socioambiental, Cristina Orpheo.
As linhas do Pronaf, que atende esse público, têm juros menores que os empréstimos convencionais, mas respondem por 17% do crédito subvencionado pelo governo federal. O restante vai para médios e grandes produtores, segundo dados do Banco Central.
Travas para acessar os bancos 💰
Além de menos recursos, os pequenos também esbarram na própria indisposição dos bancos, diz Paulo Camuri, do Imaflora.
"Os bancos, em geral, priorizam grandes projetos, como aqueles que envolvem empréstimos elevados, onde o custo para ele ir lá na propriedade verificar como o dinheiro está sendo usado vai compensar para ele", exemplifica Camuri.
"[Os agricultores] brincam que você chega no banco, só tem um cardápio: que é boi, palanque e cerca", diz Moises Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA.
Mas existem ainda barreiras bem anteriores à ida ao banco.
Isso porque muitos pequenos produtores não sabem nem mesmo o que é crédito rural ou não têm nem conta bancária ou documentos básicos, como RG ou CPF, conta Fabíola Zerbine, diretora-executiva do Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus).
A ONG tem, inclusive, uma iniciativa chamada CredAmbiental que ajuda agricultores familiares e povos tradicionais a acessarem o Pronaf.
➡️O projeto treina moradores das próprias comunidades para se tornarem "ativadores de crédito", ou seja, pessoas que entendem das regras de financiamento, que reúnem documentos, negociam com os bancos e elaboram projetos sobre como o dinheiro será usado e devolvido.
O g1 foi conhecer de perto a iniciativa em uma comunidade indígena Tupinambá, em Ilhéus (BA), que conseguiu acessar o Pronaf Floresta para cultivar cacau e reflorestar a Mata Atlântica (veja abaixo).
Como indígenas usam financiamento do governo para montar agroflorestas
O projeto também dá suporte a comunidades sobre o uso consciente do dinheiro, o que tem dado resultado. Segundo Zerbini, 98% das pessoas que participam do CredAmbiental estão em dia com os empréstimos.
“A gente não quer que o crédito seja um fator de endividamento. Ele precisa ser um fator de empoderamento”, diz Zerbini.
O que vem da filantropia e de fundos climáticos
A diretora-executiva do Fundo Casa Socioambiental, Cristina Orpheo, afirma que o crédito rural é importante, "mas ele tem limites quando se fala em inclusão e justiça socioambiental".
Para ela, é muito importante que povos tradicionais e pequenos produtores recebam mais investimentos diretos, que não exijam reembolso, como doações e incentivos públicos e privados.
"Isso é importante para que eles possam construir uma capacidade mínima de produção, de gestão, para depois, mais estruturados e confiantes, entrarem em um financiamento", diz Orpheo.
Dados da Climate Policy Initiative mostram que a filantropia representa cerca de 0,06% das fontes de financiamento climático em agropecuária e florestas.
O Fundo Casa Socioambiental capta, por exemplo, recursos de fora do Brasil, principalmente de fundações filantrópicas, para investir em projetos de sustentabilidade.
"O ideal seria combinar esses dois mecanismos financeiros: crédito acessível, sim, mas também recursos diretos, flexíveis e de longo prazo", acrescenta.
Alguns fundos climáticos também oferecem recursos que não exigem devolução para projetos de sustentabilidade. Hoje, eles representam cerca de 0,2% de todo o financiamento para o uso da terra.
Um exemplo é o Fundo Amazônia, do governo federal, que capta doações para investimentos não reembolsáveis no combate ao desmatamento e à conservação da Amazônia Legal, e que também tem apoiado projetos que envolvem a produção de alimentos de comunidades tradicionais.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia foi paralisado em 2019. E a sua retomada, em 2023, foi um dos fatores que contribuiu para a queda do desmatamento no bioma este ano.
O governo também tem o Fundo Clima, que foi criado em 2009, com o objetivo de financiar projetos de mitigação e adaptação climática.
➡️As ações de mitigação têm o objetivo de reduzir emissões de gases poluentes, enquanto as de adaptação, de preparar territórios para extremos climáticos, como secas e enchentes.
No entanto, menos de 1% do Fundo Clima é formado por recursos não reembolsáveis, segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), consolidados pelo Observatório do Clima.
Esse dinheiro, que gira em torno de R$ 4,5 milhões, é gerido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Já o restante dos recursos, que correspondem a R$ 24 bilhões, são administrados pelo BNDES e direcionados para empréstimos. A maior parte vai para a indústria (57%) e infraestrutura (38%), e o restante para o comércio (4%) e a agropecuária (1%).
As empresas de grande e médio porte recebem 98% desses empréstimos.
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16/11 -
Pecuária que preserva, cacau que refloresta: como o dinheiro do clima chega ao campo
Os guardiões do campo nativo: como pequenos pecuaristas estão regenerando o Pampa
"A gente vê essas catástrofes que estão ocorrendo... muitas vezes é (por) não preservar a natureza", diz o pecuarista familiar Antônio Bonoto, que vive no Pampa gaúcho, em Alegrete (RS).
A mais de 3 mil km dali, no meio da Mata Atlântica, em Ilhéus (BA), a mesma ideia ecoa na voz do cacique Tupinambá Alicio Francisco: "Não desmata a cabeceira de água, que é a nossa vida. A gente, sem água, como é que nós vamos viver?".
Os dois fazem parte de comunidades rurais que conseguiram recursos para preservar o meio ambiente, mostrando, na prática, como o financiamento climático está chegando no campo brasileiro.
➡️Esta reportagem faz parte do quinto episódio da série "PF: Prato do Futuro", onde o g1 mostra soluções para desafios da produção de alimentos no Brasil.
O financiamento climático é o dinheiro investido em projetos que ajudam a diminuir as emissões de gases poluentes e a preparar territórios e sistemas produtivos para lidar com os impactos do aquecimento global, como secas e enchentes.
Esse é um dos temas centrais da COP30, a Conferência do Clima da ONU, em Belém. No evento, o foco dos países tem sido o financiamento para a conservação de florestas.
Mas, no Brasil, investir na agropecuária sustentável também é essencial para atingir metas climáticas. Afinal, ela responde por 28% das emissões de poluentes no país, depois do desmatamento.
Para isso, um dos desafios é fazer com que o "dinheiro do clima" chegue a pequenos produtores, grupo que hoje tem mais dificuldades para acessar recursos, seja por meio de incentivos e doações ou empréstimos.
No Sul e no Nordeste, o g1 conheceu alguns caminhos. Nas cidades de Alegrete e Lavras do Sul (RS), pequenos pecuaristas recebem assistência técnica gratuita para recuperar a vegetação do Pampa, a partir de recursos de uma lei ambiental do estado (veja no vídeo acima).
Em Ilhéus, a comunidade da Aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima conseguiu um empréstimo pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do governo federal, para cultivar cacau reflorestando a Mata Atlântica (veja no vídeo abaixo).
Como indígenas usam financiamento do governo para montar agroflorestas
Quanto custa conter o aquecimento global e quem banca sustentabilidade no campo
Recuperando o Pampa Gaúcho
Imagem de uma propriedade em Lavras do Sul (RS) que teve o apoio do projeto de Recuperação de Biomas, que ensina pequenos pecuaristas a regenerarem a vegetação do Pampa.
Giaccomo Voccio/g1
O projeto que o g1 conheceu no Sul foi criado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag-RS), em 2018, com o objetivo de ensinar técnicas de regeneração do Pampa a pecuaristas familiares.
🔎 Entre 2015 e 2024, o Pampa perdeu 13.000 km² de vegetação nativa. Isso é praticamente nove vezes a cidade de São Paulo.
O projeto recebe recursos por meio de uma lei estadual de Reposição Florestal Obrigatória (RFO), que determina que empresas que desmatam compensem o impacto com o plantio de mudas, a compra de unidades de conservação para doação ao estado, etc.
Mas há uma opção específica para as empresas que constroem obras de interesse público, como estradas e aeroportos: a de investir em projetos de sustentabilidade aprovados pelo governo do RS. Um deles é justamente a iniciativa da Fetag.
Uma das empresas com dívidas ambientais que financia o projeto é a companhia de energia CPFL. “Para fazer a manutenção das nossas redes elétricas e implantar novos empreendimentos, a gente precisa, muitas vezes, suprimir vegetação”, diz Robson Tanaka, gerente de meio ambiente da companhia.
A CPFL libera recursos para a Fetag, normalmente, a cada três meses, mediante prestação de contas.
O projeto começa com um pagamento inicial, mas as próximas parcelas são pagas após o envio de relatórios à CPFL e ao governo estadual que comprovem como o dinheiro foi usado no trimestre anterior.
A empresa também faz vistorias nas propriedades, enquanto o governo estadual emite o laudo final comparando o antes e o depois da área.
Nessa última etapa, a propriedade precisa ter tido um aumento no número de espécies nativas e na qualidade do solo.
“Se tu identificou 20, 30 espécies naturais do bioma Pampa na primeira visita, o projeto, no mínimo, vai ter que sair com 40 espécies”, explica José Mário Araújo Mafaldo, engenheiro agrônomo da Fetag/RS.
Desde 2019, o projeto já recuperou 7.070 hectares de campo nativo.
Veja fotos do Pampa gaúcho
O que a pecuária familiar tem a ver com preservação? 🐂
Boa parte da vegetação nativa que foi destruída no Pampa nos últimos 10 anos deu lugar a plantações de soja, segundo a rede MapBiomas.
Muitos produtores rurais têm sido atraídos para essa atividade em busca de maior rentabilidade, abandonando atividades tradicionais, como a pecuária familiar.
O Pampa, inclusive, tem uma peculiaridade quando se trata de pecuária porque ele é um bioma formado por pastos naturais, ou seja, por espécies de gramíneas e leguminosas que servem de alimentação para os animais, explica o pesquisador da Embrapa Marcos Borba.
É por isso que é menos comum que o pequeno pecuarista da região desmate uma grande área, como acontece no cultivo da soja.
Mas a pecuária também pode degradar o solo e eliminar espécies nativas se o produtor não cuidar da terra. Um exemplo prático é que as plantas mais consumidas pelo gado tendem a desaparecer ou diminuir no Pampa, explica Borba.
Com o tempo, as espécies que não servem de alimento acabam se sobressaindo no campo, e o pecuarista passa a enxergá-las como indesejadas, o que é um erro, destaca o pesquisador.
“Muitas plantas que os produtores costumam considerar como ‘invasoras’ no Pampa têm funções estratégicas. Muitas ajudam na entrada da água no solo e reciclam nutrientes por meio de suas raízes profundas”, exemplifica Borba.
É por isso que, durante o projeto, os técnicos fazem um trabalho de conscientização dos produtores sobre a importância de cada planta no bioma.
O Pampa abriga mais de 3 mil espécies de plantas, cerca de 450 gramíneas e aproximadamente leguminosas. Da esquerda para à direita: orelha de rato; pega pega, boiadeira da coxilha.
Giaccomo Voccio/g1
Além disso, eles ensinam as formas corretas de rotação do gado para o descanso do solo e técnicas de adubação para recuperar espécies.
“Faz dois anos e meio que a gente está no projeto. Antes, a gente via o solo se degradando. Hoje a gente pode observar o campo com mais vigor”, diz o pecuarista familiar Anderson Soares Ribeiro.
Indígenas que plantam para preservar
Agrofloresta na aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima
Rafael Peixoto / g1
A aldeia indígena Tupinambá do Acuípe de Cima, na Bahia, reuniu 11 famílias que, juntas, conseguiram cerca de R$ 50 mil para plantar cacau com melhoramento genético.
O cultivo realizado pelos indígenas é o cabruca, em que o fruto se desenvolve na sombra da Mata Atlântica.
A técnica preserva a floresta, que é o bioma mais devastado do Brasil, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica. De acordo com a instituição, atualmente, restam apenas 24% da mata nativa.
Os indígenas da aldeia Tupinambá também pretendem ampliar o plantio de agroflorestas, que unem diversas espécies produtivas, como o cacau, bananeiras, coqueiros, feijão e mandioca. Com isso, eles vão recuperar áreas que foram desmatadas para pastagem.
Tudo isso será possível por causa do financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), uma linha de crédito do governo que oferece condições especiais, como juros mais baixos e prazos maiores para pagamento do empréstimo.
“A gente pensava que não tinha como indígenas pegarem um projeto bom desse”, conta Alberto Lopes, um dos beneficiários do programa.
Indígenas da aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima, em Ilhéus, juntamente do ativador de crédito Rodrigo Figueiredo e representante dos cursos técnicos na Bahia.
Rafael Peixoto / g1
O crédito rural é a principal fonte de recursos para financiar práticas sustentáveis na agropecuária, no Brasil, segundo a Climate Policy Initiative.
Mas pequenos produtores e comunidades tradicionais ainda têm dificuldades para acessá-lo.
Isso acontece inclusive com o Pronaf, por diversos motivos. Por exemplo, produtores que não sabem que ele existe, não têm documentos ou até mesmo por não entenderem realmente o que é.
Como levar crédito para mais gente
Pensando na dificuldade que os produtores têm, o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) criou a iniciativa CredAmbiental. Foi por meio dela que o grupo de indígenas Tupinambá conseguiu o empréstimo.
O projeto treina moradores das próprias comunidades para ajudar os produtores na solicitação do crédito. Essas pessoas, que são chamadas de "ativadores de crédito", explicam as regras do financiamento, reúnem documentos, negociam com o banco e elaboram o projeto que mostra como o dinheiro será usado e devolvido.
“Os produtores pegavam o crédito e diziam que era algo que vinha do governo e não precisava pagar. Até hoje a gente atua muito em desconstruir essa informação”, explica Josué Castro, ativador de crédito.
“Não é para pegar o dinheiro e gastar com carro velho, como antes se fazia. Ele tem que ser investido naquela atividade”, diz.
Castro explica que os ativadores de crédito também visitam os produtores, os orientam e escrevem laudos atestando a efetividade daquele crédito. "Com isso, o produtor vai produzir mais e melhor”, afirma.
Os ativadores de crédito recebem uma bolsa de 18 meses, para começar o trabalho com os beneficiários. Depois desse período, cada banco define com a Conexsus o valor a ser pago por contrato efetivado do Pronaf.
Esse dinheiro é usado para pagar os ativadores e manter os cursos de capacitação, explica Fernando Moretti, líder de crédito da Conexsus.
A Conexsus também trabalha com instituições locais que oferecem aulas sobre plantio sustentável e ensinam os agricultores como manter um negócio para gerar renda.
“A gente não quer que o crédito seja um fator de endividamento. Ele precisa ser um fator de empoderamento”, afirma Fabíola Zerbini, diretora executiva da Conexsus e integrante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
Com essa metodologia, 98% dos produtores assessorados pela Conexsus estão com os pagamentos em dia, segundo o instituto.
No momento, 1.054 estão com o empréstimo do Pronaf, adquirido por meio da Conexsus.
Cacau plantado na agrofloresta da aldeia Tupinambá do Acuípe de Cima
Rafael Peixoto / g1
O governo federal lançou no ano passado o programa “Florestas Produtivas”, com proposta semelhante à da Conexsus.
O programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) oferece capacitação em técnicas sustentáveis em lavouras experimentais e atendimento personalizado. Os agentes ajudam desde o diagnóstico da propriedade até a elaboração do projeto de crédito.
“Quando eu financio uma agrofloresta, estou fazendo financiamento climático”, diz Moises Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA.
O projeto ainda está na fase inicial e atua em municípios do Pará, do Maranhão, do Amapá e do Acre.
Veja fotos da Aldeia Tupinambá do Acuípe de Cim
Financiamento climático: quem banca o agro sustentável
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16/11 -
Mercado de tuias e ciprestes aquece no final do ano
Pés de ciprestes italianos cultivados na propriedade de Mara Regina Stangari, em Herculândia (SP)
Reprodução/TV TEM
Os pés de ciprestes italianos transformam qualquer lugar em uma cena de filme. Em Herculândia (SP), são mais de 30 mil árvores cultivadas com muito cuidado pela produtora Mara Regina Stangari, que há mais de 30 anos trabalha com a espécie de planta. Além de bonito, o cipreste é muito usado em projetos de paisagismo e também serve como quebra-vento em áreas rurais.
O processo de cultivo também exige atenção para que a planta chegue até o cliente em bom estado. “A gente vai trocando de embalagem conforme a planta cresce, tudo para garantir que ela chegue bonita e firme na casa do cliente, do jeitinho que sai daqui, toda enraizada. É só cortar a embalagem, colocar na cova e ela segue linda, sem problema nenhum”, comenta Mara.
Para manter tudo saudável, o cuidado precisa ser diário. A área onde as plantas ficam é sempre limpa, adubada e irrigada por gotejamento, que deixa a terra sempre molhada, para isso, Mara explica que todas as plantas contam com um sistema que libera dois litros de água por hora.
“Cipreste não gosta de muita água, só de umidade. E tem que manter limpo, porque o mato rouba o que a planta precisa para crescer. Acabou um talhão, a gente já vai pro outro”, explica Mara.
Em uma outra propriedade, Márcio Sérgio Longhi cultiva tuia holandesa, uma espécie de pinheiro usado para árvores de Natal. Ele consegue vender mais de duzentas mudas por mês e complementa a renda da família.
“O pessoal quer enfeitar e muita gente tá voltando pro natural, que tem mais vida. Depois do Natal, é só colocar no sol e cuidar direitinho, que ela dura muitos anos”, diz.
Empresário Márcio Sérgio Longhi cultivando tuia holandesa em sua propriedade
Reprodução/TV TEM
Veja a reportagem exibida no programa em 16/11/2025:
Mercado de tuias e ciprestes aquece no final do ano
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16/11 -
Falta de mão de obra no campo preocupa produtores rurais
Falta de mão de obra no campo afeta produtores do interior de SP
TV TEM/Reprodução
Parte da fazenda administrada por Ione Gomes é composta por um mar de seringueiras. São 80 mil pés espalhados pela propriedade, que exigem intensa mão de obra durante o período de safra.
No entanto, de uns anos pra cá, Ione enfrenta o mesmo desafio que tem atingido produtores de diferentes regiões: a falta de mão de obra no campo.
A propriedade também cultiva laranja e, para a colheita, uma empresa será contratada. Mas, a manutenção do laranjal é feita pelos próprios funcionários da fazenda.
O mesmo problema enfrentado por Ione também preocupa o produtor rural Mário Santesso. Ele cultiva 5 mil pés de tomate e colhe de 200 a 300 caixas por semana. A lavoura, porém, é mantida por apenas seis trabalhadores, um número abaixo do ideal.
Com a escassez de profissionais, muitos produtores têm apostado na tecnologia para driblar o problema. Em uma indústria de cabines e vidros agrícolas de Ibirá (SP), máquinas de última geração estão ajudando a reduzir os impactos da falta de funcionários.
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Falta de mão de obra no campo preocupa produtores rurais
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16/11 -
O turismo rural feito no ritmo das pedaladas
Grupo de ciclistas percorre estradas rurais entre Cabreúva (SP) e Itupeva (SP).
TV TEM/Reprodução
Entre estradas de terra e fazendas centenárias, um grupo de amigos de Cabreúva (SP) transforma o ciclismo em uma viagem pela história do interior paulista. As rotas, traçadas com a ajuda de imagens de satélite, cruzam propriedades rurais, rios e vilarejos que ainda guardam lembranças do ciclo do café.
Um dos pontos preferidos do grupo é o Armazém do Limoeiro, construído em 1901. Hoje, o espaço funciona como café, mas mantém balcões e estruturas originais da antiga fazenda. “Era um lugar de encontro da comunidade, com capela e farmácia”, lembra o gerente Ivan Diniz.
O trajeto segue até Itupeva (SP), passando por subidas e trechos de mata. No vilarejo conhecido como Quilombinho — onde antes se escondiam pessoas escravizadas fugidas — funciona um café mantido por ciclistas da região. O local fica próximo a áreas ligadas à artista Tarsila do Amaral, o que reforça o caráter histórico do pedal.
De São Paulo, ciclistas como a médica Márcia Cardinari viajam aos fins de semana para participar dos percursos. “São até 80 quilômetros só por terra, cercados de paisagem e história”, conta.
Entre o esforço das subidas e o som das rodas na terra batida, o grupo encontra no ciclismo uma forma de desacelerar, contemplar e se reconectar com o que o interior tem de mais genuíno.
Veja a reportagem exibida no programa em 16/11/2025:
O turismo rural feito no ritmo das pedaladas
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16/11 -
A proposta ambiciosa que fez o 'pai do Pix' deixar o Banco Central
Pix completa cinco anos
Depois de 23 anos no Banco Central (BC), Carlos Eduardo Brandt, que liderou o time que desenvolveu o Pix, resolveu há três meses deixar a instituição — e o Brasil. Trocou Brasília por Washington.
A carreira no BC era coisa de família. O pai e o avô de Brandt também foram servidores da instituição. Mas, nessas duas décadas em que ele esteve na autarquia, criada em 1964, o Banco Central do Brasil assumiu um protagonismo inédito.
E Brandt também. Em 2021, foi o único brasileiro na lista da Bloomberg das 50 pessoas que definiram os rumos dos negócios globais naquele ano. O Pix havia acabado de completar um ano e tinha dobrado a base de usuários, de 56 milhões para 113 milhões de pessoas, chamando atenção do mundo.
Desde então, o modelo de pagamentos instantâneo brasileiro, que completa cinco anos em funcionamento neste domingo (16), se tornou referência internacional e, hoje, é o elemento mais visível de um grande ecossistema que o país desenvolveu no segmento de pagamentos digitais.
Hoje, o Pix tem 161,7 milhões de usuários pessoas físicas e 16,3 milhões de pessoas jurídicas. Nestes cinco anos, movimentou R$ 85 trilhões, ou sete vezes o Produto Interno Bruto brasileiro, mostra estudo da fintech Ebanx com base em dados públicos.
A análise aponta que o sistema de pagamento já é mais popular que o cartão de crédito e é usado por 93% da população adulta do país.
A estimativa é que o sistema atinja ainda neste ano 7,9 bilhões de transações por mês ainda neste ano e que o valor total movimentado por ano chegue a R$ 35,3 trilhões, um aumento de 34% em relação a 2024.
Os números que atestam o sucesso estrondoso do Pix e a onda de inovação brasileira que que ele representa levaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a oferecer uma vaga para Brandt na área de pagamentos e infraestruturas de mercados, onde ele atua desde agosto.
Pix como referência internacional
O FMI é uma organização global com 191 países, mais conhecido na América Latina pelos empréstimos com contrapartidas amargas, como cortes de gastos públicos, feitos no passado a países em apuros financeiros.
Mas ele também tem entre as atribuições oferecer assistência técnica aos membros e promover cooperação entre eles. E foi com essa perspectiva em mente que Brandt considerou a proposta interessante.
"A minha percepção foi de que eu poderia contribuir com outros países e numa escala global", diz ele à BBC News Brasil.
A ideia era usar o conhecimento acumulado com a experiência brasileira para ajudar a melhorar o sistema financeiro internacional — por exemplo, buscando soluções para simplificar a realização de pagamentos instantâneos entre países, assunto sobre o qual o brasileiro tem se debruçado desde que assumiu o novo trabalho.
Esse é um mundo labiríntico, com obstáculos que vão desde a operação com moedas diferentes até as particularidades da regulamentação financeira de cada país e questões de segurança internacional.
"Cada país tem sua legislação, mas também existem os padrões internacionais que todos têm que seguir. É um quebra cabeça um pouco mais complexo", ele ressalta.
Brandt tem observado de perto iniciativas como o projeto de interligação financeira dos 16 países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o Nexus, do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), que propõe interligar sistemas de pagamentos de diversos países e permitir transações entre eles de forma instantânea.
O Nexus já foi apelidado de "Pix internacional" e está sendo implementado inicialmente em cinco nações asiáticas: Índia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia.
O objetivo, segundo ele, é "tentar apoiar na medida que for possível essa agenda de pagamentos entre países", para facilitar tanto as trocas entre pessoas quanto as trocas comerciais.
Nessa seara, também está incluída a nova fronteira das finanças globais, as chamadas Central Bank Digital Currencies (CBDC), ou moedas digitais dos Bancos Centrais, que estão sendo desenvolvidas em dezenas países com tecnologia semelhante à das criptomoedas com a promessa de simplificar ainda mais as transações financeiras.
Pix se tornou referência internacional de sistema de pagamento digital
Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo via BBC
Big techs vs. Pix
Os efeitos de iniciativas como essas seriam parecidos com os do Pix, mas em escala maior: redução de custo para consumidores, desburocratização, aumento de eficiência.
Em uma fala recente sobre as CBDCs, o diretor do departamento de mercados monetários e de capitais do FMI, Tobias Adrian, comentou que imigrantes que enviam dinheiro para a família em seus respectivos países hoje pagam tarifas altas às empresas que fazem remessas de recursos entre países, desembolsando em média 6,5% do valor enviado em taxas.
"Para fazer o sistema financeiro global dar certo, precisamos nos unir e fazer os pagamentos globais darem certo. Parte dos US$ 45 bilhões de dólares pagos anualmente aos provedores de remessas poderiam voltar para os bolsos dos pobres", afirmou na ocasião.
Como no exemplo citado pelo diretor do FMI, a simplificação do sistema global de pagamentos implica na perda de bilhões de dólares por quem hoje ganha com a intermediação financeira, como bancos e, mais recentemente, as grandes empresas de tecnologia.
Esse efeito é potencializado em um cenário de popularização do modelo brasileiro construído em torno do Pix, em que o Banco Central, e não uma empresa privada, desenvolveu, implantou e opera o sistema.
Essa é, aliás, uma das grandes particularidades do sistema de pagamentos brasileiro. Como apontou a BBC News Brasil em reportagem recente, o modelo adotado em países como a Índia, apesar do sucesso, também inspira preocupação.
No exemplo do UPI indiano, a participação de empresas privadas como operadoras do sistema acabou levando à concentração da etapa final da cadeia de pagamentos instantâneos nas mãos de multinacionais como Google e Walmart.
O modelo brasileiro, por outro lado, favoreceu o fortalecimento do mercado doméstico e garantiu autonomia ao país, objetivos que, como contou Brandt à reportagem, já estavam na perspectiva do Banco Central quando a equipe desenhou o Pix.
"Uma das coisas que norteou muito a definição do Banco Central como orquestrador foi a visão de que, para se alcançar um ecossistema de pagamentos que fosse realmente inclusivo, o mais apropriado seria ter um agente neutro", Brandt argumenta.
"E o agente neutro por excelência, no caso brasileiro, é o Banco Central, que é o regulador e não tem nenhum tipo de objetivo de lucro."
É um exemplo prático do que ficou conhecido como "infraestrutura pública digital", a ideia de que algumas soluções na área de tecnologia — como a digitalização da economia — são de interesse público e, por isso, não deveriam ser controladas pela iniciativa privada.
Em 2023, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou uma campanha para impulsionar a adoção dessa infraestrutura em diversos países.
O Brasil aderiu à iniciativa e compartilhou suas experiências, entre elas, a da nova carteira de identidade nacional (CIN), vinculada à plataforma gov.br, e da Rede Nacional de Dados de Saúde, que objetiva reunir e compartilhar os dados do setor de saúde em todo o país.
"O Pix entra como essa infraestrutura pública digital, ou seja, é um bem público de que a sociedade precisa e que não pode estar dependente de uma solução privada", diz Brandt.
"O Brasil é uma referência mundial, mas vários outros países também têm essa visão e incorporaram essa iniciativa [das infraestruturas públicas digitais]", comenta.
A ideia tem ganhado tração internacionalmente, mas parece não agradar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Pix recentemente entrou na mira do governo americano, que em julho o colocou na lista de assuntos que seriam investigados pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) como prática comercial desleal.
Uma das razões apontadas para a investida seria o impacto do sistema de pagamentos brasileiro no bolso das big techs, as grandes empresas de tecnologia, que deixam de ganhar dinheiro por conta da forma como ele foi desenhado.
Questionado sobre o assunto pela reportagem, Brandt evita polêmicas e diz que, em sua visão, "as infraestruturas digitais públicas são um jogo de ganha-ganha".
"Porque, à medida que você tem um processo de digitalização da economia, você tem um processo de digitalização amplo, em diversos segmentos", ele argumenta, emendando que essa dinâmica também pode abrir novas oportunidades de negócios para as empresas de tecnologia.
Sobre a investigação contra o Pix, que ainda está em curso, o brasileiro afirma que "cada governo é livre para tentar identificar e formar sua convicção em relação a cada configuração" no setor de pagamentos.
E completa: "O que eu tenho a dizer é que o Banco Central do Brasil foi muito convicto naquilo que foi feito, sempre foi muito baseado em objetivos públicos que pudessem se traduzir em benefícios à sociedade brasileira".
'Laboratório global' de finanças digitais
O Pix é a ponta mais visível de uma grande rede de inovação na área de finanças digitais construída no decorrer da última década que acabou tornando o Brasil referência internacional no segmento de finanças digitais.
Em um relatório recente, o fundo de investimento em capital de risco Valor Capital Group, que atua nos EUA e na América Latina, se dedicou a analisar a experiência brasileira nesse sentido, destacando que "o Brasil oferece um exemplo concreto de como uma infraestrutura digital coordenada e inclusiva pode acelerar o progresso".
Referindo-se ao país como um "laboratório global de finanças digitais", o texto lista, além do Pix, iniciativas como o Open Finance, o sistema desenvolvido para permitir o compartilhamento seguro de dados financeiros de clientes entre diferentes instituições financeiras e o sistema unificado de identificação digital do governo federal, o gov.br.
Ex-funcionário de carreira do Banco Central, Carlos Eduardo Brandt liderou time que desenvolveu o Pix
Reprodução/LinkedIn via BBC
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16/11 -
Brasil está entre os 10 países com mais azeites premiados do mundo em 2025
Azeitonas verdes e pretas: nascem na mesma árvore? O gosto é diferente? Veja curiosidades
O Brasil está entre os 10 países com mais azeites premiados do mundo e tem a terceira empresa mais reconhecida pelo setor na edição de 2025 da Evoo World Ranking, divulgada na sexta-feira (14).
O ranking classifica os azeites, as fazendas e os países que mais ganharam prêmios em concursos, ao longo de um ano.
Na lista de 2025, o Brasil aparece em 6º lugar na classificação por país, resultado de 264 prêmios em 21 concursos, ficando atrás de grandes produtores como Itália, Espanha, Turquia, Grécia e Portugal.
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Lista da Evoo World Ranking é referente a 2025.
Arte/g1
Em 2024, o Brasil havia entrado, pela primeira vez, no Top 5, mas, neste ano, perdeu a posição para Portugal.
Apesar do reconhecimento, o Brasil não é um grande produtor de azeite. Cerca de 99% do consumo nacional é atendido por produtores estrangeiros, principalmente por portugueses e espanhóis. Por outro lado, a pouca produção nacional que existe tem se destacado pela alta qualidade.
Fazendas premiadas
O Brasil também foi destaque na lista por empresas. A fazenda gaúcha Estância das Oliveiras conquistou o 3º lugar, atrás da turca Nova Vera Gida ve Tarim San. Tic e da portuguesa Gallo Worldwide.
Lista de 2025 da Evoo World Ranking.
Arte/g1
“Se alguém me dissesse, há 25 anos, quando plantei as primeiras oliveiras para ter um azeite honesto na mesa da família, que um dia estaríamos no pódio mundial, seria muito difícil de acreditar”, afirma Lucídio Goelzer, fundador da Estância das Oliveiras.
Em 2023, o g1 visitou a fazenda premiada para mostrar o passo a passo da produção de azeite (veja vídeo abaixo).
Caroço da azeitona também tem azeite e oliveira só dá frutos quando passa frio
Ranking por tipo de azeite
Na classificação por tipo de azeite, a Estância das Oliveiras também foi destaque e teve sete dos seus produtos classificados entre os 100 melhores do mundo.
Em seguida, está a Essenza Agroecológico, em Santo Antônio do Pinhal (SP), que teve três azeites ranqueados, e as Fazendas do Azeite Sabiá, na mesma cidade, que apareceu com um produto na lista.
Nenhum deles apareceu entre os dez primeiros lugares, somente da 22ª colocação para a frente. Os oito primeiros lugares ficaram com azeites da Espanha, seguidos por um de Portugal, no 9º lugar, e um da Turquia, em 10º.
Lista de 2025 da Evoo World Ranking.
Arte/g1
Sobre o ranking
A Evoo World Ranking foi criada pela Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos, Licores e outros (WAWWJ) para promover os melhores azeites extravirgens do mundo.
Para montar o ranking, a WAWWJ classifica as marcas de azeite que mais ganharam prêmios em concursos ao longo de um ano.
Classificações de livros ou revistas que não sejam competições internacionais, bem como concursos realizados parcial ou totalmente de forma virtual, não são incluídos.
As competições são classificadas por continente e país, sendo o Mario Solinas, do Conselho Internacional do Azeite, a mais importante. Elas também são organizadas por continente (ou sub-região do mundo), número de amostras e países participantes.
A Evoo World Ranking foi criada pela Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos, Licores e outros (WAWWJ) para promover os melhores azeites extravirgens do mundo.
Racool_studio
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16/11 -
Alho produzido no ES ganha versão livre de doenças e com dentes maiores
Projeto que começou há dois anos produz alho com mais qualidade no ES
A colheita das novas variedades de alho começou em propriedades do Espírito Santo e já apresenta resultados que animam os produtores: tamanho maior, dentes grandes e livre de doenças.
O produto melhorado, para oferecer mais produtividade e agregar valor ao agricultor, é fruto de um projeto que começou há dois anos com o apoio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e da Embrapa, e está transformando o cultivo do alho no estado.
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Um dos produtores que aderiu à iniciativa é Rosemiro Schmidt, de Rio Claro, interior de Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do estado. Ele faz parte da terceira geração de uma família que aposta na produção de alho.
“Isso já tem uma longa caminhada. Meus avós produziam alho, meus pais produziam alho, e a gente tá continuando a mesma caminhada”, contou Rosemiro.
Mesmo com tanta experiência, o agricultor resolveu inovar. As sementes usadas na plantação da família passaram por um processo de "limpeza" em laboratório, realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Brasília, com o objetivo de eliminar vírus e doenças do alho.
Alho produzido no Espírito Santo ganha versão livre de doenças e com dentes maiores
Reprodução/ TV Gazeta
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Segundo Andrea Costa, pesquisadora do Incaper, o processo é feito em várias etapas.
"Eles fazem um processo de termoterapia, aumentando a temperatura dos bulbos para eliminar os vírus. Depois, o material é levado para cultura de tecido, onde é multiplicado, vai para casas de vegetação e, por fim, para o campo. Ou seja, o alho não tem doença, não tem vírus, e apresenta tamanho maior do que o comum", explicou.
A pesquisadora destaca que não houve modificação genética. O resultado vem apenas da limpeza e seleção do material. A técnica ajuda os produtores a obterem um alho mais resistente e com produtividade maior.
“Nós estamos aqui no Espírito Santo trabalhando com esses alhos desde 2023. As cabeças são maiores, os dentes também, e o agricultor consegue uma produtividade muito maior por hectare”, disse Andrea.
Alho produzido no Espírito Santo ganha versão livre de doenças e com dentes maiores
Reprodução/ TV Gazeta
🧄 Rosemiro e a esposa, Sanderli, plantaram três variedades pela primeira vez: Roxão, Amarante e Ouro Branco. A colheita começou em setembro.
"A qualidade é assim, os dentes, menos dente, graúdo, porque o outro alho da região, ele dá cabeça, bulbo grande, só que ele dá muitos dentes. E esse daqui, ele já dá uma cabeça grande, com menos dente", contou o produtor.
Além de Santa Maria de Jetibá, produtores de Domingos Martins receberam as novas sementes no início do projeto. Agora, o cultivo está sendo testado em outras regiões do estado, como Muqui, Linhares e Colatina, para avaliar o comportamento das variedades em climas mais quentes e úmidos.
Alho produzido no Espírito Santo ganha versão livre de doenças e com dentes maiores
Reprodução/ TV Gazeta
De acordo com o engenheiro agrônomo Protaze Magevski, o alho livre de vírus agrega valor à produção capixaba.
“Esse alho livre de vírus, ele veio para agregar valor à produção. É um alho que apresenta um calibre maior, potencializa um alcance no mercado, menor competição, porque vai concorrer com um produto importado e não vai ter concorrência interna”, avaliou.
Alho produzido no Espírito Santo ganha versão livre de doenças e com dentes maiores
Reprodução/ TV Gazeta
Depois da colheita, o alho passa por um período de secagem de até um mês antes de seguir para feiras e supermercados. As novas variedades ainda estão em fase de avaliação, mas os primeiros resultados já animam produtores e pesquisadores.
"Com os plantios consecutivos, ele pode voltar a ser infectado, mas o programa do Incaper garante que os agricultores tenham acesso contínuo a alhos livres de vírus", completou Andrea Costa.
*Com informações de Alberto Borém.
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16/11 -
PIX completa 5 anos: como o sistema mudou os pagamentos e quais são os próximos desafios
Com novas medidas do BC contra golpes, mais de 245 milhões de chaves PIX são canceladas
O PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil (BC), completa cinco anos neste domingo (16).
Nesse período, a ferramenta — que reúne cerca de 890 milhões de chaves cadastradas e já faz parte da rotina de mais de 170 milhões de brasileiros — conseguiu aumentar o acesso ao sistema financeiro e estimular a concorrência entre instituições, alcançando a marca de R$ 85,5 trilhões em recursos movimentados entre 16 de novembro de 2020 até 30 de setembro de 2025. (Veja mais abaixo)
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Desde o seu lançamento, o PIX conseguiu ampliar sua lista de funcionalidades: permite desde transferências instantâneas — sua principal função —, até o pagamento automático de contas recorrentes, o agendamento de pagamentos futuros, o PIX por aproximação, entre outros. (Veja mais abaixo)
O tamanho do crescimento aparece nos números: só em 2024, o PIX movimentou mais de R$ 26 trilhões — valor equivalente a quase dois PIBs e meio do Brasil. Veja abaixo:
PIX movimenta mais que o PIB do Brasil
Arte/g1
Ao completar meia década, a expectativa do BC é que o PIX continue em expansão, impulsionado por projetos que devem integrar de forma ainda mais profunda o sistema de pagamentos, crédito e, no futuro, operações internacionais.
Relembre nesta reportagem a evolução do sistema de pagamentos instantâneos e veja quais são os principais desafios do BC à frente.
Inclusão financeira e mudanças de comportamento
De acordo com Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, o PIX nasceu para preencher uma lacuna nos pagamentos entre pessoas, e superou expectativas com a velocidade da adoção pelo público.
“Acho que a surpresa vem do fato de que ele permitiu novos modelos de negócio e possibilitou que as pessoas empreendessem de maneiras que antes não estavam no radar", diz o diretor, reiterando que o sistema também aumentou a inclusão financeira do país.
🛒 É o caso, por exemplo, de vendas feitas pelo WhatsApp ou por redes sociais, em que o cliente envia o comprovante na hora. Esse aumento na atividade de trabalhadores informais também mostra como o sistema dinamizou a economia e ampliou oportunidades para pequenos empreendedores.
A economista Carla Beni, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) e integrante do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), reforça que essa expansão ocorreu porque o PIX simplificou e barateou o acesso aos pagamentos digitais.
Para ela, o amplo alcance transformou o sistema em um mecanismo de participação econômica, especialmente para quem antes tinha contato limitado com serviços bancários. “Ele é usado por todas as faixas etárias, níveis de instrução e condições financeiras.”
Os dados do BC mostram esse retrato: adultos em idade produtiva concentram mais de três quartos das transações — principalmente nas faixas entre 20 e 49 anos. Já na separação por regiões, o Sudeste lidera o volume de operações, seguido pelo Nordeste. Veja abaixo:
Retrato do PIX
Arte/g1
A popularização do sistema também provocou mudanças no uso de dinheiro físico. Desde 2020, o número de saques caiu 35%, e a circulação de espécie perdeu espaço para a conveniência das transferências instantâneas.
Segundo o BC, a mudança ainda trouxe alívio financeiro ao comércio: aceitar PIX custa, em média, apenas um quarto do valor cobrado ao varejo nas operações com cartão de débito e crédito.
Somente no segundo trimestre de 2025, o BC contabilizou 19,3 bilhões pagamentos via PIX;
O número é 53,5% superior ao total de transações com cartões (crédito, débito e pré-pago), que somaram 12,6 bilhões no período;
e 335% acima das cobranças por boleto, convênio e débito direto, que totalizaram 4,4 bilhões (veja mais abaixo).
Evolução dos meios de pagamento por trimestre no Brasil
Arte/g1
Evolução das funcionalidades
A evolução do PIX desde o seu lançamento também trouxe uma mudança no comportamento dos usuários: se no início a maior parte das operações acontecia apenas entre pessoas físicas, hoje o uso no comércio e em serviços representa uma fatia significativa das transações.
Essa transformação foi impulsionada por um conjunto de inovações no sistema, sendo elas:
📩 PIX Cobrança: passou a cumprir o papel do boleto, permitindo que empresas e prestadores de serviço emitam e recebam pagamentos de forma mais rápida, com conciliação automática e comunicação direta com o cliente.
💵 PIX Saque e PIX Troco: lojas e outros estabelecimentos passaram a funcionar como pontos de saque, o que descentraliza o acesso ao dinheiro e ainda reduz custos para o comércio ao incentivar o uso de pagamentos eletrônicos.
📅 PIX Agendado: facilitou pagamentos periódicos e transferências com datas fixas, ganhando relevância entre empregadores, autônomos e profissionais liberais pela previsibilidade e organização financeira.
📱 PIX por Aproximação: disponível inicialmente apenas para Android, trouxe a experiência de pagamentos por contato físico, semelhante aos cartões por aproximação, para o ambiente digital.
🔄 PIX Automático: promete transformar os pagamentos recorrentes ao democratizar o equivalente ao débito automático, antes concentrado em grandes instituições, e facilitar cobranças de serviços contínuos.
🌐 Integração com o Open Finance: ampliou o alcance das transações digitais, permitindo iniciar pagamentos por diferentes plataformas, especialmente em compras online e via celular.
Golpes, fraudes e a corrida pela segurança
A evolução do sistema de pagamentos também trouxe a necessidade do aprimoramento de uma agenda de segurança. Só em 2024, por exemplo, o BC registrou R$ 6,5 bilhões em perdas por fraudes pelo PIX, um aumento de 80% em relação ao ano anterior.
Já neste ano, o BC registrou o maior ataque hacker do país, que desviou R$ 800 milhões de bancos e empresas ligadas ao sistema PIX.
Diante disso, a instituição precisou aumentar o seu arsenal de proteção. Segundo Gomes, direto do BC, uma das medidas mais recentes é a chamada coincidência cadastral, que exige que os dados das chaves coincidam com as informações da Receita Federal, reduzindo a abertura de contas com identidades falsas.
“O manual de penalidades também foi reforçado, tornando mais severas as sanções para instituições que não seguem as regras de segurança. Intermediários tecnológicos passaram a operar com limites restritos até cumprirem todas as exigências de credenciamento, e novos mecanismos de alerta para transações suspeitas estão em desenvolvimento.”
Outro pilar é o Mecanismo Especial de Devolução (MED). Em 2024, mais de 1,13 milhão de devoluções foram concluídas, somando quase R$ 400 milhões. Mesmo assim, a recuperação é limitada, porque os fraudadores dispersam os valores em diversas contas logo após o golpe.
⚠️ Na prática, o MED permite que a vítima do golpe — seja por coação, golpe digital ou erro da instituição — acione seu banco, que bloqueia o valor na conta recebedora e tem até sete dias para analisar o caso e decidir sobre a devolução.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os associados investem cerca de R$ 5 bilhões por ano para garantir transações seguras aos seus clientes.
Para aumentar a eficiência em segurança, o BC deve lançar ainda neste mês o MED 2.0, projetado justamente para enfrentar o principal gargalo do modelo atual: o rastreamento restrito à primeira conta que recebe o dinheiro.
A nova versão permitirá mapear o percurso dos recursos em múltiplas camadas, reconstruindo toda a “árvore” de transações e facilitando o bloqueio antes que os valores desapareçam.
“O botão do MED, já presente nos aplicativos, continuará como porta de entrada para o pedido. Mas ainda é essencial que o usuário entenda que se trata de uma ferramenta exclusiva para casos de fraude — e não para disputas comerciais”, reforça Gomes.
Novas funcionalidades no horizonte
Além dos avanços no MED, o BC também deve trazer, em breve, o bloqueio de chaves. “A funcionalidade permitirá ao usuário impedir a criação de novas chaves associadas ao CPF, reduzindo o risco de contas abertas de forma fraudulenta”, explica Renato Gomes, diretor do BC.
O diretor reforça, ainda, que a agenda de proteção também inclui definir, de forma objetiva, os critérios de suspeita de fraude, o que deve padronizar a atuação das instituições e trazer mais previsibilidade ao usuário.
Ainda na agenda, o BC também tem novas funcionalidades no horizonte — algumas com potencial para mudar a própria relação entre pagamentos e crédito, caso do PIX Parcelado. Ele permite que quem estiver recebendo (lojista) tenha acesso a todo o valor instantaneamente, mas quem estiver pagando (comprador) poderá parcelá-lo.
🔎 A funcionalidade já é oferecida por diferentes instituições financeiras, cada uma com suas próprias condições. O próximo passo do BC é padronizar as regras, a fim de simplificar o uso para o consumidor e estimular a competição entre os bancos.
📅 Após sucessivos adiamentos, a autoridade monetária informou que a regulamentação deve ser divulgada ainda em novembro.
Outro avanço em estudo é o Pix Duplicata, criado para facilitar o pagamento de duplicatas eletrônicas. A expectativa é que a ferramenta reduza a dependência do boleto em transações entre empresas, tornando os processos mais simples, rápidos e baratos.
A internacionalização do PIX também faz parte da agenda. A ideia é permitir que o modelo brasileiro seja usado em operações fora do país.
✈️ Hoje, algumas instituições já oferecem soluções próprias para pagamentos internacionais no PIX, mas ainda não há uma regulamentação unificada do BC — semelhante ao que ocorre com o PIX Parcelado.
Pessoa segurando celular na área Pix de aplicativo bancário
Bruno Peres/Agência Brasil
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15/11 -
Por que suco de laranja brasileiro é maior beneficiado do recuo parcial de Trump (e o que Brasil ainda espera das negociações)
Donald Trump fala sobre redução das tarifas
O vice-presidente Geraldo Alckmin detalhou neste sábado (15/11) o impacto para o Brasil da redução das tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos a alguns produtos, anunciada no dia anterior pelo governo Donald Trump.
A decisão, porém, beneficia apenas parcialmente o país, já que manteve a tarifa adicional de 40% aplicada sobre boa parte das exportações brasileiras a partir de agosto, o chamado "tarifaço".
O que foi retirado foi apenas a aplicação de uma alíquota de 10%, anunciada em abril para diversos países, inclusive o Brasil.
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Essa redução geral impactou alguns produtos. Entre eles, estão itens produzidos aqui, como o café, vários cortes de carne bovina, açaí, castanha-do-pará, tapioca, mandioca e frutas como banana, laranja e côco, dentre outros.
Com a medida, o percentual das exportações brasileiras isentas de qualquer tarifa extra adotada na gestão Trump passou de 23% para 26%, disse Alckmin, o que representa, no total, cerca de US$ 10 bilhões em vendas aos EUA.
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'Piorou para o Brasil', dizem exportadores de café após redução de taxa
Laranja
Sheraz Shaikh/Unsplash
O principal item beneficiado foi o suco de laranja, cujas exportações para os americanos somam cerca de US$ 1,2 bilhão ao ano. Vão para os EUA cerca de 40% de todo suco brasileiro enviado ao exterior, cuja produção se concentra no Estado de São Paulo. O produto já estava isento da tarifa de 40% sobre o Brasil - ao lado de itens como petróleo e aviões. Agora, o suco ficou livre também da taxa de 10%.
Já o café, por exemplo, continuará taxado em 40%.
"Nós vamos continuar trabalhando para reduzir mais. Realmente, no caso do café, não tem sentido, a tarifa ainda é alta, e o Brasil é o maior fornecedor de café para os Estados Unidos", destacou Alckmin, ao conceder coletiva a jornalistas no Palácio do Planalto.
O vice-presidente, que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, é um dos que está à frente da negociação com os Estados Unidos para redução das tarifas de 40% sobre o Brasil, ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Há expectativa de que os três viajem aos Estados Unidos após a Cúpula do Clima, a COP 30, que acontece este mês em Belém. No entanto, Alckmin afirmou neste domingo que não há nada marcado ainda.
"Vamos agora aguardar os próximos passos. Mas nós estamos otimistas que a gente vai ter novos avanços".
O anúncio de sexta-feira não faz diretamente parte dessas negociações que estão sendo travadas entre Brasil e EUA sobre as tarifas aplicadas especificamente sobre produtos brasileiros e anunciadas em julho.
Elas foram adotadas em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado ideológico de Trump, e incluem uma tarifa extra de 40% sobre boa parte dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, somada às taxas recíprocas de 10% anunciadas em abril — levando, portanto, as taxas sobre alguns produtos brasileiros a 50%.
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Decisão retira tarifa de 10%, e sobretaxa de 40% para o Brasil continua
'Essa redução não tem nada a ver com as negociações entre Brasil e EUA', diz especialista
Até o momento, Lula não se manifestou publicamente sobre a decisão do governo americano de retirar as tarifas de 10% sobre alguns produtos agropecuários.
Desde o breve encontro entre Lula e Trump na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, os dois países se reaproximaram e reabriram as conversas sobre as tarifas.
Os dois presidentes se reuniram pessoalmente na Malásia no fim de outubro para tratar do tema.
Nesta semana, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, reuniram-se em duas ocasiões para discutir o tema, primeiro no Canadá e depois em Washington.
Após os encontros, Vieira disse acreditar ser possível chegar a um acordo ainda neste mês, o que levaria a negociações mais amplas adiante.
"[Um acordo] que estabelecesse um mapa do caminho para uma negociação, que poderia durar dois ou três meses, para então se concluir definitivamente todas as questões entre os dois países", disse Vieira.
Segundo o ministro, durante uma reunião virtual em 4 de novembro, foi apresentada uma proposta aos americanos, que seria "uma resposta à primeira proposta que eles apresentaram, em 16 de outubro".
Foi uma referência ao primeiro encontro com Rubio, na Casa Branca, para dar início ao processo de negociação.
Vieira ressaltou que a resposta americana pode vir nos próximos dias.
O presidente Donald Trump, em 10 de novembro de 2025
REUTERS/Kevin Lamarque
Impacto no bolso dos americanos explica recuo de Trump
A decisão de suspender parte das tarifas de 10%, anunciadas em abril, foi publicada em uma ordem executiva na sexta-feira, assinada por Trump.
Na ordem executiva, Trump afirma que decidiu mudar o escopo de produtos sobre os quais essas taxas são cobradas após receber informações e recomendações de autoridades que monitoram a aplicação destas medidas, além de considerar o andamento das negociações com outros países, a demanda interna por certos produtos e a capacidade de produção americana destes itens.
No documento, diz que a mudança será aplicada a uma série de produtos listados em um anexo e que ela entrará em vigor "em relação às mercadorias que entrarem para consumo, ou forem retiradas do armazém para consumo, a partir das 00h01 [no horário local] do dia 13 de novembro de 2025".
Na terça-feira (11/11), Trump havia mencionado em entrevista à Fox News uma possível redução em tarifas sobre o café, sem citar quais países seriam beneficiados.
Seu governo vem enfrentando crescente pressão devido ao aumento da inflação no país.
O preço do café acumula neste ano uma forte inflação nos EUA, e a tarifa imposta sobre a produção brasileira estava agravando esse cenário — causando preocupação em Trump por pressioná-lo em uma frente importante para seu eleitorado, a economia.
Segundo um cálculo da BBC News Brasil a partir de dados oficiais do MDIC, em setembro, a quantidade de café brasileiro enviada aos EUA caiu quase pela metade (-47%) em relação ao mesmo mês de 2024.
Na primeira conversa travada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar das tarifas, no início de outubro, o presidente americano admitiu que os EUA estava "sentindo falta" de alguns produtos brasileiros afetados pelas tarifas, e citou especificamente o café, segundo apurou a BBC News Brasil na época.
Saca de café em fazenda perto de Brasília em 15 de julho de 2025
Adriano Machado/Reuters
O Brasil também é o quarto maior fornecedor de mangas e goiabas (que estão juntos na nomenclatura de mercadorias usada no comércio exterior) para os americanos, tendo embarcado cerca de US$ 56 milhões desses produtos ao país em 2024.
O México é o principal fornecedor, com US$ 550 milhões, seguido do Peru (US$ 96,9 milhões) e do Equador (US$ 56 milhões), segundo o Observatório de Complexidade Econômica.
Os EUA cultivam manga em Estados como Flórida, Califórnia e Havaí, mas boa parte do consumo interno é suprido com importações. O mesmo vale para a goiaba, com cultivo modesto na Flórida, no Havaí e em Porto Rico.
Produtores brasileiros de manga foram duramente afetados pelas tarifas americanas, com produção encalhada diante do cancelamento de pedidos, como mostrou a BBC News Brasil.
O Brasil é ainda o maior exportador de carne bovina do mundo e responde por 23% das importações americanas do produto, segundo cálculo da Genial Investimentos.
Os EUA são o segundo maior mercado para o produto brasileiro, atrás apenas da China.
Mas, ao contrário do café e de frutas como a manga, no caso da carne os EUA são também um grande produtor.
No entanto, o país enfrenta uma queda histórica na oferta de carne bovina.
Atualmente, os EUA têm o menor número de cabeças de gado em 74 anos, depois que os pecuaristas reduziram a produção após vários anos de seca e preços baixos.
Paralelamente, a demanda dos consumidores se manteve firme, fazendo com que os preços nos supermercados aumentassem.
A suspensão das tarifas sobre a carne também deve beneficiar a Argentina, que responde por 2,1% das importações americanas e é governada por Javier Milei, aliado de Trump.
No início de novembro, Trump disse que compraria mais carne argentina para baratear o produto no mercado americano, o que deixou produtores nacionais enfurecidos.
Trump sempre afirmou que suas tarifas não levariam ao aumento de preços para os consumidores americanos, mas as isenções recentes sinalizam uma mudança de postura.
Economistas já haviam alertado que as empresas repassariam o custo das tarifas de importação, gerando preços mais altos para os consumidores.
Embora a inflação tenha permanecido mais moderada do que muitos analistas previam em setembro, a maioria dos itens monitorados no relatório de inflação do Departamento do Trabalho apresentou aumento, com os alimentos subindo 2,7% em relação ao ano passado.
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15/11 -
Entenda a redução de tarifas por Trump e por que ela foi vista com ressalvas no Brasil
Entenda a redução de tarifas por Trump e por que ela foi vista com ressalvas no Brasil
Os Estados Unidos anunciaram na noite da última sexta-feira (14) a redução das tarifas de importação de cerca de 200 produtos brasileiros.
A medida foi comemorada por representantes do governo brasileiro, mas não agradou parte dos exportadores e da indústria, que consideram que o país continua em desvantagem competitiva em relação aos seus principais concorrentes.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
Segundo o Ministério da Agricultura, a decisão envolve apenas as chamadas tarifas de reciprocidade — no caso do Brasil, uma taxa de 10% imposta pelo republicano em abril deste ano.
Isso fez com, que no caso do suco de laranja, por exemplo, a tarifa voltasse a ser zero. Em outros, como o café, caiu de 50% para 40% – e esse é um dos motivos pelos quais o recuo foi visto com ressalvas.
Nesta reportagem, você vai entender:
O que os EUA decidiram sobre as tarifas impostas ao Brasil?
Por que a redução não agradou todos os exportadores e a indústria?
A redução das tarifas tem relação com o encontro entre Trump e Lula?
O que acontece agora?
Consulte a lista de produtos que tiveram tarifa reduzida
O que os EUA decidiram sobre as tarifas impostas ao Brasil?
A Casa Branca anunciou, na noite de sexta-feira (14), uma redução das tarifas de importação de cerca de 200 produtos. Entre os produtos, estão alguns dos mais vendidos pelo Brasil aos norte-americanos, como o café, o suco de laranja, a carne bovina e frutas como manga, banana e açaí.
A redução foi das chamadas tarifas de reciprocidade, impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a diversos países em abril. No caso brasileiro, a alíquota era de 10%.
O governo brasileiro informou que, com a decisão de Trump desta sexta, o percentual das exportações brasileiras para os Estados Unidos não sujeitas a tarifas adicionais passou de 23% para 26%.
💵Com isso, cerca de US$ 10 bilhões das exportações brasileiras para os EUA estão isentas de tarifas.
Por que a redução foi vista com ressalvas no Brasil?
A redução de tarifas foi vista com ressalvas porque a sobretaxa de 40% sobre as exportações brasileiras, anunciada no fim de julho por Donald Trump em razão do que o presidente norte-americano considerou uma perseguição a Jair Bolsonaro (PL), segue em vigor.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, disse que a decisão dos EUA é "uma boa sinalização para o mercado brasileiro", mas "motivo de comemoração comedida".
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse que, de 80 produtos agrícolas beneficiados pela redução, só quatro – três tipos de suco de laranja e a castanha-do-pará – ficam isentos de taxas. Os outros 76 produtos, incluindo carne bovina e café, continuam sujeitos à taxa de 40%.
"É muito importante negociar quanto antes um acordo para o produto brasileiro voltar a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras", disse Ricardo Alban, presidente da CNI.
Além disso, como a redução foi aplicada também a outros países que também tinham a tarifa de 10%, mas não a de 40%, passaram a ficar mais competitivos em relação ao Brasil, segundo exportadores.
No caso do café, a Colômbia – o principal concorrente do Brasil no mercado norte-americano, segundo o setor – passou a ter 0% de tarifa, enquanto o Brasil permanece com os 40%.
"Melhorou para os nossos concorrentes e piorou para o Brasil", disse o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, ao g1.
E nem todos os produtos foram beneficiados pelo corte. A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) diz que a uva — segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA — ficou de fora.
"Mais de US$ 40 milhões foram enviados no ano passado só para os Estados Unidos, de uva. Então vai afetar", disse o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão.
Em entrevista a jornalistas neste sábado (15), o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que a redução das taxas está "na direção correta", mas admitiu que ainda existe uma "distorção" que "precisa ser corrigida".
A redução das tarifas tem relação com o encontro entre Trump e Lula?
Em entrevista a jornalistas na última sexta-feira (14), Trump indicou que a redução das taxas veio para corrigir o forte avanço visto nos preços de alguns produtos nos EUA.
"Os preços do café estavam um pouco altos. Agora, ficarão mais baixos em um período muito curto", afirmou.
Na ordem executiva para reduzir as tarifas, Trump não se referiu a nenhum país e disse que a decisão foi tomada após considerar informações sobre o andamento das negociações com vários países, a demanda interna e a capacidade doméstica de produção de alguns produtos.
Ao comentar as tarifas, Alckmin disse que as conversas de Lula (PT) com Trump, assim como as do chanceler brasileiro Mauro Vieira com o secretário do comércio norte-americano, Marco Rubio, foram importantes para as negociações entre os dois países.
"Por que teve essa medida? Justamente porque o consumidor norte-americano, a indústria norte-americana, o varejo norte-americano estão reclamando", diz Felippe Serigati, doutor em economia, coordenador do Mestrado Profissional em Agronegócio do FGVAgro.
"Essa redução não tem nada a ver com as negociações do Brasil. Gerou uma externalidade positiva para alguns produtos brasileiros, e alguns que estavam precisando, em destaque as frutas tropicais, mas essa redução não tem nada a ver com as negociações entre o Brasil e os Estados Unidos."
O que acontece agora?
Segundo Alckmin, o governo brasileiro continuará trabalhando para reduzir as tarifas impostas por Trump.
"Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja. Era 10% e zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão. Então zerou, ficou sem nenhum imposto. O café também reduziu 10%, mas tem concorrente que reduziu 20%. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade", completou Alckmin.
Trump, por sua vez, descartou novos cortes das taxas à frente. Questionado por repórteres na noite de sexta-feira (14) sobre possíveis novas mudanças, o republicano respondeu: "Não acho que será necessário".
Consulte a lista de produtos que tiveram a tarifa reduzida
O presidente Donald Trump, em 10 de novembro de 2025
REUTERS/Kevin Lamarque
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15/11 -
Indústria diz que Brasil continua em desvantagem mesmo com redução de tarifa pelos EUA
Estados Unidos revogam tarifas de importação sobre alguns produtos
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirma que a decisão dos Estados Unidos de retirar tarifas recíprocas de 10% para produtos agrícolas expõe a urgência de o Brasil avançar na negociação para remover a taxa extra de 40% aplicada aos produtos brasileiros.
“Países que não enfrentam essa sobretaxa terão mais vantagens que o Brasil para vender aos americanos”, afirmou Alban. "
"É muito importante negociar quanto antes um acordo para o produto brasileiro voltar a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras", declarou também.
Contexto: Os EUA reduziram as tarifas de importação de vários produtos alimentícios, incluindo café, carne, açaí e manga, na noite de sexta-feira (14). Dessa forma, para o Brasil, as taxas caíram de 50% para 40%;
O Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia; e
Vale destacar que alguns setores do agro brasileiro, como o do café, esperavam que a tarifa fosse zerada.
Grão da xícara de café
Dilvugação/Roasters Specialty Coffee
Segundo o CNI, a lista de produtos isentos dos 10% inclui 238 produtos como carne, café, hortaliças, cera de carnaúba, frutas cítricas, castanha-do-Pará, suco de laranja, fertilizantes e produtos químicos agrícolas. Desses, o Brasil exportou 80 produtos no último ano.
Em 2024, essas exportações somaram US$ 4,6 bilhões — cerca de 11% de tudo o que o país vendeu ao mercado americano no período.
Para a Confederação, quatro produtos passam a ser isentos de tarifas adicionais, três tipos de suco de laranja e castanha-do-Pará. Os outros 76, antes taxados em 50%, permanecem com os 40% específicos ao Brasil, com destaque para café não torrado, cortes de carne bovina e cera de carnaúba.
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15/11 -
Alckmin: Redução de tarifas dos EUA está na 'direção correta'
Alckmin: Redução de tarifas dos EUA está na 'direção correta' Presidente Donald Trump tirou taxa de 10% sobre produtos como café, carne e frutas, mas manteve sobretaxa de 40% ao Brasil. O vice-presidente Geraldo Alckmin falou neste sábado (15) sobre a redução de tarifas anunciada por Donald Trump.. Medida tira taxa global de 10% para cerca de 200 produtos, mas manteve a sobretaxa de 40% ao Brasil. Entenda.. Governo brasileiro considerou positiva a redução, mas segue atento aos produtos que continuam taxados.. Exportadores de café dizem que a medida, na verdade, piora a situação do Brasil. Outros setores veem avanço.
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15/11 -
Tarifaço: Alckmin diz que redução de taxas pelos EUA está na 'direção correta', mas 'distorção' ainda precisa ser corrigida
Redução 'positiva' e na 'direção correta', diz Alckmin após EUA baixarem taxa de importação
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, classificou neste sábado (15) como "positiva" e na "direção correta" a redução de taxas pelo governo de Donald Trump. Ele afirmou que o governo "continuará trabalhando" para que as tarifas caiam ainda mais.
Os Estados Unidos reduziram as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo café, carne, açaí e manga, na noite desta sexta-feira (14). Para o Brasil, as taxas, de maneira geral, caíram de 50% para 40%.
Para Alckmin, a tarifa de 40% para uma série de produtos brasileiros, como o café, ainda é uma "distorção", que precisa ser "corrigida" com as negociações.
"A última ordem executiva do presidente Trump foi positiva e na direção correta", afirmou. "Foi positiva. Vamos continuar trabalhando. Conversa do presidente Lula com Trump foi importante no sentido da negociação e, também, a conversa do chanceler Mauro Vieira com o secretário Marco Rubio", acrescentou o vice-presidente.
"Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja. Era 10% e zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão. Então zerou, ficou sem nenhum imposto. O café também reduziu 10%, mas tem concorrente que reduziu 20%. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade", completou Alckmin.
🔎O governo brasileiro informou que, com a decisão de Trump desta sexta, o percentual das exportações brasileiras para os Estados Unidos não sujeitas a tarifas adicionais passou de 23% para 26%.
💵Com isso, cerca de US$ 10 bilhões das exportações brasileiras para os EUA estão isentas de tarifas.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a medida de Trump se aplica a 80 itens agrícolas vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos. Porém, somente quatro produtos – três tipos de suco de laranja e castanha do pará – ficam isentos de taxas.
Conforme a entidade, os outros 76 itens, que incluem carne bovina e café, tiveram redução de tarifas, mas ainda vão enfrentar 40% de taxa para entrar no mercado americano.
Ordem de Trump abrange só taxas de reciprocidade
Num primeiro momento, exportadores brasileiros tiveram dúvidas sobre o tamanho da redução.
Posteriormente, o Ministério da Agricultura esclareceu que a ordem abrange apenas as chamadas taxas de reciprocidade, impostas a diversos países pelo presidente Donald Trump, em abril. No caso do Brasil, elas foram de 10%.
Em julho, no entanto, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa adicional, de 40%, para compra de produtos brasileiros, que continua valendo, segundo o governo.
EUA não consideram novos cortes
'Essa redução não tem nada a ver com as negociações entre Brasil e EUA', diz especialista
Alguns setores do agro brasileiro, como o do café, esperavam que a tarifa fosse zerada.
☕O café brasileiro estava sendo taxado em 50% nos EUA. Com o anúncio de sexta, a tarifa caiu para 40%, mas grandes concorrentes, como a Colômbia e o Vietnã, tiveram a sua tarifa zerada, o que dificulta a competição.
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta para discutir o assunto.
Após a reunião, Vieira disse que esperava uma resposta dos EUA sobre um "mapa do caminho" para nortear negociações.
No fim desta sexta, porém, Trump afirmou que não acredita que sejam necessários novos cortes de taxas.
“Acabamos de fazer um pequeno recuo”, disse a repórteres. “Os preços do café estavam um pouco altos; agora, em muito pouco tempo, eles estarão mais baixos", completou.
O Brasil é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, e ambos os produtos enfrentam forte alta nos preços no mercado norte-americano, o que pressiona o governo Trump.
Em nota, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) lamentou o fato de o governo dos EUA não ter excluído "integralmente" as tarifas sobre o item.
"Tal situação, de manutenção de elevada posição tarifária imposta ao Brasil, amplia as distorções no comércio e tende a intensificar, no curto prazo, a queda nas exportações de cafés especiais aos Estados Unidos", afirmou a entidade em nota.
Alckmin fala em coletiva
Reprodução
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15/11 -
Supergoiabeira produz goiabas de até 1kg em Goiás
Supergoiabeira produz goiabas de até 1kg
Um mistério e, ao mesmo tempo, uma bênção. Assim uma goiana define o pé de goiaba que possui no quintal da sua casa, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal. A árvore produz frutos enormes o ano inteiro, que chegam a pesar até 1 kg.
A assistente fiscal Valdivina Muniz Ferreira, de 42 anos, conhecida como Val, conta que ela e o marido, Eurilson da Silva Neves, de 50 anos, ganharam a muda há cerca de 8 anos, de uma amiga dela, que, por sua vez, recebeu a plantinha da Embrapa de Brasília. Desde então, a goiabeira é só fartura, produzindo goiabas de 300 gramas em diante.
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"Além dessa muda minha, ela fez mais mudas, só que nem todas dão fruto como a minha dá. Até hoje, das mudas que ela fez, a minha foi a maior. É um mistério. E uma bênção também", explica Val.
Val Muniz e Eurilson da Silva Neves plantaram a muda há cerca de 8 anos e sempre colheram frutos enormes
Arquivo pessoal/ Val Muniz
Val explica que as goiabas são da polpa branca, que está sempre doce e crocante. Ela e o esposo comem in natura mesmo porque, segundo ela, a variedade não serve para suco e doces. A quantidade de frutos é tão grande que ela e o esposo dão para amigos e familiares.
"Esta semana mesmo eu colhi uma que deu 750 gramas. Meu marido levou para o colega do trabalho", contou.
Fruto de 1,040 kg foi o maior que a goiabeira deu até hoje
Arquivo pessoal/ Val Muniz
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Val explica que a goiabeira rende frutos em todas as épocas do ano e que ela e o marido regam duas vezes por dia. Ela não sabe dizer com precisão, mas acredita que o tempo entre o surgimento até o amadurecimento de cada fruta é de cerca de dois meses.
Benefícios nutricionais
Além de saborosa, a goiaba branca possui diversos benefícios nutricionais. A nutricionista Lívia Alves, de Goiânia, explica que a fruta é rica em fibras, que ajuda a manter o funcionamento do intestino mais equilibrado.
"Essas fibras presentes na fruta também auxiliam no controle da glicemia, favorecendo uma sensação de saciedade muito natural", detalha.
Segundo a especialista, a fruta também tem vitamina C, fundamental na proteção do sistema imunológico, ajudando o organismo a responde melhor contra infecções.
"A vitamina C também melhora a absorção do ferro, presente em outros alimentos, o que contribui para a prevenção de anemia", disse Lívia, acrescentando que a goiaba também tem potássio, mineral essencial para o equilíbrio da pressão arterial e bom funcionamento dos músculos e do coração.
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15/11 -
Herança jacente: quem fica com o patrimônio das pessoas que morrem sem deixar herdeiros?
Saiba quais são os bens que prefeituras e união incorporam de quem não tem herdeiros
Ao menos 179 imóveis foram incorporados ao patrimônio público da União e de municípios de 14 estados entre 2020 e 2025, segundo levantamento do g1. Juntos, os bens somam R$ 219 milhões e incluem apartamentos a poucos metros das praias de Copacabana e Ipanema, no Rio de Janeiro, e do Pina, em Pernambuco.
CONHEÇA OS CASOS: os bens de quem morre sem herdeiros e ficam com o governo federal e as prefeituras
Esses imóveis pertenciam a pessoas que morreram sem deixar herdeiros nem testamento. Pela lei, quando isso acontece, o patrimônio passa por um processo judicial que determina a destinação dos bens — e, se ninguém se habilitar como sucessor, eles são transferidos para o poder público — procedimento chamado de herança jacente e vacante.
🔎 A herança jacente é declarada quando não há herdeiros até o quarto grau de parentesco — ou seja, pais, filhos, tios, sobrinhos e primos de primeiro grau. Depois de esgotadas as buscas e decorrido o prazo legal, o bem vira vacante, ou seja, é transferido para o município ou para a União.
A procuradora e advogada Priscilla Paoliello de Sarti, autora do livro A Herança Jacente e Vacante: Aspectos práticos, desafios e possíveis soluções para a sua efetivação, explica que o fenômeno deve se tornar mais frequente.
“A gente verifica um aumento desses casos decorrentes do envelhecimento da população, da queda na taxa de natalidade e das famílias unipessoais, de uma pessoa só, que não deixam herdeiros. É um contexto que tende a aumentar essas hipóteses de herança vacante”, afirma.
Veja as perguntas e respostas:
Para quem vão os bens?
Por que o governo fica com o patrimônio dos falecidos?
Quais são as fases do processo até o patrimônio ser público?
Quem tem direito à herança?
Quem pode cuidar do imóvel durante o processo?
O Estado pode usar o imóvel como quiser?
Como o juiz tenta encontrar herdeiros?
O processo é o mesmo para todos os bens?
O que acontece se um herdeiro aparecer depois?
Arte - Como um bem sem herdeiros vira patrimônio público
Arte/g1
Para quem vão os bens?
Apartamentos da Rua Cinco de Julho, em Copacabana (RJ), incorporados ao patrimônio da cidade
Reprodução
Após a morte, se a pessoa que morreu não tiver cônjuge, filhos, pais vivos ou outros herdeiros, o Código Civil determina que os bens fiquem incorporados ao patrimônio da cidade em que morava.
“A data da morte vai fixar essa competência também”, explica a professora de Direito Civil na PUC-SP, procuradora do município de São Paulo aposentada, Déborah Lambach.
A regra é territorial:
se o bem está em uma cidade, vai para o município;
se está no Distrito Federal, fica com o DF;
e se está em território federal, é incorporado à União.
Quando os bens passam à União, ficam sob gestão da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Hoje, o Brasil não tem mais territórios federais — só o Distrito Federal e os estados com seus municípios.
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Por que o governo fica com o patrimônio dos falecidos?
O Estado passa a ser o destinatário final do patrimônio de quem morre sem deixar herdeiros nem testamento porque o Código Civil determina que ele deve dar destinação pública aos bens sem dono.
Déborah explica que o poder público atua como sucessor excepcional do falecido, garantindo que o patrimônio não fique sem administração nem uso social. “O Estado não pode renunciar. Ele é chamado pela lei a suceder quem não tem herdeiro, porque o ordenamento jurídico não admite bens sem dono”, afirma.
Isso significa que, quando todos os herdeiros são desconhecidos, inexistentes ou renunciam à herança, o poder público assume a responsabilidade de representar, administrar e dar finalidade social aos bens.
“O poder público tem essa responsabilidade, esse dever legal com a comunidade. A pessoa que estava ali naquele município construiu um patrimônio, então seria uma forma de cuidado — tanto pra devolver pros herdeiros, quanto pra sociedade”, explica Lambach.
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Quais são as fases do processo até o patrimônio ser público?
Quando alguém morre sem deixar testamento nem herdeiros conhecidos, começa um processo chamado herança jacente. É quando a Justiça tenta descobrir se há familiares que possam herdar os bens. Nessa fase, o juiz nomeia um curador, que fica responsável por cuidar do que foi deixado e buscar informações sobre possíveis herdeiros.
“A primeira providência é o juiz nomear um curador para aquela herança. Esse curador vai até o local, se é um imóvel, e procura amealhar informações sobre aquela pessoa”, explica a professora Déborah Regina Lambach.
Em seguida, são publicados editais para busca de herdeiros. Se em um ano ninguém se apresentar, a herança é declarada vacante — o patrimônio passa ao domínio público, mas ainda de forma provisória.
Cinco anos após a data da morte, se nenhum herdeiro aparecer, os bens são incorporados definitivamente ao poder público — à União, ao Distrito Federal ou ao município, conforme a localização.
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Quem tem direito à herança?
Na primeira fase do processo — chamada de herança jacente, quando o Estado guarda os bens enquanto procura os herdeiros — têm direito à herança, segundo o Código Civil, os parentes até o quarto grau.
Isso inclui:
1º grau: filhos e pais;
2º grau: avós e netos;
3º grau: tios e sobrinhos;
4º grau: primos.
A sucessão segue uma ordem de prioridade, conhecida como “ordem de vocação sucessória”, que começa pelos descendentes e vai até os colaterais.
“Morreu alguém, é como se fosse um trem, o juiz vai no primeiro vagão, onde estão os descendentes — os filhos. Se não houver filhos, passamos para o segundo vagão, onde estão os ascendentes — pais e mães. Se também não houver, vamos para o terceiro vagão, que são os cônjuges ou companheiros. E, por fim, o quarto vagão, onde ficam os colaterais, como irmãos, tios e primos. É preciso respeitar essa ordem de vocação” , explica Lambach.
Se nenhum desses grupos for localizado, o patrimônio permanece sob guarda judicial até que, passado os cinco anos da morte, seja declarado vacante e incorporado ao poder público.
Após incorporado, apenas pais, filhos ou companheiros podem requisitar o patrimônio ao Tesouro do munícipio.
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Quem pode cuidar do imóvel durante o processo?
Na prática, o curador pode ser um advogado nomeado pelo juiz ou um representante do município.
“Qualquer pessoa de confiança do juízo. Em regra, é um advogado que o juiz nomeia”, explica a procuradora Priscilla Paoliello de Sarti.
O cargo é temporário e remunerado ao final do processo, já que o curador assume a responsabilidade de administrar o bem e prestar contas à Justiça. O papel do curador acaba quando o bem passa a ser público, quando a secretaria do patrimônio do município ou a União decide o que vai ser feito com o imóvel.
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O Estado pode usar o imóvel como quiser?
Nos municípios, a administração é feita por procuradorias ou secretarias de patrimônio e finanças, que decidem o destino: podem usar o imóvel em programas públicos, ceder, alugar ou vender em licitação.
“O bem é incorporado ao patrimônio do município e depois ele é destinado para atividades públicas de interesse local”, explica a procuradora Priscilla Paoliello.
Qualquer ocupação irregular pode gerar ação de reintegração de posse.
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Como o juiz tenta encontrar herdeiros?
Quem tem esse papel no decorrer do processo é o curador do imóvel.
“Esse curador vai até o local — se é um imóvel — e procura amealhar informações sobre aquela pessoa. Hoje a gente pode até pedir acesso à parte digital, e-mails, perfis de Instagram, Facebook, tudo isso é possível judicialmente. Também se conversa com vizinhos", explica a professora de Direito Civil na PUC-SP. "O curador tenta obter o maior número de informações, faz um arrolamento dos bens, manda ofício para bancos. E, se a pessoa é estrangeira, vai uma carta rogatória para o país, a gente fala com as embaixadas, sempre por meio de documento judicial.”
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O processo é o mesmo para todos os bens?
Sim. A regra vale para imóveis, dinheiro em conta, veículos, ações e até bens de valor afetivo.
O curador é responsável por cuidar de tudo até a decisão judicial. Itens como obras de arte e objetos pessoais só podem ser vendidos após a vacância, com autorização do juiz.
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O que acontece se um herdeiro aparecer depois?
Depois que o bem é incorporado ao poder público, apenas filhos, pais, avós ou cônjuges podem reivindicar o patrimônio. Se comprovarem o vínculo, podem propor uma ação de petição de herança, que tramita nas varas de Fazenda Pública.
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Veja Mais
15/11 -
Apartamentos na praia, fazendas, conta bancária: os bens de quem morre sem herdeiros e ficam com o governo federal e as prefeituras
Saiba quais são os bens que prefeituras e união incorporam de quem não tem herdeiros
Apartamentos a poucos metros da praia, fazendas e residências de várias regiões do país passaram a fazer parte do patrimônio público depois que seus donos morreram sem deixar herdeiros. Levantamento do g1 mostra que, entre 2020 e 2025, ao menos 179 imóveis nessa situação passaram à administração da União ou de prefeituras de cidades em 14 estados. Juntos, os bens identificados pelo g1 somam cerca de R$ 219 milhões.
🔎 A herança é chamada de “vacante” quando não há herdeiros até o quarto grau de parentesco — pais, filhos, tios, sobrinhos e primos de primeiro grau — e, após esgotadas as buscas, o patrimônio é transferido para o poder público.
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Os imóveis foram identificados pelo g1 a partir de pedidos feitos via Lei de Acesso à Informação (LAI) à União e às 27 capitais das unidades federativas. As respostas permitiram mapear bens localizados em 14 estados: Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
🗒️Tem alguma sugestão de reportagem? Mande para o g1
Segundo a procuradora e advogada Priscilla Paoliello de Sarti, autora do livro "A Herança Jacente e Vacante", o fenômeno deve se tornar mais comum.
“A gente verifica um aumento desses casos decorrentes do envelhecimento da população, da queda na taxa de natalidade e das famílias unipessoais, de uma pessoa só, que não deixam herdeiros. É um contexto que tende a aumentar essas hipóteses de herança vacante”, afirma.
Veja a seguir alguns dos casos identificados pela reportagem:
Castelinho da Rua Apa, apartamentos na praia, fazendas: os imóveis sem herdeiros encoporados pela União ou estados.
Reprodução
Dois apartamentos em Copacabana e R$ 431 mil no banco
A aposentada Yvonne Martins Gurjão, funcionária pública da Caixa Econômica Federal, morreu em setembro de 2016, aos 93 anos, sem deixar herdeiros nem testamento. O inventário revelou dois apartamentos em Copacabana, ambos a cerca de 600 metros da praia — um na Rua Barata Ribeiro e outro na Rua Cinco de Julho — e R$ 431 mil em conta bancária.
Apartamentos da Rua Cinco de Julho, em Copacabana (RJ), incorporados ao patrimônio da cidade
Reprodução
O processo judicial se arrastou por quase nove anos. A disputa começou quando Juliana Ribeiro do Nascimento, filha da ex-empregada doméstica da família, alegou ter sido criada por Yvonne “como se fosse neta”. Nos autos, disse ter recebido da idosa apoio financeiro e afetivo por toda a vida.
Outra mulher, Léa Espíndola de Almeida, identificada como prima distante, também se manifestou no processo, mas, segundo a Justiça, não comprovou vínculo familiar. Em 2020, a Prefeitura do Rio de Janeiro foi nomeada curadora dos bens, e, após a publicação de editais, a Justiça declarou a herança vacante em outubro de 2024.
A Prefeitura do Rio informou ao g1 que os dois apartamentos — localizados na Rua Barata Ribeiro e na Rua Cinco de Julho, em Copacabana — estão em fase de avaliação para licitação de alienação, ou seja, serão leiloados. Não há informações sobre o uso atual dos imóveis. O g1 não localizou Léa e tentou contato com Juliana, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Entenda como o patrimônio de quem morre e não deixa herdeiros vai para o poder público
Disputa por imóveis de polonesa termina com bens incorporados ao Rio
Apartamentos da Rua Barata Ribeiro, em Copacabana (RJ), incorporados ao patrimônio da cidade
Reprodução
A polonesa Grazyna Rokicka, falecida em 1998, deixou quatro imóveis em Copacabana — três na Rua Barata Ribeiro e um na Rua República do Peru. Após a morte, o locatário Eliseu Bandeira Sobrinho permaneceu nos endereços e, anos depois, entrou na Justiça alegando posse dos bens desde 2008, em tentativa de usucapião. A Justiça, porém, rejeitou o pedido, reconheceu que ele não era herdeiro legítimo e determinou a transferência dos imóveis ao município em 2022. O g1 não localizou a defesa de Sobrinho.
Fazenda visitada por Dom Pedro II é incorporada à União no Paraná
Fazenda Baronesa, em Palmeiras (PR)
José Fernando Ogura/AEN - Casa Civil do PR
Em Palmeira (PR), a Fazenda Baronesa, com 17 km², foi incorporada ao patrimônio da União após a morte de Moisés Erichsen. Avaliada em R$ 17,2 milhões, a área passou à administração da 2ª Companhia do 5º Batalhão de Suprimento (2ª Cia Sup/5º B Sup), unidade do Exército sediada na cidade. Em 1880, a fazenda recebeu a visita do imperador Dom Pedro II durante uma viagem oficial pelo Paraná, conforme descrito pelo Exército em seus acervos históricos.
Casarão centenário no Recife
No Recife, dois imóveis da professora aposentada Maria da Conceição Guedes Pereira, morta aos 102 anos em 2013, foram incorporados ao patrimônio da cidade e da União. Um deles, na Avenida Rosa e Silva, está sendo reformado pela prefeitura para se tornar um Centro de Convivência para Idosos.
Fachada do Casarão de Recife (PE), imóvel particular que foi incorporado ao patrimônio público
Edson Holanda/Prefeitura do Recife
Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Maria da Conceição havia manifestado em vida o desejo de que o local fosse usado para acolhimento de idosos.
“Ela confidenciou o desejo de que o imóvel fosse transformado em ambiente para o acolhimento e assistência de idosos”, afirmou a promotora Luciana Dantas, da 30ª Promotoria de Justiça da Capital.
As obras começaram em maio de 2025, e a entrega está prevista até o fim do ano. O outro imóvel, a 260 metros da Praia de Pina, está incorporado ao patrimônio da União.
Casa à 260 metros da Praia de Pina (PE) incorporado ao patrimônio da União
Reprodução/Google Maps
O ‘Castelinho’ da Rua Apa, em São Paulo
Em São Paulo (SP), o histórico Castelinho da Rua Apa, avaliado em cerca de R$ 3 milhões, também foi incorporado ao patrimônio público. Construído em 1912 por arquitetos franceses, o imóvel ficou marcado pelo assassinato de mãe e dois filhos em 1937.
Abandonado por décadas, o prédio foi cedido à ONG Clube de Mães do Brasil, que oferece assistência a moradores em situação de rua e pessoas em vulnerabilidade social.
Castelinho da Rua Apa foi restaurado
Rogério de Santis/Futura Press/Estadão Conteúdo
Quem fica com o patrimônio e o que é feito dele?
Arte - Como um bem sem herdeiros vira patrimônio público
Arte/g1
Quando alguém morre sem deixar testamento nem herdeiros, a Justiça abre um processo de herança jacente. Um curador é nomeado para administrar os bens e buscar possíveis familiares.
“Esse curador vai até o local, conversa com vizinhos, consulta bancos e até redes sociais, para tentar identificar possíveis herdeiros”, explica a professora Déborah Lambach, da PUC-SP
Se em um ano ninguém se habilitar, a herança é declarada vacante. Cinco anos após a morte, os bens são incorporados definitivamente ao poder público — à União, ao Distrito Federal ou ao município, conforme o local onde estão
Nos municípios, a administração é feita por procuradorias ou secretarias de patrimônio, que decidem o destino dos bens: podem ser usados em programas públicos, cedidos, alugados ou vendidos em leilão.
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15/11 -
'Piorou para o Brasil', dizem exportadores de café após redução de tarifa recíproca pelos EUA; setores de carnes e frutas veem avanço
Tarifa de 40% sobre o café 'continua proibitiva', diz presidente do Cecafé.
Após comemoração inicial, exportadores brasileiros de carne, café e frutas adotaram um tom mais cauteloso e até pessimista em relação à redução das tarifas de importação pelos Estados Unidos.
Na sexta-feira (14), os EUA reduziram a tarifa recíproca de 10% para cerca de 200 produtos, mas mantiveram a sobretaxa de 40% ao Brasil.
"Melhorou para os nossos concorrentes e piorou para o Brasil", disse o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, ao g1.
O café brasileiro estava sendo taxado em 50% nos EUA. Com o anúncio de sexta, a tarifa caiu para 40%, mas grandes concorrentes, como a Colômbia e o Vietnã, tiveram a sua tarifa zerada, explicou Matos.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
"Muitos já tinham acordo bilateral formado, outros estavam com 10% como a Colômbia e a Etiópia", disse o diretor.
À GloboNews, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, reafirmou a preocupação do setor.
"[A taxa de] 40%, se ficar, continua proibitiva e não muda nada. O Brasil continua totalmente fora do jogo".
"Nós perdemos espaço e os nossos concorrentes assumiram esse espaço. E isso pode ser e tende a ser irreversível. Cada dia que passa aumenta o nosso drama", declarou Matos, do Cecafé .
Os Estados Unidos são o principal comprador de café do Brasil e respondem por cerca de 16% de tudo o que o país exporta, segundo o Ministério da Agricultura.
Com o tarifaço, as importações americanas de café brasileiro caíram pela metade (51,5%) entre agosto e outubro – meses de vigência da taxa de 50% –, em relação ao mesmo período de 2024, informou o Cecafé.
"Sem a isenção total para o Brasil, isso não terá tanta importância, pois ainda é proibitivo importar café para os EUA", disse um importador de café com sede na Califórnia à agência de notícias Reuters.
LISTA: veja todos os produtos com redução de tarifas pelos EUA
Repercussão: exportadores de carne comemoraram
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) se pronunciou neste sábado (14) lamentando que a decisão de Trump não incluiu a sobretaxa de 40%.
"Tal situação amplia as distorções no comércio e tende a intensificar, no curto prazo, a queda nas exportações de cafés especiais aos Estados Unidos", afirmou a entidade.
Entre agosto a outubro, as exportações de cafés especiais caíram cerca de 55% em quantidade, em relação a igual período de 2024.
Casa Branca anuncia suspensão de tarifa de 10% sobre o Brasil
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a medida de Trump se aplica a 80 itens agrícolas vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos. Porém, somente quatro produtos – três tipos de suco de laranja e castanha do pará – ficaram isentos de taxas.
Carnes e frutas
Já o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que a decisão dos EUA é "uma boa sinalização para o mercado brasileiro".
"Os Estados Unidos são o nosso segundo maior mercado para a exportação de carne bovina e estava fazendo falta".
"É um motivo de comemoração comedida, mas com uma perspectiva muito positiva para que a gente possa ter a retirada total das tarifas", disse Perosa.
A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) viu a medida como "um avanço relevante para o setor", mas disse que se preocupa com o fato de a uva, segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA, ter ficado de fora da lista das exceções.
"Mais de US$ 40 milhões foram enviados no ano passado só para os Estados Unidos, de uva. Então vai afetar", disse o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão.
O Brasil exporta uva para os EUA a partir de setembro, quando a colheita começa.
Segundo a associação, as exportações da fruta para o país caíram 73% em valor e quase 68% em quantidade, no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2024.
Repercussão no governo
O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificaram a medida como uma boa notícia, mas ressaltaram estarem atentos também a itens que entraram no tarifaço e ainda não foram flexibilizados.
Ao g1, Celso Amorim destacou que a decisão possui "uma racionalidade própria" relativa à situação da inflação americana, mas viu influência do bom clima entre Lula e Trump.
Em uma rede social, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse que a decisão "reforça a força do nosso país no cenário internacional".
Para a GloboNews, o ministro Carlos Fávaro afirmou que se reuniu com sua equipe do ministério da Agricultura para avaliar a nova decisão de Trump.
"Voltamos à boa diplomacia, ao diálogo, à amizade de 200 anos. O diálogo voltou", disse.
Segundo o ministro, o governo ainda está observando na minúcia o que foi suspenso de fato e estão atentos também para madeira e mel. Caso não tenham sido incluídos ainda, o ministro que vai ficar para outro momento próximo.
Trump diz não considerar novos cortes
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta para discutir o assunto.
Após a reunião, Vieira disse que esperava uma resposta dos EUA sobre um "mapa do caminho" para nortear negociações.
No fim desta sexta, porém, Trump afirmou que não acredita que sejam necessários novos cortes de taxas.
“Acabamos de fazer um pequeno recuo”, disse a repórteres “Os preços do café estavam um pouco altos; agora, em muito pouco tempo, eles estarão mais baixos.”
Pressão da inflação sobre Trump
O Brasil é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, e ambos os produtos enfrentam forte alta nos preços no mercado norte-americano, o que pressiona o governo Trump.
Sem dar detalhes, Trump adiantou que reduziria a tarifa sobre o café, em entrevista à Fox News, na última terça-feira (12).
Dias antes, determinou uma investigação sobre frigoríficos que atuam nos EUA, acusando-os de subir o preço da carne artificialmente.
Na ordem executiva desta sexta, Trump não se referiu especificamente a nenhum país.
Ele afirmou que recebeu informações de autoridades que, sob sua orientação, monitoram as circunstâncias da ordem que estabeleceu o tarifaço.
"Depois de considerar as informações e recomendações que esses funcionários me forneceram, o andamento das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda interna atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzi-los, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca."
A redução vale para mercadorias importadas e retiradas em armazém desde a quinta-feira (13).
Ao divulgar a medida, a Casa Branca atualizou a lista de produtos que têm algum grau de redução de tarifas, acrescentando carne e café, entre outros.
Até então, a relação incluía somente itens já tinham recebido o benefício em julho, como o suco de laranja, que também tem peso nas vendas do Brasil para os EUA.
Grão de café
Mike Kenneally/Unplash
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15/11 -
Funcionários do Nubank divulgam manifesto contra fim do home office; entenda
Funcionários relatam impactos do fim do remoto no Nubank
Funcionários do Nubank divulgaram um manifesto na última quarta-feira (12), afirmando que a mudança para o modelo híbrido vai exigir uma reorganização profunda na vida pessoal e profissional de cada um.
De acordo com os relatos, muitos teriam aceitado as vagas no banco por conta do regime de home office, e organizaram a vida familiar e financeira em outras cidades, inclusive comprando imóveis e assinando contratos de aluguel.
Trabalhadores alegam que a exigência de retorno presencial pode dificultar a rotina familiar, especialmente para quem cuida de filhos, pais ou outros familiares, tornando mais difícil cumprir os novos requisitos da instituição.
Esses pontos dominaram a plenária virtual organizada pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, realizada na última quarta-feira (12), que reuniu quase 300 participantes. O encontro trouxe críticas à forma como a mudança foi comunicada, questionamentos sobre falta de diálogo e preocupação com demissões por justa causa.
O manifesto também cita estudos e aponta impacto maior sobre cuidadores de pessoas com deficiência. Além disso, afirma que deslocamentos para grandes centros urbanos podem reduzir a renda disponível e afetar a qualidade de vida.
Entenda o caso
A plenária foi realizada após o Nubank anunciar que vai adotar o modelo híbrido de trabalho. O plano prevê dois dias presenciais por semana a partir de julho de 2026 e três dias a partir de janeiro de 2027.
A medida valerá para cerca de 70% do quadro e substituirá o formato atual, que exige apenas uma semana presencial por trimestre.
A mudança gerou reação imediata. No mesmo dia do anúncio, em reunião com o CEO David Vélez, 12 funcionários foram demitidos por justa causa . Em comentários feitos por meio do LinkedIn, Vélez teria indicado que esses colaboradores teriam sido desligados por terem extrapolado os limites aceitáveis do ambiente profissional.
Durante a plenária, trabalhadores afirmaram que as demissões impactaram principalmente pessoas de grupos minorizados, o que aumentou a mobilização.
Em nota oficial enviada ao g1, o Nubank afirmou que mantém "canais e rituais abertos para o livre debate entre seus funcionários, mas não tolera desrespeito ou violações de conduta". "O Nubank não comenta casos individuais de desligamento", completou o banco.
Logo do Nubank na Bolsa de Valores de Nova York.
Brendan McDermid/ Reuters
O que dizem os funcionários?
Segundo relatos ao sindicato, a mudança para o modelo híbrido não foi negociada e há receio entre trabalhadores, que temem demissões caso não aceitem o aditivo contratual.
Outro ponto recorrente foi o formulário de exceções, usado pelo Nubank para analisar casos específicos. Segundo relatos, o processo só está disponível para cargos com certo nível de senioridade, e algumas áreas não têm acesso à ferramenta.
Entre as reivindicações dos trabalhadores está a reversão da política de retorno ao presencial e uma maior transparência sobre os critérios para concessão de exceções.
Os funcionários também pedem a suspensão de advertências e punições aplicadas após manifestações contrárias à decisão. A reintegração dos 14 demitidos é considerada condição mínima para iniciar negociações.
Os trabalhadores ainda defendem a construção de um acordo coletivo com regras claras e estáveis, garantindo previsibilidade para quem foi contratado em regime remoto.
Defender home office nas redes custou o emprego deles
O que acontece agora?
O sindicato orientou trabalhadores a registrarem denúncias pelos canais oficiais, com garantia de sigilo, e anunciou que uma nova reunião será feita com a direção do Nubank em 19 de novembro.
A entidade informou que pode entrar com ação judicial caso não haja avanço nas negociações, além de pleitear novas plenárias, consolidar relatos para envio ao RH e, se necessário, buscar mediação em órgãos públicos.
O que diz o Nubank?
Segundo o Sindicato, o Nubank ainda não apresentou um posicionamento sobre as demissões e os temas discutidos na plenária.
Em nota enviada ao g1, no entanto, o Nubank afirmou que mantém o diálogo "aberto e transparente".
"O Nubank esclarece que mantém diálogo aberto e transparente com todas as entidades representativas apropriadas", afirmou em nota.
A instituição também afirmou que a transição para o modelo híbrido foi planejada para combinar “o melhor do presencial e do remoto”, reiterando que as alterações terão implementação gradual.
Ainda segundo o banco, a mudança busca "fortalecer a cultura, aumentar colaboração e acelerar inovação, com base em estudos internos e comparações com empresas de alta performance".
O Nubank informou que oferecerá suporte à realocação e analisará exceções para casos específicos, mas reforçou que o trabalho presencial será o novo padrão para a maior parte das equipes, destacando que continua a avaliar todos os feedbacks recebidos pelos funcionários.
O banco ainda afirmou que está investindo em novos escritórios no Brasil e no exterior e reiterou que o período de transição permitirá ajustes individuais antes da implementação completa.
Por que tantos profissionais preferem se demitir a deixar o home office?
A sede do Nubank em São Paulo.
Getty Images via BBC
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15/11 -
Quanto custa viver no Brasil? Inflação e câmbio pressionam orçamento das famílias; entenda
A recente melhora na renda das famílias brasileiras ainda não foi suficiente para aliviar a percepção sobre a economia e o orçamento no fim do mês — e muitos brasileiros, principalmente das classes B, C, D e E continuam a destinar uma parte significativa do salário para cobrir despesas básicas. (Entenda mais abaixo)
Um levantamento realizado pelo g1 comparou os gastos dos consumidores com uma cesta de itens similares no Brasil, nos Estados Unidos e em Portugal.
A escolha dos itens considerou produtos comuns nos três países. Os dados têm caráter apenas ilustrativo, já que a comparação não leva em conta o consumo médio das famílias, nem a média geral de preços dos produtos.
Veja os vídeos em alta no g1:
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Veja abaixo:
Comparação de gastos em países diferentes.
Arte/g1
Ascensão social está mais difícil para os mais pobres, diz estudo
Os dados indicam que, enquanto um brasileiro que ganha um salário mínimo por mês gastaria cerca de 13,22% do orçamento com os itens selecionados, um trabalhador que ganha um salário mínimo em Portugal destinaria aproximadamente 5,13% do total. Nos EUA, esse percentual é ainda menor: 4,08%.
Segundo especialistas, essa diferença pode ser atribuída a diversos fatores – entre eles, a inflação ainda alta no Brasil e a taxa de câmbio que, mesmo em desvalorização no ano, continua a pressionar parte dos preços por aqui. (Entenda mais abaixo)
Como o poder de compra tem evoluído no Brasil?
Segundo os especialistas consultados pelo g1, apesar da melhora no rendimento dos brasileiros vista nos últimos meses, a inflação elevada e o alto nível de incertezas econômicas continuam a limitar o avanço da renda real.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o valor recebido pelos brasileiros já descontada a inflação ficou em R$ 3.540 no terceiro trimestre deste ano – alta de 4% ante o mesmo período de 2024.
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, alcançou 4,68% em 12 meses, ainda acima do intervalo de tolerância da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%.
Segundo Bertha Rohenkohl, economista e líder de pesquisa do projeto Our World In Data (OWID), embora o Brasil seja classificado pelo Banco Mundial como um país de renda média alta, seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita ainda é menor que em economias mais desenvolvidas e até de alguns vizinhos sul-americanos.
“Ao juntar dados [de renda e preços], vemos que os brasileiros têm renda média mais baixa do que os habitantes de países ricos, e que, embora os preços internos também sejam menores, essa diferença não é suficiente para compensar a distância na renda”, diz.
De acordo com o economista sênior do Banco Mundial, Hugo Ñopo, embora o salário mínimo real (descontada a inflação) do Brasil tenha crescido 91% entre 2001 e 2015, esse cenário mudou nos anos seguintes.
“A inflação corroeu o poder de compra das famílias entre 2016 e 2021, com os preços gerais chegando a ficar 36% mais altos. A inflação dos alimentos atingiu 46% no período”, diz.
“Como consequência, a renda real das famílias nos 40% mais pobres era menor em 2021 do que em 2016”, completa Ñopo.
Em anos recentes, o avanço dos preços continuou a corroer o poder de compra dos brasileiros, principalmente das famílias de renda mais baixa.
Segundo Rohenkohl, esse avanço da inflação foi puxado principalmente por alimentos, gasolina e pela valorização do dólar. Assim, ao comparar a trajetória do Brasil com a de outros países desde 2010, é possível ver que o país enfrentou preços mais altos do que muitas outras economias.
“Se a renda média não cresceu muito nos últimos anos, como sugerem os dados de PIB per capita, o aumento dos preços sugere que o custo de vida no Brasil está encarecendo”, diz.
Como comparar?
Comparar o custo de vida entre os países é complexo porque envolve uma porção de dados econômicos. Para isso, o projeto Our World In Data (OWID), que conta com pesquisadores da Universidade de Oxford, formatou o Índice de Nível de Preços (PLI, na sigla em inglês).
O indicador considera as Paridades de Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês), calculadas pelo Banco Mundial, que mostram o quanto é preciso gastar em cada país para comprar a mesma cesta de bens e serviços de um país de referência — geralmente os Estados Unidos.
As PPPs são importantes para comparações internacionais de indicadores econômicos, como PIB per capita, consumo e produtividade, além das diferentes moedas de cada local.
Os dados do PLI mostram que os preços médios de bens e serviços no Brasil são mais caros do que o visto em mais da metade (52%) dos 192 países avaliados. Os dados comparam os preços em relação aos Estados Unidos, que é o país usado como referência pelo indicador.
Veja abaixo a relação entre a média de preços e o PIB per capita nas maiores economias de cada um dos continentes:
Média de preços e PIB per capita.
Arte/g1
Em geral, países mais ricos costumam ter preços mais elevados. No caso Brasil, no entanto, isso nem sempre se confirma: a média dos preços algumas vezes se iguala ou até supera a de países com o PIB per capita mais alto.
Entre os países que têm preços mais baixos que os do Brasil, apesar do PIB mais elevado, estão: Armênia, Bulgária, República Dominicana, Cazaquistão, Malásia, Romênia, Rússia, Tailândia, Turquia, entre outros.
“Isso mostra que as pessoas nesses países conseguem comprar mais com o que ganham. As diferenças no poder de compra das famílias acontecem por causa da forma como a economia é organizada, das políticas adotadas pelo governo e da produtividade de cada país”, diz Marko Rissanen, gerente do Programa de Preços e Comparações Internacionais do Banco Mundial.
O especialista destaca que entre os fatores que explicam essas diferenças no poder de compra estão:
O quanto as pessoas ganham e como a riqueza é distribuída entre as classes sociais — fatores que influenciam a capacidade de consumo;
Características do mercado de trabalho, como níveis salariais e padrões de emprego;
Quanto as famílias conseguem poupar e o quanto decidem destinar para o consumo;
Políticas governamentais, como impostos e políticas de transferência de renda, que impactam o orçamento das famílias, principalmente de baixa renda; e
Características mais profundas da economia, como produtividade, setores que formam a atividade econômica e comércio internacional;
Por fim, Rohenkohl alerta que é preciso cautela ao comparar países. Isso porque o cálculo do Índice de Nível de Preços (PLI, na sigla em inglês) usa dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 2021 – última pesquisa disponível do Banco Mundial.
“Após esse ano, os valores passam a refletir mais projeções do que mudanças reais nos preços. Por fim, bom lembrar que esses preços são para os produtos que entram na cesta do PIB, e não captam diretamente o preço de consumo ou o custo de vida das famílias”, explica.
O que esperar à frente?
Os economistas consultados pelo g1 destacam, ainda, que a percepção de que está mais caro viver no Brasil deve continuar nos próximos anos.
“Mesmo com melhora na renda, ainda existe grande desigualdade econômica e de riqueza, o que também explica a diferença de poder de compra entre países”, afirma o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Joelson Sampaio.
Rohenkohl, do OWID, explica que além da produtividade – especialmente no setor de serviços – a taxa de câmbio também é outro fator que pode influenciar os preços.
Neste ano, apesar de o dólar acumular uma desvalorização de mais de 10%, a moeda segue em patamares acima do período pré-pandemia. Desde 2019 até o pregão da última sexta-feira (14), por exemplo, a moeda norte-americana subiu 32,1%, para R$ 5,2967.
A economista destaca que os preços ainda elevados e as incertezas econômicas também têm limitado o crescimento da renda real pelo mundo, e o Brasil não foge à regra.
“Além disso, tributação, subsídios, tarifas de importação e concorrência doméstica também influenciam os preços finais ao consumidor”, conclui.
Supermercado
Joédson Alves/Agência Brasil
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15/11 -
Trump descarta nova redução de tarifas: 'Não acho que será necessário'
Estados Unidos revogam tarifas de importação sobre alguns produtos
Após a Casa Branca anunciar a redução de tarifas de importação de café, carne, banana e outros produtos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (14) que não vê necessidade de novos cortes em taxas.
O republicano foi questionado por repórteres, a bordo do Air Force One, sobre possíveis novas mudanças. Ele respondeu: “Não acho que será necessário”.
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“Acabamos de fazer um pequeno recuo”, afirmou. “Os preços do café estavam um pouco altos. Agora, ficarão mais baixos em um período muito curto.”
Os EUA anunciaram nesta sexta a redução de tarifas de uma série de produtos. O Ministério da Agricultura brasileiro esclareceu que a ordem abrange apenas as chamadas taxas de reciprocidade, impostas a diversos países por Trump, em abril. No caso do Brasil, elas foram de 10%.
Em julho, no entanto, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa adicional de 40% para compra de produtos brasileiros, que continua valendo, segundo o ministério.
Veja a lista de produtos com redução de tarifas pelos EUA
Pressão da inflação sobre Trump
O Brasil é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, e ambos os produtos enfrentam forte alta nos preços no mercado norte-americano, o que pressiona o governo Trump.
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
Sem dar detalhes, Trump chegou a mencionar que reduziria a tarifa sobre o café, em entrevista à Fox News, na última terça-feira (12). O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta para discutir o assunto.
Na ordem executiva desta sexta, Trump não se referiu especificamente a nenhum país. Ele afirmou que recebeu informações de autoridades que, sob sua orientação, monitoram as circunstâncias da ordem que estabeleceu o tarifaço.
"Depois de considerar as informações e recomendações que esses funcionários me forneceram, o andamento das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda interna atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzi-los, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca", disse.
Segundo o governo americano, a redução vale para mercadorias importadas e retiradas em armazém desde a quinta-feira (13). Ao divulgar a medida, a Casa Branca atualizou a lista de produtos que têm algum grau de isenção de tarifas, entre eles a carne e o café.
Uma parte desses produtos já tinham recebido o benefício em julho, entre eles o suco de laranja, que também tem peso nas vendas do Brasil para os EUA. Veja a abaixo a tabela atualizada.
Exportadores comemoram
O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificaram a medida como uma boa notícia, mas ressaltaram estarem atentos também a itens que entraram no tarifaço e ainda não foram flexibilizados.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a medida.
"A redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio", divulgou, em nota.
"Os Estados Unidos são o segundo maior mercado da carne bovina do Brasil, com peso relevante para todo o fluxo de exportações. A decisão norte-americana fortalece essa relação e abre espaço para uma retomada mais equilibrada e estável das vendas", completou a Abiec.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que destacou a dúvida sobre o percentual de redução da tarifa, diz que "está em contato com seus pares americanos (...) para analisar, cuidadosamente, a situação e termos noção do real cenário que se apresenta".
O presidente Donald Trump, em 10 de novembro de 2025
REUTERS/Kevin Lamarque
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15/11 -
Mega-Sena, concurso 2.940: aposta simples leva sozinha prêmio de R$ 99 milhões
G1 | Loterias - Mega-Sena 2940
O sorteio do concurso 2.940 da Mega-Sena foi realizado na noite desta sexta-feira (14), em São Paulo. Uma aposta de Porto Alegre (RS) acertou as seis dezenas e levou sozinha o prêmio de R$ 99.085.707,38.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 07 - 08 - 09 - 13 - 22 - 53
Segundo a Caixa, o ganhador fez uma aposta simples, de seis números, em uma lotérica da cidade.
5 acertos - 170 apostas ganhadoras: R$ 28.007,64
4 acertos - 13.794 apostas ganhadoras: R$ 568,96
O próximo sorteio da Mega será na terça-feira (18).
Mega-Sena, concurso 2.940
Reprodução/Caixa
Como funciona a Mega-sena
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.
Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
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15/11 -
Inflação e eleições: por que Trump decidiu reduzir tarifas sobre café, carne e frutas?
Estados Unidos revogam tarifas de importação sobre alguns produtos
O governo de Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (14) a redução das tarifas sobre café, carne, açaí, frutas e outros produtos importados pelos Estados Unidos.
A decisão afeta diretamente exportadores do agronegócio brasileiro, que têm o mercado norte-americano como um dos principais destinos. O Brasil é, por exemplo, o maior fornecedor de café aos EUA e está entre os principais exportadores de carne para o país.
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Desde agosto, produtos brasileiros importados pelos EUA estão sujeitos a uma sobretaxa de 50%. O chamado "tarifaço" foi aplicado em duas etapas:
a primeira, em abril, quando foram impostas as chamadas tarifas recíprocas de 10%;
a segunda, em agosto, com uma taxa adicional de 40% — e uma longa lista de itens isentos.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a medida anunciada nesta sexta pelo governo dos EUA elimina apenas as tarifas recíprocas, de 10%. Dessa forma, no caso do Brasil, as tarifas adicionais de 40% seguem em vigor para os itens listados. (veja a lista completa abaixo)
Mas o que motivou o republicano a recuar sobre as tarifas?
O comunicado emitido pela Casa Branca não especifica o motivo da decisão. Mas dois fatores principais estão por trás da medida: inflação e eleições nos EUA.
Segundo a agência de notícias Reuters, a redução das taxas de importação faz parte do esforço de Trump e de seus principais assessores para enfrentar a crescente preocupação dos americanos com os preços altos nos supermercados.
A decisão representa também uma mudança significativa para Trump: até agora, ele defendia que suas tarifas de importação não contribuíam para a inflação.
O resultado de duas eleições estaduais, no entanto, acendeu um alerta para o presidente — que já está de olho nas eleições de meio de mandato.
Os democratas, opositores de Trump, venceram neste mês disputas estaduais na Virgínia e em Nova Jersey, além das eleições na cidade de Nova York. Nessas regiões, o debate sobre preços acessíveis foi um tema central.
Dados do Bureau of Labor Statistics, departamento de estatísticas dos EUA, mostram que os preços médios no varejo do café torrado e moído subiram mais de 40% no último ano até setembro.
No mesmo período, os preços da carne moída e das bananas aumentaram 11,5% e 8,6%, respectivamente, bem acima da taxa geral de inflação, que ficou em cerca de 3%.
De acordo com o jornal norte-americano Wall Street Journal, a alta nos preços dos alimentos nos supermercados tem pesado especialmente para americanos de baixa e média renda, que costumam destinar uma parte maior de sua renda à alimentação.
A publicação também apontou esse como um dos motivos da derrota do partido de Trump nas eleições regionais deste mês.
Negociações com o Brasil
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
Sem dar detalhes, Trump chegou a mencionar que reduziria a tarifa sobre o café, em entrevista à Fox News, na última terça-feira (12). O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta para discutir o assunto.
Na ordem executiva desta sexta, Trump não se referiu especificamente a nenhum país. Ele afirmou que recebeu informações de autoridades que, sob sua orientação, monitoram as circunstâncias da ordem que estabeleceu o tarifaço.
"Depois de considerar as informações e recomendações que esses funcionários me forneceram, o andamento das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda interna atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzi-los, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca", disse.
Medida é retroativa e tem lista específica de produtos
Segundo o governo americano, a redução anunciada hoje vale para mercadorias importadas e retiradas em armazém desde a quinta-feira (13). Ao divulgar a medida, a Casa Branca atualizou a lista de produtos que têm algum grau de isenção de tarifas, entre eles a carne e o café.
Exportadores comemoram
O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificaram a medida como uma boa notícia, mas ressaltaram estarem atentos também a itens que entraram no tarifaço e ainda não foram flexibilizados.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a medida.
"A redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio", divulgou, em nota.
"Os Estados Unidos são o segundo maior mercado da carne bovina do Brasil, com peso relevante para todo o fluxo de exportações. A decisão norte-americana fortalece essa relação e abre espaço para uma retomada mais equilibrada e estável das vendas", completou a Abiec.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que destacou a dúvida sobre o percentual de redução da tarifa, diz que "está em contato com seus pares americanos (...) para analisar, cuidadosamente, a situação e termos noção do real cenário que se apresenta".
Trump dá entrevista a bordo do Air Force One antes de chegar à Malásia, neste sábado (25).
Evelyn Hockstein/Reuters
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14/11 -
Defesa de Cid é pega de surpresa por pedido da PF para ele ser incluído em programa de proteção à testemunha
Mauro Cid é o primeiro condenado da trama golpista a começar a cumprir a pena
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid afirmou ao g1 que foi pega de surpresa pela sugestão da Polícia Federal (PF) para que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) seja incluído no programa federal de proteção a testemunhas.
Segundo os advogados, o acordo de colaboração firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) prevê que Cid possa receber proteção da PF se necessário, mas nunca mencionou sua inclusão — nem a de familiares — no programa formal de proteção.
A Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um informe no qual afirma que, para garantir a integridade física do réu e de seus familiares, “revela-se possível a inclusão destes no Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas”.
A PF não informou se Cid ou parentes sofreram ameaças, nem detalhou os motivos que embasaram a recomendação.
A sugestão será analisada pela PGR, responsável por emitir parecer. A decisão final caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos penais sobre a trama golpista.
O que é o programa de proteção a testemunhas?
O programa federal de proteção é um conjunto de medidas para garantir segurança física e psicológica de pessoas ameaçadas em razão de colaboração com investigações ou processos criminais. Ele pode incluir:
• mudança de endereço;
• sigilo de informações;
• medidas de proteção física;
• apoio psicológico;
• ações para preservação da rotina familiar.
A inclusão depende de análise técnica e decisão judicial.
O acordo de delação
Cid firmou delação premiada no processo que investiga a atuação de uma organização criminosa liderada por Jair Bolsonaro para tentar se manter no poder após a derrota eleitoral de 2022.
Por colaborar, ele recebeu a pena mais branda entre os condenados pela Primeira Turma do STF. O colegiado fixou:
• 2 anos de reclusão em regime aberto;
• cumprimento de medidas restritivas;
• manutenção dos benefícios do acordo.
No regime aberto, Cid:
• deve permanecer em casa e só pode sair com autorização judicial;
• está proibido de deixar o país.
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14/11 -
Decisão de Trump retira tarifa de 10%, e sobretaxa de 40% para o Brasil continua, diz governo
Redução da tarifa dos EUA exclui alíquota recíproca de 10%, diz governo brasileiro
A redução anunciada pelo governo dos Estados Unidos sobre tarifas aplicadas a produtos brasileiros é de 10 pontos percentuais, informou ao g1 o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua.
Segundo ele, Washington confirmou oficialmente que a queda se limita à tarifa adicional de 10% imposta em abril. Assim, fica mantida a sobretaxa de 40% sobre as exportações brasileiras.
A Casa Branca publicou nesta sexta-feira (14) uma ordem executiva reduzindo tarifas para café, carne, açaí e algumas frutas tropicais frescas ou congeladas. O texto, porém, não explicava de quanto seria a redução — o governo brasileiro agora esclarece o alcance da medida.
O que muda
Desde agosto, produtos do Brasil estavam sujeitos a um tarifaço de 50%, resultado de duas ações de Donald Trump:
Abril: sobretaxa de 10%;
Agosto: sobretaxa adicional de 40%, totalizando 50%.
Com a ordem executiva desta sexta, só os 10% iniciais caem. A alíquota final, portanto, passa a ser:
40% de tarifa sobre os produtos elegíveis.
A medida vale para mercadorias importadas e retiradas de armazém nos EUA desde quinta-feira (13).
Contexto das negociações
Brasil e Estados Unidos negociavam há semanas uma flexibilização do tarifaço. O tema ganhou força após o encontro entre Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro, na Malásia.
Os EUA enfrentam alta de preços da carne e do café, agravada pelas tarifas impostas sobre o Brasil — que é o maior fornecedor de café ao mercado norte-americano e um dos principais exportadores de carne.
Exportadores comemoram
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) celebrou a decisão.
“A redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio”, disse a entidade.
“Os Estados Unidos são o segundo maior mercado da carne bovina do Brasil. A decisão norte-americana fortalece essa relação e abre espaço para uma retomada mais equilibrada e estável das vendas.”
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14/11 -
Veja a lista de produtos com redução de tarifas pelos EUA
EUA reduzem tarifas de café, carne e açaí brasileiros; dúvida é de quanto será redução
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (14) que café, carne, açaí, algumas frutas tropicais frescas ou congeladas tiveram as tarifas de reciprocidade reduzidas por meio de uma ordem executiva da Casa Branca.
Entre os produtos estão carnes, banana, coco, açaí, castanha-do-pará, tomate, laranja –a lista divulgada pelo governo dos EUA tem, pelo menos, 826 produtos.
O Ministério da Agricultura brasileiro esclareceu que a ordem abrange apenas as chamadas taxas de reciprocidade, impostas a diversos países pelo presidente Donald Trump, em abril. No caso do Brasil, elas foram de 10%.
Em julho, no entanto, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa adicional, de 40%, para compra de produtos brasileiros, que continua valendo, segundo o ministério.
Confira a lista de produtos que tiveram redução de tarifas:
Na ordem executiva desta sexta, Trump afirmou que recebeu informações de autoridades que, sob sua orientação, monitoram as circunstâncias da ordem que estabeleceu o tarifaço.
"Depois de considerar as informações e recomendações que esses funcionários me forneceram, o andamento das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda interna atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzi-los, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca."
Articulação pela redução
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
Na quarta-feira (13), o ministro de relações exteriores, Mauro Vieira, encontrou com o secretário de Estado americano, Marco Rubio. Ele disse que o Brasil aguarda uma resposta dos Estados Unidos sobre um “mapa do caminho” para orientar as negociações bilaterais destinadas a solucionar as pendências comerciais entre os dois países.
EUA reduzem tarifa para café, carne, banana e açaí
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14/11 -
Exportadores brasileiros de carne comemoram redução de tarifa: 'Estava fazendo falta exportar para os EUA'
Estados Unidos revogam tarifas de importação sobre alguns produtos
Exportadores brasileiros de carne consideraram positiva a decisão dos Estados Unidos de reduzir a tarifa para este e outros produtos alimentícios. O setor de frutas, por outro lado, expressou preocupação com produtos que não foram contemplados pela medida.
Segundo a ordem publicada nesta sexta-feira (14) pelo presidente Donald Trump, a compra de produtos brasileiros pelos EUA passa a ter uma sobretaxa de 40%, em vez de 50%.
Num primeiro momento, os exportadores brasileiros tiveram dúvidas sobre o tamanho da redução. Posteriormente, o Ministério da Agricultura esclareceu que a ordem abrange a taxa de reciprocidade, imposta por Trumo a diversos países, em abril. No caso do Brasil, ela era de 10%.
Mas continua valendo a sobretaxa de 40%, divulgada pelos EUA em julho, para produtos brasileiros, segundo o governo. No fim da noite, Trump afirmou que não vê necessidade de novas reduções.
Café, carne, manga: veja todos os produtos com tarifa reduzida
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a mudança.
"Os Estados Unidos são o nosso segundo maior mercado para exportação de carne bovina. E estava fazendo falta exportar para os EUA em um volume adequado", afirmou o presidente da Abiec, Roberto Perosa, à GloboNews.
"A medida reforça a confiança no diálogo técnico entre os dois países e reconhece a importância da carne do Brasil, marcada pela qualidade, pela regularidade e pela contribuição para a segurança alimentar mundial", disse a Abiec, em nota.
"A redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio".
Segundo o governo americano, a redução vale para mercadorias importadas e retiradas em armazém desde a última quinta-feira (13).
Uva fica de fora
O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificaram a medida anunciada pelo governo de Donald Trump como uma boa notícia, mas ressaltaram estarem atentos também aos itens que entraram no tarifaço e ainda não foram flexibilizados.
A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) viu a medida como "um avanço relevante para o setor", mas diz que se preocupa com "o fato de a uva, segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA", ter ficado de fora da lista das exceções.
"A exclusão ocorre em um momento sensível: no 3º trimestre deste ano, as exportações de uva para os Estados Unidos registraram uma queda de 73% em valor e quase 68% em volume em relação ao mesmo período de 2024, evidenciando os desafios enfrentados pelos produtores e exportadores nacionais", disse a associação.
Café esperava tarifa zero
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou, na última quarta-feira (12), que representantes da indústria cafeeira dos EUA informaram que a Casa Branca avaliava retirar as tarifas sobre o produto brasileiro.
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Lula, em outubro, na Malásia.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta (13) para discutir o assunto.
Após a reunião, o brasileiro disse que esperava uma resposta dos EUA nos próximos dias sobre um "mapa do caminho" para nortear negociações.
O café estava na seção 3 da ordem executiva assinada por Trump, que inclui recursos naturais não produzidos pelos EUA. O objetivo do Cecafé era que o produto passasse para a seção 2, que permite a importação com tarifa zero.
Até a última atualização desta reportagem, a associação não tinha comentado o fato de que as taxas foram reduzidas de 50% para 40%, e não zeradas.
O peso do Brasil
O país é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, produtos que estão sobre forte inflação no mercado americano, o que pressiona Trump.
Desde que o tarifaço de 50% entrou em vigor, em agosto, as vendas de café e de carne para o mercado norte-americano foram bastante reduzidas.
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14/11 -
Trump reduz tarifas sobre café, carne e frutas, produtos exportados pelo Brasil
Estados Unidos revogam tarifas de importação sobre alguns produtos
Os Estados Unidos reduziram as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo café, carne, açaí e manga, na noite desta sexta-feira (14). Para o Brasil, as taxas caíram de 50% para 40%.
Num primeiro momento, exportadores brasileiros tiveram dúvidas sobre o tamanho da redução.
Posteriormente, o Ministério da Agricultura esclareceu que a ordem abrange apenas as chamadas taxas de reciprocidade, impostas a diversos países pelo presidente Donald Trump, em abril. No caso do Brasil, elas foram de 10%.
Em julho, no entanto, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa adicional, de 40%, para compra de produtos brasileiros, que continua valendo, segundo o governo.
LISTA: veja todos os produtos com redução de tarifas pelos EUA
Repercussão: exportadores de carne comemoram
Trump diz não considerar novos cortes
Alguns setores do agro brasileiro, como o do café, esperavam que a tarifa fosse zerada.
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do "tarifaço". A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta para discutir o assunto.
Após a reunião, Vieira disse que esperava uma resposta dos EUA sobre um "mapa do caminho" para nortear negociações.
No fim desta sexta, porém, Trump afirmou que não acredita que sejam necessários novos cortes de taxas.
“Acabamos de fazer um pequeno recuo”, disse a repórteres “Os preços do café estavam um pouco altos; agora, em muito pouco tempo, eles estarão mais baixos.”
Pressão da inflação sobre Trump
O Brasil é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, e ambos os produtos enfrentam forte alta nos preços no mercado norte-americano, o que pressiona o governo Trump.
Sem dar detalhes, Trump adiantou que reduziria a tarifa sobre o café, em entrevista à Fox News, na última terça-feira (12).
Dias antes, determinou uma investigação sobre frigoríficos que atuam nos EUA, acusando-os de subir o preço da carne artificialmente.
Na ordem executiva desta sexta, Trump não se referiu especificamente a nenhum país.
Ele afirmou que recebeu informações de autoridades que, sob sua orientação, monitoram as circunstâncias da ordem que estabeleceu o tarifaço.
"Depois de considerar as informações e recomendações que esses funcionários me forneceram, o andamento das negociações com vários parceiros comerciais, a demanda interna atual por determinados produtos e a capacidade doméstica atual de produzi-los, entre outros fatores, determinei que é necessário e apropriado modificar ainda mais o escopo dos produtos sujeitos à tarifa recíproca."
A redução vale para mercadorias importadas e retiradas em armazém desde a quinta-feira (13).
Ao divulgar a medida, a Casa Branca atualizou a lista de produtos que têm algum grau de redução de tarifas, acrescentando carne e café, entre outros.
Até então, a relação incluía somente itens já tinham recebido o benefício em julho, como o suco de laranja, que também tem peso nas vendas do Brasil para os EUA. Veja a abaixo a tabela atualizada.
Repercussão
O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificaram a medida como uma boa notícia, mas ressaltaram estarem atentos também a itens que entraram no tarifaço e ainda não foram flexibilizados.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a medida.
"Os Estados Unidos são o segundo maior mercado da carne bovina do Brasil, com peso relevante para todo o fluxo de exportações. A decisão norte-americana fortalece essa relação e abre espaço para uma retomada mais equilibrada e estável das vendas", disse a Abiec, em nota.
A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) viu a novidade como "um avanço relevante para o setor", mas se preocupa com "o fato de a uva, segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA", ter ficado de fora da lista das exceções.
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14/11 -
Ministério define regras para investimentos em minerais estratégicos e espera captar R$ 5,2 bilhões ao ano
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou nesta sexta-feira (14) uma portaria com regras para emissão de títulos (debêntures) para projetos de exploração de minerais estratégicos para ações de transição energética.
A portaria da pasta também trata das chamadas terras raras. O investimento total esperado é de R$ 5,2 bilhões por ano, sendo R$ 3,7 bilhões em transformação mineral.
🔎Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas não financeiras. Já os minerais críticos são recursos de importância estratégica para a economia. São essenciais para a fabricação de baterias, turbinas eólicas, painéis solares e eletrônicos.
🔎As terras raras, por sua vez, são um grupo de 17 elementos químicos com propriedades magnéticas e ópticas.
Professor Rômulo Simões da UFPA explica um pouco mais sobre os minerais críticos.
De acordo com a norma do MME, entre os recursos que serão explorados estão:
cobalto;
cobre;
lítio;
níquel;
e os elementos químicos das chamadas terras raras.
Segundo o governo, a portaria tem o objetivo de atrair investimentos privados, estimular a agregação de valor e fortalecer a indústria de transformação mineral.
A medida deve beneficiar projetos estratégicos de sulfato de níquel e cobalto em São Paulo (SP) e Pará (PA), além de plantas de carbonato de lítio em Minas Gerais (MG). Isso, conforme o MME, pode impulsionar o desenvolvimento e as cadeias de baterias e armazenamento de energia.
A estimativa da pasta é que até 49% dos recursos captados poderão ser destinados às etapas de lavra e desenvolvimento de minas, se estiverem vinculadas a projetos de transformação mineral.
Interesse dos EUA por minerais críticos brasileiros expõe desafio de explorar reservas fundamentais à indústria de tecnologia
Reprodução/TV Globo
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14/11 -
Brasil tem 11 azeites entre os 100 mais premiados do mundo em 2025
Azeitonas verdes e pretas: nascem na mesma árvore? O gosto é diferente? Veja curiosidades
Onze azeites brasileiros estão entre os 100 mais premiados do mundo, segundo a lista de 2025 da Evoo World Ranking, divulgada nesta sexta-feira (14).
O ranking classifica as marcas que mais ganharam concursos ao longo de um ano.
A Fazenda Estância das Oliveiras, que fica em Viamão (RS), foi destaque entre as fazendas brasileiras, com sete azeites de oliva reconhecidos no Top 100.
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Lista de 2025 da Evoo World Ranking.
Arte/g1
Em seguida, está Essenza Agroecológico, em Santo Antônio do Pinhal (SP), que teve três azeites ranqueados, e as Fazendas do Azeite Sabiá, na mesma cidade, que apareceu com um produto na lista (veja abaixo).
Nenhum deles apareceu entre os dez primeiros lugares, somente da 22ª colocação para a frente. Os oito primeiros lugares ficaram com azeites da Espanha, seguidos por um de Portugal, no 9º lugar, e um da Turquia, em 10º.
Governo já proibiu lotes de 25 marcas de azeite em 2025; veja quais são e o que fazer caso tenha comprado
Fazendas mais premiadas
Azeites da fazenda Estância das Oliveiras.
Divulgação
Além de classificar os azeites, a Evoo tem um ranking somente das empresas mais premiadas do mundo.
Nele, a Estância das Oliveiras foi destaque e conquistou o 3º lugar, atrás de uma empresa da Turquia, a Nova Vera Gida ve Tarim San. Tic, e de uma de Portugal, a Gallo Worldwide.
Em 2023, o g1 visitou a Estância das Oliveiras, comandada pelo produtor André Sittoni Goelzer, para mostrar o passo a passo da produção de azeite. Veja vídeo abaixo.
Caroço da azeitona também tem azeite e oliveira só dá frutos quando passa frio
Ranking por país
Na lista dos países mais premiados, o Brasil aparece no 6º lugar atrás da Itália, Espanha, Turquia, Grécia e Portugal.
Em 2024, o Brasil havia entrado, pela primeira vez, no Top 5, mas, neste ano, perdeu o lugar para Portugal.
Sobre o ranking
A Evoo World Ranking foi criada pela Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos, Licores e outros (WAWWJ) para promover os melhores azeites extravirgens do mundo.
Para montar o ranking, a WAWWJ classifica as marcas de azeite que mais ganharam prêmios em concursos ao longo de um ano.
Classificações de livros ou revistas que não sejam competições internacionais, bem como concursos realizados parcial ou totalmente de forma virtual, não são incluídos.
As competições são classificadas por continente e país, sendo o Mario Solinas, do Conselho Internacional do Azeite, a mais importante. Elas também são organizadas por continente (ou sub-região do mundo), número de amostras e países participantes.
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14/11 -
Hapvida: entenda o que aconteceu com as ações da companhia
Após apresentar um resultado corporativo pior do que o esperado pelo mercado financeiro na última quarta-feira (12), as ações da Hapvida desabaram no pregão da véspera — sinalizando uma forte pressão vendedora nos papéis da companhia. A empresa é a maior operadora de saúde da América Latina, com 15,9 milhões de beneficiários.
🤔 Mas o que isso significa? A forte queda de uma ação na bolsa de valores representa um maior volume de oferta do que de demanda — ou seja, significa que havia mais investidores tentando vender os papéis da empresa que tinham na carteira do que gente tentando comprar.
A queda nas ações veio após a companhia anunciar um lucro líquido de R$ 338 milhões no terceiro trimestre deste ano, uma alta de 12,7% em comparação ao registrado no mesmo período do ano anterior.
Já o resultado operacional da empresa — medido pelo Ebitda, sigla em inglês para "lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização" — ficou em R$ 746,4 milhões no mesmo período, uma queda de 17,6% na mesma base de comparação.
Veja os vídeos em alta no g1:
Veja os vídeos que estão em alta no g1
O resultado, segundo analistas do Itaú BBA, veio pior do que o esperado, e indicou uma dinâmica mais desafiadora para a operação da empresa à frente.
"Esse desempenho ruim também se deveu a fatores que não são necessariamente temporários, como a expansão da própria rede da empresa e dos cronogramas médicos", explicaram os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Marquezini e Felipe Amancio em relatório do Itaú BBA divulgado na quarta-feira.
Ainda segundo os analistas, esses fatores podem aumentar o custo que a Hapvida tem por beneficiário por um longo período de tempo — o que pode exigir que a empresa tenha um número elevado de novos clientes para conseguir atingir a meta de lucro estimada pelo mercado.
Em uma teleconferência promovida pela Hapvida na quinta-feira (13), representantes da companhia reconheceram que o desempenho entre julho e setembro ficou abaixo do esperado.
Além de um lucro operacional menor do que o esperado, a empresa também registrou o menor número de novos clientes no período, tíquete médio abaixo do previsto e um aumento de sinistros.
A Hapvida — que terminou uma megafusão com a NotreDame Intermédica no ano passado, criando um dos maiores ecossistemas de saúde da América Latina — é uma empresa do setor de saúde suplementar, que vende planos de saúde e odontológicos e opera com rede própria.
O resultado, considerado fraco pelos acionistas, resultou em um tombo de mais de 40% nos papéis da companhia na última quinta-feira.
Hospital da Hapvida NotreDame Intermédica na Avenida do Contorno, em BH
Divulgação
Programa de recompra de ações
Após a forte queda nos papéis, o conselho de administração da Hapvida divulgou um comunicado aos investidores na noite de quinta-feira (13), informando que aprovou um novo programa de recompra de ações, visando até 70 milhões de papéis da companhia.
🤔Um programa de recompra de ações é quando uma empresa decide comprar de volta suas próprias ações no mercado. Normalmente, essa compra é feita pelo próprio caixa da companhia, dentro de um limite previamente estipulado pelo conselho.
Segundo a Hapvida informou em comunicado, a recompra dos papéis teria como objetivo "maximizar a geração de valores para os acionistas por meio de uma administração eficiente da sua estrutura de capital" — ou seja, a empresa vai usar seus recursos de forma a aumentar o valor entregue aos acionistas.
O programa terá duração de 18 meses. As ações recompradas, segundo a companhia, serão mantidas em tesouraria ou canceladas, sem redução do capital social.
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14/11 -
Como cultivar a pitomba, uma das frutas típicas do Nordeste
Você conhece a pitomba? Redonda, bem amarela e com um sabor que mistura o doce e o azedinho, ela é uma das frutas típicas do Nordeste que desperta curiosidade de muitos brasileiros.
O Matheus Cavalcante, de Arcoverde (PE), que perguntou ao Globo Rural se existe alguma cartilha sobre o tema.
Existe sim! Uma cartilha técnica produzida pela Epamig, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, detalha as características da árvore, a pitombeira, descreve os frutos e explica os principais aspectos da pitomba — incluindo informações sobre cultivo, manejo e potencial de uso.
A cartilha está disponível gratuitamente e pode ajudar produtores, estudantes ou qualquer pessoa interessada em conhecer melhor essa fruta tão presente na cultura nordestina.
📲 Acesse aqui.
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14/11 -
Após pressão de credores, Justiça suspende falência da Oi e empresa volta para recuperação judicial
Após pressão, Justiça suspende falência da Oi e volta para recuperação judicial
A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu, nesta sexta-feira (14), os efeitos da falência da Oi decretada na última segunda-feira (11).
A decisão, assinada pela desembargadora Mônica Maria Costa, da 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), atende a um pedido do Itaú, um dos maiores credores da operadora.
Com a suspensão da falência, o processo volta ao modelo de recuperação judicial, com continuidade do plano aprovado pelos credores em 2024 e com uma liquidação organizada dos ativos do grupo.
Esse formato é considerado menos prejudicial tanto aos credores quanto à prestação dos serviços da companhia. (Veja mais abaixo).
Por que a falência foi suspensa?
No recurso apresentado, o Itaú afirmou que a Oi não conseguiu cumprir o plano de recuperação judicial por não ter vendido ativos importantes — as chamadas Unidades Produtivas Isoladas (UPIs).
Para o banco, decretar a falência agora causaria “prejuízos potencialmente mais graves não apenas aos credores, mas ao interesse público”, já que a empresa ainda presta serviços essenciais.
Ao analisar o caso, a desembargadora concordou que havia motivos suficientes para suspender a falência. Segundo ela, os argumentos do Itaú são consistentes, e a manutenção da falência poderia gerar prejuízos maiores à sociedade.
"A decretação de falência representa solução socialmente danosa, com efeitos adversos sobre a continuidade dos serviços prestados e o emprego de centenas de trabalhadores", disse.
A desembargadora também destacou que manter a recuperação judicial permite uma venda “organizada e planejada dos ativos”, evitando perda de valor e aumentando as chances de pagamento aos credores.
"A liquidação ordenada dos ativos empresariais [...] permite a transferência organizada da operação a novos investidores, preservando a utilidade social da atividade e viabilizando, ao mesmo tempo, a maximização do retorno econômico aos credores", afirmou a desembargadora.
Administração judicial é mantida
A decisão desta sexta-feira também devolve aos administradores judiciais — os escritórios Wald Administração de Falências e Preserva-Ação, representados por Bruno Rezende — a responsabilidade de acompanhar a execução do plano e a reorganização da empresa.
O escritório havia sido afastado na decisão que decretou a falência no início da semana. Rezende continuará acumulando as funções de administrador e gestor judicial. A determinação ainda prorroga a suspensão das dívidas extraconcursais (que ficam fora da recuperação judicial) da Oi, tanto vencidas quanto futuras.
A magistrada lembrou ainda que a Oi já passou por duas recuperações judiciais desde 2016 e que um novo pedido de ajustes no plano, apresentado em 2025, ainda está em análise. Para ela, é cedo para decretar falência enquanto existirem alternativas de reestruturação.
União e Anatel devem ser intimadas
Além da suspensão da falência e do retorno ao processo de recuperação judicial, a decisão também determinou a intimação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da União no caso.
A desembargadora Mônica Maria Costa atendeu a um pedido do Ministério Público (MP), que defendeu que os dois órgãos precisam se manifestar sobre alternativas para garantir os serviços essenciais prestados pela Oi.
O MP cobrou que a União avalie medidas de intervenção econômica — inclusive considerando um eventual aporte emergencial de recursos públicos — e que a Anatel apresente planos concretos para assegurar a manutenção das operações, especialmente em contratos deficitários que hoje dependem da Oi.
Com a intimação, os dois entes deverão informar ao Tribunal se têm estudos, soluções ou ações em curso para evitar interrupções nos serviços e mitigar riscos ao interesse público.
Além de telefonia, a Oi presta serviços essenciais de telecomunicações, tais como sistemas de tráfego aéreo, rede das lotéricas e linhas de emergência como polícia, bombeiros e defesa civil.
A operadora também garante o funcionamento de orelhões e linhas fixas em locais onde outras empresas não atuam, oferecendo acesso básico à comunicação em comunidades rurais e isoladas.
R$ 1,7 bilhão em dívidas
A Oi teve a falência decretada na última segunda-feira (10) pela 7ª Vara Empresarial do TJ-RJ, após protagonizar uma das maiores recuperações judiciais da história do país.
A decisão veio após o administrador judicial, Bruno Rezende, pedir o reconhecimento da insolvência na última sexta-feira (7). Em outubro, o valor devido a fornecedores fora do processo de recuperação somava R$ 1,7 bilhão — meio bilhão a mais que em junho.
A juíza Simone Gastesi Chevrand, que assinou a decisão, informou no documento que, apesar da falência decretada, a companhia deveria continuar a operar, de forma provisória, serviços essenciais.
A ideia era que essa manutenção provisória das atividades da Oi acontecesse até que a empresa conseguisse fazer a transição integral dos serviços que presta a outras operadoras. O objetivo era evitar danos aos clientes, e manter empregos, salários e encargos.
A decisão também determinava que a Oi fizesse uma liquidação ordenada dos seus ativos — ou seja, vendesse seus ativos de forma estruturada e responsável, com o objetivo de maximizar o valor pago aos credores, manter empregos e garantir a continuidade dos serviços até que a transição fosse concluída.
Qual é a diferença entre falência e recuperação judicial?
A recuperação judicial é uma medida voltada para preservar a operação da empresa e evitar a falência. Ou seja, quando a Justiça aprova um pedido de recuperação judicial, ela permite que a companhia faça uma reestruturação de suas dívidas e reorganize suas finanças e administração.
A ideia é dar condições para que a empresa consiga apresentar um plano de recuperação aos credores, trazendo propostas de pagamento e dando um prazo para o cumprimento de suas obrigações.
Além disso, o processo também permite que a empresa continue a operar, desde que com a fiscalização da Justiça.
Já a falência acontece quando a empresa não consegue mais pagar as suas dívidas e não tem mais condições de se recuperar.
Nesse caso, a Justiça transforma o processo de recuperação judicial em falência e determina que a empresa venda seus ativos para conseguir quitar seus compromissos.
Max Mustrangi, CEO da Excellance e especialista em reestruturação, avalia que a reversão da falência da empresa de telecomunicações atende sobretudo aos bancos.
“A Oi já se mostrou inviável por quase uma década. A empresa não consegue gerar caixa nem para manter suas operações e, com isso, acumula mais dívidas, o que impede o pagamento das dívidas antigas. Mesmo vendendo ativos, o dinheiro não é suficiente.”
Ele explica que, na recuperação judicial, os bancos teriam prioridade logo após os trabalhadores, mas na falência eles vão para o fim da fila. Quando isso acontece, os honorários da administração judicial vêm primeiro, seguidos das dívidas trabalhistas, fiscais e concursais, consumindo quase tudo.
Segundo ele, os bancos sabem que dificilmente recuperarão seus créditos. “Não é que a empresa tenha solução. Ela não consegue se reestruturar, não há mais possibilidades. O que existe agora é uma batalha para mitigar danos.”
Procurada, a Oi não manifestou posicionamento até a atualização desta reportagem.
Logo da Oi visto em loja de São Paulo
Paulo Whitaker/Reuters
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14/11 -
Desemprego cai em dois estados brasileiros no 3º trimestre de 2025, diz IBGE
A taxa de desemprego ficou em 5,6% no terceiro semestre do ano
Apenas dois estados brasileiros apresentaram uma queda mais significativa na taxa de desemprego no terceiro trimestre deste ano, indicou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, as maiores quedas foram observadas em Roraima, onde a taxa de desemprego caiu de 5,9% nos três meses encerrado em junho para 4,7% no terceiro trimestre, um recuo de 1,2 ponto percentual (p.p.). Já em Tocantins, a desocupação saiu de 5,3% para 3,8%, queda de 1,5 p.p..
As demais unidades da federação registraram oscilações menores. Veja abaixo.
O IBGE ainda informou que a média geral de desemprego no Brasil foi de 5,6%, o menor patamar registrado pelo índice para o período desde o início da série histórica, em 2012.
🔎 O IBGE considera desocupadas as pessoas que não têm trabalho, mas estão ativamente procurando uma oportunidade, mesmo critério usado em padrões internacionais.
Segundo o analista William Kratochwill, o terceiro trimestre costuma ser um período de ajuste no mercado de trabalho, para que as empresas se preparem para as demandas do fim do ano.
“A taxa de desocupação diminuiu devido a um aumento marginal, não significativo, da ocupação e esse aumento promoveu a diminuição do tempo de procura”, explicou.
Desemprego é maior entre mulheres e pessoas pretas
A pesquisa do IBGE divulgada nesta sexta-feira também comparou os níveis de desemprego segundo gênero, cor ou raça e nível de escolaridade.
Segundo o instituto, enquanto a taxa de desocupação entre mulheres ficou em 6,9% no trimestre encerrado em setembro, o desemprego entre homens ficou em 4,5% no período — uma diferença de 2,4 pontos percentuais.
Já na comparação por cor ou raça, a desocupação é maior entre pessoas pretas e pardas. Veja abaixo:
Brancos: 4,4% (abaixo da média nacional)
Pretos: 6,9% (acima da média)
Pardos: 6,3% (acima da média)
Em relação aos níveis de instrução, o nível de desemprego é maior entre os trabalhadores que têm ensino médio incompleto: a taxa ficou em 9,8% no terceiro trimestre deste ano. Veja a comparação por nível de instrução:
Ensino médio incompleto: 9,8% (maior taxa entre os grupos)
Superior incompleto: 5,8%
Superior completo: 3,0% (menor taxa)
Maranhão tem maior taxa de informalidade
A informalidade no Brasil ficou em 37,8% no 3º trimestre de 2025, mas o cenário é muito mais crítico em alguns estados, especialmente no Maranhão, que registrou a maior taxa do país, chegando a 57% da população ocupada sem registro. Em seguida vêm Pará (56,5%) e Piauí (52,7%).
Os menores índices estão em Santa Catarina (24,9%), Distrito Federal (26,9%) e São Paulo (29,3%). Segundo o IBGE, a informalidade foi estável em relação ao trimestre anterior, com uma queda entre trabalhadores domésticos informais compensada pelo aumento de informais no setor público.
O analista William Kratochwill reforça que os estados mais pobres, como o Maranhão, sofrem mais com a informalidade devido à baixa escolaridade e menor renda média da população.
O destaque do Maranhão também se repete em outros indicadores. Entre os empregados do setor privado, 51,9% têm carteira assinada no estado, o menor percentual do país.
No total nacional, o índice é de 74,4%, com Santa Catarina na liderança (88%). O Maranhão também figura entre os estados com maior proporção de trabalhadores por conta própria, parte de um grupo que representa 25,3% da população ocupada no Brasil.
🔎 Trabalho por conta própria é quando a pessoa trabalha para si mesma. Esse tipo de ocupação pode ser formal (com CNPJ) ou informal (sem registro). Já a informalidade é uma condição do trabalho e inclui todos que atuam sem proteção legal, como empregados sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria sem CNPJ, empregadores informais e familiares que ajudam sem remuneração.
Rendimento cresce no Sul e Centro-Oeste
No terceiro trimestre de 2025, o rendimento médio real do trabalho ficou em R$ 3.507, praticamente estável em relação ao trimestre anterior, mas acima do valor de um ano antes.
As únicas regiões com aumento significativo na comparação trimestral foram Sul e Centro-Oeste, cujos rendimentos ultrapassaram R$ 4 mil. Na comparação anual, Nordeste, Sul e Centro-Oeste mostraram crescimento.
Já a massa de rendimento real, que soma todos os ganhos dos trabalhadores, alcançou R$ 354,6 bilhões, estável frente ao trimestre anterior, mas maior que no mesmo período de 2024. O Sudeste registrou a maior massa de renda da série, com R$ 176 bilhões.
Santa Catarina tem taxa de desemprego abaixo da média nacional.
Foto: Roberto Zacarias/SECOM
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14/11 -
Ibovespa fecha em alta e acumula ganho de 2,39% na semana; dólar recua
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O Ibovespa fechou em alta de 0,36% nesta sexta-feira (14), aos 157.734 pontos. Com o resultado, acumulou valorização de 2,39% na semana. Já o dólar fechou o dia em leve queda de 0,02%, cotado a R$ 5,2967.
A valorização da bolsa foi sustentada pelas ações da Petrobras, que avançaram em linha com a alta do preço do petróleo no mercado internacional. Além disso, os investidores reagiram aos dados de desemprego no Brasil e acompanharam declarações de dirigentes do Fed nos EUA.
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▶️ No Brasil, o IBGE informou que a taxa de desemprego caiu em 2 estados brasileiros no terceiro trimestre de 2025. Além disso, a média geral de desemprego no país foi de 5,6%, o menor patamar registrado pelo índice para o período desde o início da série histórica, em 2012.
▶️ A Petrobras ajudou a manter o Ibovespa no azul diante da alta de mais de 2% no preço do petróleo no mercado internacional. As ações ordinárias da estatal (PETR3) subiram 0,81% e as preferenciais (PETR4), 0,95%.
▶️ Nos Estados Unidos, os mercados acompanharam discursos de dirigentes do Federal Reserve. Jeffrey Schmid, presidente do Fed em Kansas City, declarou que o nível atual de juros é “moderadamente restritivo e está exatamente onde acredito que deve estar”.
▶️ O país ainda se reorganiza após o fim do shutdown de 43 dias, encerrado na quarta-feira (12) com a sanção do projeto de lei pelo presidente Donald Trump. A paralisação provocou um apagão de dados oficiais, o que dificulta a atuação do Fed na definição da política de juros.
▶️ Embora o fim da paralisação permita o retorno dos servidores, a normalização total das operações — assim como a divulgação de novos indicadores econômicos — pode levar dias ou até semanas em alguns órgãos.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,74%;
Acumulado do mês: -1,54%;
Acumulado do ano: -14,29%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +2,39%;
Acumulado do mês: +5,48%;
Acumulado do ano: +31,14%.
Agenda econômica
Desemprego nos estados
A taxa de desemprego caiu em 2 estados brasileiros no terceiro trimestre de 2025, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, nas demais unidades da federação, o índice de desocupação ficou estável.
Os maiores índices foram registrados em Pernambuco (10,0%), Amapá (8,7%) e Bahia (8,5%); os menores, em Santa Catarina (2,3%), Mato Grosso (2,3%) e Rondônia (2,6%).
O levantamento também mostra queda no número de pessoas procurando trabalho em todas as faixas de tempo analisadas na comparação com o mesmo período de 2024.
Duas delas — procura entre 1 mês e menos de 1 ano e entre 1 e menos de 2 anos — registraram os menores contingentes para um terceiro trimestre desde o início da série, em 2012.
A busca por menos de um mês e por dois anos ou mais também chegou aos menores níveis desde 2015. Nesta última faixa, o recuo foi de 17,8% em um ano.
Índice Geral de Preços-10 (IGP-10)
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou alta de 0,18% em novembro, após avanço de 0,08% em outubro.
O resultado veio exatamente dentro das estimativas do mercado. No acumulado do ano, o indicador ainda mostra deflação de 0,80%, enquanto, nos últimos 12 meses, apresenta leve alta de 0,34%.
Segundo a FGV, a principal influência para o aumento foi a aceleração nos preços da indústria de transformação, medida pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do IGP-10.
Esse subíndice subiu 0,15%, revertendo a queda de 0,04% no mês anterior. Entre os destaques, bovinos avançaram 2,94% após recuo de 1,40%, soja em grão passou a subir 1,23% ante queda de 1,22%, e carne bovina acelerou para 2,14%, frente a 1,63%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no cálculo, desacelerou para 0,21%, após alta de 0,48% em outubro. Três das oito categorias tiveram queda, incluindo Habitação (-0,16%) e Transportes (0,13%).
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa 10% do IGP-10, avançou 0,30%, acima dos 0,21% do mês anterior.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados operavam com a cautela antes da divulgação dos dados econômicos represados, depois que o presidente Donald Trump assinou um projeto de lei que pôs fim à mais longa paralisação do governo na história do país.
Esses dados econômicos são importantes para orientar as decisões do Fed — embora alguns relatórios, como os de emprego e inflação, possam não ser divulgados.
O Dow Jones caiu 0,65%, para 47.147,48 pontos, e o S&P 500 recuou 0,05%, para 6.734,11 pontos. Já o Nasdaq avançou 0,13%, para 22.900,59 pontos.
As bolsas europeias fecharam em queda, também refletindo o impacto do fim da paralisação nos EUA e assimilando dados de produção industrial da União Europeia.
O STOXX 600 recuou 0,61%, o CAC 40 (França) caiu 0,11%, enquanto o DAX (Alemanha) perdeu 1,39% e o FTSE 100 (Reino Unido) teve baixa de 1,05%.
Por fim, os mercados asiáticos fecharam em alta, impulsionados pelo setor de novas energias na China e pela expectativa de dados econômicos importantes que serão divulgados na sexta-feira, como vendas no varejo e produção industrial.
O índice de Xangai atingiu seu maior nível desde 2015, enquanto Hong Kong alcançou a maior alta em um mês.
No fechamento, Xangai subiu 0,73%, a 4.029 pontos, e o CSI300 avançou 1,21%, a 4.702 pontos. Hong Kong ganhou 0,56%, a 27.073 pontos, e Tóquio teve alta de 0,43%, a 51.281 pontos. Seul subiu 0,49%, Taiwan caiu 0,16% e Cingapura avançou 0,15%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo
Jornal Nacional/ Reprodução
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14/11 -
FMU: entenda a briga judicial e o que pode acontecer com os alunos em eventual caso de falência
As famílias fundadoras da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) entraram neste mês com um pedido na Justiça para transformar o processo de recuperação judicial da instituição em falência.
Apesar de não serem mais proprietários da faculdade, os ex-donos possuem 18 imóveis onde funcionam os centros universitários. Na ação, eles afirmam que a atual gestão está com pagamentos de aluguéis atrasados, em uma dívida que chega à casa dos R$ 40 milhões desde o início do processo de reestruturação (entenda o caso mais abaixo).
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A universidade tem, atualmente, cerca de 60 mil alunos e mais de 100 cursos, incluindo graduação, pós e MBA. O pedido de falência feito pelos fundadores será avaliado pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Não há data certa para uma decisão.
Procurada pelo g1, a FMU, que pertence ao fundo de investimento Farallon desde 2020, não se posicionou sobre o assunto até a última atualização desta reportagem.
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Mas o que acontece caso a FMU entre, de fato, em processo de falência?
Se a Justiça aceitar o pedido, a universidade será administrada por um gestor judicial indicado pelo juiz. Esse profissional ficará encarregado de encerrar contratos e negociar a venda de bens do grupo, destinados ao pagamento das dívidas com os credores.
Segundo advogados consultados pelo g1, entre os ativos do grupo educacional está justamente a chamada “carteira de alunos”, que, na prática, pode ser transferida para outra instituição.
“Em caso de falência, outra instituição pode assumir os alunos para que eles não seja prejudicados, em uma operação que funciona como a compra da 'carteira'", explica Bruno Boris, sócio-fundador do escritório Bruno Boris Advogados.
O real impacto para os estudantes, no entanto, dependeria de como um eventual processo de falência fosse conduzido.
No caso de uma solução organizada — com venda ou transferência de cursos —, os alunos poderiam continuar em outra instituição, que assumiria as turmas e validaria as disciplinas já concluídas, diz Rodrigo Macedo, sócio e especialista em Recuperação Judicial e Falência na Andrade Silva Advogados.
“Se houver interrupção abrupta das aulas, o aluno mantém seus direitos contratuais, mas deverá exigi-los junto à massa falida”, explica. “Massa falida” é o conjunto de bens administrado pelo gestor judicial para quitar dívidas com os credores, conforme a ordem de prioridade prevista em lei.
O advogado destaca que o direito à informação é fundamental para os alunos em um eventual processo de falência. Eles devem ser informados sobre a continuidade ou transferência dos cursos e ter acesso completo ao acervo acadêmico, incluindo histórico, programas das disciplinas, TCCs e diplomas.
O que diz o pedido de falência
Segundo as famílias Alves da Silva e Fioravante, fundadoras da FMU, o não pagamento das dívidas de aluguel pela atual gestão ocorreria de forma “deliberada, injustificável e ilícita”.
O documento afirma ainda que a FMU enfrenta uma “insolvência estrutural disfarçada sob o manto da recuperação judicial”.
Dessa forma, ao justificar o pedido de falência, os ex-proprietários da universidade alegam que o processo de recuperação judicial, em vigor desde março deste ano, representa um "instrumento de postergação do inevitável".
Qual é a diferença entre falência e recuperação judicial?
A recuperação judicial, na qual a FMU está desde março deste ano, busca preservar a operação da empresa e evitar a falência.
🔎 Ou seja, quando a Justiça aprova um pedido de recuperação judicial, ela permite que a companhia faça uma reestruturação de suas dívidas e reorganize suas finanças e administração. No caso da instituição, foram reportadas dívidas de R$ 130 milhões.
No processo, a empresa apresenta um plano de recuperação aos credores, trazendo propostas de pagamento e dando um prazo para o cumprimento de suas obrigações. Os principais credores da FMU são justamente as famílias fundadoras.
A recuperação judicial também permite que a empresa continue a operar, desde que com a fiscalização da Justiça.
Já a falência acontece quando a empresa não consegue mais pagar as suas dívidas e não tem mais condições de se recuperar.
Nesse caso, a Justiça transforma o processo de recuperação judicial em falência e determina que a companhia venda seus ativos para conseguir quitar seus compromissos.
O pedido de falência feito pelas famílias fundadoras da FMU, em meio à alegação de dívidas com aluguéis, ainda precisa ser avaliado pela Justiça. O caso está na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, do Tribunal de Justiça de São Paulo.
“Falência não significa automaticamente ‘fechar as portas’. A lei permite que, mesmo na falência, as atividades continuem por um período, se isso ajudar a preservar valor e viabilizar a venda da operação em bloco — por um preço mais vantajoso”, diz Macedo, da Andrade Silva Advogados.
“No caso de uma universidade, esse valor está justamente na base de alunos, nos cursos autorizados pelo MEC, no corpo docente e na marca. Isso tende a favorecer uma saída organizada, como a venda da operação para outro grupo educacional”, acrescenta.
Negociação em andamento
O advogado João Ricardo Pacca, representante das famílias fundadoras, afirma que elas estão dispostas a negociar. “Já houve várias concessões, mas ainda estamos longe de um acordo”, diz, acrescentando que uma redução temporária no valor do aluguel estaria em discussão.
Segundo Pacca, a dívida total da FMU ligada aos imóveis dos antigos proprietários chega a R$ 300 milhões, dos quais R$ 40 milhões foram acumulados desde o início da recuperação judicial. O montante inclui também débitos de IPTU.
A instituição foi vendida pelos fundadores ao Grupo Laureate em 2013. Desde 2020, está sob controle da gestora Farellon.
João Ricardo Pacca afirma que a falta de pagamento dos aluguéis começou poucos meses após a primeira venda. Segundo o advogado, o impasse pode levar a um processo de despejo, paralelo ao pedido de conversão da recuperação judicial em falência.
“Se o aluguel não for pago, os proprietários podem pedir o despejo. Caso a inadimplência persista mesmo após a recuperação judicial e não haja acordo, essa é a única saída”, afirma.
Uma assembleia de credores está marcada para os dias 19 e 26 de novembro, dentro do processo de recuperação. Nessas reuniões, credores e instituição vão discutir o plano de reestruturação da FMU.
Recuperação judicial
A FMU entrou com pedido de recuperação judicial em 13 de março, para negociar dívidas de R$ 130 milhões. Na ocasião, a instituição informou ao g1 que o processo seria para "assegurar condições favoráveis para a manutenção do crescimento sustentável da operação".
Entre as justificativas, o grupo afirmou que sofreu impactos diretos da pandemia de Covid-19, "com destaque para o aumento da inflação no país desde 2021 e a queda na renda da população".
Segundo a FMU, o cenário elevou a inadimplência, a evasão escolar e reduziu o número de matrículas.
"Diante desses contratempos, o recurso à recuperação judicial é a melhor alternativa para a FMU readequar sua estrutura de capital e, ao mesmo tempo, seguir com seus planos de crescimento", disse, em nota.
O juiz Marcelo Stabel de Carvalho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, deferiu o pedido em 14 de março. A partir dessa decisão, ficaram suspensas as cobranças contra a FMU, e a instituição iniciou a elaboração do plano de reestruturação financeira.
Campus Santo Amaro da FMU, na Zona Sul de São Paulo
Reprodução/Google Street View
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14/11 -
Feriado da Proclamação da República: veja os direitos de quem trabalha em 15 de novembro
O Brasil comemora o feriado de Proclamação da República no sábado (15). A data oferece um dia extra de descanso para os trabalhadores, com possibilidade de emenda para quem folga no domingo.
O dia 15 de novembro é considerado feriado nacional desde 1949, regulamentado pela Lei Federal 662, do presidente Eurico Gaspar Dutra. (Entenda o significado e a importância da data)
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Apesar disso, nem todos são beneficiados. A legislação trabalhista permite o funcionamento de atividades em alguns setores considerados essenciais. (Confira mais abaixo)
⚠️ Mas atenção: quem for convocado para trabalhar na data tem direitos garantidos, como a remuneração em dobro ou um dia de folga compensatória.
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Se o sábado já for um dia de folga habitual do trabalhador, nada muda. No entanto, para quem costuma trabalhar nesse dia, o feriado garante descanso remunerado — que deve ser pago em dobro ou compensado com outro dia de folga.
O g1 conversou com advogados especialistas em direito trabalhista para te ajudar a entender mais sobre o assunto.
Abaixo, você vai descobrir:
🤔 Meu chefe pode me obrigar a trabalhar durante o feriado?
⚖️ Quais são os meus direitos?
💰 Remuneração em dobro ou folga? Quem define?
❌ Faltei ao trabalho, apesar de ter sido escalado. Posso ser demitido por justa causa?
⚠️ As regras são diferentes para empregado fixo e temporário?
✍🏼 Como funciona no caso do trabalhador intermitente?
📆 Quais são os proximos feriados de 2025?
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1. Meu chefe pode me obrigar a trabalhar durante o feriado?
Sim. Embora o artigo 70 da CLT proíba atividades profissionais em feriados nacionais, há exceções para serviços considerados essenciais, como os setores de indústria, comércio, transportes, comunicações, serviços funerários, atividades ligadas à segurança, entre outros.
Além disso, o empregador pode solicitar que o funcionário trabalhe durante o feriado quando houver uma Convenção Coletiva de Trabalho — acordo firmado previamente entre empregadores e sindicatos.
No feriado da Proclamação da República, em 15 de novembro, hotéis tiveram 95% de ocupação
Matheus Tagé/A Tribuna Jornal
2. Quais são os meus direitos?
Quem é obrigado a trabalhar no feriado tem direito ao pagamento em dobro ou à compensação com folga em outro dia.
" Havendo banco de horas também poderão ser lançadas essas horas de trabalho, nos termos do acordo individual ou coletivo", explica Ana Gabriela Burlamaqui, advogada trabalhista e sócia do A. C Burlamaqui Consultores.
3. Remuneração em dobro ou folga? Quem define?
A forma de compensação — seja o pagamento em dobro ou a folga compensatória — costuma ser definida em acordo entre empregador e sindicato.
Na ausência de uma Convenção Coletiva de Trabalho, a decisão pode ser negociada diretamente entre empresa e funcionário. No entanto, é essencial que as ambas as partes estejam de acordo e que a compensação escolhida respeite a legislação.
"O empregador não pode decidir sozinho. Se houver um acordo ou convenção coletiva prevendo a compensação por folga, essa regra prevalece. Caso contrário, o pagamento em dobro pelo trabalho no feriado é obrigatório", afirma Elisa Alonso, advogada trabalhista e sócia do RCA Advogados.
4. Faltei ao trabalho, apesar de ter sido escalado. Posso ser demitido por justa causa?
Depende. A falta, quando há determinação do empregador para o comparecimento, pode ser coniderada insubordinação — ou seja, desobediência a uma ordem superior.
"No entanto, a dispensa por justa causa, em geral, não decorre de um fato isolado, mas de um comportamento faltoso de forma reiterada", afirma Ana Gabriela Burlamaqui, advogada trabalhista.
Por isso, esse tipo de demissão costuma seguir um processo que inclui advertências formais e tentativas de correção de conduta.
Se houver expediente normal, o trabalhador pode sofrer outras penalidades, como o desconto do dia não trabalhado, que será considerado falta injustificada.
"A falta injustificada deve ser repreendida, mas para configurar justa causa é necessário avaliar outros fatores, como a recorrência da conduta, o impacto causado à empresa e a função desempenhada pelo empregado, por exemplo", completa a advogada trabalhista Elisa Alonso.
Ubatuba registra movimento intenso de turistas no feriado de Proclamação da República
Laurene Santos/TV Vanguarda
5. As regras são diferentes para empregado fixo e temporário?
As regras gerais sobre trabalho em feriados valem tanto a empregados fixos quanto temporários, incluindo o direito ao pagamento em dobro ou folga compensatória.
Porém, trabalhadores com contratos temporários podem ter condições específicas previstas.
6. Como funciona no caso do trabalhador intermitente?
No regime de trabalho intermitente — previsto na CLT desde a Reforma Trabalhista de 2017 — o pagamento por trabalho em feriados deve ser acordado no momento da contratação.
O contrato deve especificar o valor da hora trabalhada, já considerando os adicionais por feriados ou horas extras.
"Assim, o trabalhador intermitente recebe o valor previamente combinado para os dias em que presta serviço, inclusive em feriados", explica o advogado Luís Nicoli.
7. Quais são os próximos feriados de 2024?
O próximo feriado é o Dia da Consciência Negra, que cai na próxima semana, na quinta-feira (20). A data se tornou feriado nacional apenas em 2023.
A mudança foi aprovada pelo Congresso e sancionada em dezembro daquele ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Antes disso, a data não integrava o calendário nacional nem era considerada ponto facultativo, e a folga dependia de leis estaduais ou municipais.
Após novembro, o próximo feriado nacional será o Natal, em 25 de dezembro, que cai numa quinta-feira — o que pode permitir emenda para quem folga na sexta, sábado ou domingo.
A véspera de Ano Novo, em 31 de dezembro, também cai numa quinta-feira e é ponto facultativo a partir das 13h, permitindo emenda para quem folga em 1º de janeiro ou sai mais cedo do trabalho.
O g1 preparou um calendário com todos os pontos facultativos e feriados nacionais de 2025. Confira:
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14/11 -
Bolsa Família 2025: pagamentos de novembro começam nesta sexta; veja calendário
Bolsa Família 2025: veja as regras e o calendário de pagamentos de novembro
A Caixa Econômica Federal inicia os pagamentos de novembro do Bolsa Família 2025 nesta sexta-feira (14). Os primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1. (Veja mais abaixo o calendário completo)
O dinheiro vai ser disponibilizado nos últimos 10 dias úteis de cada mês, de forma escalonada. A exceção é o mês de dezembro, quando os pagamentos são antecipados.
Confira o calendário do Bolsa Família para novembro de 2025:
Final do NIS: 1 - pagamento em 14/11
Final do NIS: 2 - pagamento em 17/11
Final do NIS: 3 - pagamento em 18/11
Final do NIS: 4 - pagamento em 19/11
Final do NIS: 5 - pagamento em 21/11
Final do NIS: 6 - pagamento em 24/11
Final do NIS: 7 - pagamento em 25/11
Final do NIS: 8 - pagamento em 26/11
Final do NIS: 9 - pagamento em 27/11
Final do NIS: 0 - pagamento em 28/11
Ao longo do ano, a previsão de pagamentos é:
Dezembro: de 10/12 a 23/12.
Bolsa Família
Luis Lima Jr/FotoArena/Estadão Conteúdo
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o Bolsa Família.
Quem pode receber o Bolsa Família?
A principal regra para receber o benefício é ter renda mensal familiar de até R$ 218 por pessoa.
Para se enquadrar do programa, é preciso somar a renda total e dividir pelo número de pessoas. Caso o valor fique abaixo dos R$ 218, a família está elegível ao Bolsa Família.
Os beneficiários também precisam arcar com contrapartidas, como:
manter crianças e adolescentes na escola;
fazer o acompanhamento pré-natal (no caso de gestantes);
manter as carteiras de vacinação atualizadas.
Onde se cadastrar?
Os beneficiários precisam se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) — principal instrumento do governo federal para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais — e aguardar uma análise de enquadramento.
Estar no Cadastro Único não significa a entrada automática nos programas sociais do governo, uma vez que cada um deles tem regras específicas. Mas o cadastro é pré-requisito para que a inscrição seja avaliada.
VEJA COMO FAZER O CADASTRO ÚNICO DO GOVERNO FEDERAL
Como sacar o Bolsa Família?
Os beneficiários recebem e podem movimentar os valores pelo aplicativo Caixa TEM e internet banking. Assim, não é necessário ir até uma agência da Caixa Econômica Federal — que é responsável pelo pagamento do Bolsa Família — para realizar o saque.
Segundo a Caixa, os beneficiários também podem utilizar o cartão do programa para realizar compras nos estabelecimentos comerciais, por meio da função de débito.
Além disso, há a opção de realizar saques nos terminais de autoatendimento, casas lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, além das agências da Caixa.
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14/11 -
Após reunião sobre tarifas, Rubio posta foto com Mauro Vieira e comenta encontro
Marco Rubio e Mauro Vieira após reunião em 13 de novembro de 2025
Reprodução/X
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, publicou uma foto com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após o encontro do dois nesta quinta-feira (13) para falar sobre o tarifaço americano.
Na publicação, Rubio comentou sobre o assunto da reunião.
"Reuni-me hoje com o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, no Departamento. Discutimos assuntos de importância mútua e um marco recíproco para a relação comercial entre os Estados Unidos e o Brasil", disse.
Vieira também se pronunciou após o encontro. O ministro afirmou que o Brasil aguarda uma resposta dos Estados Unidos sobre um “mapa do caminho” para orientar as negociações bilaterais destinadas a solucionar as pendências comerciais entre os dois países.
“Apresentamos nossas propostas para a solução das questões. Agora estamos esperando que eles nos respondam”, disse Vieira.
O Brasil busca derrubar o tarifaço de 50% imposto pelos EUA a uma série de produtos do Brasil.
Vieira se encontrou duas vezes com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, durante o G7 no Canadá, nesta quarta. E uma vez em Washington, capital dos EUA nesta quinta. Após a reunião, Vieira falou com a imprensa.
Segundo o chanceler, Rubio demonstrou interesse pessoal — e do governo dos EUA — em avançar rapidamente nas tratativas com o Brasil.
Mauro Vieira e Marco Rubio posam para foto antes de reunião em Washington
Brasil já respondeu à lista de demandas americanas
Vieira explicou que, em 4 de novembro, houve uma reunião virtual de alto nível entre autoridades do Itamaraty, do Ministério da Fazenda e do MDIC com suas contrapartes dos EUA.
Nessa reunião, o Brasil apresentou uma resposta detalhada à lista de temas que Washington havia enviado em 16 de outubro.
Rubio disse que resposta deve vir “muito rapidamente”
Vieira relatou que Marco Rubio afirmou que os EUA estão analisando o documento brasileiro e devem responder ainda esta semana ou no início da próxima.
Segundo o chanceler, Rubio expressou a intenção do governo americano de resolver rapidamente as pendências bilaterais.
Trump quer avançar e gostou da reunião com Lula
De acordo com Vieira, Rubio mencionou comentários do presidente Donald Trump, que disse ter gostado muito da reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Malásia e manifestou vontade de avançar na solução das questões comerciais.
Objetivo é fechar acordo provisório até o fim do mês
Vieira afirmou que os dois lados querem concluir até o fim deste mês — ou, no máximo, no início do próximo — um acordo provisório que crie um “mapa do caminho” para as negociações.
Esse roteiro deverá guiar as discussões por um a dois anos, até a conclusão de um acordo abrangente.
“É uma demonstração do interesse do governo americano em solucionar as questões pendentes e de se aproximar do Brasil”, disse o ministro.
Temas técnicos seguem em outros canais
Questionado sobre fim das tarifas especificamente para o café brasileiro, Vieira explicou que, nos encontros com Rubio, discutiu apenas o marco geral da negociação.
O governo Trump sinalizou que pode derrubar as tarifas extras sobre o café, mas não detalhou ainda para quais países isso valeria.
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13/11 -
Governo amplia critérios para auxílio a empresas afetadas pelo tarifaço dos EUA
Mauro Vieira fala sobre reunião com Marco Rubio
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma resolução que amplia o alcance do programa Brasil Soberano, ajustando encargos financeiros e critérios de elegibilidade. A principal mudança é a inclusão de fornecedores de empresas exportadoras entre os beneficiários das linhas de crédito.
🔎 O Brasil Soberano foi anunciado pelo governo federal em agosto para apoiar empresas afetadas pelo tarifaço imposto pelo governo Donald Trump às exportações brasileiras. O programa prevê uma linha de crédito de R$ 40 bilhões, com acesso condicionado à manutenção do número de empregos.
Pela nova regra, fornecedores poderão acessar os financiamentos desde que ao menos 1% do faturamento, entre julho de 2024 e junho de 2025, venha de vendas para exportadoras que tenham 1% ou mais da receita afetada pelas tarifas norte-americanas.
No caso das próprias exportadoras, o CMN reduziu de 5% para 1% o percentual mínimo de faturamento vinculado às vendas atingidas pelas tarifas. Segundo apurou o g1, empresários vinham pressionando por essa mudança, alegando que o critério anterior dificultava o acesso de empresas igualmente afetadas pela sobretaxa.
A resolução também determina que a lista de produtos elegíveis passe a ser definida em ato conjunto dos ministros da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para garantir alinhamento com a política industrial e comercial.
As taxas de remuneração ao Fundo de Garantia à Exportação (FGE) variarão de 1% a 6% ao ano, conforme o porte da empresa e a finalidade do financiamento.
A medida entra em vigor na data da publicação, e a implementação operacional ficará a cargo do BNDES e das demais instituições financeiras habilitadas.
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13/11 -
Mauro Vieira diz que Brasil espera resposta dos EUA nos próximos dias sobre um 'mapa do caminho' para nortear negociações
Mauro Vieira e Marco Rubio posam para foto antes de reunião em Washington
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira (13) que o Brasil aguarda uma resposta dos Estados Unidos sobre um “mapa do caminho” para orientar as negociações bilaterais destinadas a solucionar as pendências comerciais entre os dois países.
O Brasil busca derrubar o tarifaço de 50% imposto pelos EUA a uma série de produtos do Brasil.
Vieira se encontrou duas vezes com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, durante o G7 no Canadá, nesta quarta. E uma vez em Washington, capital dos EUA nesta quinta. Após a reunião, Vieira falou com a imprensa.
Segundo o chanceler, Rubio demonstrou interesse pessoal — e do governo dos EUA — em avançar rapidamente nas tratativas com o Brasil.
Brasil já respondeu à lista de demandas americanas
O ministro explicou que, em 4 de novembro, houve uma reunião virtual de alto nível entre autoridades do Itamaraty, do Ministério da Fazenda e do MDIC com suas contrapartes dos EUA.
Nessa reunião, o Brasil apresentou uma resposta detalhada à lista de temas que Washington havia enviado em 16 de outubro.
“Apresentamos nossas propostas para a solução das questões. Agora estamos esperando que eles nos respondam”, disse Vieira.
Rubio disse que resposta deve vir “muito rapidamente”
Vieira relatou que Marco Rubio afirmou que os EUA estão analisando o documento brasileiro e devem responder ainda esta semana ou no início da próxima.
Segundo o chanceler, Rubio expressou a intenção do governo americano de resolver rapidamente as pendências bilaterais.
Trump quer avançar e gostou da reunião com Lula
De acordo com Vieira, Rubio mencionou comentários do presidente Donald Trump, que disse ter gostado muito da reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Malásia e manifestou vontade de avançar na solução das questões comerciais.
Objetivo é fechar acordo provisório até o fim do mês
Vieira afirmou que os dois lados querem concluir até o fim deste mês — ou, no máximo, no início do próximo — um acordo provisório que crie um “mapa do caminho” para as negociações.
Esse roteiro deverá guiar as discussões por um a dois anos, até a conclusão de um acordo abrangente.
“É uma demonstração do interesse do governo americano em solucionar as questões pendentes e de se aproximar do Brasil”, disse o ministro.
Temas técnicos seguem em outros canais
Questionado sobre fim das tarifas especificamente para o café brasileiro, Vieira explicou que, nos encontros com Rubio, discutiu apenas o marco geral da negociação.
O governo Trump sinalizou que pode derrubar as tarifas extras sobre o café, mas não detalhou ainda para quais países isso valeria.
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13/11 -
EUA e Argentina firmam acordo de cooperação em comércio e investimentos
Os Estados Unidos e a Argentina assinaram um acordo de cooperação em comércio e investimentos, segundo declaração conjunta divulgada pela Casa Branca nesta quinta-feira (13). O governo de Donald Trump também anunciou entendimentos semelhantes com Equador, El Salvador e Guatemala.
O acordo com a Argentina envolve temas como tarifas, propriedade intelectual, direitos trabalhistas e meio ambiente. Segundo o comunicado, o país sul-americano também se comprometeu a facilitar o comércio digital com os EUA, aceitando transferências de dados — inclusive pessoais. (Leia mais abaixo)
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O acordo prevê ainda que a Argentina elimine gradualmente o imposto sobre produtos norte-americanos e dispense formalidades nas exportações dos EUA para o país.
Em troca, o governo Trump se comprometeu a reduzir tarifas em categorias específicas de produtos argentinos e reavaliar medidas de segurança nacional que impactam o comércio.
Veja abaixo os principais pontos do acordo:
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Tarifas
O acerto prevê abertura mútua de mercados entre Argentina e EUA para produtos estratégicos. A Argentina dará acesso preferencial a bens norte-americanos como medicamentos, químicos, máquinas, tecnologia, dispositivos médicos, veículos e produtos agrícolas.
Em contrapartida, os EUA removerão tarifas sobre recursos naturais e insumos farmacêuticos não patenteados, além de considerar impactos do pacto na segurança nacional. Ambos também se comprometeram a melhorar condições para o comércio de carne bovina.
Fim de barreiras não tarifárias
A Argentina irá eliminar diversas barreiras não tarifárias que, segundo a Casa Branca, dificultavam o acesso ao seu mercado, como exigências de licenciamento de importação, garantindo maior equilíbrio competitivo.
Pelo acordo, o país também deixará de exigir formalidades consulares para exportações dos EUA e eliminará gradualmente o imposto estatístico sobre produtos americanos.
Ajuste de normas e conformidade
A Argentina vai adotar padrões internacionais para facilitar o comércio com os EUA. Isso significa aceitar produtos que sigam normas americanas ou globais sem exigir regras extras, incluindo veículos, dispositivos médicos e medicamentos certificados por órgãos dos EUA, como a FDA.
Propriedade intelectutal
Segundo o comunicado, o país sul-americano vai reforçar a proteção da propriedade intelectual, combatendo falsificação e pirataria, inclusive online.
O país também promete corrigir problemas apontados pelos EUA, como critérios de patentes e acúmulo de pedidos, e alinhar suas regras aos padrões internacionais.
Acesso ao mercado agrícola
O governo de Donald Trump afirmou que a Argentina vai abrir mais espaço para produtos agrícolas dos EUA. O país permitirá a entrada de gado vivo e carne de frango americana, além de simplificar regras para carnes bovinas, suínas e laticínios.
Também se comprometeu a não impor restrições a termos usados em queijos e carnes e a reduzir barreiras que dificultam o comércio de alimentos.
"Estados Unidos e Argentina pretendem trabalhar juntos para enfrentar barreiras não tarifárias que afetam o comércio de alimentos e produtos agrícolas", diz o comunicado.
Trump recebe Milei pela primeira vez na Casa Branca
Jonathan Ernst/Reuters
Trabalho
Conforme o documento, a Argentina "reafirmou seu compromisso de proteger direitos trabalhistas reconhecidos internacionalmente".
"Além disso, adotará e implementará uma proibição à importação de bens produzidos por trabalho forçado ou compulsório e fortalecerá a fiscalização das leis trabalhistas", diz o texto.
Meio Ambiente
Em relação ao meio ambiente, o governo de Donald Trump afirmou que o país sul-americano se comprometeu a:
tomar medidas adicionais para combater o desmatamento ilegal;
incentivar uma economia mais eficiente no uso de recursos, incluindo no setor de minerais críticos;
e implementar integralmente as obrigações do Acordo da OMC sobre Subsídios à Pesca.
Segurança econômica
A Argentina e EUA também vão cooperar para reforçar a segurança econômica, diz o documento.
Isso inclui combater o que chamaram de práticas comerciais desleais de outros países, além de alinhar regras sobre exportações, segurança de investimentos e tarifas.
Oportunidades comerciais
Os dois países também assumiram o compromisso de facilitar investimentos e comércio em minerais críticos, recursos estratégicos para os EUA e que ocupam posição central na disputa com a China.
Esses minerais são fundamentais para setores estratégicos, como tecnologia, energia e defesa, com oferta restrita ou concentrada em poucos países, o que os torna indispensáveis para cadeias produtivas e para a segurança nacional.
🔎 Entre os principais exemplos estão lítio, cobalto, níquel, terras raras e grafite, utilizados na fabricação de baterias, dispositivos eletrônicos e equipamentos militares.
Os dois países também concordaram em trabalhar para estabilizar o comércio global de soja.
Comércio digital
Por fim, segundo a Casa Branca, a Argentina vai facilitar o comércio digital com os EUA, permitindo transferências de dados — inclusive pessoais — e reconhecendo assinaturas eletrônicas válidas nos Estados Unidos.
O país sul-americano também prometeu não impor restrições a serviços ou produtos digitais americanos.
Outros acordos
Os EUA também anunciaram novos acordos com a Guatemala, com o Equador e com El Salvador, e devem retirar tarifas sobre alguns alimentos e outras importações.
Um alto funcionário do governo norte-americano disse à Reuters que esses tratados permitem um maior acesso dos produtos agrícolas e industriais dos Estados Unidos a esses mercados.
Esses três países também se comprometeram a não cobrar impostos sobre produtos digitais. As tarifas alfandegárias devem ser mantidas, mas haverá algum alívio para áreas específicas.
A expectativa é que os acordos completos com a maioria desses países sejam finalizados nas próximas duas semanas.
O funcionário do governo norte-americano ainda disse à Reuters que os EUA também tiveram avanços nas tratativas com a Suíça, reiterando que caso o acordo proposto pelo país seja aceito por Trump, há a expectativa de uma redução das tarifas impostas ao país europeu.
* Com informações da agência de notícias Reuters.
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13/11 -
Falha no processo de inativação de vacina é causa provável de morte de mais de 600 animais, confirma laboratório
Ministério da Agricultura suspende utilização da vacina Excell 10
A principal causa provável da morte de mais de 600 animais após o uso da vacina Excell 10 nos estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Sergipe, é uma falha no processo de inativação da vacina, segundo o laboratório Dechra Brasil, responsável pela produção do imunizante.
As primeiras mortes de bovinos, caprinos e ovinos vacinados contra clostridiose com os lotes 016/24 e 018/24 da Excell 10 foram registradas em julho deste ano. O uso dos lotes foi suspenso em agosto.
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Em comunicado divulgado na quarta-feira (12), o Dechra Brasil confirmou a falha no processo de inativação da vacina como "fator mais provável" e anunciou a suspensão temporária de toda a fabricação na unidade de Londrina (PR), até a conclusão de uma "revisão completa das operações e processos".
🔎 Clostridiose é o nome dado a doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium, que podem provocar morte súbita em animais. Nas vacinas inativadas, microorganismos patogênicos são mortos ou modificados com substâncias químicas ou agentes físicos, de modo que não possam causar a doença.
Procurado pelo g1, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que vai se manifestar sobre o caso após avaliação dos laudos oficiais dos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA). A previsão é que os laudos fiquem prontos nos próximos dias.
Mais de 600 mortes
No dia 3 de setembro, o Mapa atualizou para 612 o número de animais mortos após serem vacinados com os lotes do imunizante Excell 10. Na ocasião, o Piauí concentrava a maior parte dos casos, com 488 mortes.
Nesta quinta-feira (13), a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi) afirmou que somente o estado registrou, entre os meses de julho e novembro, mais de 600 mortes. O g1 aguarda confirmação do número atualizado de mortes.
LEIA TAMBÉM: Entenda a cronologia dos casos ligados à vacina EXCELL 10
Confira na íntegra o comunicado divulgado pela Dechra Brasil
A Dechra Brasil anuncia hoje a conclusão de sua investigação sobre a causa raiz dos eventos adversos que resultaram no recolhimento dos produtos Excell 10.
Após relatos de eventos adversos em bovinos, caprinos e ovinos vacinados com os lotes 016/24 e 018/24 da Excell 10, a Dechra conduziu uma análise abrangente para identificar a causa principal.
A conclusão da Dechra é que o fator mais provável foi uma falha no processo de inativação. Todas as informações relevantes foram compartilhadas com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
A Dechra continua trabalhando em estreita colaboração com o MAPA e está implementando todas as medidas necessárias para garantir que problemas semelhantes não ocorram com a Excell 10 nem com qualquer outro produto que fabricamos.
Como parte desse trabalho, suspendemos temporariamente, de forma voluntária, toda a fabricação na unidade de Londrina, enquanto concluímos uma revisão completa das operações e processos. O fornecimento de alguns produtos será afetado durante esse período.
Reafirmamos nosso compromisso inabalável em manter os mais altos padrões de segurança e qualidade em todos os nossos produtos.
Clientes com dúvidas devem entrar em contato com seu representante local da Dechra ou com nosso SAC pelo telefone: 0800 400 7997.
Ministério da Agricultura apreende lotes de vacina após morte repentina de quase 200 animais
Reprodução/ TV Clube
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13/11 -
Ex-donos da FMU pedem à Justiça conversão de recuperação judicial em falência; entenda
As famílias fundadoras da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) entraram neste mês com um pedido na Justiça para transformar a recuperação judicial da instituição em falência (entenda abaixo a diferença entre os dois procedimentos legais).
Apesar de não serem mais proprietários da faculdade, os ex-donos possuem 18 imóveis onde funcionam os centros universitários. Na ação, eles afirmam que a atual gestão está com pagamentos de aluguéis atrasados, em uma dívida que chega à casa dos R$ 40 milhões desde o início do processo de recuperação.
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Segundo as famílias Alves da Silva e Fioravante, o não pagamento das dívidas ocorre de forma "deliberada, injustificável e ilícita". O documento também afirma que a FMU enfrenta uma "insolvência estrutural disfarçada sob o manto da recuperação judicial".
Dessa forma, ao justificar o pedido de falência, os ex-proprietários da universidade alegam que o processo de recuperação judicial, em vigor desde março deste ano, representa um "instrumento de postergação do inevitável".
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A universidade tem, atualmente, cerca de 60 mil alunos e mais de 100 cursos, incluindo graduação, pós e MBA.
Procurada pelo g1, a FMU, que pertence ao fundo de investimento Farallon desde 2020, não se posicionou sobre o assunto até a última atualização desta reportagem.
Qual é a diferença entre falência e recuperação judicial?
A recuperação judicial, na qual a FMU está desde março deste ano, busca preservar a operação da empresa e evitar a falência.
🔎 Ou seja, quando a Justiça aprova um pedido de recuperação judicial, ela permite que a companhia faça uma reestruturação de suas dívidas e reorganize suas finanças e administração. No caso da instituição, foram reportadas dívidas de R$ 130 milhões.
No processo, a empresa apresenta um plano de recuperação aos credores, trazendo propostas de pagamento e dando um prazo para o cumprimento de suas obrigações. Os principais credores da FMU são justamente as famílias fundadoras.
A recuperação judicial também permite que a empresa continue a operar, desde que com a fiscalização da Justiça.
Já a falência acontece quando a empresa não consegue mais pagar as suas dívidas e não tem mais condições de se recuperar.
Nesse caso, a Justiça transforma o processo de recuperação judicial em falência e determina que a companhia venda seus ativos para conseguir quitar seus compromissos.
O pedido de falência feito pelas famílias fundadoras da FMU, em meio à alegação de dívidas com aluguéis, ainda precisa ser avaliado pela Justiça. O caso está na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Negociação em andamento
O advogado João Ricardo Pacca, representante das famílias fundadoras, afirma que elas estão dispostas a negociar. “Já houve várias concessões, mas ainda estamos longe de um acordo”, diz, acrescentando que uma redução temporária no valor do aluguel estaria em discussão.
Segundo Pacca, a dívida total da FMU ligada aos imóveis dos antigos proprietários chega a R$ 300 milhões, dos quais R$ 40 milhões foram acumulados desde o início da recuperação judicial. O montante inclui também débitos de IPTU.
A instituição foi vendida pelos fundadores ao Grupo Laureate em 2013. Desde 2020, está sob controle da gestora Farellon.
João Ricardo Pacca afirma que a falta de pagamento dos aluguéis começou poucos meses após a primeira venda. Segundo o advogado, o impasse pode levar a um processo de despejo, paralelo ao pedido de conversão da recuperação judicial em falência.
“Se o aluguel não for pago, os proprietários podem pedir o despejo. Caso a inadimplência persista mesmo após a recuperação judicial e não haja acordo, essa é a única saída”, afirma.
Uma assembleia de credores está marcada para os dias 19 e 26 de novembro, dentro do processo de recuperação. Nessas reuniões, credores e instituição vão discutir o plano de reestruturação da FMU.
Recuperação judicial
A FMU entrou com pedido de recuperação judicial em 13 de março, para negociar dívidas de R$ 130 milhões. Na ocasião, a instituição informou ao g1 que o processo seria para "assegurar condições favoráveis para a manutenção do crescimento sustentável da operação".
Entre as justificativas, o grupo afirmou que sofreu impactos diretos da pandemia de Covid-19, "com destaque para o aumento da inflação no país desde 2021 e a queda na renda da população".
Segundo a FMU, o cenário elevou a inadimplência, a evasão escolar e reduziu o número de matrículas.
"Diante desses contratempos, o recurso à recuperação judicial é a melhor alternativa para a FMU readequar sua estrutura de capital e, ao mesmo tempo, seguir com seus planos de crescimento", disse, em nota.
O juiz Marcelo Stabel de Carvalho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, deferiu o pedido em 14 de março. A partir dessa decisão, ficaram suspensas as cobranças contra a FMU, e a instituição iniciou a elaboração do plano de reestruturação financeira.
Campus Santo Amaro da FMU, na Zona Sul de São Paulo
Reprodução/Google Street View
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13/11 -
Governo quer compensação financeira entre empresas para que estabelecimentos aceitem todos cartões de vale-refeição
G1 em 1 minuto: novas regras do governo para vale-refeição e vale-alimentação
O secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena, afirmou nesta quinta-feira (13) que o governo busca uma solução tecnológica para que as empresas de vale-refeição façam compensações financeiras de modo que os restaurantes aceitem quaisquer bandeiras de cartões.
Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto que regulamenta as mudanças no vale-refeição e alimentação.
💳Entre as alterações, foi instituída a chamada "interoperabilidade", para permitir que qualquer maquininha de cartão passe a aceitar vales de todas as bandeiras.
⏱️O prazo para que essa regra comece a valer é de 360 dias.
Em entrevista ao g1, Macena explicou que, com a mudança, o trabalhador que recebe o benefício não precisará mais ficar procurando em qual estabelecimento está credenciado seu vale. Ou seja, a ideia é que qualquer restaurante que aceite o benefício receba o pagamento independentemente da bandeira.
"O restaurante é só credenciado da Alelo, por exemplo, e meu vale é VR. O restaurante recebe meu VR, registra dentro do sistema da Alelo e a Alelo recompensa o VR. Tem uma câmara de compensação entre todas as empresas que qualquer restaurante independente da bandeira que esteja credenciada receba todas e aquilo é compensado. Hoje, com a tecnologia, é totalmente possível fazer isso", disse o secretário.
O secretário citou como exemplo o que ocorre atualmente no sistema das empresas de ônibus em São Paulo.
"Você pega qualquer ônibus com bilhete único, são várias empresas, não é uma empresa só, e o trajeto que você andou isso vai para uma pizza única e depois distribui o pedaço dessa pizza para cada um segundo sua parte. É como aconteceria", explicou Macena.
"Tem várias soluções no mercado, temos que estabelecer qual é a governança, tem critério de transparência. Isso vai ser costurado com todas as empresas, aliás, todo esse processo a gente costurou com todas as empresas", emendou.
Outras mudanças
Além da interoperabilidade, o decreto assinado na terça-feira pelo presidente Lula também prevê:
criação de um teto de 3,6% na taxa cobrada de restaurantes por empresa de vale-refeição. As empresas terão 90 dias para se adequar a essas regras;
prazo máximo de 15 dias para repasse dos valores pagos – entra em vigor em 90 dias. Atualmente, esse prazo é de até 30 dias após a transação, em média, podendo chegar a 60 dias;
determinação para que os sistemas de pagamento com mais de 500 mil trabalhadores deverão migrar para o modelo de arranjo aberto em até 180 dias;
proibição de práticas consideradas abusivas, como: deságios, descontos, benefícios indiretos, prazos incompatíveis com repasses pré-pagos; e vantagens financeiras não relacionadas à alimentação, com vigência imediata; e
obrigação das empresas beneficiárias de orientar os trabalhadores e cumprir todas as normas do programa.
Após o anúncio das mudanças, a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), que reúne mais de 20 empresas do segmento, criticou o decreto.
Segundo a associação, as novas regras "ameaçam a essência do programa social, fragilizam a fiscalização da alimentação e reduzem controle dos benefícios".
O secretário Macena afirmou que houve um processo de amplo diálogo com todo o setor e que o governo vai continuar o dialogando com toda a cadeia.
"Agora, a prerrogativa de normatizar, a prerrogativa de acompanhar e fiscalizar é uma prerrogativa do governo, destinada ao Ministério do Trabalho a fiscalização e criou-se um comitê gestor com a Fazenda e Casa Civil para promover as regulamentações", disse.
"Hoje, a Fazenda tem condição de acompanhar o desempenho financeiro dessas empresas para a gente não tomar nenhuma medida que inviabilize o programa, que não é nosso interesse, e também exercer as fiscalizações devidas contra benefícios indevidos, promoções, contra uso de um recurso que tem incentivo fiscal para objetivos que fogem ao objetivo central do programa", disse.
Segundo Macena, atualmente são cerca de 740 mil estabelecimentos credenciados entre bares, restaurantes e supermercados.
Com as alterações, há um potencial de se chegar a mais de dois milhões de empresas elegíveis para utilizar o benefício.
Muitas dessas empresas, de acordo com o secretário, no momento não aceitam o vale pelas restrições atuais como taxa, prazo e critérios de credenciamento.
"A gente vai rever todo o processo de credenciamento. O comitê gestor vai debruçar sobre o credenciamento das empresas. Novas empresas querem entrar no programa e deixar claro também que os critérios de credenciamento do estabelecimento que fornece a refeição, a alimentação, é uma responsabilidade de todos, todos vão ter que cumprir os mesmos critérios de credenciamento", disse.
Ele afirmou ainda que as normas de fiscalização valerão para todos, que terão de respeitar as regras.
"Com a tecnologia, nós temos condições de ampliar substantivamente para combater qualquer tipo de fraude", afirmou o secretário-executivo.
"Não estamos inviabilizando nenhuma empresa de operar, pelo contrário. Estamos criando condições iguais para que todas possam operar, para que tenha competitividade e abra o mercado, preservando o direito dessas empresas continuarem atuando", concluiu.
VA e VR: atualmente, são cerca de 740 mil estabelecimentos credenciados entre bares, restaurantes e supermercados.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
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13/11 -
Acqua Vias SP vence leilão das travessias de balsa em SP e passa a administrar 14 trechos aquaviários no estado
Sistemas de travessias por balsas vai a leilão hoje, na B3
A empresa Acqua Vias SP venceu nesta quinta-feira (13) o leilão da concessão do sistema de travessias de balsa do estado de São Paulo, realizado na sede da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), ao oferecer desconto de 12,60% sobre a contraprestação do estado.
Na prática, isso significa que a empresa vencedora aceitou receber um menor aporte financeiro do estado durante o processo de execução e operação do serviço público, o que é mais vantajoso para as finanças públicas.
Outras três empresas apresentaram propostas para operar, administrar e manter 14 trechos aquaviários do estado:
Comporte Participações S.A (ofertou desconto de 2,53%)
Consórcio Travessias SP (ofertou desconto de 8,10%)
CS Infra S.A (ofertou desconto de 5,53%)
A concessão do sistema à iniciativa privada prevê um investimento de R$ 2,5 bilhões ao longo de 20 anos para operar, manter e administrar as 14 linhas de travessias por balsas em São Paulo.
O governo afirma que a concessão vai modernizar o transporte por balsas no estado, com troca da frota por embarcações elétricas, melhorias em terminais e uso de novas tecnologias.
O projeto foi elaborado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e aprovado em abril pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), com 62 votos a favor e 16 contra.
Na ocasião, o governo disse que “a política tarifária do setor de travessias é demasiadamente sensível” e garantiu que a concessão não vai alterar os valores cobrados nem as gratuidades já existentes.
As 14 linhas do leilão são:
Litoral Norte:
Travessia São Sebastião - Ilhabela
Litoral Centro:
Travessia Santos - Guarujá
Travessia Santos - Vicente de Carvalho
Travessia Bertioga - Guarujá
Litoral Sul
Travessia Cananéia - Ilha Comprida
Travessia Cananéia - Continente
Travessia Iguape - Juréia
Travessia Cananéia - Ariri
Região Metropolitana de São Paulo:
Bororé - Grajaú
Taquacetuba - Bororé
João Basso - Taquacetuba
Reservatório de Paraibuna:
Porto Paraitinga
Porto Varginha
Balsa em Ilhabela
Caio Gomes/ Tribuna do Povo
Porto Natividade da Serra
A concessão prevê a compra de 45 novas embarcações, incluindo modelos elétricos para reduzir poluição e reforçar a segurança climática.
Com a troca das embarcações a diesel, o governo estima evitar a emissão de ao menos 18 mil toneladas de CO2 por ano. Também estão previstas reformas nos terminais.
"Com prazo de concessão de 20 anos e investimentos de cerca de R$ 2,5 bilhões, a PPP das Travessias Hídricas prevê a substituição da frota atual por 45 novas embarcações, das quais 41 com motorização elétrica, além da construção e padronização de terminais com infraestrutura moderna, climatização, banheiros acessíveis e áreas de alimentação e informação", explica o governo.
O governador Tarcísio de Freitas afirmou que o sistema atual tem problemas de operação e infraestrutura, o que afeta a qualidade do serviço. De acordo com ele, a modernização é necessária para atender à demanda com segurança e eficiência.
Os investimentos também incluem obras em infraestrutura, acessos, calçamentos, apoio a funcionários, construção de novos terminais e reforma dos já existentes.
O governo diz que a nova frota deve reduzir as suspensões do serviço em dias de vento forte, mas admite que interrupções ainda poderão ocorrer.
A concessionária vai receber 20% da arrecadação das tarifas. Os outros 80% serão pagos pelo governo estadual. Atualmente, o sistema transporta cerca de 11 milhões de passageiros e 10 milhões de veículos por ano.
Turistas enfrentam filas de espera de mais de 3h na balsa para deixar Ilhabela - imagem de arquivo
João Mota/TV Vanguarda
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13/11 -
Com juro alto, governo vê desaceleração maior do PIB neste ano e inflação ainda acima da meta
O Ministério da Fazenda estimou que a economia brasileira terá desaceleração mais forte do que o previsto inicialmente neste ano, com expansão menor, mas que, mesmo assim, a inflação continuará acima do teto do sistema de metas.
Os dados constam no Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (13) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta.
➡️Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, a projeção do governo recuou de uma alta de 2,3%, em setembro deste ano, para um crescimento menor: de 2,2%.
Se confirmado, esse resultado, haverá uma forte desaceleração da economia, que apresentou crescimento de 3,4% em 2024.
Também será a menor taxa de crescimento desde 2020, em meio à pandemia da Covid-19, quando houve uma retração de 3,3% no Produto Interno Bruto.
Para este ano, o Banco Central estima uma expansão de 2% para o PIB, enquanto o mercado financeiro projeta uma alta de 2,16%.
"O ritmo de atividade seguiu em desaceleração no terceiro trimestre, repercutindo o alto patamar dos juros reais (...) Essa desaceleração já era esperada, e repercute efeitos defasados e cumulativos da política monetária restritiva em vigor [taxa Selic elevada]", informou o Ministério da Fazenda.
➡️Para 2026, ano marcado por eleições presidenciais, a expectativa do Ministério da Fazenda foi mantida em 2,4% de crescimento.
A projeção do governo para o PIB de 2026 está bem acima das estimativas do Banco Central (que projeta crescimento de 1,5%) e, também, dos economistas do mercado financeiro (+1,78%).
"Ao longo do ano [que vem], espera-se que a política monetária se torne menos contracionista [com queda do juro], contribuindo para tornar o mercado de crédito menos restritivo junto com políticas de crédito habitacional e ao trabalhador", avaliou a Secretaria de Política Econômica.
Implicações na discussão do orçamento
A projeção da Secretaria de Política Econômica serve de base para as discussões do orçamento de 2026 no Congresso Nacional.
No projeto de lei orçamentária de 2026, enviado pelo governo ao Congresso Nacional no fim de agosto, a equipe econômica estimou que o PIB deverá crescer 2,44% no ano que vem.
Se confirmar uma projeção menor para o PIB do próximo ano, terá de admitir, também, que haverá menos arrecadação, levando a bloqueios maiores de despesas - em um ano eleitoral (para atingir a meta de um déficit zero, com intervalo de tolerância).
Juro alto
A forte desaceleração da economia acontece em meio a um processo de alta dos juros básicos da economia para tentar conter a inflação. Atualmente, a taxa Selic, fixada pelo Banco Central, está em 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos.
A manutenção do juro neste patamar na semana passada, definida pela diretoria chefiada por Gabriel Galípolo e por uma diretoria indicada em sua maioria pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi defendida pelo ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto (indicador por Bolsonaro) e criticado pelo atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. A explicação é que, com um ritmo menor de crescimento, há menos pressões inflacionárias, principalmente no setor de serviços.
Estouro da meta de inflação
Mesmo nesse cenário de alta do juro básico e de desaceleração da economia, o Ministério da Fazenda prevê que a inflação continuará estourada (acima do teto) no ano de 2025 fechado.
➡️A Secretaria de Política Econômica baixou sua projeção para o IPCA, a inflação oficial, de 4,8% para 4,6% neste ano - ainda acima do teto vigente de 4,5%.
Se confirmada a estimativa, haverá queda da inflação, que somou 4,83% em 2024.
"A perspectiva de menor inflação no ano reflete efeitos defasados do real mais apreciado; a menor inflação no atacado agropecuário e industrial; e o excesso de oferta de bens em escala mundial como reflexo do aumento nas tarifas comerciais", informou o governo federal.
➡️ Para 2026, o Ministério da Fazenda projetou um IPCA de 3,6%, o mesmo patamar de setembro. Se confirmada a queda, a inflação retornará ao intervalo do sistema de metas.
Desde o início deste ano, o governo adotou o sistema de meta contínua de inflação.
O objetivo central é de 3% – e a meta será considerada cumprida se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida, algo que já aconteceu em junho deste ano.
O Banco Central estimou, em setembro, que a inflação voltará a ficar abaixo do teto de 4,5% do sistema de metas somente no início de 2026.
E não projetou um atingimento do centro da meta, de 3% (meta formal na definição da taxa de juros), até o primeiro trimestre de 2027.
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Greve de pilotos da Latam no Chile cancela 173 voos e afeta 20 mil passageiros
Greve de pilotos da Latam no Chile cancela 173 voos e afeta 20 mil passageiros
A greve dos pilotos da Latam Airlines no Chile, iniciada na quarta-feira (12), levou ao cancelamento de 173 voos e deve afetar cerca de 20 mil passageiros, segundo informou a companhia aérea.
A paralisação ocorre após o fracasso nas negociações de um novo contrato coletivo entre a empresa e o Sindicato de Pilotos da Latam (SPL) do Chile e deve impactar a operação da empresa até 17 de novembro.
Questionada, a empresa não informou sobre os reflexos em voos entre o Brasil e o Chile.
A Latam, maior empresa aérea da América do Sul, emprega cerca de 39 mil funcionários e mantém uma frota superior a 350 aviões.
A greve foi aprovada em assembleia com 500 dos 900 pilotos que atuam na companhia. A principal reivindicação é a recomposição dos salários e benefícios de 2020, período anterior à pandemia.
De acordo com o sindicato, os pilotos foram os únicos funcionários da empresa que ainda não tiveram suas condições restabelecidas, mesmo após a recuperação financeira do grupo.
Durante a crise provocada pela Covid-19, os profissionais aceitaram reduzir seus salários pela metade para ajudar a manter as operações em meio à paralisação global do setor aéreo.
Agora, o SPL argumenta que, diante do bom desempenho financeiro e operacional da empresa, era esperado que a negociação fosse mais colaborativa.
O sindicato também critica a postura da Latam nas negociações, alegando que a empresa “recusou-se a devolver as condições perdidas durante os anos de crise”, incluindo o período em que passou por reorganização judicial sob o Chapter 11 da lei de falências dos EUA.
Apoio no Brasil
No início do mês, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa os pilotos e comissários brasileiros, divulgou nota de apoio e solidariedade aos pilotos chilenos.
A entidade destacou o papel essencial da categoria durante a pandemia, quando contribuíram “para a sobrevivência das empresas e a manutenção da segurança operacional”.
Segundo o SNA, “um acordo sólido e equilibrado entre empresa e trabalhadores deve ser visto como investimento, e não como custo”. O sindicato brasileiro também reforçou a importância do diálogo, da boa-fé e do respeito ao direito constitucional de greve.
O que diz a Latam
Em nota ao g1, o Grupo Latam Airlines afirmou ter implementado medidas para minimizar os impactos aos passageiros, incluindo a reacomodação em outros voos, alteração gratuita de data ou reembolso integral das passagens.
A empresa destacou que “a grande maioria dos passageiros já recebeu soluções de viagem” e que as ações adotadas permanecerão válidas enquanto durar a paralisação.
“Estamos empenhados em oferecer a melhor solução possível a todos os passageiros afetados por esta situação no Chile, mantendo a conectividade em todo o país, principalmente nas regiões que mais precisam”, disse Paulo Miranda, vice-presidente de Clientes do grupo, em nota.
A Latam recomenda que os passageiros verifiquem o status de seus voos antes de se deslocar aos aeroportos, por meio do site ou do aplicativo oficial, na aba “Minhas Viagens”, onde é possível acompanhar atualizações em tempo real.
A companhia reforçou ainda que segue aberta ao diálogo com o sindicato para chegar a um acordo que ponha fim à paralisação.
Confira a nota da Latam na íntegra
O Grupo LATAM Airlines informa que, em decorrência da greve convocada por um dos sindicatos de pilotos no Chile, a empresa implementou medidas para proteger os passageiros, incluindo o cancelamento de voos programados entre 12 e 17 de novembro.
Essa medida envolve a suspensão de 173 voos, afetando aproximadamente 20.000 passageiros, a grande maioria com soluções de viagem já aplicadas.
A empresa também informou que as medidas implementadas permanecerão em vigor até o término da greve. Caso a solução proposta não atenda às necessidades dos passageiros afetados, eles poderão alterar a data ou o voo gratuitamente ou solicitar o reembolso integral da passagem.
“Estamos empenhados em oferecer a melhor solução possível a todos os passageiros afetados por esta situação no Chile, mantendo a conectividade em todo o país, principalmente nas regiões que mais precisam”, afirmou Paulo Miranda, Vice-Presidente de Clientes do Grupo LATAM Airlines.
A prioridade da LATAM é proteger seus passageiros, antecipar os impactos da greve e mantê-los informados prontamente por todos os canais disponíveis. Portanto, recomenda-se que os passageiros sempre verifiquem o status de seus voos antes de se dirigirem ao aeroporto, através do site latam.com ou do aplicativo LATAM, na seção Minhas Viagens, onde podem acessar atualizações em tempo real sobre seus voos.
Por fim, a LATAM reafirma sua disposição em dialogar com o sindicato e seu compromisso em alcançar um acordo mutuamente benéfico.
Em nota, o Grupo Latam Airlines afirmou ter implementado medidas para minimizar os impactos aos passageiros
Divulgação/Latam
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13/11 -
Dólar sobe e fecha em R$ 5,29, de olho no fim do shutdown e nas negociações Brasil-EUA; bolsa cai
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em alta de 0,10% nesta quinta-feira (13), cotado a R$ 5,2975. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em queda de 0,30%, aos 157.162 pontos.
O cenário internacional voltou ao foco dos investidores, após o fim da paralisação do governo americano e diante das novas movimentações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. No campo doméstico, as atenções se voltam a indicadores econômicos e ao ambiente político, que seguem influenciando as projeções para os juros e as próximas eleições.
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▶️ Nos EUA, o presidente Donald Trump sancionou o projeto que garante recursos para o funcionamento do governo, encerrando a paralisação de 43 dias — a mais longa da história. Com isso, abre-se espaço para a divulgação de indicadores econômicos atrasados, essenciais para as decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
▶️ Em Washington, o chanceler brasileiro Mauro Vieira se reuniu nesta quinta-feira com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O encontro tratou sobre as tarifas impostas por Trump sobre produtos brasileiros, como café e carne, que chegaram a 50% e atingem cerca de 60% das exportações desde agosto. (Entenda mais abaixo)
▶️ No Brasil, as vendas do comércio varejista caíram 0,3% em setembro, contrariando as expectativas de alta de 0,3%. Na comparação anual, o avanço foi de 0,8%, também abaixo da projeção de 2%. O resultado reforça sinais de desaceleração da economia em meio à política de juros elevados.
▶️ A pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje mostra que Lula segue à frente nos cenários de segundo turno para 2026, mas a diferença para Jair Bolsonaro diminuiu: 42% a 39%, ante 46% a 36% em outubro. O levantamento indica também redução da vantagem do presidente sobre outros possíveis adversários.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,72%;
Acumulado do mês: -1,53%;
Acumulado do ano: -14,28%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +2,01%;
Acumulado do mês: +5,10%;
Acumulado do ano: +30,66%.
Fim da paralisação do governo americano
Na noite da última quarta-feira (12), o presidente dos EUA, Donald Trump, sancionou um projeto de lei que põe fim à paralisação do governo americano, chamada de shutdown. Dessa forma, a maior paralisação da história do governo do país se encerrou após 43 dias.
🔎 “Shutdown” significa paralisação. Nos EUA, o termo é usado para descrever quando o governo federal suspende parte de suas atividades por falta de aprovação, pelo Congresso, do orçamento anual ou de um financiamento provisório para os gastos públicos.
A assinatura do republicano ocorreu poucas horas após a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, aprovar o mesmo texto. O projeto foi aprovado por 222 votos a favor e 209 contra.
Vários parlamentares começaram a viagem de volta na terça-feira (11), depois de 53 dias de recesso. Alguns relataram dificuldades para chegar à capital devido a atrasos e cancelamentos de voos provocados pela falta de trabalhadores do setor aéreo.
Além disso, alguns legisladores disseram que precisaram de caronas para voltar a Washington. O republicano Derrick Van Orden afirmou que faria a viagem de 16 horas de motocicleta.
Após a sanção de Trump, o governo poderá voltar a funcionar plenamente em poucos dias, o que alivia a situação de servidores sem salário e de famílias de baixa renda que dependem de auxílio. A normalização do sistema aéreo, no entanto, deve levar mais tempo.
Negociações entre Brasil e EUA
Outro fator que ficou na mira dos investidores nesta quinta-feira foi o encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
O encontro aconteceu em Niagara Falls, à margem da reunião do G7 — grupo dos sete países mais ricos do mundo —, e serviu para discutir o progresso das negociações tarifárias entre os dois países.
Segundo a agência de notícias Reuters, Vieira teria dito a Rubio que o Brasil havia enviado uma proposta de negociação aos Estados Unidos na semana passada, ressaltando a importância de avançar nas tratativas.
Ambos também teriam concordado em agendar uma reunião presencial em breve para avaliar melhor o estágio atual das negociações.
Agenda econômica
Pesquisa Mensal do Comércio (PMC)
O desempenho do comércio varejista brasileiro em setembro trouxe sinais mistos, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (13). O setor é acompanhado de perto porque ajuda a indicar o ritmo da economia e pode influenciar as expectativas sobre os juros.
Em relação a agosto, as vendas do varejo caíram 0,3%, após uma leve alta de 0,1% no mês anterior. Na média dos últimos três meses, houve estabilidade (-0,1%).
Comparado a setembro do ano passado, o setor cresceu 0,8%, registrando a sexta alta seguida. No acumulado de 2025, o avanço é de 1,5%, e nos últimos 12 meses, de 2,1%.
No chamado varejo ampliado — que inclui veículos, motos, peças, material de construção e atacado de alimentos e bebidas — houve alta de 0,2% frente a agosto. Na comparação anual, o crescimento foi de 1,1%, mas no acumulado do ano o resultado ainda é negativo (-0,3%).
Entre os oito segmentos pesquisados, seis tiveram queda na passagem de agosto para setembro: livros e papelaria (-1,6%), roupas e calçados (-1,2%), combustíveis (-0,9%), equipamentos de escritório (-0,9%), móveis e eletrodomésticos (-0,5%) e supermercados (-0,2%).
Já artigos farmacêuticos e de perfumaria subiram 1,3%, e outros itens de uso pessoal avançaram 0,5%.
Regionalmente, 15 das 27 unidades da federação registraram queda, com destaque para Maranhão (-2,2%) e Roraima (-2,0%).
Entre as altas, Tocantins (3,2%) e Amapá (2,9%) lideraram. No varejo ampliado, Tocantins teve forte avanço (11,4%), enquanto Paraná (-1,8%) e São Paulo (-1,6%) ficaram entre as maiores quedas.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados operavam com a cautela antes da divulgação dos dados econômicos represados, depois que o presidente Donald Trump assinou um projeto de lei que pôs fim à mais longa paralisação do governo na história do país.
Esses dados econômicos são importantes para orientar as decisões do Fed — embora alguns relatórios, como os de emprego e inflação, possam não ser divulgados.
Às 11h35 (horário de Brasília), o Dow Jones caía 0,18%, para 48.167,81 pontos, o S&P 500 perdia 0,53%, para 6.814,89 pontos, e o Nasdaq tinha queda de 0,87%, para 23.192,28 pontos.
Já as bolsas europeias fecharam em queda, também refletindo o impacto do fim da paralisação nos EUA e assimilando dados de produção industrial da União Europeia.
O STOXX 600 recuou 0,61%, o CAC 40 (França) caiu 0,11%, enquanto o DAX (Alemanha) perdeu 1,39% e o FTSE 100 (Reino Unido) teve baixa de 1,05%.
Por fim, os mercados asiáticos fecharam em alta, impulsionados pelo setor de novas energias na China e pela expectativa de dados econômicos importantes que serão divulgados na sexta-feira, como vendas no varejo e produção industrial.
O índice de Xangai atingiu seu maior nível desde 2015, enquanto Hong Kong alcançou a maior alta em um mês.
No fechamento, Xangai subiu 0,73%, a 4.029 pontos, e o CSI300 avançou 1,21%, a 4.702 pontos. Hong Kong ganhou 0,56%, a 27.073 pontos, e Tóquio teve alta de 0,43%, a 51.281 pontos. Seul subiu 0,49%, Taiwan caiu 0,16% e Cingapura avançou 0,15%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
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13/11 -
Azeites proibidos: veja como comprar produtos de boa qualidade
Entenda as fraudes de azeite mais comuns no Brasil
Desde o início deste ano, 25 marcas de azeite foram banidas ou tiveram lotes proibidos pelo governo federal, após ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura.
A proibição mais recente foi de lotes das marcas Royal, Godio, La Vitta e Santa Lucia, na quarta-feira (12).
Entre as várias irregularidades encontradas nas apreensões deste ano, estão a adulteração ou falsificação do produto e a incerteza sobre a origem do azeite.
A fraude mais comum é a mistura de outros tipos de óleos vegetais, como o de soja, na composição do produto.
Segundo o governo, o azeite é o segundo produto mais falsificado no mundo, depois dos pescados.
Nesta semana, governo divulgou lotes de 4 marcas de azeites considerados impróprios para o consumo; veja quais
O que é o azeite verdadeiro
Para ser considerado azeite de oliva, o produto precisa ser obtido exclusivamente da azeitona - o fruto da oliveira. Ele não pode ter qualquer outro óleo na sua composição.
Com a disparada nos preços do azeite nos últimos anos, muitos consumidores têm buscado alternativas como o óleo de oliva e o composto de soja com azeite de oliva. Assim como o azeite, eles são feitos a partir do óleo extraído das azeitonas.
São produtos regulares, encontrados normalmente nos supermercados, mas que não podem ser chamados de azeite, segundo as regras do Ministério da Agricultura.
👉 Saiba a diferença entre azeite de oliva e outros óleos mais baratos feitos com azeitonas
Como comprar um bom azeite e evitar fraudes
Escolha um produto com envase recente
️Desconfie de preços muito baixos
️Não compre azeite a granel
Veja se o produto já foi proibido pela Anvisa ou pelo Ministério da Agricultura
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
Para comprar um azeite de boa qualidade, prefira um que tenha sido envasado recentemente.
O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser vidros escuros, isolando, assim, o contato com a claridade. Também existe o produto em lata.
O Ministério da Agricultura recomenda desconfiar de preços muito baixos e não comprar azeite vendido a granel. Outra medida é verificar se a marca já teve a sua venda proibida ou entrou na lista de produtos falsificados.
Caso o consumidor descubra que adquiriu um produto falsificado, a orientação do governo é não consumi-lo.
Não há garantia das condições de higiene dos locais onde o azeite é falsificado. Muitos deles são fábricas clandestinas e sem registro junto ao governo e, portanto, não seguem as regras sanitárias do país.
➡️Como checar se a marca de azeite já teve a venda proibida pelo Ministério da Agricultura
Marcas de azeite proibidas em 2025
Marcas de azeite proibidas em 2024
Marcas de azeite proibidas em dezembro de 2023
➡️Como saber se a empresa tem registro no Ministério da Agricultura
O Cadastro Geral de Classificação (CGC) permite verificar se distribuidora, importadora ou produtora de azeite está registrada no Ministério da Agricultura. A ferramenta está disponível neste link, onde é possível pesquisar pela empresa no campo "Estabelecimento".
Segundo o Ministério, o registro no CGC é obrigatório para empresas que processam, industrializam, beneficiam ou embalam azeites e outros produtos vegetais. Ao serem registradas, elas ficam sujeitas à fiscalização.
Imagem do Sipeagro, onde é possível consultar se uma empresa tem registro no Ministério da Agricultura.
Reprodução
Anvisa suspende venda de quatro lotes de azeite.
Adobe Stock
➡️Como saber se o produto está na lista da Anvisa de produtos falsificados
O órgão oferece neste link uma ferramenta em que o consumidor pode verificar se um produto está irregular ou é falsificado. Para usá-la, basta inserir o nome da marca no campo "Produto".
Ferramenta de pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se um produto é falsificado.
Reprodução
O que os fiscais encontram nos azeites falsificados?
Geralmente, os fiscais encontram óleo de soja puro ou misturado a um azeite verdadeiro. O produto fraudado pode conter ainda corantes e aromatizantes sem autorização para uso.
👉 Entenda como funciona a fiscalização de azeite no Brasil
Passo a passo de como o azeite é fiscalizado
Arte/g1
Veja a diferença entre os tipos de azeite
Extravirgem: é o tipo de azeite de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em ótimo estado, com acidez menor que 0,8%. Nas análises sensoriais, predominam atributos positivos de frutado, amargo e picante. Não apresenta defeitos.
Virgem: é um azeite de qualidade intermediária, que também provém de extração de frutos de qualidade, mas com algum grau de oxidação e com acidez menor que 2%. Nas análises sensoriais, aparecem defeitos, mas sem muita intensidade.
Lampante: é um azeite de péssima qualidade, com acidez maior que 2% e que não pode ser destinado ao consumo humano. É muito provável que tenha sido feito a partir de azeitonas em péssimo estado de qualidade (colhidas estragadas, do chão ou armazenadas inadequadamente). Nas análises sensoriais, predominam os defeitos.
Tipo Único: é um azeite geralmente derivado da mistura com refinado, ou seja, que foi alterado quimicamente para eliminar impurezas e ser destinado ao consumo humano. É misturado com o azeite de oliva virgem. Ele não chega a ser avaliado sensorialmente, mas é bastante neutro, traz aromas e defeitos diluídos, indicado para fritar, por exemplo.
Saiba como azeite é produzido
De onde vem o azeite
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13/11 -
Governo já proibiu lotes de 25 marcas de azeite em 2025; veja quais são e o que fazer caso tenha comprado
Entenda as fraudes de azeite mais comuns no Brasil
Vinte e cinco marcas de azeite foram banidas ou tiveram lotes proibidos pelo governo federal em 2025 após ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura.
Tanto o ministério quanto a agência, que podem atuar em conjunto, mantêm uma lista com marcas e lotes vetados para consumo. Algumas marcas aparecem em ambas as relações.
A proibição mais recente são de lotes das marcas Royal, a Godio, La Vitta e Santa Lucia, desclassificadas pelo Ministério da Agricultura na quarta-feira (12).
As amostras coletadas apontaram a presença de óleos vegetais de outras espécies na composição, o que caracteriza fraude. Por isso, elas são consideradas impróprias para consumo.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
Desde o início de 2024, o governo federal já proibiu lotes e marcas de azeite mais de 70 vezes.
Quais os principais motivos para proibir uma marca?
Segundo o governo federal, os principais motivos para proibição de marcas são:
importação e distribuição por empresas sem CNPJ no Brasil;
adulteração/falsificação;
presença de óleos vegetais no produto;
não atendimento às exigências sanitárias para suas instalações;
não atendimento a padrões de rotulagem;
falta de licenciamento junto à autoridade sanitária competente;
incerteza sobre origem ou composição do produto.
O que fazer se encontrar essas marcas no supermercado?
Comercializar os azeites fraudados constitui infração grave e os estabelecimentos que fazem a venda podem ser responsabilizados, informa o Ministério da Agricultura.
Caso a compra já tenha sido realizada, o governo orienta que o consumo seja interrompido imediatamente e que seja solicitada uma substituição, prevista pelo Código de Defesa do Consumidor.
Denúncias sobre a venda desses produtos podem ser registradas no canal oficial Fala.BR.
Leia também: O que fiscais costumam encontrar em frascos de azeites adulterados
Passo a passo de como o azeite é fiscalizado
Arte/g1
Dicas para comprar um bom azeite
O Ministério da Agricultura sugere desconfiar de preços muito baixos e não comprar azeite vendido a granel. Outra medida é verificar se a marca já teve sua venda proibida ou entrou na lista de produtos falsificados.
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
➡️Como saber se o produto está na lista da Anvisa de produtos falsificados
A Anvisa oferece neste link uma ferramenta em que o consumidor pode verificar se um produto está irregular ou é falsificado. Para usá-la, basta inserir o nome da marca no campo "Produto".
Ferramenta de pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se um produto é falsificado.
Reprodução
➡️Como saber se a empresa tem registro no Ministério da Agricultura
O Cadastro Geral de Classificação (CGC) permite verificar se a distribuidora, importadora ou produtora de azeite está registrada no Ministério da Agricultura. A ferramenta está disponível neste link, onde é possível pesquisar pela empresa no campo "Estabelecimento".
Segundo o Ministério, o registro no CGC é obrigatório para empresas que processam, industrializam, beneficiam ou embalam azeites e outros produtos vegetais. Ao serem registradas, elas ficam sujeitas à fiscalização.
Imagem do Sipeagro, onde é possível consultar se uma empresa tem registro no Ministério da Agricultura.
Reprodução
De onde vem o azeite
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13/11 -
Mega-Sena pode pagar R$ 100 milhões nesta quinta-feira
Como funciona a Mega-sena
O concurso 2.940 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 100 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 21h desta quinta-feira (13), em São Paulo.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
No concurso da última terça (11), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 20h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
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13/11 -
CNU 2025: prazo para envio de títulos começa; veja como fazer
CNU 2025: começa o prazo para envio de títulos
O prazo para envio dos documentos para a avaliação de títulos do Concurso Nacional Unificado (CNU) começa nesta sexta-feira (14).
➡️ A prova de títulos é uma etapa do concurso que considera a experiência profissional e formação acadêmica — como pós-graduação, mestrado e doutorado — para compor a nota final dos candidatos.
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Os documentos devem ser enviados pela página oficial do concurso no site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), seguindo as regras do edital. (Veja abaixo como fazer)
O prazo para envio dos títulos termina em 19 de novembro. O resultado preliminar será divulgado em 8 de janeiro de 2026, seguido do período de recursos, de 9 a 12 de janeiro. Nesse momento, os candidatos poderão contestar a pontuação atribuída.
Após a análise dos recursos, o resultado final será publicado em 18 de fevereiro. As primeiras listas de classificação devem ser divulgadas em 20 de fevereiro. (Confira o cronograma completo abaixo)
➡️ Como será feita a Avaliação de Títulos?
Essa etapa é classificatória e pode acrescentar até dois pontos para cargos de nível intermediário e até cinco pontos para cargos de nível superior.
Os candidatos devem digitalizar e enviar certificados, diplomas e comprovantes de experiência profissional dentro do prazo, respeitando os formatos e limites de tamanho exigidos.
Os títulos devem ser enviados em formato digital — imagem do documento original ou cópia autenticada, frente e verso — nos formatos JPG, JPEG, PNG ou PDF, com tamanho máximo de 5 MB por arquivo.
Serão aceitos os seguintes documentos:
Diplomas, certificados ou declarações de conclusão de cursos (em papel timbrado da instituição, com data de conclusão, carga horária e aprovação da banca);
Para pós-graduação, é necessário incluir o histórico escolar junto à declaração;
Títulos obtidos no exterior devem estar reconhecidos por instituições brasileiras e traduzidos por tradutor juramentado, se estiverem em língua estrangeira.
Cada título será analisado pela comissão, que verificará sua autenticidade e relevância, atribuindo pontos conforme os critérios do edital. A soma dos pontos definirá a nota final nesta etapa. O resultado será publicado no sistema, com possibilidade de recurso em caso de divergência.
Durante o envio dos documentos, o candidato deve observar algumas orientações importantes:
Títulos exigidos como requisito básico para o cargo não serão pontuados;
Cada título será considerado apenas uma vez;
O envio fora do prazo ou por outro meio que não o sistema online será desconsiderado;
A ausência de envio de títulos não elimina o candidato, mas resultará em nota zero nesta etapa.
O resultado preliminar será divulgado em 8 de janeiro de 2026, com prazo para recursos entre 9 e 12 de janeiro. O resultado definitivo está previsto para 18 de fevereiro de 2026.
🤔 Como os títulos compõem a nota final do concurso?
A Avaliação de Títulos é classificatória e integra a Nota Final Ponderada (NFP) do concurso, junto com as notas da prova objetiva e da prova discursiva. A soma funciona da seguinte forma:
Nota da Prova Objetiva (NPO) + Nota da Prova Discursiva (NPD) + Nota da Avaliação de Títulos (NAT) = Nota Final Ponderada (NFP)
Para cargos de nível superior, a prova objetiva vale até 150 pontos, a discursiva até 45 pontos e os títulos podem acrescentar até 5 pontos, totalizando 200 pontos. Ou seja, os títulos representam cerca de 2,5% da nota final.
Nos cargos de nível intermediário, o total máximo é de 100 pontos: 68 na prova objetiva, 30 na discursiva e até 2 pontos nos títulos — o que equivale a cerca de 2% na nota final.
Embora tenham impacto limitado na nota final, os títulos podem ser decisivos em casos de empate ou para melhorar a posição do candidato na disputa por vagas.
A classificação final seguirá a ordem decrescente da Nota Final Ponderada, considerando a prioridade de escolha dos cargos e as modalidades de concorrência — ampla concorrência, candidatos negros, indígenas, quilombolas ou pessoas com deficiência.
Para alguns cargos, etapas posteriores — como defesa de memorial, prova oral ou curso de formação — também podem influenciar o resultado final antes da homologação do concurso.
📌 Como será a próxima etapa?
A próxima etapa do CNU 2025 é a prova discursiva, marcada para 7 de dezembro. Nessa fase, participam apenas os candidatos aprovados na prova objetiva.
Os participantes serão avaliados conforme o nível de escolaridade exigido para o cargo.
Veja como serão as provas:
Nível superior: os candidatos responderão duas questões discursivas, com duração de três horas (das 13h às 16h);
Nível intermediário: os candidatos farão uma redação dissertativa-argumentativa, com duração de duas horas (das 13h às 15h).
Além de avaliar a capacidade de argumentação e o domínio do conteúdo, essa etapa é decisiva para a classificação final dos candidatos.
Nesta edição, a seleção segue um único edital, o que facilita o acesso às informações. As vagas estão distribuídas em nove blocos temáticos, que agrupam cargos por áreas como saúde, tecnologia, administração, justiça, entre outras.
A versão impressa do Cartão de Confirmação de Inscrição, com o local da prova da discursiva, estará disponível em 1º de dezembro de 2025.
A nota preliminar da prova discursiva, acompanhada do espelho de correção, será divulgada 23 de janeiro de 2026.
Os candidatos poderão pedir revisão das notas nos dias 26 e 27 de janeiro. O resultado dos recursos e a nota final da prova discursiva serão divulgados em 18 de fevereiro de 2026.
As primeiras listas de classificação devem sair em 20 de fevereiro de 2026. O cronograma prevê que as convocações comecem em março do próximo ano.
Segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU
Ministério da Gestão e Inovação
📆 Confira o cronograma oficial
Disponibilização da imagem do cartão de respostas: 12/11/2025
Convocação para prova discursiva: 12/11/2025
Convocação para confirmação de cotas e PcD: 12/11/2025
Convocação para a avaliação de títulos: 12/11/2025
Envio de títulos: de 14 a 19/11/2025
Cartão de confirmação de inscrição para prova discursiva: 1/12/2025
Prova discursiva (para habilitados na 1ª fase): 7/12/2025
Procedimentos de confirmação de cotas: de 8 a 17/12/2025
Resultado preliminar da avaliação de títulos: 2/1/2026
Divulgação da nota preliminar da prova discursiva: 6/1/2026
Pedidos de revisão das notas da discursiva: de 7 a 8/1/2026
Divulgação da 1ª lista de classificação: 30/1/2026
Como estudar para o CNU
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13/11 -
Em corte de gastos, EUA encerram produção da moeda de um centavo após 232 anos
Moeda de um centavo de dólar
REUTERS/Mike Blake
Os Estados Unidos cunharam nesta quarta-feira (12) sua última moeda de um centavo. A medida visa cortar gastos, uma vez que a moeda perdeu sua relevância ao longo do tempo.
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O último centavo foi cunhado na Filadélfia pelo tesoureiro dos Estados Unidos, Brandon Beach, que encerrou oficialmente os 232 anos de produção da moeda.
"Embora a produção geral termine hoje, o legado do centavo continua", ressaltou Kristie McNally, diretora interina da Casa da Moeda. Cerca de 300 bilhões de moedas desse valor estão em circulação atualmente no país.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Em fevereiro, o presidente Donald Trump pediu ao Departamento do Tesouro que encerrasse a produção de centavos, para reduzir os gastos do governo.
"Por muito tempo, os Estados Unidos cunharam centavos que, literalmente, custam para nós mais de dois centavos. É um desperdício total!", justificou.
Inicialmente, as moedas de um centavo eram feitas de cobre puro. As atuais são menores e feitas de zinco revestido de cobre, o que lhes confere o tom rosado.
Na última década, o custo de fabricação de cada moeda aumentou de 1,42 para 3,69 centavos, segundo a Casa da Moeda.
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12/11 -
Banco do Brasil tem lucro de R$ 3,8 bilhões no 3º trimestre, queda anual de 60%
Agência do Banco do Brasil
Divulgação
O Banco do Brasil (BB) reportou nesta quarta-feira (12) lucro líquido gerencial de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre, queda de 60,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
O ganho, registrado em um período de forte redução do retorno sobre o patrimônio, ficou acima da expectativa dos analistas, de R$ 3,7 bilhões.
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O lucro contábil, por sua vez, totalizou R$ 3 bilhões, queda de 0,2% na comparação trimestral e de 66% em um ano.
O banco também informou nesta quarta que revisou sua projeção anual de lucro, que passou da faixa de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões para a de R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões. A nova previsão fica abaixo do ponto médio das estimativas de analistas compiladas pela LSEG, de R$ 22,375 bilhões para o ano.
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A revisão acompanha uma piora na previsão para o custo do crédito, que foi ajustado para a faixa de R$ 59 bilhões a R$ 62 bilhões, frente aos R$ 53 bilhões a R$ 56 bilhões previstos anteriormente.
"Para 2025, reconhecemos que, diante das dificuldades, entregaremos um lucro médio menor que o do ano passado, mas ainda com uma rentabilidade sólida, considerando o volume de provisões que vamos contabilizar", afirmou o vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores, Geovanne Tobias.
A margem financeira bruta do BB atingiu R$ 26,4 bilhões no terceiro trimestre, alta de 5,1% em relação ao segundo trimestre e de 1,9% frente ao mesmo período de 2024. As receitas com serviços caíram 2,6% na comparação anual, mas avançaram 1,3% na trimestral.
Agro ainda pressiona
O custo do crédito saltou 77,7% no terceiro trimestre na comparação anual, para R$ 17,9 bilhões, que na base sequencial ainda significou uma alta de 12,7%.
"Além do aumento da inadimplência, em especial na carteira agro, houve agravamentos em casos específicos em Grandes Empresas", afirmou o banco no material de divulgação do balanço.
O indicador de inadimplência acima de 90 dias encerrou setembro em 4,93%, ante 4,21% em junho e 3,33% um ano antes.
Na carteira agro, que tem pressionado os números do BB há alguns trimestres, esse percentual atingiu 5,34%, principalmente na cultura da soja e nas regiões Centro-Oeste e Sul do país, além do efeito dos pedidos de recuperação judicial no segmento.
O indicador antecedente de operações vencidas há mais de 30 dias disparou de 5,53% no final de junho para 7,78% no trimestre encerrado em setembro.
Carteiras de crédito
Na carteira de pessoas físicas, o percentual subiu a 6,01%, o que o banco atribuiu, principalmente, à sobreposição de operações realizadas com produtores rurais, além de elevação da inadimplência na carteira renegociada e no cartão de crédito.
Em pessoas jurídicas, a taxa ficou em 4,06%. Quando se considera apenas o segmento de micro, pequenas e médias empresas, a inadimplência das operações vencidas há mais de 90 dias foi de 10,25%.
No período, a carteira de crédito expandida cresceu 7,5% ano a ano, para R$ 1,279 trilhão. Na base trimestral, contudo, mostrou queda de 1,2%.
A carteira de pessoa física cresceu 7,9% em 12 meses e 2,3% no trimestre, enquanto pessoa jurídica avançou 10,4% na comparação anual, mas recuou 3,2% na base trimestral.
O portfólio agro também apresentou retração na base sequencial, embora tenha registrado alta de 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O BB encerrou o terceiro trimestre com retorno sobre patrimônio líquido de 8,4%, bem menor do que os 21,1% registrados um ano antes, mas estável na comparação com o segundo trimestre de 2025.
O índice de capital nível I aumentou para 13,92%, de 13,27% no segundo trimestre e 13,51% um ano antes. Mas o índice de eficiência piorou para 28,1%, de 27,7% três meses antes e 25,8% no mesmo período de 2024.
O BB também anunciou nesta quarta-feira que o conselho de administração aprovou R$ 410,6 milhões em juros sobre capital próprio.
* Com informações da agência de notícias Reuters.
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12/11 -
Fazenda estima que trabalhador terá economia de R$ 225 por ano com novas regras para o vale-refeição
G1 em 1 minuto: novas regras do governo para vale-refeição e vale-alimentação
O Ministério da Fazenda estima que as novas regras para o vale-refeição e alimentação terão impacto econômico de cerca de R$ 8 bilhões por ano, o que representa uma economia média de R$ 225 por trabalhador.
A estimativa foi divulgada pela Secretaria de Reformas Econômicas e leva em conta o número de beneficiários do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), o volume de recursos movimentado e as reduções de custos esperadas com medidas como o teto nas tarifas cobradas dos estabelecimentos e o aumento da concorrência entre as operadoras.
Segundo a Fazenda, as mudanças devem resultar em melhores serviços, mais inovação e ampliação da rede de aceitação dos vales, além de redução de custos operacionais para empresas e consumidores.
O que muda com o decreto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, nesta terça-feira (11), o decreto que regulamenta as novas regras do vale-refeição e alimentação. As principais mudanças incluem:
Teto de 3,6% na taxa cobrada de restaurantes por empresas de vale-refeição — o prazo de adaptação é de 90 dias;
Interoperabilidade entre as bandeiras, permitindo que qualquer maquininha de cartão aceite vales de diferentes operadoras — entra em vigor em 360 dias;
Prazo máximo de 15 dias para repasse dos valores aos lojistas — hoje, esse prazo pode chegar a 60 dias;
Obrigatoriedade de migração para modelo aberto em até 180 dias para sistemas de pagamento com mais de 500 mil trabalhadores;
Proibição de práticas abusivas, como deságios, prazos incompatíveis e vantagens financeiras fora do escopo alimentar;
Obrigação de orientação aos trabalhadores e cumprimento integral das normas do PAT pelas empresas beneficiárias.
As novas regras não alteram o valor do benefício recebido pelos trabalhadores, que continuará destinado exclusivamente à alimentação.
Impacto para o trabalhador e o comércio
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), afirmou que as taxas cobradas hoje chegam a 15% e que a limitação deve ampliar o número de estabelecimentos que aceitam o vale.
“Esse decreto é bom para supermercados, restaurantes, padarias, hortifrutis — para quem vende alimentos em todo o Brasil. Se é bom para todo mundo, é bom para o trabalhador também”, disse Lula após a assinatura.
De acordo com o governo, o encurtamento dos prazos de repasse e a redução das taxas devem facilitar o ingresso de pequenos e médios comércios no sistema. A expectativa é que a economia gerada seja repassada gradualmente aos consumidores.
Setor apoia as mudanças
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, afirmou que o decreto vai ampliar a concorrência e reduzir custos.
“Temos certeza de que haverá uma transferência de mais de R$ 10 bilhões que hoje ficam na intermediação para milhões de estabelecimentos em todo o país”, disse.
Em nota, a Câmara Brasileira de Benefícios ao Trabalhador (CBBT) considerou as medidas favoráveis ao mercado, afirmando que “corrigem distorções no Programa de Alimentação do Trabalhador” e fortalecem as políticas públicas voltadas aos empregados.
Como funcionam os arranjos abertos e fechados
Arranjo aberto: uma empresa define a bandeira do cartão, outra emite o benefício e uma terceira credencia os estabelecimentos — modelo mais competitivo e interoperável.
Arranjo fechado: todas essas funções são exercidas pela mesma empresa, o que restringe a concorrência e aumenta custos.
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12/11 -
Mauro Vieira e Marco Rubio devem se reunir nesta quinta em Washington para tratar de tarifaço
Mauro Vieira e Marco Rubio terão novo encontro nesta quinta (13)
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, vão se reunir nesta quinta-feira (13), às 17h, em Washington, para tratar da redução do tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros.
Os dois conversaram nesta quarta (12), à margem da reunião do G7, no Canadá, e acertaram o encontro para dar continuidade às negociações sobre o chamado “tarifaço”.
De acordo com interlocutores, o objetivo é alinhar os próximos passos após a sinalização do presidente norte-americano, Donald Trump, de que pretende reduzir “algumas tarifas” sobre o café. A medida beneficiaria diretamente o Brasil, principal fornecedor do produto aos EUA.
Vieira afirmou que o Itamaraty ainda não recebeu comunicação oficial sobre a decisão, mas classificou a perspectiva como “muito bem-vinda e importante para a economia brasileira”.
“Todas as notícias relativas à redução de tarifas e à volta ao ambiente anterior são auspiciosas e muito bem-vindas”, disse o chanceler nesta quarta.
“Espero que isso esteja em andamento — vai passar pela nossa embaixada em Washington e pela nossa em Brasília. É uma notícia muito importante para a economia brasileira”, completou.
Contexto das negociações
A sobretaxa de 50% sobre o café brasileiro foi imposta por Trump durante a escalada protecionista de seu governo. O aumento contribuiu para a alta dos preços do café nos EUA e gerou pressão interna de importadores e redes varejistas.
Em outubro, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Malásia, Trump reconheceu que os EUA estavam “sentindo falta” de produtos brasileiros afetados pelas tarifas e citou o café como exemplo. O diálogo abriu espaço para a reabertura das negociações comerciais.
Lula afirmou recentemente que, se não houver avanço até o fim da COP30, em Belém, ligará novamente para Trump.
Oposição ao governo insistia nas redes sociais que a negociação estava estagnada e que Rubio não queria encontrar Vieira.
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12/11 -
Mauro Vieira diz que ainda não foi avisado sobre eventual fim da tarifa extra dos EUA sobre o café
Mauro Vieira fala sobre reunião com Marco Rubio
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (12) que o Itamaraty ainda não foi notificado oficialmente sobre a eventual redução da tarifa extra imposta pelos Estados Unidos ao café brasileiro.
O ministro está no Canadá, onde participou de encontro de chanceleres do G7, grupo das 7 economias mais ricas do mundo e países convidados. Ele se encontrou com seu equivalente dos Estados Unidos, o secretário de Estado, Marco Rubio.
“Todas as notícias relativas a tarifas, à redução e à volta ao ambiente anterior são sempre auspiciosas e muito bem-vindas”, disse Vieira após o encontro.
O ministro completou:
“Eu vi hoje [quarta] pela manhã, quando acordamos aqui no Canadá, a notícia de que haveria redução das tarifas sobre o café. Não fomos abordados por nenhuma autoridade. Espero que isso esteja em andamento — vai para a nossa embaixada em Washington e a nossa embaixada em Brasília. É evidente que é uma notícia muito importante para a economia brasileira.”
O que disse Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira (11), em entrevista à emissora Fox News, que pretende reduzir “algumas tarifas” sobre as importações de café. Ele não especificou quais países seriam afetados, nem detalhou a dimensão da redução.
Trump falava genericamente sobre o desempenho da economia norte-americana e mencionava os preços da carne quando foi questionado sobre o café.
“Vamos reduzir algumas tarifas do café. Vamos permitir que entre um pouco de café [no país]. Vamos resolver tudo isso muito rápido, facilmente. É cirúrgico. Mas os custos estão bem mais baixos”, disse o republicano.
O contexto
O Brasil é o principal fornecedor de café para os Estados Unidos, mas o produto foi afetado por uma sobretaxa de 50% imposta pelo governo Trump sobre as importações de produtos brasileiros.
A medida contribuiu para a alta dos preços do café nos EUA, que acumula forte inflação no último ano.
Em outubro, durante um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Malásia, Trump reconheceu que os EUA estavam “sentindo falta” de alguns produtos brasileiros atingidos pela sobretaxa — citando o café como exemplo. O encontro indicou um início de diálogo para reverter as tarifas, mas sem prazo definido.
Lula afirmou no último dia 4 que, se as negociações não avançarem até o fim da COP30, em Belém, ligará novamente para Trump. Os Estados Unidos não enviaram representantes para a conferência do clima.
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12/11 -
Inflação na Argentina acelera para 2,3% em outubro com alta do dólar
Entenda por que, na Argentina, jornal e DVD contam mais que streaming na inflação
A inflação na Argentina foi de 2,3% em outubro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). O resultado veio ligeiramente acima da expectativa de economistas.
O dado representa uma aceleração em relação aos 2,1% registrados em setembro. Já o índice acumulado em 12 meses até outubro ficou em 31,3%, abaixo dos 31,8% registrados no mês anterior. Segundo o ministro da Economia, Luís Caputo, trata-se da menor taxa anual desde julho de 2018.
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Os setores de maior alta em outubro foram o de transporte (3,5%) e o de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (2,8%). Na sequência, vieram bens e serviços diversos (2,4%), roupas e calçados (2,4%) e bebidas alcoólicas e tabaco (2,4%).
Os dados do Indec mostram que o índice oficial de preços da Argentina apresentou progresso ao longo do primeiro ano de gestão do presidente ultraliberal Javier Milei. Em 2025, no entanto, a taxa mensal estagnou entre 2% e 3%, ficando apenas algumas divulgações abaixo de 2%.
O país passa por um forte ajuste econômico sob o comando de Milei. Nos últimos meses, uma crise política afetou as expectativas, e o líder argentino buscou o apoio de Donald Trump, nos Estados Unidos, para conter a instabilidade nos mercados e no câmbio. (leia mais abaixo)
Ajuste econômico e impacto nos preços
A Argentina, que já vinha enfrentando uma forte recessão, passa por uma ampla reforma econômica. Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados.
Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais. Com isso, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor.
O país também observou uma intensificação da pobreza no primeiro semestre de 2024, com 52,9% da população nessa situação. Já no primeiro semestre de 2025, o percentual caiu para 31%.
Por outro lado, o presidente conseguiu uma sequência de superávits (arrecadação maior do que gastos) e retomada da confiança dos investidores.
Crise política
Nos últimos meses, no entanto, Milei tem enfrentado uma forte crise política após um suposto escândalo de corrupção envolvendo Karina Milei, secretária-geral da Presidência e irmã do presidente.
Um áudio gravado por um ex-aliado de Javier Milei, no qual Karina é acusada de corrupção, vazou para a imprensa e está sendo investigado pela Justiça. Leia mais aqui.
Em meio à crise, Javier Milei sofreu uma dura derrota, em setembro, nas eleições da província de Buenos Aires — a mais importante da Argentina, que concentra quase 40% do eleitorado nacional.
Os reflexos foram sentidos no mercado: os títulos públicos, as ações das empresas e o peso argentino despencaram um dia após o pleito.
Com o resultado, a moeda argentina atingiu seu menor valor histórico até então, cotada a 1.423 por dólar. Conforme mostrou o g1, o peso derreteu mais de 27% frente ao dólar em 2025, liderando as perdas no ano. O cenário é bastante prejudicial para a inflação.
Apoio de Trump e vitória nas eleições legislativas
O pessimismo no mercado surgiu após investidores demonstrarem preocupação de que o governo de Javier Milei não conseguiria avançar com sua agenda de cortes de gastos e reestruturação das contas públicas na Argentina.
A partir de então, ocorreram sucessivas quedas do peso em relação ao dólar, levando o Banco Central da Argentina a retomar intervenções no câmbio para controlar a disparada da moeda norte-americana (leia mais abaixo).
A volatilidade só começou a ceder depois que o governo dos EUA anunciou apoio à Argentina. Em 20 de outubro, os países oficializaram um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões. Além disso, foi prometido outro incentivo do mesmo valor, elevando o socorro financeiro para US$ 40 bilhões.
Na prática, as medidas aumentam o volume de dólares nas reservas argentinas e buscam recuperar a confiança dos investidores.
Após a confirmação do apoio financeiro pelo governo de Donald Trump, Javier Milei obteve, em 26 de outubro, uma vitória importante nas eleições para a Câmara dos Deputados e o Senado, o que ajudou a conter a disparada do dólar — e pode garantir a continuidade das reformas do atual governo.
Milei anunciou pacote de medidas para tentar aumentar a circulação de dólares na economia argentina
Agustin Marcarian/Reuters
Acordo com o FMI
No início do governo Milei, a melhora nos indicadores econômicos fez com que o líder alcançasse, em 11 abril, um acordo de US$ 20 bilhões em empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A primeira parcela, de US$ 12 bilhões, foi disponibilizada ao país poucos dias depois.
O repasse dos recursos representa um voto de confiança do fundo internacional no programa econômico do presidente argentino. Os valores anunciados se somam a dívidas antigas do país junto ao FMI, que já superavam os US$ 40 bilhões.
Nesse cenário, reduzir a inflação é fundamental para o governo do líder argentino, que deseja eliminar completamente os controles de capitais que prejudicam os negócios e os investimentos. Para isso, Milei quer que a inflação permaneça abaixo de 2% ao mês.
Logo após o acordo com o FMI, o banco central da Argentina anunciou uma redução dos controles cambiais, o chamado “cepo”. A flexibilização determinou o fim da paridade fixa para o peso argentino e introduziu o "câmbio flutuante" — quando o valor da moeda é determinado pela oferta e demanda do mercado.
Com isso, o governo de Javier Milei passou a ensaiar o fim do sistema de restrição cambial que estava em vigor desde 2019, limitando a compra de dólares e outras moedas estrangeiras pelos argentinos. A deterioração recente nos mercados, porém, fez o país voltar a intervir no câmbio. (leia abaixo)
Medidas econômicas
Nos últimos meses, o governo e o Banco Central da Argentina lançaram medidas de naturezas monetária, fiscal e cambial para injetar dólar no país, com o objetivo de fortalecer o cumprimento do acordo com o FMI para a recuperação econômica.
Em 22 de maio, o governo também anunciou sua decisão de permitir que os cidadãos utilizem dólares mantidos fora do sistema financeiro — ou seja, guardados "debaixo do colchão" — sem a obrigatoriedade de declarar a origem dos recursos.
Em 10 de junho, lançou medidas como a flexibilização no uso de pesos e dólares no mercado de títulos públicos e um plano de captação de empréstimo de US$ 2 bilhões com emissões de títulos. Além disso, se comprometeu a reduzir a emissão de moeda pelo BC.
Já na semana anterior às eleições de Buenos Aires — e em meio à forte queda do peso frente ao dólar —, o governo de Milei anunciou sua intervenção no mercado de câmbio.
O secretário de Finanças, Pablo Quirno, afirmou em 2 de setembro que o Tesouro Nacional atuaria diretamente na compra e venda de dólares para garantir oferta suficiente e evitar desvalorizações abruptas.
O objetivo do governo é estabilizar a inflação, reforçar as reservas comerciais, melhorar o câmbio e atrair investimentos, enquanto avança no rigoroso ajuste econômico promovido por Milei.
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12/11 -
Governo divulga lotes de 4 marcas de azeites considerados impróprios para o consumo; veja quais
Entenda as fraudes de azeite mais comuns no Brasil
Quatro marcas de azeite foram desclassificadas por fraude, divulgou o Ministério da Agricultura nesta quarta-feira (12). São elas a Royal, a Godio, a La Vitta e a Santa Lucia.
Segundo nota do governo, os produtos não atendem aos padrões de identidade e qualidade estabelecidos pela legislação.
As amostras coletadas apontaram a presença de óleos vegetais de outras espécies na composição, o que caracteriza fraude. Por isso, elas são consideradas impróprias para consumo.
As 4 marcas foram desclassificadas e tiveram o recolhimento determinado.
O g1 entrou em contato com as empresas, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Veja outras marcas que já tiveram lotes proibidos em 2025
O que fazer se encontrar essas marcas no supermercado?
Comercializar os azeites fraudados constitui infração grave e os estabelecimentos que fazem a venda podem ser responsabilizados, informa o Ministério da Agricultura.
Caso a compra já tenha sido realizada, o governo orienta que o consumo seja interrompido imediatamente e que seja solicitada uma substituição, prevista pelo Código de Defesa do Consumidor.
Denúncias sobre a venda desses produtos podem ser registradas no canal oficial Fala.BR.
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
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De onde vem o azeite
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12/11 -
TCU cria força-tarefa para fiscalizar nove estatais com risco fiscal, incluindo Correios e Casa da Moeda
Presidente dos Correios diz que estatal "não se adaptou à nova realidade".
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, anunciou nesta quarta-feira (12) a criação de uma força-tarefa para fiscalizar nove estatais federais que apresentam riscos fiscais. Entre elas estão os Correios e a Casa da Moeda.
A iniciativa foi motivada por um relatório do Tesouro Nacional que identificou fragilidades financeiras e possíveis riscos às contas públicas em nove das 27 empresas estatais analisadas.
Além dos Correios e da Casa da Moeda, o documento cita as Companhias Docas (CDC, CDP, Codeba, CDRJ e Codern), a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) e a Infraero.
Segundo Vital do Rêgo, a ação será estruturada em cinco eixos temáticos: gestão e inovação, desempenho financeiro, gestão de pessoal, contratações e tecnologia da informação.
“O objetivo é ampliar o escopo da fiscalização para além do aspecto financeiro, incorporando dimensões de governança, eficiência operacional e qualidade da gestão”, afirmou o presidente do TCU.
“Esses são fatores que frequentemente estão na raiz das dificuldades fiscais enfrentadas por essas entidades”, completou.
O que diz o relatório do Tesouro
O relatório alerta que “não está descartada a possibilidade de algumas empresas estatais não financeiras enfrentarem dificuldades de caixa”, o que poderia demandar aportes emergenciais de recursos públicos e comprometer as contas federais.
Entre os casos destacados:
Emgea – apresentou melhora significativa de caixa, reduzindo o risco de novos aportes.
Codern – enfrenta risco de deterioração financeira devido a contratos de arrendamento, necessidade de investimentos em infraestrutura e possível desvinculação do Porto de Maceió, responsável por 72% da receita líquida em 2024.
ENBPar – exposta a riscos de capital por causa dos altos investimentos em Angra 1 e das incertezas sobre a conclusão de Angra 3.
Correios (ECT) – seguem em trajetória de deterioração de resultados, com risco de precisar de auxílio financeiro.
Casa da Moeda – apesar do aumento da receita interna, registrou queda de 74% no lucro líquido em 2024, resultando em prejuízo operacional, embora ainda mantenha liquidez para cobrir passivos.
Infraero – teve prejuízo de R$ 228,7 milhões e queda de 71% na receita líquida, impactada pelas concessões de aeroportos. A empresa prepara um novo plano de negócios para buscar equilíbrio financeiro.
Panorama fiscal
O documento integra a publicação anual do Tesouro Nacional sobre riscos fiscais, que resume a exposição do governo federal a passivos contingentes e busca identificar eventos capazes de afetar o planejamento fiscal.
Segundo o Tesouro, a análise é fundamental para prevenir surpresas orçamentárias e reforçar a transparência das contas públicas.
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12/11 -
Tarifaço derruba importação de café brasileiro pelos EUA em mais de 50%, mas Trump quer isentar produto, diz associação
Afinal, café bom vai todo pra fora do Brasil?
As importações de café brasileiro pelos Estados Unidos caíram 51,5% no acumulado entre agosto e outubro, na comparação com o mesmo período de 2024, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nesta quarta-feira (12).
Entre o início do tarifaço e o fim de outubro, os Estados Unidos compraram 983.970 sacas de 60 kg. Nos mesmos três meses do ano anterior, foram mais de dois milhões.
“O Brasil sempre foi o produtor mais competitivo e é o principal provedor ao mercado de café dos EUA, mas a taxação de 50% torna inviável o envio do produto para lá. Esses embarques que temos observado são de contratos antigos”, diz Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.
O presidente teme que, se as tarifas continuarem, o gosto do consumidor norte-americano mude, o que pode dificultar a retomada do mercado pelo Brasil. Isso porque já existem misturas de cafés (os chamados blends), sendo feitas nos EUA sem o grão brasileiro.
De janeiro a outubro, a queda foi de 28,1% ante 2024, somando 4,7 milhões de sacas. Apesar disso, o conselho informa que os EUA continuam sendo o principal importador do café brasileiro, responsável por 14,2% das vendas.
Segundo o Cecafé, representantes da indústria cafeeira dos EUA informaram que a Casa Branca avalia retirar as tarifas sobre o café brasileiro. O motivo seria a necessidade do produto e o aumento dos preços internos.
"Mas depende de sinalização positiva do Palácio do Planalto sobre as condições desejadas", diz a nota da Cecafé.
Na terça-feira, o presidente Donald Trump afirmou que vai reduzir "algumas tarifas" sobre as importações do café, sem dizer de quais países, segundo a agência Reuters.
Atualmente, o café está na seção 3 da ordem executiva assinada por Trump, que inclui recursos naturais não produzidos pelos EUA. Para que as taxas sejam suspensas, é preciso um acordo bilateral entre os países.
O objetivo do Cecafé é transferir o produto para a seção 2, que permite a importação com tarifa zero.
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Não é só o tarifaço
As exportações totais de café, incluindo para outros países além dos EUA, tiveram uma queda de 20% em outubro na comparação com o mesmo mês em 2024. Foram 4 milhões de sacas ante 5 milhões no ano anterior.
Apesar da queda em volume, a receita cresceu 12,6% no mesmo período, somando US$ 1,6 bilhão.
Desde janeiro, a queda em volume foi similar, de 20,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Já a receita cambial teve um crescimento de 27,6%, saltando de US$ 9,9 bilhões para US$ 12,7 bilhões.
Para Ferreira, além do tarifaço, outras questões têm prejudicado a exportação.
"O recuo das exportações era aguardado, principalmente por virmos de remessas recordes em 2024 e de uma safra com menor potencial produtivo. O cenário foi agravado, contudo, pela infraestrutura defasada nos portos brasileiros, que segue impossibilitando o embarque de centenas de milhares de sacas", diz o presidente.
As vendas também foram impactadas pelas maiores cotações no mercado internacional.
A Alemanha, segundo maior comprador do café brasileiro, reduziu as importações em 35,4% entre janeiro e outubro, em comparação com 2024. No mesmo período, as compras da Itália caíram 19,7%, as do Japão cresceram 18,5% e os da Bélgica declinaram 47,5%.
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